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[[Ficheiroimagem:Phrygia p20.jpg|thumb|direta|400px|Frígia (''Phrygia'') num mapa de 1911.]]
 
'''Frígia''' ({{langx|el|Φρυγία}}; {{lang-la|''Phrygia''}}; {{lang-tr|''Frigya''}}) era o nome da região centro-oeste na antiga [[Ásia Menor]] ([[Anatólia]]), na moderna [[Turquia]], centrada no [[rio Sakarya]] (antigo rio Sangário ou ''Sangarios''). Ali floresceu o [[Reino da Frígia]], famoso por seus reis lendários que povoaram a [[Era heróica grega|era heróica]] da [[mitologia grega]]: [[Gordias]], cujo [[nó górdio]] seria desatado por [[Alexandre, o Grande]], [[Midas]], que transformava em ouro tudo o que tocava, e [[Migdon da Frígia|Migdon]], que lutou contra as [[amazonas (mitologia)|amazonas]]. De acordo com a [[Ilíada]], de [[Homero]], os frígios eram grandes aliados dos [[troianos]] e participaram da [[Guerra de Troia]] contra os [[aqueus (tribo)|aqueus]].
 
O poder frígio teve seu apogeu no século {{-séc|VIII a.C.}} durante o reinado do rei Midas histórico, que dominou a maior parte da Anatólia central e ocidental, disputando com a [[Império Neoassírio|Assíria]] e [[Urartu]] pelo controle da Anatólia oriental. Este Midas, porém, foi também o último rei da Frígia independente antes do saque da capital, [[Górdio]], pelos [[cimérios]] por volta de {{AC|695 a.C.|x}} A Frígia foi então anexada pelo ascendente [[Reino da Lídia]] e depois, sucessivamente, pelo [[Império Aquemênida]], pelo [[Império Macedônico]] de Alexandre e [[diádocos|seus sucessores]], pelo [[Reino de Pérgamo]], [[Roma Antiga|Roma]] e finalmente o [[Império Bizantino]]. Os frígios já haviam sido gradualmente assimilados por outras culturas no [[Alta Idade Média|início da Idade Média]] e o nome "Frígia" caiu em desuso depois da [[conquista otomana da Anatólia]].
{{Âncora|Frígios}}
 
== Frígios ==
[[Ficheiroimagem:MapaPoblesMar.svg|thumb|direita|350px|Mapa que representa a teoria da "migração recente", já bastante desacreditada, segundo a qual os frígios (''frigis'') teriam se originado na [[Trácia]] e migrado para a [[Anatólia]] durante as migração dos chamados "[[povos do mar]]" durante o [[colapso da Idade do Bronze]], século {{-séc|XII a.C.}}]]
 
Inscrições encontradas em [[Górdio]] deixam claro que os antigos [[frígios]] falavam uma [[língua indo-europeia]] com pelo menos uma parte de seu vocabulário similar ao do [[língua grega|grego]] e era claramente diferente das demais [[línguas anatólicas]] faladas pela grande maioria dos vizinhos da Frígia.<ref>Claude Brixhe, ''Phrygian'', in Roger D. Woodard (editor), ''The ancient Languages of Asia Minor'', Cambridge University Press, 2008, p. 72</ref><ref>[http://www.scribd.com/doc/44668910/Midas-and-the-Phrygians Midas and the Phrygians, by Miltiades E. Bolaris (2010)]</ref> Um dos [[Hinos Homéricos]] descreve a [[língua frígia]] como não sendo compreensível para os troianos.<ref name="Hymns5">[[Hinos Homéricos]] 5, ''A Afrodite''.</ref>
 
