Anglo-saxões: diferenças entre revisões
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[[imagem:Sutton Hoo helmet 2016.png|thumb|200px|O elmo de Sutton Hoo é um elmo anglo-saxão decorado descoberto durante a escavação de 1939 no funeral do navio Sutton Hoo. Foi enterrado em torno de 625 e é amplamente acreditado ser o elmo do rei
Os '''anglo-saxões''' foram um povo que habitou a [[Grã-Bretanha]] a partir do
A história dos anglo-saxões é a história de uma identidade cultural. Ela desenvolveu-se a partir de grupos divergentes em associação com a adoção do cristianismo pelo povo e foi parte integrante do estabelecimento de vários reinos. Ameaçada por extensas invasões dinamarquesas e ocupação militar do leste da Inglaterra, essa identidade foi restabelecida; dominou até depois da Conquista Normanda <ref name=":0" />. A cultura anglo-saxônica visível pode ser vista na cultura material de edifícios, estilos de vestimenta, iluminuras e ofertas em túmulos. Por trás da natureza simbólica desses emblemas culturais, existem fortes elementos de laços tribais e senhoriais. A elite se descreveu como reis que desenvolveram burhs e identificaram seus papéis e povos em termos bíblicos. Acima de tudo, como Helena Hamerow observou, "grupos de parentesco locais e estendidos permaneceram... a unidade essencial da produção durante o período anglo-saxão" <ref>{{citar livro|título=Rural Settlements and Society in Anglo-Saxon England|ultimo=Hamerow|primeiro=Helena|editora=Oxford University Press|ano=2012|local=|
O uso do termo anglo-saxão pressupõe que as palavras anglos, saxões ou anglo-saxões tenham o mesmo significado em todas as fontes. Este termo começou a ser usado apenas no
== Etnônimo ==
O etnônimo inglês antigo "''Angul-Seaxan''" vem do latim ''Angli-Saxones'' e tornou-se o nome dos povos que Beda chama ''Anglorum'' <ref>{{citar livro|título=Bede's Angli: Angles or English?|ultimo=Richter|primeiro=Michael
As primeiras referências históricas usando este termo são de fora da Grã-Bretanha, referindo-se a invasores piratas germânicos, "saxões" que atacaram as margens da Grã-Bretanha e da Gália no
A igreja cristã parece ter usado a palavra ''Angli''; por exemplo, na história do papa Gregório I e sua observação, "''Non Angli sed angeli''" (não ingleses, mas anjos) <ref name=":1" />. Os termos ''ænglisc'' ('a língua inglesa') e ''Angelcynn'' ('o povo inglês') também foram utilizados pelo rei saxão ocidental [[Alfredo da Saxônia Ocidental|Alfredo]] para se referir ao povo; ao fazê-lo, ele seguia a prática estabelecida <ref>{{citar periódico|ultimo=Timofeeva|primeiro=Olga|data=2013|titulo=Of ledenum bocum to engliscum gereorde
Os falantes indígenas de britônico comum se referiam aos anglo-saxões como saxões ou talvez ''Saeson'' (a palavra ''Saeson'' é a palavra galês moderna para "pessoa/povo inglês"); A palavra equivalente em gaélico escocês é ''Sasannach'' e na língua irlandesa, ''Sasanach'' <ref>{{citar livro|título=A View of the Irish Language: Language and History in Ireland from the Middle Ages to the Present|ultimo=Ellis|primeiro=Steven G.
== História Anglo-Saxã Inicial (410-660) ==
O período anglo-saxão inicial abrange a história da Grã-Bretanha medieval que começa a partir do fim do domínio romano. É um período amplamente conhecido na história europeia como o Era das Migrações ou ''Völkerwanderung'' <ref>{{Citar web|url=http://www.collinsdictionary.com/dictionary/english/v%C3%B6lkerwanderung|titulo=Völkerwanderung definition and meaning {{!}} Collins English Dictionary
Até o ano 400, o sul da Grã-Bretanha – que é a Grã-Bretanha abaixo da [[Muralha de Adriano]] – era uma parte do [[Império Romano do Ocidente|Império Romano Ocidental]], ocasionalmente perdido por rebelião ou invasão, mas até então eventualmente recuperada. Por volta de 410, a Grã-Bretanha passou do controle imperial direto para uma fase denominada "sub-romana" <ref>{{citar livro|título=Roman Britain|ultimo=Salway|primeiro=P.|editora=Oxford, Oxford University Pres|ano=1981|local=|
=== Migração (c.410–c.560) ===
[[imagem:Anglo.Saxon.migration.5th.cen.jpg|miniaturadaimagem|As migrações de acordo com Beda, que escreveu cerca de 300 anos após o evento; Há evidências arqueológicas de que os colonos na Inglaterra vieram de muitas dessas localidades continentais]]
A narrativa tradicional deste período é de declínio e queda, invasão e migração; no entanto, o arqueólogo Heinrich Härke declarou <ref>{{Citar web|url=https://www.reading.ac.uk/archaeology/about/staff/h-g-h-harke.aspx|titulo=Dr Heinrich Härke - University of Reading
Gildas relata como a guerra estourou entre os saxões e a população local – Higham o chama de "Guerra dos Saxões Federados" – que terminou pouco depois do cerco em
