Grão-Principado de Moscou: diferenças entre revisões

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|data_fim = 22 de outubro
|evento_fim = [[Czarado da Rússia|Proclamação do czarismo]]
|p1 = Principado de Vladimir-SúzdalSusdália
|bandeira_p1 = Seal-of-Alexander-Nevsky_1236_Avers.svg
|p2 = República de Novgorod
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|idioma = [[antigo eslavo oriental]]
}}
O {{PBPE|Grão-Ducado de Moscou|Grão-Ducado de Moscovo}} ({{langx|ru|Великое Княжество Московское}}), também conhecido como '''Principado de Moscou''' {{langp|ru|княжество Московское}} ou '''Moscóvia''', foi a entidade política antecessora do [[Império Russo]] e sucessora da [[Rússia Kievanade Quieve]] nas suas terras nórdicas. Este período da história da [[Rússia]] costuma situar-se entre os princípios do {{séc|XIV}} até ao princípio do {{séc|XVIII}}. [[Moscou]] era o local de origem dos [[czar]]es russos.
 
== Evolução e ascensão da Moscóvia ==
Quando os [[Império Mongol|mongóis]] invadiram as terras da [[Rússia Kievanade Quieve]], Moscou não passava de um insignificante posto de comércio no [[principado de Vladimir-SúzdalSusdália]]. No inverno de 1238, os mongóis incendiaram a cidade, além de em 1293, em um ataque punitivo, a saquearem. Apesar disso, a localização remota, situada em uma área de florestas, oferecia certa segurança contra os ataques mongóis e ocupação, e muitos rios ofereciam acesso para os mares [[Mar Báltico|Báltico]] e [[Mar Negro|Negro]] e a região dos montes [[Cáucaso]]. No entanto o mais importante para o desenvolvimento de Moscou no que viria a ser o estado da Moscóvia, foi o papel desempenhado por uma série de príncipes ambiciosos, determinados e sortudos. O primeiro governante do principado de Moscou, [[Daniel da Rússia|Daniel Aleksandrovich]] (morto em 1303), assegurou o principado para seu ramo da [[Dinastia Rurik|dinastia Ryurikidaruríquida]]. Seu filho Ivã I, que governou Moscou entre 1325 e 1340, se tornou conhecido como Ivã KalitaCalita, obteve de seus mestres mongóis o título de Grão Príncipe de Vladimir, tendo colaborado com os mongóis e colecionado tributos de outros principados russos em seu nome. Tal relação proporcionou a Ivã uma maior projeção regional, em especial sobre o principal rival da Moscóvia, a cidade de TverTuróvia. Em 1327 a residência do metropolita ortodoxo foi transferida de [[Vladimir (cidade)|Vladimir]] a Moscou, aumentando ainda mais o prestígio do novo principado sobre os demais.
 
No {{séc|XV}}, os grão-príncipes da Moscóvia começaram a reunir as terras russas para aumentar a população e riqueza sob seu domínio. O mais bem sucedido foi [[Ivã III da Rússia|Ivã III, o Grande]], que governou Moscou entre 1462 a 1505. Em 1478, conquistou [[VelikyNovogárdia Novgorod|NovgorodMagna]] e em 1485 [[TverTuróvia]], e através de herança obteve parte da província de [[RiazanResânia]] e os principados de [[Rostov]] e [[IaroslavlJaroslávia]] se subordinaram de forma voluntária a sua autoridade. Porém seu maior feito foi ter libertado os principados russos de quase dois séculos e meio de jugo tártaro-mongol, derrotando-os em 1480 na [[Batalha do rio Ugra]]. No início do {{séc|XVI}} todas essas terras virtualmente estavam unidas. [[PskovPescóvia]] nessa época continuou independente, porém seu filho [[Basílio III da Rússia|Basílio III]] (reinou de 1505 a 1533), a conquistou.
 
Ivã III foi o primeiro governante moscovita a utilizar os títulos de [[czar]] e "Soberano de todas as Rússias". Ivã ainda competiu com a [[Lituânia]], seu poderoso rival ocidental, pelo controle de alguns dos antigos principados semi-independentes da Rússia Kievanade Quieve no alto [[Dniepre]] e na bacia do [[Rio Donets]]. Através da deserção de alguns príncipes, atritos de fronteiras e uma longa e inconclusiva guerra contra a Lituânia que terminou apenas em 1503, Ivã III foi capaz de avançar na direção oeste, e o território moscovita triplicou de tamanho sob seu reinado.
 
No começo do {{séc|XVI}} o estado Russo passou a ter como meta o retorno de todos os territórios russos perdidos por conta da invasão mongol e para proteger as terras fronteiriças contra ataques das hordas. O nobre, recebendo do soberano, ficou obrigado de servir no exército. Tal sistema se tornou a base do exército de cavalaria nobre.
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No leste foi anexada aos domínios da Rússia a Sibéria Ocidental no {{séc|XVI}}. Desta base, mercadores, comerciantes e exploradores avançaram do [[rio Ob]] ao [[rio Ienissei]], e em seguida ao [[Rio Lena (Rússia)|rio Lena]] e a costa do [[oceano Pacífico]]. Em 1648, o líder cossaco Semyon Dezhnev abriu a passagem entre [[Ásia]] e [[América]]. Em meados do {{séc|XVII}}, os domínios moscovitas alcançaram o [[rio Amur]] e as fronteiras do [[Império Chinês]], na época governado pela [[dinastia Manchu]]. Após um conflito com os chineses, a Rússia fez em 1689 um acordo de paz com a China, o tratado de Nerchinsk. Por conta de tal acordo os russos abandonaram suas reivindicações sobre o vale do Amur, porém ganharam acesso à região a leste do [[lago Baikal]] e a rota comercial para [[Pequim|Beijing]]. Tal área só viria a ser anexada pela Rússia entre 1858 a 1860.
 
No sudoeste a expansão russa, em especial a incorporação da Ucrânia Oriental, teve consequências inesperadas. A maioria dos ucranianos eram ortodoxos, porém seu contato com o [[catolicismo]] romano e a [[Contrarreforma]] polonesa ainda trouxe trabalhos intelectuais ocidentais. Através da Academia de KievQuieve, Rússia ganhou conexões para as influências polonesas e do centro da Europa para o vasto mundo ortodoxo. Apesar de a conexão ucraniano estimulou a criatividade em algumas áreas, ainda estabeleceu as práticas tradicionais religiosas e culturais russas. A Igreja Ortodoxa Russa descobriu que seu isolamento de Constantinopla causou variações em seus livros e práticas litúrgicas. O patriarca ortodoxo russo, Nikon, foi encarregado de fazer com que os textos russos estivessem de acordo com os originais gregos. Porém Nikon encontrou forte oposição que viam as correções como intrusões estrangeiras nocivas, ou talvez o trabalho do diabo. Quando a Igreja Ortodoxa forçou as reformas de Nikon, resultou-se um cisma em 1667. Aqueles que não aceitaram as reformas passaram a ser chamados de "velhos crentes" (''starovery''). Eles foram oficialmente taxados de heréticos e foram perseguidos pela Igreja e pelo regime. A principal figura da oposição, [[Avvakum]], foi queimado na estaca. O racha subsequentemente tornou-se permanente e muitos mercadores e camponeses juntaram-se aos "velhos crentes".
 
== Conhecimento do Ocidente sobre a Moscóvia ==