De acordo com uma antiga tradição entre os historiadores gregos, os frígios migraram para a Anatólia vindos dos [[Balcãs]] e [[Heródoto]] afirma que eles eram chamados de ''"[[bryges]]"'' quando ainda viviam ali.<ref name="Herodotus-VII73">{{citar heródoto|7|73}}</ref> Ele e outros autores gregos também preservaram uma lenda sobre o rei Midas que o associa com a [[Macedônia (região)|Macedônia]] (ou identifica-o como macedônio); Hérodo, por exemplo, afirma que um jardim de rosas selvagens na Macedônia tinha o nome de Midas.<ref>{{citar heródoto|7|73}}; {{citar heródoto|8|138}}</ref> Os frígios também foram ligados pelos autores clássicos aos [[migdones]], o nome de dois grupos distintos, um dos quais vivia no norte da Macedônia e outro, na [[Mísia]]. Os frígios também já foram identificados como sendo os ''[[bebryces]]'', um povo que acredita-se ter guerreado contra a Mísia antes da Guerra de Troia sob a liderança de um rei chamado Migdon mais ou menos na mesma época que os frísios teriam tido um [[Migdon da Frígia|rei de mesmo nome]]. O historiador clássico [[Estrabão]] agrupa frígios, migdones, [[mísios]], ''bebryces'' e [[bitínios]] num mesmo conjunto de povos que teria migrado dos Balcãs para a Anatólia.<ref>[[Estrabão]] 7.3.3.</ref>
 
Alguns estudiosos propõem que esta migração teria acontecido em tempos mais recentes do que sugerem as fontes clássicas e buscaram encaixar a chegada dos frígios com a narrativa da queda do [[Império Hitita]] e o [[colapso da Idade do Bronze]].<ref>Veja, por exemplo, a [[Encyclopædia Britannica]].</ref> De acordo com esta "teoria da migração recente", os frígios teriam invadido imediatamente antes ou depois do colapso dos hititas no início do século {{-séc|XII a.C.}}, preenchendo o vácuo político na região e podem ser um dos misteriosos "[[povos do mar]]" que os registros [[Egito Antigo|egípcios]] creditam como os responsáveis pela destruição dos hititas. A chamada "Cerâmica Arredondada" (''"Handmade Knobbed Ware"'' na literatura especializada) encontrada na Anatólia ocidental neste período tem sido sugerida como uma importante evidência desta invasão pelos defensores da teoria.
 
Porém, a maior parte dos estudiosos rejeita a "migração recente", preferindo o relato da Ilíada de que os frígios já estavam bem estabelecidos na região do [[rio Sakarya]] antes da [[Guerra de Troia]] e, portanto, estavam lá nos estágios finais do Império Hitita ou provavelmente antes. Estes estudiosos tentam buscar a origem dos frígios entre os muitos povos que habitavam a Anatólia ocidental e que estavam sujeitos ao domínio hitita.<ref>Phillip Clapham, "Hittites and Phrygians", C&AH IV:2, pp.71-121.</ref> Esta interpretação também é apoiada pelas lendas gregas sobre a fundação da capital frígia, Górdio, por [[Gordias]] e de [[Ancira]] por Midas,<ref>[[Pausânias (geógrafo)|Pausânias]] 1.4.5.</ref> o que sugere que ambas seriam muito antigas, anteriores à Guerra de Troia.
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=== Religião ===
[[Ficheiroimagem:Kybele tympanon Louvre CA1797.jpg|thumb|direita|220px|[[Cibele]], a principal divindade frígia, com seus atributos tradicionais: o ''[[timpani|tympanon]]'' e o leão.]]
Era a "Grande Mãe", [[Cibele]], como os gregos e romanos a chamavam, que era originalmente adorada nas montanhas da Frígia, onde ela era chamada de "Mãe [da] Montanha". Em sua típica representação frígia, ela veste um longo vestido cinturado, um ''polos'' (um chapéu cilíndrico alto) e um véu cobrindo o corpo todo. A versão posterior foi estabelecida por um pupilo do grande [[Fídias]], [[Agorácrito]], e tornou-se a imagem mais adotada pelos seguidores de Cibele, tanto na [[civilização egéia]] quanto na [[Roma Antiga]]. Nela, Cibele aparece sentada num trono com um das mãos repousadas sobre um leão e a outra segurando o ''[[timpani|tympanon]]'', um tambor circular parecido com um [[tamborim]].
 