Esta visão dos anglo-saxões que exercem amplos poderes políticos e militares em uma data precoce permanece contestada. A visão mais desenvolvida de uma continuação na Grã-Bretanha sub-romana, com controle sobre seu próprio destino político e militar por mais de um século, é de Kenneth Dark <ref>{{citar livro|título=Civitas to Kingdom: British Political Continuity 300–80|ultimo=Dark|primeiro=Kenneth|editora=Leicester University Press|ano=1994|local=
Os estudiosos não chegaram a um consenso sobre o número de migrantes que entraram na Grã-Bretanha nesse período. Heinrich Härke sugere que o número é de cerca de 100.000 <ref name=":2" />, com base na evidência molecular. Mas, arqueólogos como Christine Hills <ref name=":1" /> e Richard Hodges <ref>{{citar livro|título=Anglo-Saxon Migration and the Molecular Evidence|ultimo=Hedges|primeiro=Robert|editora=Oxford University Press|ano=2011|local=Oxford|páginas=81-83
O que aconteceu com os povos indígenas britânicos também está sujeito a perguntas. Heinrich Härke e Richard Coates <ref>{{citar livro|título=Invisible Britons: The view from linguistics. Paper circulated in connection with the conference Britons and Saxons|ultimo=Coates|primeiro=Richard|editora=University of Sussex Linguistics and English Language Department|ano=2004|local=|
O segundo processo é explicado através de incentivos. Nick Higham resumiu desta maneira:<blockquote>''Como Bede implicou mais tarde, a linguagem era um indicador chave da etnia no início da Inglaterra. Em circunstâncias em que a liberdade em lei, a aceitação com os parentes, o acesso ao patronato e o uso e a posse de armas eram exclusivos para aqueles que podiam reivindicar descendência germânica, então falar inglês antigo sem inflexão latina ou britânica tinha um valor considerável.'' <ref name=":0" /></blockquote>Em meados do
=== Desenvolvimento da Sociedade Anglo-Saxã (560–610) ===
[[imagem:Tribal Hidage.svg|miniaturadaimagem|301x301px|Mapa
Na última metade do {{séc|VI}}, quatro estruturas contribuíram para o desenvolvimento da sociedade; elas eram a posição e as liberdades do ''[[ceorl]]'', as áreas tribais menores que se agrupavam em reinos maiores, a elite desenvolvendo-se de guerreiros a reis e o monasticismo irlandês desenvolvendo-se sob [[Finiano]] (que consultara [[Gildas]]) e seu aluno [[São Columba|Columba]].
As fazendas anglo-saxônicas desse período são muitas vezes erroneamente pensadas ser "fazendas camponesas". No entanto, um ''ceorl'', que era o homem livre de menor ranking na sociedade anglo-saxônica inicial, não era um camponês, mas um homem com armas, com o apoio de sua família (''kindred''), acesso à lei e ''[[wergild]]''; situado no ápice de uma casa alargada que trabalha pelo menos uma faixa de terra <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/An_English_empire.html?id=iaAgAAAAMAAJ&redir_esc=y|título=An English empire: Bede and the early Anglo-Saxon kings|ultimo=Higham|primeiro=N. J.|data=1995|editora=Manchester University Press|lingua=en|isbn=9780719044236}}</ref>. O agricultor tinha liberdade e direitos sobre as terras, com provisão de um aluguel ou dever para um senhor que forneceu apenas uma pequena entrada de senhorio. A maior parte dessa terra era terra cultivável comum (de um sistema de campo externo) que forneceu aos indivíduos os meios para construir uma base de parentesco (''kinship'') e vínculos culturais grupais <ref>{{citar livro|título=Tradition and Transformation in Anglo-Saxon England: Archaeology, Common Rights and Landscape|ultimo=Oosthuizen|primeiro=Susan|editora=Bloomsbury Academic|ano=2013
O ''[[
No final do
O processo de guerreiro para ''[[cyning]]'' – inglês antigo para "[[rei]]" – é descrito em [[Beowulf]]:
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''Além da estrada da baleia (mar) teve que ceder a ele''
''E começar a prestar tributo. Esse foi um bom rei'' <ref>{{citar livro|título=Beowulf|ultimo=(trad.) Heaney|primeiro=Seamus
=== Conversão ao Cristianismo (590–660) ===
[[imagem:Athelstan.jpg|miniaturadaimagem|[[Etelstano de Inglaterra|
Em 565, Columba, um monge da Irlanda que estudou na escola monástica de Moville sob Santo Finnian, chegou a Iona como um exílio auto-imposto. A influência do mosteiro de Iona cresceria no que Peter Brown descreveu como um "império espiritual inusitadamente extenso", que "se estendeu do oeste da Escócia, até o sudoeste, no coração da Irlanda e, ao sudeste, atingiu o norte Grã-Bretanha, através da influência do seu mosteiro irmão Lindisfarne " <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/The_Rise_of_Western_Christendom.html?id=-S9N1h_RS-IC&redir_esc=y|título=The Rise of Western Christendom: Triumph and Diversity 200-1000 AD|ultimo=Brown|primeiro=Peter|data=2003-01-08|editora=Wiley|lingua=en|isbn=9780631221388}}</ref>.
