Império Italiano: diferenças entre revisões

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=== Corrida por um império ===
[[Ficheiro:FrancescoPossessions Crispiitaliennes en Afrique-1896.jpg|thumb|miniaturadaimagem|leftthumb|[[FrancescoPossessões Crispi]]e promoveuárea ode colonialismoinfluência italiano na Áfricaitalianas no fim[[Chifre doda África]] Séculoem XIX1896]]
A [[Risorgimento|Unificação Italiana]] trouxe consigo a ideia de que a Itália merecia o seu próprio império ultramarinho, junto das outras potências da Europa e reascendeu a noção de ''[[Mare Nostrum|mare nostrum]]''.<ref>Betts (1975), p.12</ref> No entanto, a Itália chegou tarde à corrida colonial e a sua relativa fraqueza pragmaticamente significou que a nação dependia da concordância de potências maiores como o [[Reino Unido]], [[França]] e a [[Império Alemão]] durante a aquisição do seu império.<ref>Betts (1975), p.97</ref>
[[Ficheiro:Possessions italiennes en Afrique-1896.jpg|miniaturadaimagem|thumb|left|Possessões e área de influência italianas no [[Chifre da África]] em 1896]]
A [[Unificação Italiana]] trouxe consigo a ideia de que a Itália merecia o seu próprio império ultramarinho, junto das outras potências da Europa e reascendeu a noção de ''[[Mare Nostrum|mare nostrum]]''.<ref>Betts (1975), p.12</ref> No entanto, a Itália chegou tarde à corrida colonial e a sua relativa fraqueza pragmaticamente significou que a nação dependia da concordância de potências maiores como o [[Reino Unido]], [[França]] e a [[Império Alemão]] durante a aquisição do seu império.<ref>Betts (1975), p.97</ref>
Na África ao fim de 1861, [[Cavour]] fez uma tentativa pouco conhecida, logo rebatida por ingleses e franceses, de criar uma pequena colônia, inicialmente comercial, na costa da [[Nigéria]] e na ilha portuguesa de [[Príncipe]].<ref>[http://www.xmasgrupsom.com/public/index.php?showtopic=2231 La mancata colonia di Lagos in Nigeria]</ref>.
 
Ao fim de 1869, o explorador [[Emilio Cerruti]] foi mandado a [[Nova Guiné]] para reportar a respeito do local e lidar com a população nativa, obtendo bons resultados para a criação de uma eventual colônia comercial ou penal, mas o temor de se tornar inimiga do Reino Unido e dos [[Países Baixos]] fez tudo cair por terra.<ref>Franchini, Vittorio. ''Storia economica coloniale: lezioni di storia economica'' p.526</ref> Cerruti, de fato retornou em 1870 a [[Florença]] com rascunhos de tratados firmados com os sultões das [[ilhas Aru]], [[Kai]] e Balscicu da Nova Guiné, onde eles aceitavam a soberania italiana (Cerruti chegou a tomar posse de alguns setores da costa sul e ocidental da ilha de Nova Guiné em nome da Itália).<ref>[http://books.google.it/books?id=UvYsAAAAYAAJ&pg=PA275&lpg=PA275&dq=esploratore+Cerruti+in+nuova+guinea&source=bl&ots=21INjT8L9x&sig=2c97yv2CIzDwjA5wrW2BCtOkRsg&hl=it&ei=5wTfTeDcEoXXiAL1qojtCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CBkQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false L'esploratore Cerruti in Nuova Guinea]</ref> Em 1883, o governo italiano pede ao governo britânico, por via diplomática, se havia aceitado a possibilidade da ilha de Nova Guiné se tornar uma colônia italiana. Com a resposta negativa britânica, a Itália abandonou qualquer tentativa de colonização da ásia banhada pelo [[oceano Pacífico]].<ref>[http://books.google.com/books?id=vKVFAauDdHkC&pg=PA42&lpg=PA42&dq=emilio+cerruti+in+new+guinea+1870&source=bl&ots=a6DlZoluQY&sig=z_gMRBnafb83XpnAUqBHnninY5M&hl=en&ei=tg3fTcyQNYTGsAOdsY2TBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=7&ved=0CDAQ6AEwBg#v=onepage&q=emilio%20cerruti%20in%20new%20guinea%201870&f=false Ultimo tentativo italiano in Nuova Guinea nel 1883]</ref>
[[Ficheiro:Francesco Crispi.jpg|thumb|miniaturadaimagem|left|[[Francesco Crispi]] promoveu o colonialismo italiano na África no fim do século XIX.]]
 