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=== Reino da Frígia ===
==== Passado mítico ====
[[Ficheiroimagem:Silenos Midas Met 49.11.1.jpg|thumb|esquerda|220px|Rei [[Midas]] e dois soldados tentam emboscar o sátiro [[Sileno]].<ref name="pausanias.1.4.5"/><br><small>[[Ânfora]] em [[Cerâmica de figuras negras|figuras negras]], aprox. {{AC|510 a.C.|x}}</small>]]
O nome do mais antigo rei mítico conhecido da Frígia é ''Nannacus'' (ou ''Annacus'').<ref>Suidas s. v. Νάννακος; Stephanus of Byzantium s.v. Ἰκόνιον; Ambas as passagens traduzidas em: A new system: or, An analysis of antient mythology by Jacob Bryant (1807) [http://books.google.com/books?id=QzoGAAAAQAAJ&pg=PA14&dq=annacus+phrygia&hl=en&ei=1f2kTefUB8Ga0QH9oumHCQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDAQ6AEwAjgU#v=onepage&q&f=false Pages 12-14]</ref> Ele morava em [[Icônio]], a mais oriental das cidades frígias na época e, depois de sua morte, com 300 anos, uma grande inundação devastou a região, como havia sido previsto por um antigo [[oráculo]]. O próximo rei mencionado nas fontes clássicas sobreviventes é ''Manis'' ou ''Masdes''. De acordo com [[Plutarco]], "manico" era um adjetivo utilizado para descrever grandes coisas por causa deste rei.<ref>[[Plutarco]], Sobre Ísis e Osíris, [http://www.sacred-texts.com/cla/plu/pte/pte04.htm cap. 24]</ref> Depois, o Reino da Frígia parece ter se fragmentado entre vários reis. Um deles era [[Tântalo]], que reinou sobre a região norte da Frígia, perto do [[monte Sípilo]]. Ele recebeu uma punição eterna no [[Tártaro (mitologia)|Tártaro]] por ter, como alegavam, matado seu filho [[Pélope]] como sacrifício aos olímpicos, uma referência à supressão dos [[sacrifício humano|sacrifícios humanos]]. Tântalo também foi falsamente acusado de roubar das loterias que ele mesmo havia inventado. Na era mítica antes da [[Guerra de Troia]], durante um [[interregno]], [[Gordias]], um fazendeiro frígio, tornou-se rei, cumprindo outra profecia oracular: os frígios, sem rei, havia buscado a ajuda do oráculo de [[Sabazios]] em [[Telmissos]], na parte da Frígia que depois seria incorporada pela [[Galácia]], onde foram instruídos a aclamarem como rei o primeiro homem que chegasse ao templo de Sabazios numa carroça. Gordias chegou e depois dedicou ao deus a carroça de bois e a deixou amarrada ali com o famoso "[[nó górdio]]". Ele refundou uma capital em Górdio à beira de um antigo caminho que atravessava toda a Anatólia e que se tornaria, muito depois, a "[[Estrada Real Persa|Estrada Real]]" de [[Dario I]], que seguia de [[Pessino]] até [[Ancira]], não muito longe do [[rio Sangário]], uma região que permaneceria como o centro da região da Frígia por toda a sua história e uma terra famosa por seus vinhos e seus ''"corajosos e habilidosos"'' cavaleiros.
 
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==== Guerra de Troia ====
[[Ficheiroimagem:Neoptolemos Priamos Martin-von-Wagner-Museum L179.jpg|thumb|esquerda|220px|[[Neoptolemo]] mata o rei [[Príamo]] no altar de [[Zeus]] diante da esposa, [[Hécuba]]. Ela era uma princesa frígia, filha do rei [[Dimas da Frígia|Dimas]]. Segundo [[Quinto de Esmirna]], ele mataria ainda dois netos dele.<br><small>[[Ânfora]] em [[Cerâmica de figuras negras|figuras negras]], aprox. {{AC|510 a.C.|x}}</small>]]
Antes da [[Guerra de Troia]], um jovem rei, [[Príamo]] de [[Troia]], marchou com um grande exército para a Frígia para apoiar os vizinhos em uma guerra contra as [[amazonas]]. Homero chama os frígios de ''"o povo de [[Otreu (mitologia)|Otreu]] e do divino [[Migdon da Frígia|Migdon]]"''.<ref>Ilíada, III.216-225</ref> De acordo com [[Eurípides]], [[Quinto de Esmirna]] e outros, o filho deste Migdon, [[Coroebus]], lutou e morreu na Guerra de Troia; ele teria pedido a mão da princesa troiana [[Cassandra]] em casamento. O nome ''"Otreus"'' pode ser um [[epônimo]] para [[Otroea]], um local no [[Lago Iznik|lago Ascânia]] nas redondezas da futura [[Niceia (cidade)|Niceia]] e o ''"Mygdon"'' é certamente um epônimo para os ''[[mygdones]]'', um povo que, segundo Estrabão, vivia no noroeste da Ásia Menor ([[Mísia]]) e que era, por vezes, considerado como sendo distinto dos frígios.<ref>Ilíada II.1055-1057; {{citar livro|último =Smith|primeiro =William|autorlink =William Smith (lexicógrafo)|título=A Dictionary of Greek and Roman Geography|publicado=J. Murray|local=London|ano=1878|páginas=page 230}}</ref> Porém, Pausânias acreditava que o túmulo de Migdon estava em ''[[Stectorium]]'', nas terras altas no sul da Frígia, perto da moderna [[Sandikli]].<ref>Pausânias 10.27</ref>
 