Em junho de 597, Columba morreu. Naquele momento, Agostinho desembarcou na Ilha de Thanet e seguiu para a principal cidade do rei
Em 635 Aidan, um monge irlandês de Iona escolheu a Ilha de [[Lindisfarne]] para estabelecer um mosteiro e perto da principal fortaleza de
Em 664, o Sínodo de Whitby foi convocado e estabeleceu a prática romana em oposição à prática irlandesa (em estilo de tonsure e datas da Páscoa) como norma na Nortúmbria e, assim, "trouxe a igreja da Nortúmbria para a corrente principal da cultura romana" <ref>{{Citar livro|url=http://www.worldcat.org/title/earliest-life-of-gregory-the-great/oclc/385980|título=The earliest life of Gregory the Great,|ultimo=Anonymous monk of Whitby|ultimo2=Colgrave|primeiro2=Bertram|ultimo3=Stiftsbibliothek Sankt Gallen|data=1968|editora=University of Kansas Press|local=Lawrence|lingua=English}}</ref>. O assento episcopal de [[Reino da Nortúmbria|Nortúmbria]] foi transferido de Lindisfarne para York. Wilfrid, principal defensor da posição romana, mais tarde tornou-se Bispo da Nortúmbria, enquanto Colmán e os adeptos de Ionan, que não alteraram suas práticas, retiraram-se para Iona.
== Média História Anglo-Saxã (660–899) ==
Em 660, o mapa político da [[Baixa-Bretanha]] se desenvolveu com territórios menores que se agrupavam em reinos, desde então reinos maiores começaram a dominar os reinos menores. O desenvolvimento dos reinos, com um rei em particular sendo reconhecido como um senhor superior, desenvolvido a partir de uma estrutura inicial que, segundo Higham, está vinculada de volta ao ''feodus'' original <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/The_English_Conquest.html?id=Bgu9AAAAIAAJ&redir_esc=y|título=The English Conquest: Gildas and Britain in the Fifth Century|ultimo=Higham|primeiro=N. J.|data=1994|editora=Manchester University Press|lingua=en|isbn=9780719040801}}</ref>. O nome tradicional para este período é [[Heptarquia]], que não tem sido utilizada por estudiosos desde o início do
=== Supremacia da Mércia (626–821) ===
[[imagem:England green top-pt.svg|miniaturadaimagem|Um mapa político da Grã-Bretanha em cerca de 650 (os nomes estão em português moderno)]]
A Terra Média-Baixa da Grã-Bretanha era conhecida como o lugar do ''Mierce'', o povo fronteiriço, em latim, ''Mercia''. [[Reino da Mércia|Mércia]] era uma área diversificada de grupos tribais, como mostra o ''
O sucesso militar
=== Aprendizado e monasticismo (660–793) ===
[[imagem:Britain 802.jpg|miniaturadaimagem|Mapa da Grã-Bretanha em 802]]
Michael Drout chama esse período a "Idade de Ouro", quando o aprendizado floresce com um renascimento no conhecimento clássico <ref>Drout, Michael DC. Imitating fathers: tradition, inheritance, and the reproduction of culture in Anglo-Saxon England. Diss. Loyola University of Chicago, 1997.</ref>. O crescimento e a popularidade do monasticismo não foram um desenvolvimento inteiramente interno, com influência do continente que moldava a vida monástica anglo-saxônica. Em 669, Theodore, um monge de língua grega, originário de Tarsus na Ásia Menor, chegou na Grã-Bretanha para se tornar o oitavo arcebispo de Canterbury. Ele se juntou no ano seguinte ao seu colega Adriano, um africano de língua latina por origem e ex-abade de um mosteiro na Campânia (perto de Nápoles) <ref>Lendinara, Patrizia. "The world of Anglo-Saxon learning." The Cambridge Companion to Old English Literature (1991)</ref>. Uma de suas primeiras tarefas em Canterbury foi o estabelecimento de uma escola; e de acordo com Beda (escrevendo cerca de sessenta anos depois), eles logo "atraíram uma multidão de alunos em cujas mentes eles diariamente derramaram os fluxos de aprendizado saudável" <ref name=":5" />. Como evidência de seu ensino, Beda relata que alguns de seus alunos, que sobreviveram em seu próprio dia, eram tão fluentes em grego e latim como em sua língua nativa. Bede não menciona [[Adelmo
O monasticismo anglo-saxão desenvolveu a instituição incomum do "duplo mosteiro", uma casa de monges e uma casa de freiras, vivendo um ao lado do outro, compartilhando uma igreja, mas nunca se misturam e vivem vidas separadas de celibato. Estes monastérios duplos foram presididos por abadesas, algumas das mulheres mais poderosas e influentes da Europa. Os monastérios duplos que foram construídos em locais estratégicos perto de rios e costas, acumulavam imensa riqueza e poder em várias gerações (suas heranças não estavam divididas) e se tornaram centros de arte e aprendizado <ref>Godfrey, John. "The Double Monastery in Early English History." Ampleforth Journal 79 (1974)</ref>.