O país já considerava a província [[Império Otomano|otomana]] da [[Tunísia]], onde uma grande comunidade de [[italianos tunisianos]] vivia, dentro da sua esfera de influência. Ela não considerou anexá-la até 1879, quando se tornou aparente que a Grã-Bretanha e a Alemanha estavam encorajando a França a adicioná-la entre as suas possessões coloniais no [[Norte da África]].<ref>Lowe, p.21</ref> Uma oferta de última hora foi feita à Itália para dividir a Tunísia entre os dois países foi recusada; dessa forma a França, confiante no suporte alemão, ordenou que suas tropas marchassem da [[Argélia Francesa]], impondo um protetorado na Tunísia em maio de 1881 com o [[Tratado de Bardo]]<ref>Lowe, p.24</ref> O choque da "granada tunisiana" como a imprensa italiana chamou e o senso de isolação da Itália na Europa levou-a a buscar aliados.
Desde o reinado de [[Vítor Emanuel II da Itália|Vítor Emanuel]] (1820-1878), [[Reino da Sardenha|rei da Sardenha]], e depois [[Lista de reis da Itália|rei de Itália]], a monarquia italiana, temendo uma intervenção militar da [[França]] (devido à rivalidade entre o [[Estado]] italiano e o [[Vaticano]]), vinha solicitando há algum tempo uma aliança com o [[Império Alemão]]. O [[Chanceler da Alemanha|chanceler alemão]] [[Otto von Bismarck]] impôs como condição para esta se realizar uma [[Tríplice Aliança (1882)|Tríplice Aliança]], com o [[Império Austro-Húngaro]] igualmente envolvido.<ref>Lowe, p.27</ref> A partir daqui, os destinos destas [[Grande potência|potências]], bem como os dos seus adversários, estiveram interligados. Um dos aspectos marcantes da política deste período passava por [[África]], e pela aquisição de novos territórios além-mar, onde se prolongava a rivalidade internacional sentida na [[Europa]]. Após a ocupação da [[Tunísia]] pela França em 1881, concluía-se a aliança, quando na Itália reinava já [[Humberto I da Itália|Humberto I]].
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Antes da intervenção direta na Primeira Guerra Mundial, a Itália ocupou o porto albanês de [[Vlorë]] no verão de 1914.<ref name="Nigel Thomas 2001. Pp. 17"/> No outono de 1916, a Itália começou a ocupar o sul da Albânia e as forças italianas recrutaram albaneses para servir com elas.<ref name="Nigel Thomas 2001. Pp. 17"/> A Itália, com a permissão do comando aliado, ocupou o [[Epiro do Norte]] em 23 de agosto de 1916, forçando o exército grego neutralista a retirar as suas forças ocupação de lá.<ref name="Nigel Thomas 2001. Pp. 17"/> Em junho de 1917, a Itália proclamou a Albânia central e sul como seu protetorado, enquanto o norte foi dado aos estados de Sérvia e Montenegro.<ref name="Nigel Thomas 2001. Pp. 17"/> Em 31 de outubro de 1918, as forças franco-italianas expulsaram o exército austro-húngaro da Albânia.<ref name="Nigel Thomas 2001. Pp. 17"/> Entretanto, em 1920 uma rebelião eclodiu na Albânia, a [[Guerra de Vlora]], levando os italianos a concordarem em retornar o território ocupado para a Albânia, com exceção da [[Ilha Sarzan]].
 
