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* ''Gavialis gangeticus'': <small>Gray, 1831</small>
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O '''gavial''' ([[nome científico]]: ''Gavialis gangeticus'' - de ''gavial'', [[corruptela]] [[língua francesa|francesa]] do termo [[hinduhindustani]] para [[crocodilo]], ''ghaṛyiāl'',<ref>{{Citar livro|título=Notes on English etymology: chiefly reprinted from the Transactions of the Philological society|editor=The Clarendon press|publicação=[[1901]]|páginas=113}}</ref><ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 841.</ref> e ''gangeticus'', relativo ao [[rio Ganges]]) é a única [[espécie extante]] de crocodilo do [[género (biologia)|gênero]] ''[[Gavialis]]'', [[família (biologia)|família]] [[Gavialidae]]. Pode ser encontrado nos rios[[rio]]s da [[Índia]] e [[Nepal]], e historicamente também habitava os rios do [[Paquistão]], [[Butão]], [[Bangladesh]] e [[Mianmar]].
 
A espécie difere dos demais [[crocodiliano]]s pelo [[focinho]] estreito e alongado, e pela presença de uma protuberância nos machos adultos, caracterizando um [[dimorfismo sexual]] visível. Outra característica única é a exteriorização dos [[dente]]s da metade anterior da [[maxila]] e da [[mandíbula]] quando a boca do animal está fechada. Com registros de espécimes medindo até seis metros de comprimento, é uma das maiores espécies dentro da ordem Crocodylia.
 
Essa espécie é considerada uma das mais ameaçadas de [[extinção]] atualmente.<ref name="orissa" /> Atualmente, sua população não ultrapassa 250 animais, além de seu ''[[habitat]]'' vir sendo degradado continuamente pelo humano, que, em constante expansão, tanto urbana quanto na agropecuária, se apropria de [[mata ciliar|zonas ciliares]], onde os gaviais se reproduzem e passam uma parte de suas vidas.<ref name="orissa" />
 
== Evolução e taxonomia ==
Os primeiros registros [[fóssil|fósseis]] do [[clado]] [[Gavialoidea]] datam do [[Cretáceo Superior]] da [[América do Norte]], representando dois gêneros: ''[[Eothoracosaurus]]'' do [[Maastrichtiano]] e ''[[Thoracosaurus]]'' do [[Campaniano]].<ref>{{Citar periódico|autor=Brochu, C.A.|ano=2004|título=A new Late Cretaceous gavialoid crocodylian from eastern North America and the phylogenetic relationships of thoracosaurs|jornal=Journal of Vertebrate Paleontology|volume=24|numero=3|paginas=610-633|doi=10.1671/0272-4634(2004)024[0610:ANLCGC]2.0.CO;2}}</ref> No [[Oligoceno]] da [[África]] e de [[Porto Rico]], aparecem os primeiros representantes da família Gavialidae, ''[[Eogavialis]]'' e ''[[Aktiogavialis]]'', respectivamente.<ref>{{citar periódico|autor=Vélez-Juarbe, J.; Brochu, C.A.; Santos, H|título=A gharial from the Oligocene of Puerto Rico: transoceanic dispersal in the history of a non-marine reptile|jornal=Proceedings of the Royal Society|volume=274|numero=1615|paginas=1245–54|doi=10.1098/rspb.2006.0455}}</ref> Restos fósseis são abundantes do [[Mioceno Superior]] ao [[Quaternário]] nas montanhas [[Sivalik]] no Paquistão.<ref name="Brochu97">{{Citar periódico|autor=Brochu C.A.|ano=1997|título=Morphology, fossils, divergence timing, and the phylogenetic relationships of ''Gavialis''|jornal=Systematic Biology|volume=46|paginas=479–522|doi=10.1093/sysbio/46.3.479}}</ref> Alguns desses espécimes são referidos como sendo ''G. gangeticus'' por Steel (1973), entretanto, essa identificação é rejeitada por alguns pesquisadores.<ref name="Brochu97"/> Espécies do gênero ''[[Gavialis]]'' foram descritas dos períodos Mioceno e [[Plioceno]] na [[Índia]], principalmente no Grupo Sivalik.<ref>{{Citar periódico|autor=Lull, R.S.|ano=1944|título=Fossil gavials from India|jornal=American Journal of Science|volume=242|paginas=417-430}}</ref> A espécie ''Gavialis gangeticus'' aparece apenas no [[Holoceno]] (Recente).<ref name="Brochu97"/>
 