Enquanto
=== Hegemonia Saxã Ocidental e as Guerras Anglo-Escandinavas (793–878) ===
O {{séc|IX}} viu o surgimento da Saxônia Ocidental, desde os fundamentos colocados pelo rei [[Egberto da Saxônia Ocidental|Egberto]] no primeiro quarto do século até as realizações do rei Alfredo o Grande nas suas décadas de encerramento. Os contornos da história são contados na Crônica Anglo-Saxônica, embora os anais representem um ponto de vista saxão ocidental <ref>Dumville, David N., Simon Keynes, and Susan Irvine, eds. The Anglo-Saxon chronicle: a collaborative edition. MS E. Vol. 7. Ds Brewer, 2004.</ref>. No dia da sucessão de Egberto ao Reino da Saxônia Ocidental, em 802, um ealdorman
[[imagem:Viking weight combined only reflection.jpg|miniaturadaimagem|Peso de moeda anglo-saxo-viking. O material é chumbo e pesa aproximadamente 36 g. Incorporado com um sceat datado de 720-750 dC e cunhado em Kent. Está orlado em um padrão de triângulo pontilhado. A origem é a região do Danelaw e data do final do século VIII ao IX]]▼
A riqueza dos mosteiros e o sucesso da sociedade anglo-saxônica atraíram a atenção das pessoas da Europa continental, principalmente dinamarqueses e noruegueses. Devido às incursões de pilhagem que se seguiram, os invasores receberam o nome de "viking" – do nórdico antigo ''víkingr'' que significa uma expedição – que logo se tornou usado para a atividade de invasão ou a pirataria relatada na Europa Ocidental <ref>Sawyer, Peter Hayes, ed. Illustrated history of the Vikings. Oxford University Press, 2001</ref>. Em 793, Lindisfarne foi invadida e, apesar de não ser a primeira incursão desse tipo, foi a mais proeminente. Um ano depois, Jarrow, o mosteiro onde Bede escreveu, foi atacado; em 795 Iona; e em 804 o convento na Lyminge Kent foi concedido refúgio dentro das muralhas de Canterbury. Por volta de 800, um Reeve de Portland na Saxônia Ocidental foi morto quando ele confundiu alguns invasores com comerciantes comuns.▼
▲[[imagem:Viking weight combined only reflection.jpg|miniaturadaimagem|Peso de moeda anglo-saxo-
As incursões vikings continuaram até 850, então a ''Crônica'' diz: "Os pagãos pela primeira vez permaneceram durante o inverno". A frota não parece ter ficado longamente na Inglaterra, mas começou uma tendência que outros seguiram posteriormente. Em particular, o exército que chegou em 865 permaneceu durante muitos invernos, e parte dele mais tarde estabeleceu o que se chamou [[Danelaw]]. Este foi o "Grande Exército", um termo usado pela ''Crônica'' na Inglaterra e por Adrevald de Fleury no continente. Os invasores foram capazes não só de explorar as feudos entre e dentro dos vários reinos, mas também para designar reis fantoches, Ceolwulf em Mercia em 873, "um tolo thane do rei" (ASC) e talvez outros em Nortúmbria em 867 e East Anglia em 870 <ref name=":7" />. A terceira fase foi uma era de assentamento; no entanto, o "Grande Exército" foi onde quer que ele pudesse encontrar as colheitas mais ricas, atravessando o Canal diante de oposição resoluta, como na Inglaterra em 878, ou com fome, como no continente em 892 <ref name=":7" />. Nesta fase, os vikings assumiram uma importância cada vez maior como catalisadores de mudanças sociais e políticas. Eles constituíam o inimigo comum, tornando os ingleses mais conscientes de uma identidade nacional que superou distinções mais profundas; eles poderiam ser percebidos como um instrumento de punição divina pelos pecados do povo, levando a consciência de uma identidade cristã coletiva; e ao "conquistar" os reinos dos anglos orientais, dos nortúmbrios e dos mercianos, criaram um vácuo na liderança do povo inglês <ref>Coupland, Simon. "The Vikings in Francia and Anglo-Saxon England to 911." The New Cambridge Medieval History 2 (1995).</ref>.▼
▲A riqueza dos mosteiros e o sucesso da sociedade anglo-saxônica atraíram a atenção das pessoas da Europa continental, principalmente dinamarqueses e noruegueses. Devido às incursões de pilhagem que se seguiram, os invasores receberam o nome de "
O assentamento dinamarquês continuou na Mércia em 877 e na Ânglia Oriental em 879—80 e 896. O resto do exército continuou a perseguir e saquear em ambos os lados do Canal, com novos recrutas, evidentemente, chegando a inflar suas fileiras, pois continuou claramente a ser uma formidável força de combate <ref name=":7" />. Em primeiro lugar, Ælfrēd respondeu pela oferta de repetidos pagamentos de tributos. No entanto, após uma vitória decisiva em Edington em 878, Ælfrēd ofereceu uma oposição vigorosa. Ele estabeleceu uma cadeia de fortalezas em todo o sul da Inglaterra, reorganizou o exército, "de modo que sempre metade dos homens estavam em casa e metade em serviço, com exceção dos homens que deveriam guarnecer os burhs" (A.SC sa 893 )<ref name=":7" />, e em 896 ordenou a construção de um novo tipo de arte que poderia se opor às conquistas vikings nas águas costeiras rasas. Quando os vikings retornaram do Continente em 892, descobriram que não podiam mais percorrer o país à vontade, pois onde quer que fossem, eles se opuseram a um exército local. Depois de quatro anos, os escandinavos, portanto, se separaram, alguns se estabeleceram na Nortúmbria e Ânglia Oriental, o restante tentou sua sorte novamente no continente <ref name=":7" />.▼
