Bill Clinton: diferenças entre revisões

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Enquanto estava em campanha para a presidência, o então governador Clinton teve que voltar para o seu estado do Arkansas para ver se [[Ricky Ray Rector]] seria mesmo executado. Depois de matar um civil e um policial, Rector atirou na própria cabeça (mas sobreviveu), fazendo com que sua defesa alegasse insanidade. De acordo com as leis federais e estaduais, um preso acometido de doenças mentais não pode ser executado. A corte havia discordado de que ele teria um grave problema mental e permitiu a execução. O retorno de Clinton ao Arkansas foi, de acordo com o ''[[The New York Times]]'', uma tentativa de acabar com a imagem de que ele era "brando com crime".<ref name="mbsrgd">[[George Stephanopoulos]], ''All Too Human: A Political Education'', 1999, ISBN 978-0-316-92919-6</ref><ref>{{citar jornal|último =Applebome|primeiro =Peter|título=Arkansas Execution Raises Questions on Governor's Politics|url=http://www.nytimes.com/1992/01/25/us/1992-campaign-death-penalty-arkansas-execution-raises-questions-governor-s.html |obra=The New York Times|data=25 de janeiro de 1992|acessodata=28 de março de 2008}}</ref>
 
Como a popularidade do presidente incumbente [[George H. W. Bush]] era de 80% no período posterior a [[Guerra do Golfo]], ele foi descrito como imbatível. Porém Bush acabou fazendo uma concessão aos [[Partido Democrata (Estados Unidos)|democratas]] no congresso para aumentar impostos a fim de balancear o orçamento, algo que ele prometeu que não faria durante sua eleição em 1988. Por não ter cumprido sua promessa e com a economia estagnada, os índices de aprovação de Bush caíram vertiginosamente. Clinton condenou Bush, não pelos seus atos, mas por não entregar o que prometeu em sua campanha. A aprovação do presidente no cargo havia caído para 40% e Clinton subiu nas pesquisas de opinião.<ref name="The Choice"/><ref>{{citar jornal|url=http://online.wsj.com/public/resources/documents/info-presapp0605-31.html|título=How the Presidents Stack Up: A look at U.S. presidents' job-approval ratings |ultimo=|primeiro=|data=|obra=The Wall Street Journal |ano=2006 |url=http://online.wsj.com/public/resources/documents/info-presapp0605-31.html |acessodata=30 de outubro de 2008|arquivourl= https://web.archive.org/web/20081025015927/http://online.wsj.com/public/resources/documents/info-presapp0605-31.html|arquivodata=25 25d ede outubro de 2008|acessodata=30 de outubro de 2008|deadurl= no}}</ref> Além disso, os conservadores americanos, outrora unidos pelo [[anti-comunismo]] (algo que já não era relevante com o fim da [[Guerra Fria]]), não tinham mais um assunto que os unisse incondicionalmente, o que quebrou a unidade do [[Partido Republicano (Estados Unidos)|partido republicano]]. Quando [[Pat Buchanan]] e [[Pat Robertson]] focaram seus discursos em seus valores [[Cristianismo|cristãos]] durante a Convenção Republicana de 1992, muitos moderados e seculares do partido se sentiram alienados. Bush decidiu apaziguar a [[Christian Right|direita religiosa]] e criticou os democratas por "omitirem Deus de sua plataforma política".<ref>{{citar web|último =Le Beau|primeiro =Bryan|título=The Political Mobilization of the New Christian Right|publicado=[[Creighton University]]|url=http://are.as.wvu.edu/lebeau1.htm|acessodata=1 de dezembro de 2006 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20061206022453/http://are.as.wvu.edu/lebeau1.htm|arquivodata= 6 de dezembro de 2006| deadurl= no}}</ref> Clinton, em contrapartida, se apresentava como um [[Centro (política)|centrista]] e moderado, se autointitulando um "New Democrat" ("Novo Democrata"), defendendo seu governo no Arkansas, apesar da ala liberal do partido ainda ter receio com ele.<ref>{{citar jornal|último =Walker |primeiro =Martin |título=Tough love child of Kennedy |url=http://www.guardian.co.uk/world/1992/jan/06/usa.martinwalker |acessodata=12 de outubro de 2007 |local=Londres |obra=The Guardian |data=6 de janeiro de 1992}}</ref> Muitos democratas conservadores, que haviam apoiado [[Ronald Reagan]] e Bush nas eleições anteriores, decidiram apoiar Clinton.<ref name="BBConthisday">{{citar jornal|título=On this day (November 4) in 1992: Clinton beats Bush to the White House |publicado=BBC News Online |url=http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/november/4/newsid_3659000/3659498.stm |acessodatatítulo=31On dethis outubroday de(November 20084) in 1992: Clinton beats Bush to the White House|ultimo=|primeiro=|data=4d4 ede novembro de 1992|arquivourlpublicado=BBC News Online|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081218141055/http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/november/4/newsid_3659000/3659498.stm|arquivodata= 18 de maio de 2015|acessodata=31 de outubro de 2008|deadurl= no}}</ref> Bill e seu vice, [[Al Gore]], viajaram pelo país na reta final da campanha, anunciando que eram o "novo começo".<ref name=BBConthisday />
 