A [[Dalmácia]] era uma região estratégica durante a Primeira Guerra Mundial, tanto a Itália quanto a Sérvia tinham intenções de capturá-la do controle austro-húngaro. O Tratado de Londres garantia à Itália o direito de anexar grandes porções da Dalmácia pela participação italiana no lado aliado. Em 5 e 6 de novembro de 1918, as forças italianas reportarem terem chegado a [[Vis]], [[Lastovo|Lagosta]], [[Šibenik|Sebenico]] e outras localidades na costa dálmata.<ref>Giuseppe Praga, Franco Luxardo. ''History of Dalmatia''. Giardini, 1993. Pp. 281.</ref> Ao fim das hostilidades em novembro de 1918, os militares italianos já haviam tomado o controle de toda a porção da Dalmácia que era destinada à Itália de acordo com o Tratado e em 17 de novembro também apreenderam [[Rijeka|Fiume]].<ref name="Paul O 2005. Pp. 17">Paul O'Brien. ''Mussolini in the First World War: the Journalist, the Soldier, the Fascist''. Oxford, England, UK; New York, New York, USA: Berg, 2005. Pp. 17.</ref> Em 1918, o almirante [[Enrico Millo]] declarou-se governador italiano da Dalmácia.<ref name="Paul O 2005. Pp. 17"/> [[Gabriele Dd'Annunzio]], famoso nacionalista italiano, suportou a tomada da Dalmácia e procedeu para Zara (atual [[Zadar]]) em um navio de guerra italiano em dezembro de 1918.<ref>A. Rossi. ''The Rise of Italian Fascism: 1918–1922''. New York, New York, USA: Routledge, 2010. Pp. 47.</ref> No entanto, com a conclusão do [[Tratado de Versalhes (1919)|Tratado de Versalhes]] em 1919, a Itália recebeu menos na Europa do que lhe foi permitido, e nenhuma colônia no ultramar. Em abril de 1920, britânicos e italianos concordaram que a [[Jubalândia]] seria dada a Itália como compensação, mas a Grã-Bretanha atrasou o acordo, usando isso como chantagem para forçar a Itália a ceder o [[Dodecaneso]] para a [[Grécia]]<ref>Lowe, p.187</ref>
 
=== Fascismo ===
{{Artigo principal|Itália Fascista|Grande Itália}}
[[Imagem:ProgettoImperoItaliano.jpg|thumb|esquerda|upright=1.1|Projeto fascista de um império desde o [[Egito]] até a [[Somália]] (limites em verde). Território já anexado como parte integral da Itália (e não apenas uma colônia ou território) em laranja]]
[[Imagem:Cartolina celebrativa della conquista dell'Impero.jpg|thumb|left|Propaganda comemorativa da conquista do a África Oriental Italiana e da proclamação do império, as frases são dos discursos de Mussolini]]
Em 1922, o líder do movimento [[Itália fascista|fascista italiano]] [[Benito Mussolini]], tornou-se primeiro-ministro da Itália, após a [[Marcha sobre Roma]]. Mussolini resolveu a questão da soberania sobre o [[Dodecaneso]] no [[Tratado de Lausanne]] de 1923, que formalizou a administração italiana de ambos Líbia e as ilhas gregas do Dodecaneso, em troca de um pagamento para a [[Turquia]], o Estado sucessor do Império Otomano, ainda que ele tenha falhado em uma tentativa de extrair um mandato de uma parte do Iraque, da Grã-Bretanha.
 
No mês seguinte a ratificação do Tratado de Lausanne, Mussolini ordenou a invasão da ilha grega de [[Corfu]], após o assassinato de um general italiano na fronteira greco-albanesa. A imprensa italiana apoiou o movimento, observando que Corfu tinha sido uma possessão da [[República de Veneza]] por quatrocentos anos.<ref>Lowe, p.196</ref> Embora o assunto fosse levado pela Grécia para a [[Sociedade das Nações|Liga das Nações]], Mussolini conseguiu resistir à pressão, e foi apenas a ameaça de guerra pela Grã-Bretanha que o convenceu a evacuar as tropas italianas,<ref>Lowe, p.198</ref> em troca de indenizações da Grécia. O confronto sobre [[Corfu]] e a determinação óbvia da Itália em nunca desistir da soberania do Dodecaneso, levou a Grã-Bretanha e Itália a resolverem a questão da [[Jubalândia]] em 1924: ela foi incorporada à [[Somália Italiana]].<ref>Lowe, p.191,199</ref>
 