▲As incursões
=== Rei Ælfrēd e a Reconstrução (878–899) ===▼
[[imagem:Alfred Jewel Ashmolean 2014.JPG|miniaturadaimagem|Um presente real, a joia de Ælfrēd]]▼
▲O assentamento dinamarquês continuou na Mércia em 877 e na Ânglia Oriental em 879—80 e 896. O resto do exército continuou a perseguir e saquear em ambos os lados do Canal, com novos recrutas, evidentemente, chegando a inflar suas fileiras, pois continuou claramente a ser uma formidável força de combate <ref name=":7" />. Em primeiro lugar,
Mais importante para Ælfrēd do que suas vitórias militares e políticas eram sua religião, seu amor pela aprendizagem e sua divulgação da escrita em toda a Inglaterra. Simon Keynes sugere que o trabalho de Ælfrēd lançou as bases para o que realmente torna a Inglaterra única em toda a Europa medieval de cerca de 800 até 1066 <ref name=":8">Keynes, Simon, and Michael Lapidge. Alfred the Great. New York: Penguin, 1984.</ref>. O que também é único é que podemos descobrir algo disso nas próprias palavras de Ælfrēd. Pensando em como a aprendizagem e a cultura caíram desde o século passado, ele escreveu:<blockquote>''Tão completamente a sabedoria caiu na Inglaterra que havia muito poucos desse lado do Humber que podiam entender seus rituais em inglês ou, de fato, poderiam traduzir uma carta do latim para o inglês; e eu acredito que não havia muitos além do Humber. Havia tão poucos deles que na verdade não consigo pensar em um único sul do Thames quando eu me tornei rei'' (Prefácio: "''O cuidado pastoral de Gregório Magno''") <ref name=":8" />.</blockquote>Ælfrēd sabia que a literatura e o aprendizado, tanto em inglês como em latim, eram muito importantes, mas o estado de aprendizagem não era bom quando Ælfrēd chegou ao trono. O rei Ælfrēd então viu a realeza como um escritório sacerdotal, um pastor para o seu povo <ref>Frantzen, Allen J. King Alfred. Woodbridge, CT: Twayne Publishers, 1986</ref>. Um livro que foi particularmente valioso para ele foi ''Cura Pastoralis'' de Gregório Magno. Este é o guia de um sacerdote sobre como cuidar das pessoas. Ælfrēd tomou este livro como seu próprio guia sobre como ser um bom rei para o seu povo; portanto, um bom rei para Ælfrēd aumentaria a alfabetização. Ælfrēd traduziu este livro e explica no prefácio:<blockquote>''Quando eu aprendi, eu o traduzi para o inglês, assim como eu entendi, e como eu poderia fazê-lo significativamente. E enviarei um para cada bispado no meu reino, e em cada um haverá um æstel que vale cinquenta mancuses. E ordeno em nome de Deus que nenhum homem pode tirar o æstel do livro nem o livro da igreja. Desconhece-se por quanto tempo pode haverá bispos tão instruídos que, graças a Deus, estão em quase todos os lugares'' (Prefácio: "''O cuidado pastoral de Gregório Magno''") <ref name=":8" />.</blockquote>O que se supõe ser um desses "''æstel''" (a palavra só aparece neste texto) é o ouro, o cristal de pedra e o esmalte Joia de Ælfrēd, descoberto em 1693, que se supõe ter sido equipado com uma pequena haste e usado como um ponteiro ao ler. Alfred forneceu patronagem funcional, ligado a um programa social de alfabetização vernácula na Inglaterra, que era sem precedentes <ref>Yorke, Barbara. Wessex in the Early Middle Ages. London: Pinter Publishers Ltd., 1995.</ref>.<blockquote>''Por conseguinte, parece melhor para mim, se parece ser assim para você, que também traduzamos certos livros ... e trazê-los... se tivermos a paz, que todos os jovens de homens livres que agora estão na Inglaterra, aqueles que têm os meios para que eles se apliquem a ele, sejam configurados para aprender, enquanto eles não podem ser configurados para qualquer outro uso, até o momento em que eles possam ler os escritos em inglês''. (Prefácio: "''O cuidado pastoral de Gregório Magno''") <ref name=":8" />.</blockquote>Isto estabeleceu um crescimento em cartas, direito, teologia e aprendizagem. Ælfrēd estabeleceu as bases para as grandes realizações do século X e fez muito para tornar o idioma vernáculo mais importante que o latim na cultura anglo-saxã.<blockquote>''Desejei viver dignamente enquanto vivi, e deixar depois da minha vida, para os homens que depois atrás de mim, a memória de mim em boas obras''. (Prefácio: "''A Consolação da Filosofia por Boethius''") <ref name=":8" />.</blockquote>▼
▲[[imagem:Alfred Jewel Ashmolean 2014.JPG|miniaturadaimagem|Um presente real, a joia de
▲Mais importante para
== História Anglo-Saxã Tardia (899–1066) ==
Um quadro para os acontecimentos importantes dos séculos X e XI é fornecido pela Crônica Anglo-Saxônica. No entanto, as cartas, códigos legais e moedas fornecem informações detalhadas sobre vários aspectos do governo real e as obras sobreviventes da literatura anglo-latina e vernácula, bem como os numerosos manuscritos escritos no
=== Reforma e formação da Inglaterra (899–978) ===
[[imagem:Edward the Elder coin imitation silver brooch Rome Italy c 920.jpg|miniaturadaimagem|Broche de prata imitando uma moeda de [[Eduardo,
