Guerra Fria: diferenças entre revisões

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Os [[Serviço de inteligência|serviços de inteligência]] e [[espionagem na Guerra Fria]] desempenharam papel decisivo nesta disputa. Usando de [[contrainformação]], agentes soviéticos infiltrados conseguiram induzir governos ocidentais ao erro,<ref name="blogtalkradio">{{pt}} [http://www.blogtalkradio.com/olavo Blog Talk Radio] - Olavo de Carvalho, programa True Outspeak de [[21 de Novembro]] de [[2012]]. Página visitada em [[11 de Setembro]] de [[2013]].</ref> atuando nos EUA já na presidência de [[Franklin Delano Roosevelt]].<ref>{{en}} ''Witness'' de [[Whittaker Chambers]], Regnery Gateway, [[1987]], ISBN 9780895267894 (11/09/2013).</ref><ref>{{en}} ''Stalin's Secret Agents: The Subversion of Roosevelt's Government'', de M. Stanton Evans & Herbert Romerstein, Threshold Editions, [[2013]].ISBN 9781439147702 (11/09/2013).</ref> Por exemplo, [[Harry Dexter White]], funcionário que ocupou importantes cargos no governo estadunidense, era na realidade, um agente a serviço da URSS.<ref name="Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor">{{en}} ''Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor.'' John Koster, Regnery Publishing, Incorporated, An Eagle Publishing Company, 2012. ISBN 9781596983229. (25/09/2013).</ref> E que, por meio de manipulação de informações, ajudou a sabotar as [[relações entre Estados Unidos e Japão|relações nipo-americanas]] gerando tensão e desconfianças em ambos os lados.<ref name="Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor" /> As ações de White levaram o [[Império do Japão]] a, erroneamente, tomar a decisão de lançar o [[ataque a Pearl Harbor]], precipitando a entrada dos EUA na guerra mundial, o que era de interesse da URSS.<ref name="Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor" /> Ainda durante a [[II Guerra Mundial]], [[britânico]]s e [[estadunidense]]s retiraram o apoio dado ao [[general]] [[conservador]] [[Draža Mihailović]] líder dos ''[[Chetniks]]'' ([[movimento de resistência]] [[antifascista]]), resultando na implantação do comunismo na [[Iugoslávia]] no [[pós-guerra]], sob comando de [[Josip Broz Tito]].<ref name="blogtalkradio" /> Na [[Guerra Civil Chinesa]], os EUA não concederam apoio efetivo a [[Chiang Kai-shek]], líder do exército nacionalista do [[Kuomintang]]. Assim, o movimento comunista, liderado por [[Mao Tsé-Tung]], foi vitorioso.<ref name="blogtalkradio" /> Estes equívocos (e outros) deveram-se ao trabalho de desinformação empregado pelos soviéticos.<ref name="blogtalkradio" />
 
{{Quote2Citação2|''Os serviços secretos americanos tiveram várias vitórias de pequena escala. Por exemplo, na chamada exfiltração, que é auxiliar um alto funcionário do governo inimigo que deseja desertar. Tanto EUA quanto Reino Unido exfiltraram muitas pessoas. Mas na escala macroscópica, a KGB fez os governos ocidentais de trouxas.''<ref name="blogtalkradio" />|[[Olavo de Carvalho]]}}
 