[[Imagem:Cartolina celebrativa della conquista dell'Impero.jpg|thumb|left|Propaganda comemorativa da conquista do ada África Oriental Italiana e da proclamação do império,. asAs frases são dos discursos de Mussolini.]]
Para o oeste da Itália, os fascistas alegaram que os territórios da [[Córsega]], [[Nice]], e [[Saboia]] mantidas pela França, eram terras italianas.<ref>Aristotle A. Kallis. ''Fascist Ideology: Expansionism in Italy and Germany 1922-1945''. Londres, Inglaterra; RU; Nova Iorque, NI, EUA: Routledge, 2000. P. 118.</ref><ref>Mussolini Unleashed, 1939-1941: Politics and Strategy in Fascist Italy's Last War. Cambridge, Inglaterra, RU: Cambridge University Press, 1986, 1999. P. 38.</ref>
 
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Nas [[Bálcãs]], o regime fascista clamou a [[Dalmácia]] e manteve ambições sobre toda a costa do [[mar Adriático]] usando como base argumentativa a dominação [[Império Romano|romana]] nessas regiões.<ref name="Robert Bideleux 1998. Pp. 467">Robert Bideleux, Ian Jeffries. ''A history of eastern Europe: crisis and change''. London, England, UK; New York, New York, USA: Routledge, 1998. Pp. 467.</ref> A Dalmácia e Eslovênia seriam diretamente anexadas à Itália, enquanto que o restante dos [[Bálcãs]] seria transformado em [[Estado cliente|estados clientes]].<ref>Allan R. Millett, Williamson Murray. ''Military Effectiveness, Volume 2''. New edition. New York, New York, USA: Cambridge University Press, 2010. P. 184.</ref>
 
Em 1932 e 1935, a Itália exigiu mandatos na [[Liga das Nações]] com a antiga colônia alemã dos [[Camarões]] e mão livre na Itália por parte da França em retorno pelo suporte italiano contra a Alemanha.<ref name="burgwyn">Burgwyn, James H. (1997). ''Italian foreign policy in the interwar period, 1918–1940'', [https://books.google.com/books?id=PNHxISN-dmQC&pg=PA68&dq=mussolini+cameroons&hl=nl&ei=u3f2TcquK8GEOry9vZgH&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCsQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false p. 68]. Praeger Publishers.</ref> Isso foi recusado pelo primeiro-ministro francês [[ÉdouradÉdouard Herriot]], que ainda não estava preocupado o suficiente com relação a ressurgência alemã.<ref name="burgwyn"/> A resolução falha da [[Crise da Abissínia]] levou à [[Segunda Guerra Ítalo-etíopeEtíope]], na qual a Itália derrotou o [[Império Etíope]] e o anexou ao seu próprio império formando a [[África Oriental Italiana]] ao fundir suas colônias no [[Chifre da África]].
 
