Jean-Paul Sartre: diferenças entre revisões

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=== 1905 a 1918: a formação do filósofo ===
 
Jean-Paul Sartre era filho de Jean-Baptiste Marie Eymard Sartre, oficial da marinha francesa<ref>Jean-Baptiste Sartre atingiu o posto de segundo-tenente-de-mar-e-guerra. (Cohen-Solal (2008), pg. 51)</ref> e de Anne-Marie Sartre (Nascida Anne Marie Schweitzer). Quando seu filho nasceu, Jean-Baptiste tinha uma doença crônica adquirida em uma missão na [[Cochinchina]]. Após o nascimento de Jean-Paul, ele sofreu uma recaída e retirou-se com a família para [[Thiviers]], sua terra natal, onde morreu em 21 de setembro de 1906.<ref>Cohen-Solal (2008), pg. 50</ref> Jean-Paul, órfão de pai, e então com 15 meses, muda-se para [[Meudon]] com sua mãe, onde passam a viver na casa de seus avós maternos. O avô de Sartre, Charles Schweitzer nasceu em uma tradicional família [[protestante]] [[Alsácia|alsaciana]] da qual faz parte, entre outros, o famoso missionário [[Albert Schweitzer]], sobrinho de Charles. Ao fim da [[Guerra Franco-Prussiana]], Charles optou pela cidadania francesa e tornou-se professor de [[língua alemã|alemão]] em [[Mâcon]] onde conheceu e casou-se com Louise Guillemin, de origem grega, com quem teve trêssete filhos, George, Émile e Ana-Maria.<ref>Cohen-Solal (2008), pp. 43-44</ref>
 
Após o regresso de Anne-Marie, os quatro viveram em Meudon até 1911. O pequeno "Poulou", como Jean-Paul era chamado, dividia o quarto com a mãe. Em seu romance autobiográfico "As Palavras" (''Les Mots'') confessa que desde cedo a considerava mais como uma irmã mais velha do que como mãe.<ref>Sartre (1963), pg. 17</ref> De sua infância ao fim da adolescência, Sartre vive uma vida tipicamente burguesa, cercado de mimos e proteção.<ref>Sartre (1963), pp. 21-27</ref> Até os 10 anos foi educado em casa por seu avô e por alguns [[preceptor]]es contratados. Com pouco contato com outras crianças, o menino tornou-se, em suas próprias palavras, um "[[cabotino]]"<ref>Sartre (1963), pg. 26.</ref> e aprendeu a usar a representação para atrair a atenção dos adultos com sua precocidade.<ref>"Felizmente os aplausos não me faltam: escutem eles minha tagarelice ou a Arte da Fuga, os adultos esboçam o mesmo sorriso de degustação maliciosa e de conivência; isso mostra o que sou no fundo: um bem cultural." Sartre (1963) pg. 30.</ref>