Em seu avanço para a [[Alemanha Nazista]], o [[exército vermelho]] ocupou o [[Leste Europeu]], levando governos pró soviéticos ao poder nos países da região. Do "[[socialismo em um só país]]" chegou-se à "[[revolução mundial]]" e, no final do conflito, o comunismo estava presente em 12 países.<ref name="heitordepaola">{{pt}} [http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=137 Heitor De Paola] - AS RAÍZES HISTÓRICAS DO EIXO DO MAL LATINO AMERICANO - II. Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref>
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Com a vitória sobre o [[nazifascismo]] garantida, o general [[George S. Patton]] desejava enfrentar os soviéticos, defendendo a estratégia de "''[[rollback]]''" (confronto militar direto ou guerra "quente"), pois considerava o comunismo uma ameaça maior. O [[exército dos Estados Unidos]] encontrava-se na [[Europa]] e a URSS estava esgotada pela guerra. Na visão de Patton, aquela era uma oportunidade única para enfrentá-los que não deveria ser desperdiçada. Em [[7 de Maio]] de [[1945]] (um dia antes do [[Dia da Vitória na Europa]]), Patton declarou:<ref name="heitordepaola" /><ref>{{en}} [http://www.veteranstoday.com/2012/05/27/memorial-day-time-to-ask-why/ Veterans Today] - ''Memorial Day – Time to Ask Why.'' Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref>
 
{{CquoteCitação2|(...) ''Não vamos dar tempo a eles ''(soviéticos)'' de arranjar suprimentos. Se dermos, teremos apenas vencido e desarmado a Alemanha mas teremos falhado na libertação da Europa; teremos perdido a guerra! <br />''(...)'' Devemos manter nossas botas polidas, ''[[baioneta]]s'' afiadas, e apresentarmo-nos fortes perante os russos. Esta é a única linguagem que eles entendem e respeitam.''}}
 
Porém, terminada a guerra, o [[bloco ocidental]] adotou a "''[[Contenção|estratégia de contenção]]''" em lugar do confronto direto. Esta foi aplicada numa tentativa de impedir uma maior expansão [[geopolítica]] do [[bloco comunista]] (''ver: [[teoria do dominó]]''). A contenção teve êxito em barrar a expansão do comunismo na [[Europa Ocidental]], mas não impediu o surgimento de regimes comunistas em países da [[América Latina]], [[África]] e [[Ásia]].
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[[Svetlana Alliluyeva]], filha de [[Josef Stalin]], em viagem à [[Índia]], solicitou asilo político para a embaixada norte americana em [[Nova Deli]].<ref name="Lana Peters, Stalin’s Daughter, Dies at 85">[[The New York Times]] - [http://www.nytimes.com/2011/11/29/world/europe/stalins-daughter-dies-at-85.html?_r=0 ''Lana Peters, Stalin’s Daughter, Dies at 85.''] Douglas Martin, 28 de Novembro de 2011. {{en}} Acessado em 28/01/2017.</ref> Sua [[autobiografia]] ''[[Twenty Letters To A Friend]]'' <ref name="Twenty Letters To A Friend">{{en}} ''Twenty Letters to a Friend.'' Svetlana Alliluyeva, [[Harpercollins]], [[2016]]. ISBN 9780062442604 (16/01/2016).</ref> seria publicada em [[1967]] coincidindo com o 50º aniversário da [[Revolução Russa de 1917|Revolução Russa]]. Pressões da URSS adiaram o lançamento do livro. A [[KGB]] fez planos para assassiná-la mas, como seria fácil vincular a inteligência soviética a este assassinato, caso ocorresse, tais planos nunca foram executados.<ref name="Lana Peters, Stalin’s Daughter, Dies at 85"/> Svetlana denunciou as violências praticadas pelo regime soviético, antes e depois de seu pai.<ref name="Twenty Letters To A Friend"/>
 
{{CquoteCitação2|''Ele se foi, mas sua sombra ainda está sobre nós. Ele continua dando ordens e nós, muitas vezes, ainda obedecemos.''<ref>M. Knowles, Elizabeth. ''The Oxford Dictionary of Quotations.'' [[Oxford University Press]], 1999, pág. 12, {{en}}, 16 de janeiro de 2016. ISBN 9780198601739</ref>|Svetlana Alliluyeva sobre seu pai.}}
 