A posição da Itália com relação à Espanha mudou entre as décadas de 1920 e 1930. O regime fascista mantinha antagonismo com relação à Espanha devido à política externa em prol dos franceses de [[Miguel Primo de Rivera]]. Em 1926, Mussolini começou a ajudar o movimento separatista catalão, que era liderado por [[Francesc Macià]], contra o governo espanhol.<ref name="Robert H. Whealey 2005. P. 11">Robert H. Whealey. ''Hitler And Spain: The Nazi Role In The Spanish Civil War, 1936–1939''. Paperback edition. Lexington, Kentucky, USA: University Press of Kentucky, 2005. P. 11.</ref> Com a ascensão da governo republicano de esquerda substituindo a monarquia espanhola, os monarquistas e fascistas espanhóis se aproximaram da Itália pedindo por ajuda para derrubar o governo republicano; a Itália concordou e deu suporte em ordem de estabelecer um governo pró-italiano.<ref name="Robert H. Whealey 2005. P. 11"/>
Em julho de 1936, [[Francisco francoFranco]] da facção Nacionalistanacionalista na [[Guerra Civil Espanhola]] pediu suporte contra a facção Republicanarepublicana no poder e garantiu que se a Itália apoiasse os nacionalistas as "futuras relações seriam mais que amigáveis" e que o suporte italiano "iria permitir que a influência de Roma prevalecesse sobre a de Berlim nas futuras políticas da Espanha".<ref>Sebastian Balfour, Paul Preston. Spain and the Great Powers in the Twentieth Century. London, England, UK; New York, New York, USA: Routledge, 1999. P. 152.</ref> A Itália interveio na guerra civil com a intenção de ocupar as [[ilhas Baleares]] e criar umaum [[estado cliente]] na [[Espanha]].<ref>R. J. B. Bosworth. ''The Oxford handbook of fascism''. Oxford, UK: Oxford University Press, 2009. Pp. 246.</ref> O controle sobre as ilhas era cobiçado devido a sua posição estratégica, a Itália poderia usar as ilhas como uma base para cortar as linhas de comunicação entre a França e suas colônias no norte africano e entre Gibraltar e Malta.<ref>John J. Mearsheimer. The Tragedy of Great Power Politics. W. W. Norton & Company, 2003.</ref> Depois da vitória por Franco e os nacionalistas na guerra, a inteligência Aliada foi informada de que a Itália estava pressionando a Espanha para permitir uma ocupação italiana das ilhas Baleares.<ref>The Road to Oran: Anglo-Franch Naval Relations, September 1939 – July 1940. Pp. 24.</ref>
 
Depois do Reino Unido assinar os [[Acordos de Páscoa]] anglo-italianos em 1938, Mussolini e o Ministroministro do Exteriorexterior Ciano fizeram demandas para a concessões no Mediterrânea por parte da França, particularmente com relação ao [[Djibuti]], [[Tunísia]] e o [[Canalcanal de Suez]] administrado pelos franceses.<ref name="Reynolds Mathewson Salerno 1940. p82-83">Reynolds Mathewson Salerno. Vital Crossroads: Mediterranean Origins of the Second World War, 1935–1940. Cornell University, 2002. p&nbsp;82–83.</ref> Três semanas depois, Mussolini disse a Ciano que ele tinha intenção de exigir uma tomada italiana da Albânia.<ref name="Reynolds Mathewson Salerno 1940. p82-83"/> Mussolini proferiu que a Itália só poderia "respirar facilmente" se adquirisse um domínio colonial contínuo na África do Atlântico ao índico[[Oceano Índico|Índico]], e que 10 milhões de italianos tivessem se instalado.<ref name="smith"/> Em 1938 a Itália exigiu uma [[esfera de influência]] no Canalcanal de Suez no Egito, especialmente pedindo que a [[Companhia do Canal de Suez]] aceitasse um representante italiano no seu [[conselho de administração]].<ref name="LIFE 1938. Pp. 23">"French Army breaks a one-day strike and stands on guard against a land-hungry Italy", ''LIFE'', 19 Dec 1938. Pp. 23.</ref> A Itália era contrária ao monopólio francês na empresa porque com a Companhia do Canal de Suez sob domínio francês, todo o tráfico mercante italiano a colônia da [[África Oriental Italiana]] era forçado a pagar pedágio para entrar no canal.<ref name="LIFE 1938. Pp. 23"/>
 
A região da Albânia era parte do [[Império Romano]], sendo dominada antes mesmo de algumas seções do norte da península Itálica pelos romanos, mas que era povoada há muito tempo pelos [[albaneses]]. Em 1939, a Itália [[Invasão italiana da Albânia|invadiu e capturou a Albânia]] e fez dela parte do Império Italiano como um reino separado em [[união pessoal]] com a [[Casa de Saboia|Coroa Italiana]], mesmo com a Itália tendo ligações fortes com a liderança albanesa e a considerava firmemente dentro da sua esfera de influência.<ref name="Dickson 2001 pg 69">Dickson (2001), pg. 69</ref> É possível que Mussolini apenas quisesse um sucesso espetacular sobre um vizinho menor para se igualar a [[Anschluss|absorção da Áustria]] e da [[Ocupação alemã da Checoslováquia|Checoslováquia]] pela [[Alemanha naziNazi|Alemanha]].<ref name="Dickson 2001 pg 69"/> O rei italiano VitorVítor Emanuel III adquiriu o título de Rei da Albânia e um governo fascista sob [[Shefqet Verlaci]] foi estabelecido na [[Reino da Albânia (1939–1943)|Albânia sob domínio italiano]].
 
