Guerra de Independência dos Estados Unidos: diferenças entre revisões

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Os americanos começaram a guerra com grandes desvantagens, se comparado com a situação dos britânicos. Eles não tinham uma estrutura de governo nacional, ou um exército ou marinha profissional, nenhum sistema formal de financiamento, nenhum banco, nenhuma linha de crédito e nenhum departamento governamental, como uma tesouraria. O Congresso Continental tentou tomar algumas ações administrativas através de comitês legislativos, algo que se provou ineficiente. Os governos estaduais eram novos também e os líderes não tinham muita experiência em administração. Em tempos de paz, a [[Treze Colônias|colônia]] dependia de viagens oceânicas e transportes, mas agora as rotas estavam fechadas devido ao bloqueio naval britânico e com isso os americanos tiveram de contar com rotas de suprimentos terrestres, que eram mais lentos.<ref>Martin, James Kirby, and Mark Edward Lender. ''A Respectable Army: The Military Origins of the Republic, 1763–1789.'', 2006. ISBN 0-88295-239-0.</ref>
 
Contudo, os americanos tinhatinham muitas vantagens também que, no longo prazo, que acabaram sobrepujando as dificuldades. Os americanos tinham uma população grande e prospera de 2,8 milhões de pessoas que não dependiam muito de importações mas preferencialmente da produção interna, como comida e outros bens, enquanto os britânicos precisavam transportar suprimentos que vinham dos cantos mais longínquos do seu [[Império Britânico|império]]. Territorialmente, as Treze Colônias eram maiores que a Grã-Bretanha e a França. A maioria dos americanos viviam no campo, nas fazendas, distante dos portos e da costa. Os ingleses podiam capturar as cidades portuárias mas isso não lhes dava qualquer vantagem para o controle do interior. Os rebeldes estavam lutando em casa, tinham um sistema organizacional e de infraestrutura que funcionava bem, além de correios (com linhas internas de comunicação), jornais e companhias de impressão. Eles tinham um sistema local de milícias estaduais de longa data, que tinham experiência na luta contra franceses e índios. Esses combatentes passariam suas experiências aos demais e auxiliaram na formação do exército, quando este foi criado pelo Congresso.<ref name="autogenerated1">Pole and Greene, eds. '' Companion to the American Revolution'', ch. 36–39.</ref>
 
Motivação também era uma vantagem. Os [[Patriota (Revolução Americana)|Patriotas]] (como eram chamados os americanos pró-independência) tinham a vontade de vencer. Mais de 200 000 pessoas lutaram na guerra em prol da liberdade da sua nação (cerca de 25 000 morreram). Os britânicos esperavam maior participação dos lealistas no conflito, mas eles fizeram bem menos do que o antecipado. Os ingleses contrataram mercenários alemães para suprir a falta de apoio local.<ref>{{citar livro|autor =Michael Lanning|título=American Revolution 100: The Battles, People, and Events of the American War for Independence, Ranked by Their Significance|url=https://books.google.com/books?id=1GEs53wMr7EC&pg=PA193|ano=2009|publicado=Sourcebooks|páginas=195–96}}</ref>
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No começo da guerra, os americanos não tinham um grande aliado internacional. Porém vitórias como [[Batalha de Bennington|em Bennington]] e [[Batalha de Saratoga|em Saratoga]], e até mesmo após derrotas como [[Batalha de Germantown|em Germantown]],<ref name="Trevelyan, p. 249">Trevelyan, p. 249.</ref> foram decisivas em chamar atenção e conquistar apoio das potências rivais da Inglaterra na [[Europa]], como a França e a Espanha, que passaram de apoiar os americanos clandestinamente com suprimentos, para auxílio direto e aberto, dando armas, mantimentos e até contribuindo com tropas. Isso deu um caráter mais global ao conflito, algo que o Reino Unido temia.<ref name="K405_48">Ketchum (1997), pp. 405–48.</ref>
 
O novo [[Exército Continental]] sofria com a falta de treinamento de suas tropas, além de seus oficiais e sargentos serem majoritariamente inexperientes. Essas desvantagens eram meio que sanadas pela vasta experiência dos oficiais de alta patente. Homens como [[George Washington]], [[Horatio Gates]], [[Charles Lee]], [[Richard Montgomery]] e [[Francis Marion]] tinham experiência militar lutando ao lado do exército britânico durante a [[Guerra Franco-Indígena]]. Os americanos resolveram o problema da falta de preparo graças a ajuda de homens como o general prussiano [[Friedrich Wilhelm von Steuben]]. Ele ensinou ao exército continental o valor da disciplina, noções de tática, preparo físico e estratégia. Ele escreveu o livro ''Revolutionary War Drill Manual'', que se tornou a base da doutrina de treinamento do [[exército americano]], sendo usado até hoje.<ref>Philander D. Chase. "Steuben, Friedrich Wilhelm von"; [http://www.anb.org/articles/01/01-00855.html ''American National Biography Online'' (2000)]. Acessado em 7 de setembro de 2015.</ref> Quando o novo exército emergiu, na primavera de 1778, sua qualidade era agora similar ao dos britânicos em batalha e eles provaram isso em [[Batalha de Monmouth|em Monmouth]], quando resistiram aos impetuosos ataques ingleses.<ref name="John Ferling 2007 294–95"/>
 
[[Ficheiro:Population Density in the American Colonies 1775.gif|miniaturadaimagem|A densidade populacional das [[Treze Colônias|Colônias Americanas]] em 1775.]]