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== Ciências humanas ==
 
Nas ciências humanas contemporâneas, a ideia de gênero se relaciona à ideia de normatividade social. É dito que diferentes sociedades criam diferentes expectativas a respeito do comportamento das pessoas baseadas nos órgãos reprodutores dessas pessoas. Geralmente são implicações materiais deônticas (ou seja, sentenças lógicas do tipo Se -> Então Deve):
 
Por exemplo
 
"Se possui útero, então deve agir de tal e tal forma"
 
"Se possui vagina, então deve agir de tal e tal forma"
 
"Se possui testículos, então deve agir de tal e tal forma"
 
Só que, segundo a ideia de gênero hoje aceita pelas ciências humanas, regras de comportamento relativas ao que se espera das pessoas de acordo com seus órgãos reprodutores são dadas pela sociedade e mudam de sociedade para sociedade, de comunidade para comunidade, e por isso, seria errado dizer que existe uma maneira universal de se agir baseando-se nos órgãos genitais ou reprodutores dos indivíduos. A partir dessa ideia surge a ideia de sexismo. Sexismo seria a concepção de que as pessoas deveriam agir de acordo com as expectativas que uma estrutura social cria em relação a seus órgãos reprodutores. <ref>{{citar livro|título=Genre Studies Around the Globe: Beyond the Three Traditions|ultimo=ARTEMEVA|primeiro=Natasha|editora=|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>
 
Na Antropologia clássica a distinção de gênero é recorrente no estudo da organização social e do parentesco, mas a questão não é problematizada, ficando restrita a esses dois aspectos. Para [[Lewis Henry Morgan]], antropólogo clássico do evolucionismo, a descendência pela linha feminina só é possível em sociedades "menos avançadas", sendo a passagem da descendência para a linha paterna o que marcaria a passagem à civilização e emergência de uma nova ordem social. Na tradição estruturalista, [[Lévi-Strauss]] percebe que a troca de mulheres através do casamento representa uma forma básica de garantir a aliança entre os grupos de parentesco e constituir, assim, a sociedade. A crítica feminista pontua que, assim como Morgan e Lévi-Strauss, a maior parte dos antropólogos clássicos observou e descreveu cuidadosamente o comportamento dos homens e das mulheres nas diversas esferas de atividade, seus desempenhos no ritual e sua presença no imaginário mítico. No entanto, essa descrição etnográfica é marcada pelo [[etnocentrismo]], inclusive na abordagem das distinções de gênero e das relações entre homens e mulheres.<ref name="Suárez">{{citar web|url=http://www.dan.unb.br/images/doc/Serie177empdf.pdf|título=Enfoques feministas e antropologia|acessodata=18 de outubro de 2013|autor=SOARES, Mireya Suárez de|ano=1995}}</ref>