Clinton acabou vencendo a [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1992|eleição presidencial americana de 1992]] (com 43% da preferência do eleitorado, ou 44 909 806 votos) em cima do presidente republicano [[George H. W. Bush]] (que conseguiu 37,4% dos votos). O bilionário populista [[Ross Perot]], que concorreu como independente, acabou sendo um fator desequilibrador nas eleições, roubando muitos votos de Bush (ele conseguiu 18,9% dos votos totais). Para os analistas, o fator determinante na derrota do presidente incumbente e na eleição de Clinton foi a queda da popularidade de Bush após maus números da economia.<ref name=BBConthisday /> A eleição do democrata Bill Clinton pôs fim a doze anos de governo republicano na [[Casa Branca]]. Os democratas também conquistaram a maioria no [[Congresso dos Estados Unidos]],<ref name="whitehouse.gov bio" /> sendo esta a primeira vez desde os anos 70 que o partido tinha o controle dos poderes legislativo e executivo ao mesmo tempo.<ref>{{citar web|url=http://www.senate.gov/pagelayout/history/one_item_and_teasers/partydiv.htm |título=Party Division in the Senate, 1789&nbsp;– present |publicado=United States Senate |acessodata=30 de agosto de 2011|arquivourl= https://web.archive.org/web/20110718045714/http://www.senate.gov/pagelayout/history/one_item_and_teasers/partydiv.htm|arquivodata=17 de maio de 2015| deadurl= no}}</ref><ref>{{citar web|url=http://artandhistory.house.gov/house_history/ |título=House History |publicado=United States House of Representatives |acessodata=30 de agosto de 2011}}</ref>
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Em resposta aos [[atentados terroristas às embaixadas dos Estados Unidos na África de 1998]], perpetrados pela [[Al-Qaeda]], que mataram dúzias de americanos e centenas de africanos, Clinton ordenou uma série de [[Operação Infinite Reach|ataques com mísseis de cruzeiro no Afeganistão e no Sudão]], atingindo bases terroristas nestes países, como campos de treinamento e postos de comando.<ref>{{citar web|autor =John Pike |url=http://www.globalsecurity.org/military/systems/munitions/bgm-109-operation.htm |título=BGM-109 Tomahawk&nbsp;– Smart Weapons |publicado=Globalsecurity.org |acessodata=17 de agosto de 2011}}</ref> O presidente foi criticado posteriormente quando uma suposta base da al-Qaeda no Sudão foi destruida, quando na verdade era uma fábrica de remédios.
[[Ficheiro:Bill and Hillary Clinton leaving Air Force One.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Bill e sua esposa Hillary deixando o [[Força Aérea Um]].]]
De volta a Europa, para deter uma [[limpeza étnica]] e [[genocídio]]<ref>{{citar web|último =Cohen |primeiro =William |data=7 de abril de 1999 |url=http://www.defense.gov/transcripts/transcript.aspx?transcriptid=582 |título=Secretary Cohen's Press Conference at NATO Headquarters |acessodata=30 de agosto de 2011}}</ref><ref>{{citar web|último =Clinton |primeiro =Bill |data=30 de agosto de 2011 |url=http://clinton6.nara.gov/1999/06/1999-06-25-press-conference-by-the-president.html |título=Press Conference by the President}}</ref> contra os [[albaneses]] perpetrado por militares e milicianos [[Sérvia e Montenegro|sérvios]] na região do [[Kosovo]], Clinton autorizou uma ação armada pelo mar e pelo ar, com ajuda da [[OTAN]], para bombardear alvos na [[Iugoslávia]] em 1999, na chamada [[Intervenção militar na Iugoslávia em 1999|Operação Forças Aliadas]]. O general [[Wesley Clark]], que era o comandante supremo das forças da OTAN no continente europeu, supervisionou a missão. Com a outorga da [[Resolução 1244 do Conselho de Segurança das Nações Unidas]], a campanha de bombardeios terminou em junho de 1999. A resolução colocou o Kosovo sob administração da ONU e autorizou o envio de uma [[Força do Cóssovo|força de paz]] para a região.<ref>{{citar web|url=http://www.nato.int/kosovo/docu/u990610a.htm |título=Resolution 1244 (1999) |data=10 de junho de 1999 |publicado=NATO |acessodata=17 de agosto de 2011|arquivourl= https://web.archive.org/web/20110629135857/http://www.nato.int/kosovo/docu/u990610a.htm|arquivodata= 29 de junho de 2011| deadurl= no}}</ref> Apesar das tropas aliadas não terem sofrido perdas por fogo inimigo,<ref name="roblect">{{citar web|autor =Adam Roberts |url=http://www.princeton.edu/~lisd/events/talks/Roberts_Lecture.pdf |título=The Impact of the Laws of War in Contemporary Conflicts (PDF) |data=10 de abril de 2003 |publicado=Princeton University |acessodata=25 de janeiro de 2007}}</ref> dois militares morreram na queda de um helicóptero [[AH-64 Apache]].