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==== Apogeu e destruição ====
[[Ficheiroimagem:Turkey ancient region map phrygia.gif|thumb|direita|350px|Território original (em amarelo) e extensão máxima (linha laranja) do Reino da Frígia (século {{-séc|VIII a.C.).}}]]
No século VIII a.C., o Reino da Frígia, com sua capital em [[Górdio]], no vale do alto Sangário, se expandiu e formou um império que dominou a maior parte da Anatólia central e ocidental, invadindo o território do [[Império Neo-Assírio|Império Assírio]] para o sudeste e do reino de [[Urartu]] para o nordeste.
 
No século {{-séc|VIII a.C.}}, o Reino da Frígia, com sua capital em [[Górdio]], no vale do alto Sangário, se expandiu e formou um império que dominou a maior parte da Anatólia central e ocidental, invadindo o território do [[Império Neo-Assírio|Império Assírio]] para o sudeste e do reino de [[Urartu]] para o nordeste.
De acordo com Estrabão<ref>[[Estrabão]], I.3.21.</ref> [[Eusébio de Cesareia|Eusébio]] e [[Júlio Africano]], o rei da Frígia nesta época era um outro [[Midas]]. Acredita-se que este Midas histórico seja o ''Mita'' citado nos registros assírios da época e identificado como sendo rei dos ''[[mushki]]''. Estudiosos propõem que este seria o nome dado pelos assírios aos frígios, pois ambos os povos estavam, na época, em campanha contra a Assíria.<ref>''[[Encyclopædia Britannica]]''.</ref> Acredita-se que este Midas teria reinado durante o apogeu do poder frígio, por volta de 720 a.C. até cerca de 695 a.C. (Eusébio) ou 676 a.C. (Africano). Uma inscrição assíria mencionando ''Mita'', datada de 709 a.C., durante o reinado de [[Sargão II|Sargão II da Assíria]], sugere que a Frígia e a Assíria haviam firmado uma trégua na época. Midas parece ter tido boas relações e fortes laços comerciais com os gregos e teria, supostamente, se casado com uma princesa grega.
 
De acordo com Estrabão<ref>[[Estrabão]], I.3.21.</ref> [[Eusébio de Cesareia|Eusébio]] e [[Júlio Africano]], o rei da Frígia nesta época era um outro [[Midas]]. Acredita-se que este Midas histórico seja o ''Mita'' citado nos registros assírios da época e identificado como sendo rei dos ''[[mushki]]''. Estudiosos propõem que este seria o nome dado pelos assírios aos frígios, pois ambos os povos estavam, na época, em campanha contra a Assíria.<ref>''[[Encyclopædia Britannica]]''.</ref> Acredita-se que este Midas teria reinado durante o apogeu do poder frígio, por volta de {{AC|720 a.C.|x}} até cerca de {{AC|695 a.C.|x}} (Eusébio) ou {{AC|676 a.C.|x}} (Africano). Uma inscrição assíria mencionando ''Mita'', datada de {{AC|709 a.C.|x}}, durante o reinado de [[Sargão II|Sargão II da Assíria]], sugere que a Frígia e a Assíria haviam firmado uma trégua na época. Midas parece ter tido boas relações e fortes laços comerciais com os gregos e teria, supostamente, se casado com uma princesa grega.
 