[[Johann Friedrich Gmelin]] [[Descrição de espécies|descreveu]] o gavial em 1789 com o nome de ''Lacerta gangetica''.<ref>Gmelin,J.F. 1789. In: Linnaeus, C. ''Systema Naturae per regna tria naturae secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Tomus 1, Pars III.'' Editio decima tertia, aucta, reformata. Leipzig: Imprensis Georg. Emanuel Beer, pp. 1788-1793.</ref> Em 1811, [[Nicolaus Michael Oppel]], descreveu o gênero ''Gavialis'',<ref>{{Citar livro|autor=Oppel, R|ano=1811|título=Ordnungen, Familien, und Gattungen der Reptilien als Prodrom einer Naturgeschichte derselben|local=Viena|editora=Lindauer|páginas=86|url=http://books.google.com.br/books?id=VedAAAAAcAAJ&printsec=frontcover&dq=Ordnungen,+Familien,+und+Gattungen+der+Reptilien+als+Prodrom+einer+Naturgeschichte+derselben&source=bl&ots=lA9geTAqCl&sig=l4iqJ9CoDAAntsTFZpjfcb4PvPA&hl=pt-BR&ei=LjXKS4PsEM6OuAeu16mBBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CAYQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false}}</ref> e em 1831 [[John Edward Gray]] recombinou a espécie para ''Gavialis gangeticus''.<ref>{{Citar livro|autor=Gray, J.E|ano=1831|título=Synopsis Reptilium or short descriptions of the species of reptiles. Vol. 1, Cataphracta, tortoises, crocodiles, and enaliosaurians|local=Londres|editora=Truettel, Wurtz, & Co.|páginas=88}}</ref> O gavial é o único membro ainda existente do gênero ''Gavialis'', e, junto com o ''[[Tomistoma schlegelii]]'', representa as linhagens sobreviventes da família Gavialidae. Estudos [[morfologia (biologia)|morfológicos]] posicionavam o gênero ''Tomistoma'' na família Crocodylidae,<ref name="Brochu97"/> entretanto, [[Sequenciamento de DNA|análises moleculares]] demonstraram que o ''Gavialis'' e ''Tomistoma'' são grupos relacionados entre si.<ref>{{Citar periódico|autor=Gatesy, J.; Amato, G.; Norell, M.; DeSalle, R.; Hayashi, C.|ano=2003|título=Combined support for taxic wholesale taxic atavism in gavialine crocodilians|jornal=Systematic Biology|volume=52|numero=3|paginas=403–422|doi=10.1080/10635150390197037}}</ref><ref>{{Citar periódico|autor=Harshman, J.; Huddleston, C.J.; Bollback, J.P.; Parsons, T.J.; Braun, M.J.|ano=2003|título=True and false gharials: a nuclear gene phylogeny of Crocodylia|jornal=Systematic Biology|volume=52|numero=3|paginas=386–402|doi=10.1080/10635150390197028}}</ref> Estudos moleculares também sugerem o grupo ''Gavialis/Tomistoma'' como [[grupo-irmão]] dos demais crocodilos, e todos formando uma única família, a [[Crocodylidae]] ''[[sensu lato]]'',.<ref>{{Citar periódico|autor=Janke, A.; Gullberg, A.; Hughes, S.; Aggarwal, R.K.; Arnason, U.|ano=2005|título=Mitogenomic analyses place the gharial (''Gavialis gangeticus'') on the crocodile tree and provide pre-K/T divergence times for most crocodilians|jornal=Journal of Molecular Evolution|volume=61|numero=5|paginas=620–626|doi=10.1007/s00239-004-0336-9}}</ref><ref>{{Citar periódico|autor=Roos, J.; Aggarwal, R.A.; Janke, A.|ano=2007|título=Extended mitogenomic phylogenetic analyses yield new insight into crocodylian evolution and their survival of the Cretaceous–Tertiary boundary|jornal=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=45|numero=2|paginas=663-673|doi=10.1016/j.ympev.2007.06.018}}</ref> entretantoEntretanto, alguns pesquisadores continuam se referindo a ''Gavialis/Tomistoma'' como uma família distinta.<ref>{{Citar periódico|autor=Willis, R.E.; McAliley, L.R.; Neeley, E.D.; Densmore III, L.D.|ano=2007|título=Evidence for placing the False Gharial (''Tomistoma schlegelii'') into the family Gavialidae; inferences from nuclear gene sequences|jornal=Molecular Phylogenetics and Evolution|volume=43|numero=3|paginas=787-794|doi=10.1016/j.ympev.2007.02.005}}</ref>
 
