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'''Cripteia''' ({{lang-grc|κρυπτεία}} ''krupteía'' de κρυπτός ''kruptós'', "oculto, secreto") é uma ''tradiçãoTradição cultural'' ou um [[Rito de passagem]] praticado por jovens [[Esparta|espartanos]] que integrava o regime de educação [[Agogê]], quando esses jovens experimentavam um período de exclusão, violência e inversão.<ref name="Clark2012"/> Os historiadores acreditam que servir na Cripteia era um rito de passagem para a compleição do próprio Agogê, durante o qual os soldados aprendiam a como se ocultarcamuflar e ganhavam experiência para um combate corpo a corpo.<ref name="ParkLove2009">Louise Park; Timothy Love. ''[http://books.google.com/books?id=qrtQGb0UwL4C&pg=PT10 The Spartan Hoplites]''. Marshall Cavendish; 2009. ISBN 978-0-7614-4449-7. p. 10.</ref>
 
A Cripteia pode ser ainda definida como uma Infantariapolícia secreta, criada para sufocar levantes de [[Hilota]]s pelo interior.<ref name="Sacks">{{Citar livro | sobrenome=Sacks|nome=David |autorlink=|coautor=|título=A Dictionary of the Ancient Greek World |subtítulo= |idioma= inglês|edição= |local= |editora= Oxford University Press|editor=Oswyn Murray |ano= 1995|páginas= |volumes= |página=107|capítulo= |volume= |coleção= |isbn= 9780195112061|issn= |oclc= |id= |notas= |url= http://books.google.com.br/books?id=KeEjUjSaDA0C&pg=PA107|seção= |url_seção=|ref=}} "A cripteiaCripteia tinha(sociedade asecreta) finalidadefoi deum dizimargrupo oficial espartano dedicado a eliminar hilotas subversivos."</ref> Os estudiosos divergem, contudo, se a matança de hilotasHilotas era uma adaptação de um antigo ritual ou se já era parte da cripteiaCripteia desde o início.<ref name="HornblowerSpawforth2012">Simon Hornblower; Antony Spawforth; Esther Eidinow. ''[http://books.google.com/books?id=bVWcAQAAQBAJ&pg=PA786 The Oxford Classical Dictionary]''. Oxford University Press; 2012. ISBN 978-0-19-954556-8. p. 786.</ref>
 
AosAo 15dezoito anos o jovem espartano passava por um treinamento para iniciar-seadolescentes e ingressava num período provisório em que era supervisionado por outros jovens ou "líderes de grupos" (''Bouagos'') - talvez um líder para cada dez jovens - ou se juntava à Cripteia por um período de 5dois anos<ref name="Car2012">"Por 5dois anos um jovem espartano poderia assassinar qualquer suspeito de ser um subversor.", John Car. ''[http://books.google.com/books?id=ULXQvDezwAYC&pg=PR11 Sparta's Kings]''. Casemate Publishers; 2012. ISBN 978-1-78337-634-6. p. 11.</ref>. Os espartanos declaravam guerra aos Hilotas anualmente, de modo que não havia problema ou culpa alguma em assassiná-los. Durante essa iniciação, os jovens dormiam de dia e vagavamperambulavam à noite, assassinando e descartando os corpos de quaisquer hilotasHilotas que encontrassem no caminho. Eles também observavam os hilotasHilotas trabalhando de dia nos campos, a fim de escolherselecionar os que pareciam mais fortes e saudáveis ou que exibiam qualidades de liderança.<ref name="HinksMcKivigan2007">"A vigilância espartana chegava a formas extremas: aum grupo de jovens espartanos chamado de Cripteia era designadadesignado para assassinar líderes em potencial entre os hilotas.", Peter P. Hinks; John R. McKivigan; R. Owen Williams. ''[http://books.google.com/books?id=_SeZrcBqt-YC&pg=PA323 Encyclopedia of Antislavery and Abolition]''. Greenwood Publishing Group; 2007. ISBN 978-0-313-33143-5. p. 323.</ref> O objetivo da caçada era demonstrar aos hilotasHilotas que eles estavam sob constante observação<ref name="Car2012"/><ref name="Bradford2011">Alfred S. Bradford. ''[http://books.google.com/books?id=dYmqG4FetF8C&pg=PA46 Leonidas and the Kings of Sparta: Mightiest Warriors, Fairest Kingdom]''. ABC-CLIO; 2011. ISBN 978-0-313-38598-8. p. 46.</ref>. Armados com apenas uma adaga ou faca, os membros da Cripteia tinham a tarefa de assassinar os hilotasHilotas, escravos quedo cultivavamestado os campos deda Esparta. Não se pode afirmar ao certo se os membros da Cripteia realizavam a tarefa individualmente ou em pequenos grupos<ref name="Lang2008">Bernhard Lang. ''[http://books.google.com/books?id=IC7E464jl08C&pg=PA133 Hebrew Life and Literature: Selected Essays of Bernhard Lang]''. Ashgate Publishing, Ltd.; 2008. ISBN 978-0-7546-6618-9. p. 133.</ref>.
 
[[Platão]] descreve a prática em seu diálogo intitulado ''[[Leis (diálogo)|Leis]]'', no qual a registra como um longo teste de resistência individual sem equipamento ou proteção durante o inverno:
{{Quote|...é o treinamento, amplamente predominante entre nós, de perseverança e resistência à dor e à fome, poratravés meiotanto de pilhagemconcursos sobmanuais o riscoquanto de umaroubos surra,realizados comsob ao marcha no inverno descalço, dormindo em solo duro sem ajudarisco de serviçais. Continuava-sesurras, assim,além a andança por entre noite e diadisso, resistindo a violência do calor. A "cripteiaCripteia", como é chamada, oferece uma formação maravilhosamente severa [633C] para a valentiacoragem, já que aos pessoahomens ficaficam adescalços sósno inverno, consigodormem sem cobertores e não têm mesmoservos, vagandomas pelosse atem-se a si mesmos e perambulam por toda campos,a àzona vigiarural, tanto de algumanoite revoltaquanto dosde hilotasdia.(...)|[[Platão]], ''Leis'' - I. 633b-c<ref>Platão, [http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0166%3Abook%3D1%3Apage%3D633#note1 ''Leis'' - I. 633b-c]</ref>||}}
 
O historiador francês [[Pierre Vidal-Naquet]], por sua vez, sugere que a situação dos jovens espartanosna queCripteia realizavamera a cripteia erasistematicamente oposta à situação regular de um [[hoplita]] espartano. Os hoplitas lutavam em formações organizadas, as [[falange (infantaria)|Falange]]s, enquanto os jovens vagavamperambulavam solitários ou em grupos irregulares; os hoplitas portavam armamento pesado, enquanto os jovens rapazes traziam consigo apenas uma adaga; os hoplitas lutavam em campos abertos, durante o dia e no verão, enquanto os jovens atacavam sorrateiramente à noite, supostamente no inverno, na região montanhosa do interior; os hoplitas faziam suas refeições em conjunto, enquanto os jovens comiam o que conseguiam furtar sem ser pegos.<ref name="Clark2012">Matthew Clark. ''[http://books.google.com/books?id=eMh1kBnmYY0C&pg=PA113 Exploring Greek Myth]''. John Wiley & Sons; 2012. ISBN 978-1-4443-6213-8. p. 113.</ref>