O [[alfabeto frígio]] se desenvolveu e floresceu em Górdio nesta época, tendo como base um alfabeto derivado dos [[fenícios]] similar ao [[alfabeto grego|grego]]. Uma [[cultura material|cultura cerâmica]] distinta dos frígios, chamada "Cerâmica Polida" (''"Polished Ware"'') aparece neste período.
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Porém, o Reino da Frígia foi finalmente sobrepujado pelos [[cimérios]] e Górdio foi saqueada e destruída. De acordo com Estrabão e outros, Midas se matou tomando sangue de touro.
 
Uma série de [[escavação arqueológica|escavações arqueológicas]] revelou a importância de Górdio entre os sítios antigos turcos. Elas confirmam o fim violento da cidade por volta de {{AC|675 a.C.|x}}
 
=== Província do Reino da Lídia ===
Depois de destruírem Górdio, os cimérios permaneceram na Anatólia ocidental e lutaram contra o [[Reino da Lídia]], que finalmente conseguiu expulsá-los por volta de {{AC|620 a.C.|x}}, incorporando a Frígia, que tornou-se então uma província na fronteira oriental do império. O sítio de Górdio revela um considerável programa de obras durante o século {{-séc|VI}}, já no período lídio, incluindo o do proverbialmente rico rei [[Creso]]. Os territórios orientais da Frígia foram conquistados pela Assíria e, depois, pelo [[Império Medo]].
 
É possível que haja uma disputa com a Lídia e, talvez, uma referência velada a reféns da casa real implícita na lenda do duplamente azarado príncipe frígio [[Adrasto (filho de Górdio)|Adrasto]], que matou acidentalmente seu irmão e seu exilou na Lídia, onde o rei Creso o recebeu. Uma vez mais, Adrasto matou por acidente, desta vez o filho de Creso, e acabou cometendo suicídio.
 
=== Satrapia persa ===
Em algum momento na década de {{AC|540 a.C.|x}}, a Frígia foi conquistada pelo [[Império Aquemênida]] depois que [[Ciro, o Grande|Ciro]] conquistou a Lídia. Quando [[Dario I]] tornou-se imperador em {{AC|521 a.C.|x}}, ele refez a antiga rota comercial e rebatizou-a de [[Estrada Real Persa|Estrada Real]]. Além disso, ele promoveu uma reforma administrativa que incluía a criação das [[satrapia]]s (unidades administrativas governadas por um [[sátrapa]]). A [[Frígia (satrapia)|satrapia da Frígia]] estava localizada entre a [[Mísia]] a oeste e o [[rio Hális]] (Kızıl) a leste, ao norte da Lídia. Sua capital era [[Dascylium]] (moderna [[Ergili]]).
 
=== Alexandre, o Grande, e seus sucessores ===
[[Alexandre, o Grande]], passou por [[Górdio]] em {{AC|333 a.C.|x}}, onde protagonizou o famoso episódio no qual ele cortou o [[nó górdio]] no templo de [[Sabazios]] (que os gregos identificaram com [[Zeus]]). De acordo com a lenda, possivelmente inventada pelos propagandistas de Alexandre, quem quer que desfizesse o tal nó seria o "senhor da Ásia".
 
[[Ficheiroimagem:Anatolia ca 740 AD-pt.svg|thumb|direita|350px|Mapa da Anatólia {{ca.}} 740. A Frígia estava dividida entre os ''[[thematema (distrito bizantino)|temas]]ta'' [[ThemaTema Anatólico|Anatólico]] e [[ThemaTema Opsiciano|Opsiciano]].]]
No confuso período que se seguiu à [[morte de Alexandre, o Grande|morte de Alexandre]] em 323 a.C., o norte da frígia foi invadida por [[gauleses]] e tornar-se ia a futura região da [[Galácia]]. Górdio foi capturada e destruída uma vez mais, desta vez desaparecendo da história. Em 188 a.C., a região sul passou para o controle dos [[atálidas]] do [[Reino de Pérgamo]], um presente da [[República Romana]] depois de a receberem pelos termos da [[Tratado de Apameia|Paz de Apameia]] com o [[Império Selêucida]], que, por sua vez, havia recebido a região depois das [[Guerras dos Diádocos]]. A língua frígia ainda sobrevivia nesta época, mas agora escrita com o [[alfabeto grego]].
 