Ao longo do século X, os reis saxões ocidentais ampliaram seu poder primeiro sobre Mércia, depois para o sul do Danelaw e, finalmente, sobre a Nortúmbria, impondo assim uma aparência de unidade política aos povos, que, no entanto, permaneceriam conscientes de seus respectivos costumes e seus passados separados. O prestígio e, de fato, as pretensões da monarquia aumentaram, as instituições de governo se fortaleceram, e os reis e seus agentes buscaram, de várias formas, a ordem social <ref name=":9">Keynes, Simon. "Edward, King of the Anglo-Saxons."." Edward the Elder: 899 924 (2001).</ref>. Esse processo começou com [[Eduardo, o Velho|Edward o Velho]] – que, com sua irmã, [[Etelfleda|Æþelflæd]], Senhora dos mercianos, inicialmente, revelam ''charters'', encorajaram as pessoas a comprar propriedades dos dinamarqueses, para reafirmar algum grau de influência inglesa em território que havia caído sob controle dinamarquês. David Dumville sugere que Edward talvez tenha estendido esta política recompensando seus apoiantes com concessões de terras nos territórios recentemente conquistados pelos dinamarqueses e que quaisquer cartas emitidas em relação a tais subsídios não tenham sobrevivido <ref>Dumville, David N. Wessex and England from Alfred to Edgar: six essays on political, cultural, and ecclesiastical revival. Boydell Press, 1992.</ref>. Quando Aþelflæd morreu, Mércia foi absorvida pela Saxônia Ocidental. A partir desse ponto, não houve disputa para o trono, então a casa da Saxônia Ocidental tornou-se a casa dominante da Inglaterra <ref name=":9" />.▼
▲Ao longo do
Edward the Elder foi sucedido por seu filho [[Etelstano de Inglaterra|Etelstano]], que Simon Keynes chama a "figura imponente na paisagem do {{séc|X}}" <ref>Keynes, Simon. King Athelstan's books. University Press, 1985.</ref>. Sua vitória sobre uma coalizão de seus inimigos – [[Constantino I da Escócia|Constantino]], Rei dos Escoceses, [[Owain ap Dyfnwal]], Rei dos Cúmbrios, e Óláfr Guðfreðsson, Rei de Dublin - na [[Batalha de Brunanburh]], comemorada por um poema famoso na ''Crônica Anglo-Saxã'' abriu o caminho para que ele fosse saudado como o primeiro rei de toda a Inglaterra <ref>Hare, Kent G. "Athelstan of England: Christian king and hero." The Heroic Age 7 (2004).</ref>. A legislação de Æþelstan mostra como o rei levou seus funcionários a fazer seus respectivos deveres. Ele era intransigente em sua insistência no respeito pela lei. No entanto, esta legislação também revela as dificuldades persistentes que o rei e seus conselheiros enfrentaram em trazer pessoas problemáticas sob alguma forma de controle. Sua afirmação de ser "rei dos ingleses" não foi amplamente reconhecida <ref>Keynes, Simon. "Edgar, King of the English 959–975 New Interpretations." (2008).</ref>. A situação era complexa: os governantes hiberno-nórdicos de Dublin ainda cobiçavam seus interesses no reino dinamarquês de York; os termos tinham que ser feitos com os escoceses, que tinham a capacidade não apenas de interferir nos assuntos da Nortúmbria, mas também de bloquear uma linha de comunicação entre Dublin e York; e os habitantes do norte da Nortúmbria consideraram uma lei para si mesmos. Foi somente após vinte anos de desenvolvimentos cruciais na sequência da morte de Etelstano em 939 que um reino unificado da Inglaterra começou a assumir a sua forma familiar. No entanto, o principal problema político para Edmund e Eadredo, que sucederam a Etelstano, continuou a ser a dificuldade de subjugar o norte <ref name=":10">Dumville, David N. "Between Alfred the Great and Edgar the Peacemaker: Æthelstan, First King of England." Wessex and England from Alfred to Edgar (1992).</ref>. Em 959, Edgar diz ter "conseguido o reino tanto na Saxônia Ocidental quanto em Mércia e em Nortúmbria, e ele tinha então 16 anos" (ASC, versão 'B', 'C') e é chamado de "O Pacificador" <ref name=":10" />. No início dos anos 970, depois de uma década de "paz" de Edgar, pode ter parecido que o reino da Inglaterra foi realmente feito completo. Em seu discurso formal para a reunião em Winchester, o rei instou seus bispos, abades e abades a "serem de uma mente no que se refere ao uso monástico ... de maneiras diferentes de observar os costumes de uma Regra e um país deveria levar sua conversa santa a perder reputação" <ref>Regularis concordia Anglicae nationis, ed. T. Symons (CCM 7/3), Siegburg (1984), pp.2 (revised edition of Regularis concordia Anglicae nationis monachorum sanctimonialiumque: The Monastic Agreement of the Monks and Nuns of the English Nation, ed. with English trans. T. Symons, London (1953))</ref>.▼
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A corte de Æþelstan era uma incubadora intelectual. Naquela corte havia dois jovens chamados Dunstan e Æþelwold, que foram criados sacerdotes, supostamente por insistência de Æþelstan, no final de seu reinado em 939 <ref>Gretsch, Mechthild. "Myth, Rulership, Church and Charters: Essays in Honour of Nicholas Brooks." The English Historical Review 124.510 (2009).</ref>. Entre 970 e 973, um conselho foi realizado, sob a égide de Edgar, onde um conjunto de regras foi planejado que seria aplicável em toda a Inglaterra. Isso colocou todos os monges e freiras na Inglaterra sob um conjunto de alfândegas detalhadas pela primeira vez. Em 973, Edgar recebeu uma especial segunda "coroação imperial" em Bath, e desse ponto a Inglaterra foi governada por Edgar sob a forte influência de Dunstan, Æþelwold e Oswald, o Bispo de Worcester.▼