[[Yuri Bezmenov]], [[correspondente]] da [[agência de notícias]] [[RIA Novosti]] na Índia e agente da [[KGB]], desertou para o Canadá em [[1970]]. Revelou ao ocidente as estratégias usadas para incitar a [[subversão]] em países nas quais a URSS almejava implantar governos satélites. Descreveu que o processo de subversão de uma sociedade consiste em quatro fases distintas <ref>{{pt}} [https://docs.google.com/file/d/0BwQmscbJeNjydEZ1ZkZOSy1UR2c/edit?pli=1 Docs Google] - As quatro etapas da subversão. Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref> ("desmoralização", "desestabilização", "crise", "normalização"). Cada fase busca um objetivo: desacreditar ("desmoralizar") [[religião]], valores e cultura; desorganizar ("desestabilizar") as estruturas política, econômica e sociocultural; incitar desordem generalizada ("crise") precipitando a implantação de um governo pró soviético e, após, estabilizar ("normalizar") a situação deste país.<ref name="World NewsYouTube">[httphttps://wnwww.youtube.com/yuri_bezmenov_subvers%C3%A3owatch?v=xgJD4YJ2TOc World NewsYouTube] - ''A Subversão nos paísesPaíses alvo da extintaExtinta URSS Yuri Bezmenov Palestra Completa.'' Vídeo {{en}} legendado {{pt}}. Página visitada em 114 de SetembroJulho de 20132018.</ref> Segundo ele, a subversão é executada por agentes estrangeiros ou colaboradores locais que infiltram-se em diversas áreas, que vão de grupos religiosos, [[Partido político|partidos políticos]], [[Empresário|meio empresarial]] e [[mídia]] conservadora a defensores dos [[direitos civis]], [[homossexuais]], [[feminista]]s e [[indústria cultural]].<ref name="World NewsYouTube" /> Alertava que, na fase de "normalização" os colaboradores mais idealistas e radicais (os "[[Idiota útil|idiotas úteis]]") eram descartados, muitas vezes sendo eliminados fisicamente.<ref name="World NewsYouTube" /> Yuri Bezmenov deu inúmeros exemplos disto em livros, palestras,<ref name="World NewsYouTube" /> entrevistas e conferências.
 
No período pós Guerra Fria, organizações internacionais reprovaram as violências praticadas em nome do comunismo. Em [[25 de Janeiro]] de [[2006]], o [[Conselho da Europa]] oficializou uma resolução condenando os crimes dos governos que adotaram este sistema.<ref>{{en}} [http://assembly.coe.int/Main.asp?link=/Documents/AdoptedText/ta06/ERES1481.htm Council of Europe Parliamentary Assembly] - ''Resolution 1481 (2006) Need for international condemnation of crimes of totalitarian communist regimes.'' Página visitada em [[25 de Setembro]] de 2013.</ref><ref>{{en}} [http://assembly.coe.int/ASP/APFeaturesManager/defaultArtView.asp?ID=382 Council of Europe Parliamentary Assembly] - ''PACE News: PACE strongly condemns crimes of totalitarian communist regimes.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> Em [[2008]] foi firmada, na [[República Tcheca]], a ''[[Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo]]'' (colocando no mesmo nível os crimes do [[marxismo-leninismo]] e do [[nazifascismo]]) e o [[Parlamento Europeu]] instituiu o ''Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo'',<ref>{{es}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+IM-PRESS+20080929STO38339+0+DOC+XML+V0//ES Europarl (Parlamento Europeu)] - ''La UE recordará cada año a las víctimas del estalinismo y el nazismo.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref><ref>{{en}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?type=IM-PRESS&reference=20080929STO38339&language=EN Europarl (Parlamento Europeu)] - ''Hitler and Stalin's victims remembered with special day.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref><ref>{{pt}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//NONSGML+IM-PRESS+20080919IPR37662+0+DOC+PDF+V0//PT&language=PT Europarl (Parlamento Europeu)] - Um "Dia Europeu da Memória das. Vítimas do Estalinismo e do Nazismo". Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> internacionalmente conhecido como o [[Dia da Fita Preta]], ([[23 de agosto]], dia da assinatura do [[Pacto Molotov-Ribbentrop]]).