Zaratustra: diferenças entre revisões

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Foi perseguido e hostilizado pelos sacerdotes e por toda a sorte de inimigos ao longo de dez anos. Os príncipes recusaram dar-lhe apoio e proteção e encarceraram-no porque a sua nova mensagem ameaçava a tradição e causava confusão nas mentes de seus súbditos. Com 40 anos, realizou milagres e preocupava-se com a instrução do povo. Converteu o rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso seguidor da religião por ele pregada, iniciando a verdadeira difusão dos ensinamentos de Zaratustra e de uma grande reforma religiosa.
 
Logo em seguida, a corte real seguiu os passos do rei e, mais tarde, o Masdeísmo chegou a ser a religião oficial da Pérsia. No império dos reis [[Sassânidas]], principalmente no de [[Artaxes I]] ([[227]]), o chefe religioso era a segunda pessoa no Estado depois do imperador soberano, e este, inteiramente de acordo com o antigo costume, era admitido como divino ou semidivino, vivendo em particular intimidade com [[OrmuzdAúra-Masda]].
 
Aos 77 anos de idade ele teria morrido assassinado enquanto rezava no templo, diante do fogo sagrado. Segundo alguns relatos, o seu túmulo estaria em [[Persépolis]].
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Na doutrina zaratustriana, antes de o mundo existir, reinavam dois espíritos ou princípios antagónicos: os espíritos do [[Bem]] (Ahura Mazda, Spenta Mainyu, ou [[Ormuz]]) e do [[Mal]] ([[Angra Mainyu]] ou [[Arimã]]). Divindades menores, gênios e espíritos ajudavam Ormuz a governar o mundo e a combater Arimã e a legião do mal. Entre as divindades auxiliares, como consta no ''[[Avesta]]'' a mais importante era Mithra, um deus benéfico que exercia funções de juiz das almas. No final do [[século III]] d.C, a religião de Mithra fundiu-se com cultos solares de procedência oriental, configurando-se no culto do Sol.
 
Arimã é representado como uma serpente. Criador de tudo que há de ruim (crime, mentira, dor, secas, trevas, doenças, pecados, entre outros), ele é o espírito hostil, destruidor, que vive no deserto entre sombras eternas. OrmuzdAúra-Masda, no entanto, é o Criador original, organizador do mundo de modo perfeito.
 
Ahura Mazda é representado também como o divino Lavrador, o que mostra o enraizamento do culto na civilização agrícola, na qual o cultivo da terra era um dever sagrado. No plano [[Cosmologia|cosmológico]], contudo, ele é o criador do [[universo]] e da raça humana, com poderes para sustentar e prover todos os seres, na luz e na glória supremas.
 
[[File:Zoroaster 1.jpg|alt=|thumb|A arte devota zoroastriana apresenta o fundador da religião em roupas brancas e barba comprida]]
Bem e Mal não são apenas [[valores morais]] reguladores da vida cotidiana dos humanos, mas são transfigurados em princípios cósmicos, em perpétua discórdia. A luta entre Bem e Mal origina todas as alternativas da vida do universo e da humanidade. A vitória definitiva de OrmuzdeAúra-Masda sobre Arimã só poderia ocorrer se Zaratustra conseguisse formar uma legião de seguidores e servidores, forte o bastante para vencer o Espírito Hostil, e expurgar o Mal do universo. Nesse sentido, Bem e Mal são princípios criadores e estruturadores do universo, que podem ser observados na natureza e encontram-se presentes na alma humana. A vida humana é uma luta incessante para atingir a bondade e a pureza, para vencer Angra Mainyu e toda a sua legião de demônios cuja vontade é destruir o mundo criado por Ahura Mazda.
 
A doutrina de Zaratustra é [[escatológica]]. De acordo com os seus preceitos, o mundo duraria doze mil anos. No fim de nove mil anos, ocorreria a segunda vinda de Zaratustra como um sinal e uma promessa de redenção final dos bons. Isso seria seguido do nascimento miraculoso do [[Saoshyant]], semelhante ao [[Messias]] [[Hebreus|hebreu]], cuja missão seria aperfeiçoar os bons para o fim do mundo, da história humana, enfim, para a vitória do Bem sobre as forças do Mal. A cada mil anos viria um profeta/messias (Saoshyant).