▲A corte de
=== Æþelred e o Retorno dos Escandinavos ===▼
O reinado de Æþelred o Despreparado testemunhou a retomada das invasões vikings na Inglaterra, colocando o país e sua liderança sob tensões tão severas quanto duradouras. As invasões começaram em uma escala relativamente pequena nos anos 980, mas se tornaram muito mais sérias na década de 990 e levaram à calamidade em 1009-12, quando grande parte do país foi devastada pelo exército de Þorkell ''inn hávi'' ([[Thorkell, o Alto]]). Assim permaneceu para que ''Sveinn Haraldsson tjúguskegg'' ([[Sueno I da Dinamarca|Sweyn Barba Bifurcada]]), rei da Dinamarca, conquistasse o reino da Inglaterra em 1013-14, e (após a restauração de Æþelred) para seu filho Canuto alcançar o mesmo em 1015-16. O conto desses anos incorporado na ''Crônica Anglo-Saxã'' deve ser lido por direito próprio e se juntar a outro material que reflete de uma forma ou de outra sobre a condução do governo e da guerra durante o reinado de Æþelred <ref>See, e.g., EHD, no. 10 (the poem on the battle of Maldon), nos. 42–6 (law-codes), nos. 117–29 (charters, etc.), nos.230–1 (letters), and no. 240 (Archbishop Wulfstan's Sermo ad Anglos).</ref>. É essa evidência que é a base para a visão de Simon Keynes de que o rei não tinha força, julgamento e determinação para dar liderança adequada ao seu povo em um momento de grave crise nacional; que logo descobriu que ele poderia confiar pouco além da traição de seus comandantes militares; e que, ao longo de seu reinado, não provaram senão a ignomínia da derrota. As incursões expuseram tensões e fraquezas que penetraram profundamente no tecido do estado anglo-saxão tardio e é evidente que os acontecimentos se basearam em um plano de fundo mais complexo do que o cronista provavelmente sabia. Parece, por exemplo, que a morte do bispo Æþelwold em 984 precipitou uma nova reação contra certos interesses eclesiásticos; que em 993 o rei chegou a lamentar o erro de seus caminhos, levando a um período em que os assuntos internos do reino parecem ter prosperado <ref>White, Stephen D. "Timothy Reuter, ed., The New Cambridge Medieval History, 3: C. 900–c. 1024. Cambridge, Eng.: Cambridge University Press, 1999. Pp. xxv." Speculum 77.01 (2002).</ref>.▼
[[imagem:Londoncnut.jpg|miniaturadaimagem|Moeda do tipo "Quatrefoil" de Canuto com a legenda "CNUT REX ANGLORU[M]" (Canuto, Rei dos Ingleses), retido em Londres pelo comerciante Edwin]]▼
▲O reinado de
Os tempos cada vez mais difíceis provocados pelos ataques vikings são refletidos tanto nas obras de [[Elfrico de Eynsham|Ælfric]] e [[Vulfstano (morto em 1095)|Wulfstan]], quanto mais notavelmente na feroz retórica de Wulfstan no ''Sermo Lupi ad Anglos'', datado de 1014 <ref>Dorothy Whitelock, ed. Sermo Lupi ad Anglos, 2. ed., Methuen's Old English Library B. Prose selections (London: Methuen, 1952).</ref>. Malcolm Godden sugere que as pessoas comuns viram o retorno dos vikings, como a iminente "expectativa do apocalipse", e isso foi dado voz nos escritos de Ælfric e Wulfstan <ref>Malcolm Godden, "Apocalypse and Invasion in Late Anglo-Saxon England," in From Anglo-Saxon to Early Middle English: Studies Presented to E. G. Stanley, ed. Malcolm Godden, Douglas Gray, and Terry Hoad (Oxford: Clarendon Press, 1994).</ref>, que é semelhante ao de Gildas e Bede. As incursões eram sinais de que Deus punia seu povo, Ælfric se refere a pessoas adotando os costumes dos dinamarqueses e exorta as pessoas a não abandonarem os costumes nativos em nome dos dinamarqueses, e então solicita um "irmão Edward", para tentar pôr fim para um "hábito vergonhoso" de beber e comer na dependência, que algumas das mulheres do campo praticavam nas festas de cervejas <ref>Mary Clayton, "An Edition of Ælfric's Letter to Brother Edward," in Early Medieval English Texts and Interpretations: Studies Presented to Donald G. Scragg, ed. Elaine Treharne and Susan Rosser (Tempe, Arizona: Arizona Center for Medieval and Renaissance Studies, 2002).</ref>.▼
▲[[imagem:
▲Os tempos cada vez mais difíceis provocados pelos ataques
Em abril de 1016, Etelredo morreu de doença, deixando seu filho e sucessor [[Edmundo II de Inglaterra|Edmund Braço de Ferro]] para defender o país. As lutas finais foram complicadas pela dissensão interna, e especialmente pelos atos traidores do Ealdorman Eadrico de Mércia, que mudaram oportunamente para o partido de Canuto. Após a derrota dos ingleses na batalha de Assandun em outubro de 1016, Edmund e Canuto concordaram em dividir o reino para que Edmund dirija a Saxônia Ocidental e Canuto da Mércia, mas Edmund morreu logo após sua derrota em novembro de 1016, possibilitando a Canuto aproveitar o poder sobre toda a Inglaterra <ref>Keynes, S. The Diplomas of King Æthelred "the Unready".</ref>.