<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/335709.stm |título=Two die in Apache crash |publicado=BBC News Online |data=5 de maio de 1999 |acessodata=17 de maio de 2011}}</ref> Mais tarde foi apontado que os riscos de uma limpeza étnica poderiam ter sido exagerados pelo governo americano.<ref>{{citar web|último =Pilger |primeiro =John |data=4 de setembro de 2000 |url=http://www.newstatesman.com/node/138456 |título=US and British officials told us that at least 100,000 were murdered in Kosovo. A year later, fewer than 3,000 bodies have been found |obra=New Statesman}}</ref><ref>{{citar jornal|autor1 =Daniel Pearl |autor2 =Robert Block |data=31 de dezembro de 1999 |título=War in Kosovo Was Cruel, Bitter, Savage; Genocide It Wasn't |obra=The Wall Street Journal |página= A1}}</ref> Uma corte da ONU afirmou que realmente não houve um genocídio na região, mas reconheceu que havia uma "sistemática campanha de terror, incluindo assassinatos em massa, estupros, assédio de civis e outros maus tratos contra populações locais".<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/1530781.stm |título=Kosovo assault 'was not genocide' |publicado=BBC News Online |data=7 de setembro de 2001 |acessodata=17 de agosto de 2011}}</ref><ref>{{citar web|autor =George J. Andreopoulos |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/194242/ethnic-cleansing |título=Ethnic Cleansing |obra=Encyclopædia Britannica |acessodata=11 de setembro de 2011}}</ref> O líder sérvio [[Slobodan Milošević]], presidente da Iugoslávia, foi mais tarde levado a julgamento por "[[crimes contra a humanidade]]".<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/1402790.stm#kosovo |título=The charges against Milosevic |publicadoultimo=|primeiro=BBC News Online |data=11 de março de 2006|publicado=BBC News Online|accessdate16acessodata=16 de maio de 2015}}</ref> A operação da OTAN foi considerada um sucesso tático.<ref>{{citar web|autor =Michael John Williams|título=NATO, Security and Risk Management: From Kosovo to Khandahar|publicado=Routledge|local=Londres|isbn=978-1-13405-589-0|url=https://books.google.ca/books?id=r6JvntRU4bIC&pg=PA1|p=93}}</ref>
[[Ficheiro:Tomahawk-launch.jpg|miniaturadaimagem|O navio de guerra americano [[USS Gonzalez (DDG-66)|USS ''Gonzalez'']] disparando um míssil [[BGM-109 Tomahawk]] contra alvos na Iugoslávia, em 1999. O presidente Clinton ordenou uma série de bombardeios aéreos e navais contra a região no final da década de 1990.]]
Durante um discurso perante o [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]] em 1998, Clinton ressaltou a ameaça que [[Saddam Hussein]], o ditador do [[Iraque Baathista|Iraque]], representava:
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Clinton apontou dois juízes para a [[Suprema Corte dos Estados Unidos]]:
* [[Ruth Bader Ginsburg]]&nbsp;– 1993<ref>{{citar web|url=http://www.supremecourt.gov/about/biographies.aspx |título=Biographies of Current Justices of the Supreme Court |publicado=Supremecourt.gov |acessodata=30 de agosto de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110721063602/http://www.supremecourt.gov/about/biographies.aspx|arquivodata=21 de julho de 2011| deadurl=no}}</ref>
* [[Stephen Breyer]]&nbsp;– 1994<ref>{{citar web|url=http://law.onecle.com/ussc/justices/512usxi-appointment-of-justice-breyer.html |título=Appointment and swearing in of Justice Breyer, 1994 |publicado=Law.onecle.com |data=30 de setembro de 1994 |acessodata=30 de gostoagosto de 2011|publicado=Law.onecle.com|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Ele também apontou 66 juízes para as Cortes de Apelação federais e 305 outros juízes para as Cortes Distritais. Suas 373 indicações judiciais foi a segunda maior quantidade de nomeações feitas por um presidente, atrás apenas de [[Ronald Reagan]]. As indicações dele para cargos no judiciário, contudo, não foram sem complicações, com 69 nomeações para juizes federais sendo barradas, no [[Senado dos Estados Unidos|Senado]] (controlado pelo [[Partido Republicano (Estados Unidos)|Partido Republicano]]). No geral, 84% de duas indicações foram aceitas.<ref>{{citar web|url=http://www.fjc.gov/public/home.nsf/hisj|título=Biographical Directory of Federal Judges|publicado=[[Federal Judicial Center]]|acessodata=16 de maio de 2015}}</ref>