Império Bizantino: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Clasm Chludov.jpg|thumb|esquerda|Página do [[Saltério Chludov]] criticando a [[iconoclastia]]. No fundo há representação da crucificação de [[Jesus]] no [[Gólgota]]. O artista compara os soldados romanos maltratando Jesus com os patriarcas iconoclastas [[João Gramático]] e {{lknb|Antônio|I|de Constantinopla}} destruindo o [[ícone]] de [[Cristo]]]]
 
A sobrevivência do Império Romano do Oriente assegurou um papel ativo do imperador em assuntos da Igreja. O Estado herdou dos [[Religião na Roma Antiga|tempos pagãos]] os procedimentos administrativos e financeiros dos assuntos religiosos — o imperador era o [[pontífice máximo]] — e esses procedimentos foram aplicados à [[Igreja Cristã]]. Seguindo o padrão estabelecido por [[Eusébio de Cesareia]], os bizantinos viam o imperador como representante ou mensageiro de [[Jesus Cristo]], responsável, em particular, pela propagação do cristianismo entre pagãos e pelos temas que não se relacionavam diretamente à doutrina, como administração e finanças. A busca pela unificação das crenças, costumes e ritos em todo império e hierarquia eclesiástica foram dois fatores essenciais que legitimaram o poder imperial assim como a centralização do Estado: como [[Cyril Mango]] aponta, o pensamento político bizantino pode ser resumido no lema "Um Deus, um império, uma religião".{{sfn|name=Mango108|Mango|2007|p=108}} No entanto, o papel imperial nos assuntos da Igreja nunca se desenvolveu num sistema fixo legalmente definido.{{sfn|Meyendorff|1982|p=13}} Com o declínio de Roma e a dissençãodissensão externa nos outros [[Pentarquia|Patriarcados do Oriente]] ([[Patriarca de Antioquia|Antioquia]], [[Patriarca de Alexandria|Alexandria]] e [[Patriarca de Jerusalém|Jerusalém]]), a Igreja de Constantinopla tornou-se, entre os séculos VI e XI, o mais influente e rico centro da cristandade.{{sfn|Meyendorff|1982|p=19}} Mesmo quando o império foi reduzido a apenas uma sombra de seu esplendor, a Igreja continuou a exercer influência significativa tanto dentro como fora das fronteiras imperiais. Como [[George Ostrogorsky]] aponta:
 
{{Citação2|O [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla|Patriarcado de Constantinopla]] permaneceu o centro do mundo ortodoxo, com [[sé metropolitana|sés metropolitanas]] subordinadas e [[arcebispo|arcebispados]] no território da [[Ásia Menor]] e [[Bálcãs]], regiões na época perdidas ao Império Bizantino, bem como no [[Cáucaso]], [[Rússia de Quieve|Rússia]] e [[Grão-Ducado da Lituânia|Lituânia]]. A igreja continuou a ser o elemento mais estável do Império Bizantino.'{{sfn|Meyendorff|1982|p=130}}}}