=== Conquista da Inglaterra: Dinamarqueses, Noruegueses e Normandos (1016–1066) ===
No
Neste período e além dele, a cultura anglo-saxã está mudando. Politicamente e cronologicamente, os textos deste período não são "anglo-saxões"; linguisticamente, os escritos em inglês (em oposição ao latim ou ao francês, as outras línguas escritas oficiais do período) estão se afastando do padrão final do saxão ocidental chamado "inglês antigo". No entanto, nem ainda não são "inglês médio"; Além disso, como Treharne explica, por cerca de três quartos deste período, "quase não há" escrita "original em inglês". Esses fatores levaram a uma lacuna na escolástica que implica uma descontinuação de ambos os lados da conquista normanda, no entanto, essa hipótese está sendo desafiada <ref>Treharne, Elaine. Living Through Conquest: The Politics of Early English, 1020–1220. Oxford University Press, 2012.</ref>.
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À primeira vista, parece haver pouco a debater. Canuto parece ter adotado de todo o coração o papel tradicional da realeza anglo-saxã <ref>Robin Fleming ''Kings and lords in Conquest England''. Vol. 15. Cambridge University Press, 2004.</ref>. No entanto, um exame das leis, homilias, testamentos e cartas que datam deste período sugere que, como resultado da morte aristocrática generalizada e do fato de que a Canuto não introduziu sistematicamente uma nova classe de propriedade, ocorreram alterações importantes e permanentes nos setores social e social saxão <ref>Mack, Katharin. "Changing thegns: Cnut's conquest and the English aristocracy." ''Albion: A Quarterly Journal Concerned with British Studies'' (1984)</ref>. Eric John observou que, para Canuto, "a simples dificuldade de exercer um império tão largo e tão instável tornou necessário a prática de uma delegação de autoridade contra toda tradição da realeza inglesa" <ref>Eric John, ''Orbis Britanniae'' (Leicester, 1966).</ref>. O desaparecimento das famílias aristocráticas que tradicionalmente desempenharam um papel ativo na governança do reino, juntamente com a escolha dos melhores assessores de Canuto, acabou com a relação equilibrada entre monarquia e aristocracia tão cuidadosamente forjada pelos reis saxões ocidentais.
[[imagem:Bayeux Tapestry WillelmDux.jpg|miniaturadaimagem|Representação da [[Batalha de Hastings]] (1066) na [[Tapeçaria de Bayeux]]]]
A queda da Inglaterra e da conquista normanda é um problema de sucessão multi-geracional e multi-familiar causado em grande parte pela incompetência de
== Depois da Conquista Normanda ==
Após a conquista, a nobreza anglo-saxã foi exilada ou se juntou às fileiras do campesinato <ref>Bartlett, Robert (2000). J.M.Roberts, ed. England Under the Norman and Angevin Kings 1075–1225.
O cronista
Muitos anglo-saxões precisaram aprender francês normando para se comunicar com seus governantes, mas é claro que, entre eles, eles continuavam falando inglês antigo, o que significava que a Inglaterra estava em uma interessante situação tri-lingual: anglo-saxão para as pessoas comuns, latim para a Igreja e francês normando para os administradores, a nobreza e os tribunais. Neste momento, e devido ao choque cultural da Conquista, o idioma anglo-saxão começou a mudar muito rapidamente e, por volta de 1200, já não era inglês anglo-saxão, mas o que os estudiosos chamam de inglês médio inicial <ref>Jack, George B. "Negative adverbs in early Middle English." (1978): 295–309.</ref>. Mas esta linguagem tinha raízes profundas no idioma nativo anglo-saxão, que foi falado muito mais tardiamente do que 1066. Pesquisas no início do
Os anglo-saxões sempre foram definidos muito próximos à língua, agora essa linguagem mudou gradualmente e, embora algumas pessoas (como o famoso escriba conhecido como a Mão Tremulosa de Worcester) pudessem ler o inglês antigo no
== Dialetos ==
São os [[dialeto]]s germânicos falados pelos anglos e pelos saxões que vão dar origem ao inglês. A palavra ''England'', por exemplo, originou-se de ''Angle-land'' ("terra dos anglos"). A partir daí, a [[história]] da [[língua inglesa]] é dividida em três períodos: [[inglês antigo]] (''Old English''), [[inglês médio]] (''Middle English'') e inglês moderno (''Modern English''). A primeira metade do
== Ver também ==
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