=== Segunda Guerra Mundial ===
Mussolini entrou na [[Segunda Guerra Mundial]] ao lado de [[Adolf Hitler]] com planos de aumentar as possessões territoriais da Itália. Ele tinha planos de anexar uma parte da [[Iugoslávia]] ocidental, sul da [[França]], [[Córsega]], [[Malta]], [[Tunísia]], parte da [[Argélia]], um porto atlântico no [[Marrocos]], [[Somalilândia Francesa]], [[Egito Britânico]] e o [[Sudão]].<ref>Calvocoressi (1999) p.166</ref> Mussolini também mencionou a [[Italo Balbo]] suas ambições em capturar territórios franceses e britânicos nos Camarões e fundar um "Camarões italiano", na esperança de que a Itália finalmente conseguisse uma colônia na costa atlântica da África.
 
Em 10 de junho de 1940, Mussolini declarou guerra ao Reino Unido e França; ambos os países já estavam em guerra com a [[Alemanha NazistaNazi|Alemanha]] desde setembro do ano passadoanterior. Em julho de 1940, o conde Ciano, Ministro do Exterior italiano, Conde Ciano, apresentou àa [[Adolf Hitler]] um documento com as demandas italianas que incluíam: a anexação de Córsega, Nice e Malta; protetorado na Tunísia e uma zona tampão na Argélia; independência com presença militar italiana no Líbano, Palestina, Síria e Transjordânia, assim como expropriação das companhias de petróleo nesses territórios; ocupação militar do [[AdenÁden]], [[Perim]] e [[SocotraSocotorá]]. O Chipre seria dado aà Grécia em troca por Corfu e Ciamuria que seriam dadas à Itália. A Itália também receberia a Somalilândia Britânica, África Equatorial Francesa até o Chade,. Ciano também adicionou durante o encontro que a Itália queria otambém Quênia e a Uganda também.<ref name="Santi Corvaja 2008. Pp. 132">Santi Corvaja, Robert L. Miller. Hitler & Mussolini: The Secret Meetings. New York, New York, USA: Enigma Books, 2008. Pp. 132.</ref> Hitler accepted the document without any comment.<ref name="Santi Corvaja 2008. Pp. 132"/>
 
Em outubro de 1940, Mussolini ordenou a [[Guerra Greco-Italiana|invasão da Grécia]] pelas suas forças estacionadas na Albânia, mas a operação não obteve sucesso.<ref>Dickson (2001) p.100</ref> Em abril de 1941, a Alemanha lançou a [[Invasão da Iugoslávia]] e então [[Batalha da Grécia|invadiu a Grécia]]. A Itália e outros aliados alemães apoiaram ambas as ações. Os exércitos alemão e italiano tomaram a Iugoslávia em duas semanas e apesar da ajuda britânica na Grécia, as tropas do Eixo ocuparam o país pelo fim de abril. Os italianos ganharam controle sobre porções da Grécia e da Iugoslávia ocupadas. Um membro da [[Casa de Saboia]], [[Tomislau II da Croácia|Príncipe Aimone, Duque de Aosta]] foi apontado como rei do recentemente criado [[Estado Independente da Croácia]].
 