== Distribuição geográfica e habitat ==
[[Imagem:Gharial_in_Karnali.JPG|thumb|esquerda|200px180px|<div style="text-align: center;">Gaviais nas margens do [[Rio Gagara|rio Karnali]], no Nepal</div>]]
O gavial originalmente estava distribuído nos rios [[rio Indo|Indo]], [[rio Ganges|Ganges]], [[rio Bramaputra|Bramaputra]] e [[rio Mahanadi|Mahanadi]] no [[Paquistão]], [[Índia]], [[Nepal]], [[Bangladesh]] e [[Butão]]. Sua presença no [[rio Irrawaddy]], em [[Mianmar]], é confirmada por apenas dois registros científicos.<ref name="IUCN">{{Citar IUCN |assessores=Choudhury, B.C., Singh, L.A.K., Rao, R.J., Basu, D., Sharma, R.K., Hussain, S.A., Andrews, H.V., Whitaker, N., Whitaker, R., Lenin, J., Maskey, T., Cadi, A., Rashid, S.M.A., Choudhury, A.A., Dahal, B., Win Ko Ko, U., Thorbjarnarson, J & Ross, J.P.|ano=2007|id=8966|título=Gavialis gangeticus|anoIUCN1=2010|anoIUCN2=2010|versão=1|acessodata=7 de abril de 2010}}</ref> O [[rio Kaladan]] na [[fronteira Índia-Mianmar]] também possui registro de ocorrência para a espécie.<ref>{{Citar periódico|autor=Bustard, H.R.; Choudhury, B.C.|ano=1982|título=The distribution of the Gharial|jornal=Journal of the Bombay Natural History Society|volume=79|numero=2|paginas=427-428}}</ref> A distribuição do gavial é [[especiação simpátrica|simpátrica]] com a do ''[[Crocodylus palustris]]''.<ref>{{Citar periódico|autor=Rao, R.J.; Choudhury, B.C.|ano=1990|título=Sympatric distribution of Gharial ''Gavialis gangeticus'' and Mugger ''Crocodylus palustris'' in India|jornal=Journal of the Bombay Natural History Society|volume=89|paginas=313-314}}</ref> As populações do Paquistão, Butão e Mianmar, e provavelmente do Bangladesh, foram extintas. Três populações viáveis ocorrem no Nepal (rio [[rio Narayani|Rapti/Narayani]]) e na Índia (rios [[rio Chambal|Chambal]] e [[rio Girwa|Girwa]]); e outras populações não viáveis são encontradas nos rios [[rio Karnali|Karnali]], [[rio Babai|Babai]] e [[rio Khosi|Koshi]], no Nepal, e Mahanadi, [[rio Son|Son]], [[rio Ken|Ken]] e [[rio Ramganga|Ramganga]], na Índia.<ref>{{Citar periódico|autor=Whitaker, R.|ano=2007|título=The Gharial: Going Extinct Again|jornal=Iguana|volume=14|numero=1|paginas=25-33}}</ref> Pequenas populações ainda podem ocorrer no Bramaputra, no nordeste da Índia, apesar dosde os últimos registros confirmados serem de 1993.<ref>{{Citar periódico|autor=Choudhury, A.|ano=1997|título=Status of Gharial in Arunachal Pradesh|jornal=CSG Newsletter|volume=16|paginas=1–8}}</ref> Habita, principalmente, rios caudalosos profundos e rápidos com poços naturais e [[banco de areia|bancos de areia]] nas margens.<ref>{{citar notícia|url=http://www.gharialconservation.org/PDF/GRAP.pdf|titulo=Gharial Recovery Action Plan|acessodata= |autor=The Gharial Multi-Task Force|data=2006|ano=2006|mes= |formato= |obra= |publicado= |paginas=1-18|lingua=Inglês}}</ref> Com a exceção de um possível registro histórico para uma [[lagoa]] [[salobra]], os gaviais não são encontrados em [[água salgada]].<ref>{{Citar livro|autor=Ross, J.P. (ed.)|título=Crocodiles—Status Survey and Conservation Action Plan|editora=IUCN Publications Services Unit|ano=1998|isbn= 2-8317-0441-3}}</ref>
 
== Características ==
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| <div style="text-align: center;"> 29 anos (em cativeiro)</div>
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[[Imagem:Gavialis gangeticus, ZOO Praha 051.jpg|thumb|direita|205px180px|<div style="text-align: center;">Detalhe da boca fechada com os dentes exteriorizados</div>]]
[[Imagem:Gavial_Skeleton.jpg|thumb|205px180px|<div style="text-align: center;">Esqueleto de um gavial adulto</div>]]
 