No confuso período que se seguiu à [[morte de Alexandre, o Grande|morte de Alexandre]] em {{AC|323 a.C.|x}}, o norte da frígia foi invadida por [[gauleses]] e tornar-se ia a futura região da [[Galácia]]. Górdio foi capturada e destruída uma vez mais, desta vez desaparecendo da história. Em {{AC|188 a.C.|x}}, a região sul passou para o controle dos [[atálidas]] do [[Reino de Pérgamo]], um presente da [[República Romana]] depois de a receberem pelos termos da [[Tratado de Apameia|Paz de Apameia]] com o [[Império Selêucida]], que, por sua vez, havia recebido a região depois das [[Guerras dos Diádocos]]. A língua frígia ainda sobrevivia nesta época, mas agora escrita com o [[alfabeto grego]].
 
=== Período romano e bizantino ===
{{AP|Frígia (província romana)}}
Em {{AC|133 a.C.|x}}, o que restava da Frígia passou para o controle de Roma. Por fins administrativos, os romanos mantiveram a Frígia dividida, anexando a parte norte à [[Galácia (província romana)|Galácia]] e a ocidental, à [[Ásia (província romana)|Ásia]]. Durante as [[reformas de Diocleciano]], em {{DC|293 d.C.|x}}, a Frígia foi dividida em duas, a [[Frígia Salutar]] e a [[Frígia Pacaciana]], ambas subordinadas à [[Diocese da Ásia]], que era parte da [[Prefeitura pretoriana do Oriente]].
 
Elas sobreviveram até o final do século {{séc|VII}}, quando todas as províncias foram abolidas com a adoção do [[sistema dos themata|sistema dos ''themata''temático]]. A região da Frígia passou para o controle dos ''[[thematema (distrito bizantino)|temas]]ta'' [[ThemaTema Anatólico|Anatólico]] e [[ThemaTema Opsiciano|Opsiciano]] nesta época. A região foi conquistada pelos [[turcos seljúcidas]] depois da desastrosa [[Batalha de Manziquerta]] em 1071 e os bizantinos foram finalmente expulsos dali no século {{séc|XIII}}. Apesar disso, o nome "Frígia" ainda permaneceu em uso até o [[queda do Império Bizantino|colapso final do Império Bizantino]] em 1453.
 
As últimas menções à língua frígia datam do século {{séc|V}} e é possível que ela já fosse uma [[língua extinta]] no século {{séc|VII}}.<ref>{{citar livro|autor =Swain, Simon; Adams, J. Maxwell; Janse, Mark |título=Bilingualism in ancient society: language contact and the written word |publicado=Oxford University Press |local=Oxford [Oxfordshire] |ano=2002 |páginas=246–266 |isbn=0-19-924506-1}}</ref>
 
A Frígia é mencionada também nos [[Atos dos Apóstolos]] como um dos lugares visitados por [[Paulo de Tarso]] e [[Silas (Bíblia)|Silas]] na [[segunda viagem missionária de Paulo]] ({{citar bíblia|Atos|16|6}}).
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== Galeria ==
<gallery mode=packed caption="Frígia" widths="300px" heights="200px">
Ficheiroimagem:GordionAkropolis.JPG|Acrópole de [[Górdio]], a capital frígia destruída pelos [[cimérios]] e pelos [[gálatas]].
Ficheiroimagem:Phrygians.jpg|Roupas frígias.
Ficheiroimagem:Phrygian.jpg|Homem em roupa frígia, período [[Helenismo|helenístico]] ([[Século III a.C.{{séc|século III]]}}[[século {{AC|I a.C.|I a.C.]]x}}), [[Chipre]].
Ficheiroimagem:CdM, attys bambino, busto in marmo di paros, II sec. (arte adrianea) 117-138 dc, collezione caylus.JPG|Busto de [[Átis]] usando o [[barrete frígio]], que tornou-se um "símbolo da liberdade" e é utilizado em vários brasões atualmente (vide ao lado).
Ficheiroimagem:Rio de Janeiro (RJ) - Brasao.png|[[Brasão da cidade do Rio de Janeiro]], com o [[barrete frígio]] ([[:commons:Category:Phrygian caps in heraldry|mais exemplos]])
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