Durante o ápice da [[Batalha da Grã-Bretanha]], os italianos lançaram a [[Invasão italiano do Egito]] na esperança de capturar o [[Canalcanal de Suez]]. Em 16 de setembro de 1940, os italianos avançaram 96 km borda adentro. No entanto, em dezembro, os britânicos lançaram a [[Operação Compasso]] e por volta de fevereiro de 1941, os britânicos cercaram e capturaram o [[10° Exército Italiano]] e entrado na Líbia.<ref>Dickson (2001) p.101</ref> A [[operação Sonnenblume|intervenção alemã]] impediu a queda da Líbia e as forças combinadas do Eixo empurraram os britânicos novamente para o Egito até o verão de 1942, antes de serem parados em [[Primeira Batalha de El Alamein|El Alamein]]. Na [[Operação Tocha]], a intervenção aliada contra a França de Vichy nos Marrocos e Argélia criaram uma campanha com duas frentes. As forças italianas e alemãs entraram na Tunísia no fim de 1942 em responda, no entanto, as forças no Egito foram logo forçadas a fazer uma retirada para a Líbia. Em maio de 1943, as forças do Eixo na Tunísia foram forçadas a se renderem.
 
A [[Campanha do Leste Africano]] começou com avanços italianos no [[Quênia]], [[Somalilândia Britânica]] e [[Sudão]]. No verão de 1940, as Forças Armadas Italianas conquistaram com sucesso toda a Somalilândia britânica.<ref>Dickson (2001) p.103</ref> Mas na primavera de 1941, as forças britânicas contra-atacaram e empurraram os italianos para dentro da [[África Oriental Italiana]]. Em 5 de maio, [[Haile Selassie]] retornou a [[AddisAdis Abeba]] para reclamar o seu trono. Em novembro, a última resistência italiana terminou com a [[Batalha de Gondar]].<ref>Jowett (2001) p.7</ref> Entretanto, mesmo com a rendição da África Oriental, algumas forças italianas continuaram com a [[Guerra de guerrilha italiana na Etiópia]], que durou por mais dois anos.
 
Em novembro de 1942, quando os alemães ocuparam a [[França de Vichy]] durante o [[Caso Anton]], a área da [[Ocupação italiana da França]] foi expandida com a incorporação da [[Córsega]].
 
=== Fim do império ===
[[Ficheiro:Keren Battlefield 008.jpg|right|thumb|Cemitério de guerra italiano em [[Keren]], na [[Eritreia]].]]
[[Ficheiro:LA CATTEDRALE DI TRIPOLI 1960.jpg|thumb|A [[Catedral de Tripoli]] nos anos 1960.]]
 
No outono de 1943, o Império Italiano e todos os sonhos da Itália Imperial efetivamente chegaram a um fim. Em 7 de maio, a rendição das [[Potências do Eixo|forças do Eixo]] na [[Campanha da Tunísia|Tunísia]] e outras perdas quase contínuas por parte da Itália, levou o rei [[VitorVítor Emanuel III da Itália|Vítor Emanuel III]] a planejar a remoção de Mussolini. Seguindo a [[Invasãoinvasão aliada da Sicília]], todo o suporte de Mussolini se evaporou. Um encontro do [[Grande Conselho do Fascismo]] ocorreu em 24 de julho, impôs um voto de desconfiança ema Mussolini. O "''Duce"'' foi subsequentemente deposto e preso pelo Reirei na tarde seguinte. Mais tarde, Mussolini continuou como prisioneiro do rei até 12 de setembro, quando foi resgatado sob ordens de Hitler por paraquedistas alemães e se tornou líder da [[República Social Italiana]] recém estabelecida.
 
Depois em 25 de julho, o novo governo italiano sob o regime do Rei e do Marechal de Campo [[Pietro Badoglio]] continuou externamente como parte do Eixo. Mas secretamente, ele iniciou as negociações com os Aliados. Na véspera do desembarque americano em [[Salerno]], que começou com a [[Invasão Aliada da Itália]], o novo governo italiano assinou o [[Armistício de Cassibile]] com os Aliados. Em 8 de setembro, o armistício se tornou público; os territórios que estavam sob domínio italiano na [[Albânia]], [[Iugoslávia]] e [[Dodecaneso]] dentro outros foram invadidos e tomados com sucesso pelas forças alemãs e encerraram a ocupação italiano. Durante a [[Campanha do Dodecaneso]], uma tentativa Aliada de retomar as ilhas do Dodecaneso com cooperação das tropas italinas terminou em uma vitória total alemã. Na China, o [[Exércitoexército Imperialimperial Japonêsjaponês]] ocupou a concessão italiana em Tianjin depois da notícia do armistício. Depois em 1943, a República Social Italiana formalmente cedeu controle da concessão ao estado fantoche japonês na China, o [[Governogoverno nacionalista de Nanquim]] sob [[Wang Jingwei]].
 