O gavial tem o [[focinho]] mais longo entre todos os crocodilianos, e é uma das maiores espécies em comprimento.<ref name="Grzimek">Whitaker, R.E.; Whitaker, N. "Gharials". in Hutchins, M.; Murphy, J.B., Schlager, N. (eds.). ''Grzimek's Animal Life Encyclopedia''. 2ª ed. vol. 7 Reptiles. Farmington Hills: Gale Group, 2003. p. 166-170.</ref> Os machos são maiores que as fêmeas, medindo em média 4,5 a 5 metros, enquanto as fêmeas alcançam na média 3,5 a 4 metros. Registros históricos reportam espécimes com mais de seis metros de comprimento. O maior exemplar conhecido foi morto em janeiro de 1924 no [[rio Kosi]] ao norte de [[Bihar]] e media 7,1 metros.<ref>{{Citar livro| autor=Carwardine, M |título=Natural History Musem - Animal Records |subtítulo= |idioma=Inglês |edição= |local=Londres |editora= Sterling Publishing|ano=2008 |páginas=256}}</ref> O peso de um adulto varia entre 159 e 181 quilogramas.<ref name="ADW"/> Os adultos têm coloração marrom-escura a oliva no dorso, e branca a amarela no ventre.<ref name="Grzimek"/> Os filhotes são marrom-acinzentados com cinco faixas transversais irregulares no corpo e nove na cauda.<ref name="Boulenger"/>
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== Comportamento e ecologia ==
[[Imagem:Gaviál indický.jpg|thumb|esquerda|250px180px|Dois gaviais no zoo de [[Praga]]]]
Gaviais são os mais aquáticos dos crocodilianos existentes, e os adultos aparentemente não têm a capacidade de andar em uma postura semi-ereta como outros crocodilianos. Os machos adultos desta espécie se destacam por apresentar um apêndice bulboso na ponta do focinho, parecido com um "pote", chamado de ''ghara''. Embora a função do ''ghara'' não seja bem compreendida, ele é indicativo de dimorfismo sexual na espécie, e pode ser utilizado como um ressonador de som ou para a formação de bolhas ou outros comportamentos associados ao acasalamento.<ref name="Whitaker" />
 
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=== Reprodução ===
[[Imagem:Indian_Gharial_at_the_San_Diego_Zoo_(2006-01-03)_(headshot).jpg|thumb|direita|200px180px|A protuberância presente no focinho dos gaviais machos]]
As fêmeas adultas, que atingem a maturidade e se tornem sexualmente receptivas em torno de dez anos de idade, são defendidas em áreas por indivíduo do sexo masculino. O ''Ghara'' é utilizado em momentos de namoro entre gaviais, comumente são vistas bolhas saindo de dentro dele.<ref name="Nascença" />
 
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== Conservação ==
O gavial é classificado como '''em [[perigo crítico''']] pela [[IUCNUnião Internacional para a Conservação da Natureza]], pelo fato de ter havido uma redução do tamanho da população de mais que 80% nos últimos dez anos ou três gerações, e além disto, o declínio pode não ser reversível. Estimativas mais generalizadas mostram uma redução mais avassaladora da espécie. A população pode ter caido de 86 a 88% em um intervalo de dez anos.<ref name="IUCN"/><ref name="India gavial">[http://timesofindia.indiatimes.com/India/At_200_gharials_now_on_critically-endangered_list/articleshow/2363751.cms "At 200, gharials now on critically-endangered list" by Neelam Raaj , TNN, The Times of India, 13 Sep 2007]</ref>
 
Outro critério para enquadrar o gavial como em perigo crítico também pode ser justificado pelo fato do tamanho de a população estar estimada em menos que 250 indivíduos maduros, e numa continua queda que pode seguir um ritmo de 25% de três em três anos. As estimativas do tamanho da população adulta indicam que houve um declínio de 436 gaviais adultos em 1997 para 188 em 2006. Isso representa uma queda de 58% em toda a sua gama durante um período de nove anos.<ref name="estudo" />
 
=== Histórico da população ===
Os primeiros registros do gavial são essencialmente subjetivos e raramente quantitativos. Alguns estudos passados demonstravam certa abundância de gaviais em seu ''habitat''. Eram comuns no rio Indo, no Paquistão, nos anos de 1921. Diversos autores mencionavam a ver grandes grupos de gaviais juntos. Em 1885 era comum as pessoas contarem sessenta e quatro gaviais em duas horas,<ref name="India gavial"/> às margens do [[Rio Jamuna]]. Outros relatos confirmam que eram encontrados em todos os grandes rios do norte da Índia.<ref name="Hindu conservaçao">[http://www.gharialconservation.org/PDF/GharialFlyer.pdf Relatório da Conservação do Gavial (em hindu)]</ref>
 
[[Imagem:Indian Gharial Crocodile Digon3.JPG|thumb|300px|esquerda|A população total estimada de gaviais selvagens no mundo está em [[IUCN|estado crítico]].]]