Em 1947, a [[República Italiana]] formalmente perdeu todos os seus territórios ultra-marinhos como resultado do [[Tratado de Paris (1947)|Tratado de Paris]]. Houveram discussões para manter a [[Tripolitânia]] (uma província da [[Líbia Italiana]]) como uma última colônia italiana, mas não obtiveram sucesso. Em novembro de 1949 a [[Somalilândia]] foi feita um [[Mandato das Nações Unidas]] sob administração italiana. Essa administração durou até 1 de julho de 1960, quando a Somalilândia Italiana adquiriu a sua independência e junto com a [[Somalilândia Britânica]], formou a [[Somália]].
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===Europa===
* [[Imagem:Flag of Italy (1861-1946).svg|22px]][[Reino dade Itália (1861-19461861–1946)|Reino da Itália]]
** [[Imagem:Flag of Italy (1861-1946).svg|22px]][[Governatorato da Dalmácia|Dalmácia]] (1941-1943)
** [[Imagem:Flag of Italy (1861-1946).svg|22px]][[Província de Liubliana|Província Italiana de Liubliana]] (1941-1943)
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* '''Geórgia'''
Em 1919, o rei da Itália [[VitorVítor Emanuel III]], invocando um dos direitos italianos estabelecidos em favor das potências vitoriosas da Grande Guerra, no artigo n. 9 do Pacto de Londres, pedindo e obtendo de uma outra potência vencedora, o Império Britânico, através do bom ofício de [[David Lloyd George]] o envio a [[Geórgia]] um contingente de 85 mil homens sob as ordens do Generalgeneral [[Giuseppe Pennella]], em apoio a independência do país do [[Império Russo]] e contra a [[Turquia]].<ref>[http://digilander.libero.it/trombealvento/guerra2/varie/disfacimentoitaliani.htm Gli italiani nel Caucaso]</ref> O governo orlando, pouco antes de cair, decidiu com decreto que a expedição italiana à Geórgia, estabelecendo os termos e as datas. Contudo o governo Nitti que lhe sucedeu, decide adiar os planos para não comprometer as relações da Itália com a [[União Soviética]] recém criada. Sucessivamente, Mussolini em 1941 buscou criar na Geórgia um protetorado italiano desfrutando das ligação entre as duas nações originado por Pennella em 1919.<ref>[http://pizeroblog.splinder.com/post/20727704/piano-geopolitico-di-mussolini-sulla-georgia Mussolini e la Georgia] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110716120537/http://pizeroblog.splinder.com/post/20727704/piano-geopolitico-di-mussolini-sulla-georgia |data=16 luglio 2011 }}</ref>
 
* '''Iêmen'''
A já formada colônia da Eritreia, sob a administração do governador [[Jacopo Gasparini]], buscou obter em 1926 um protetorado sobre o [[Iêmen]] e criar uma base para um império colonial na Península[[península Arábica]].<ref>Ministero Affari Esteri: ''Documenti Diplomatici italiani'' p.733,778</ref> No entanto, Mussolini parou o projeto para não despertar a inimizade do Reino Unido. Isso deixou escapar a chance da Itália controlar uma interessante área petrolífera. Naqueles anos, Mussolini mantinha contato frequente com [[Winston Churchill]] por meio de cartas, que o convenceu a não apoiar o governador Gasparini.<ref>Nicola D'Aroma. ''Vite parallele: Churchill e Mussolini''. Roma, 1962 p.47</ref>
 
* '''Europa central e Bálcãs'''
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File:Eritrea COA.svg|Emblema da [[Eritreia italianaItaliana]]
File:Coat of arms of Lybia (1940).svg|Emblema da [[Líbia Italiana]]
File:Italian Somaliland COA.svg|Emblema da [[Somália Italiana]]