Marraquexe: diferenças entre revisões

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Os Almóadas, membros da tribo [[berberes|berbere]] dos [[Masmudas]], originários das montanhas [[Alto Atlas]] e muçulmanos ortodoxos, tomaram Marraquexe em 1147, liderados por [[Abde Almumine]]. Depois de um longo cerco e da morte de cerca de {{formatnum:7000}} pessoas, os últimos Almorávidas foram exterminados, à exceção dos que lograram fugir para as ilhas [[Baleares]]. A cidade foi saqueada e muitos dos monumentos da cidade foram destruídos. Os Almóadas construíram vários palácios e edifícios religiosos, dentre os quais se destaca a famosa [[mesquita Cutubia]] {{nwrap||1184|1199}}, erigida sobre as ruínas de um palácio almorávida,<ref name=s378 /> cujo [[minarete]] é gémeo da [[Giralda]] de Sevilha e da [[Torre Haçane]] de [[Rabate]], desenhadas pelo mesmo arquiteto.{{sfn|Barrows|2004|p=85}} A [[casbá]] era a residência do [[califa]], um título ostentado pelos governantes almóadas a partir do reinado de Abde Almumine, que rivalizava com o [[Califado Abássida]] do Oriente. A casbá recebeu o nome do califa [[Abu Iúçufe Iacube Almançor|Almançor]]. O sistema de irrigação foi aperfeiçoado para abastecer de água os novos [[palmeira]]is e jardins, incluindo os [[Jardins da Menara|da Menara]].<ref name=s378 /> Graças à sua reputação cultural, Marraquexe atraiu muitos escritores e artistas, especialmente da [[Andaluzia]], entre eles o célebre filósofo e [[polímata]] [[Averróis]] (ibne Ruxide) de Córdova.{{harvy|eisl|The Encyclopaedia of Islam|1999|loc="Ibn Rushd"}}
 
A morte de [[Yusuf al-Mustansir|Iúçufe&nbsp;II]] em 1224 deu início a um período de instabilidade. Marraquexe tornou-se um reduto dos [[Xeque (título)|xeques]] tribais almóadas e dos ''ahl ad-dar'' (descendentes de ibne Tumarte), que procuraram tomar de volta o poder do clã governante almóada. A cidade foi tomada, perdida e novamente retomada pela força várias vezes por uma série de califas e pretendentes. Uma dessas disputas foi a brutal conquista de pelo califa sevilhano [[Abul Alá Idris Almamune|Idris Almamune]],<!--a EN refere Abd al-Wahid II al-Ma'mun (Abu Muhammad Abd al-Wahid ar-Rachid), o que parece ser anacrónico, pois o fr:Abu al-Ala Idris al-Mamun e outros referem que a conquista foi em 1230--> a que se seguiu um massacre dos xeques tribais almóadas e das suas famílias, além do repúdio público das doutrinas de ibne Tumarte feita pelo califa no púlpito da mesquita da casbá. A seguir à morte de Almamune em 1232, a sua viúva tentou instalar no trono o seu filho, com o apoio dos chefes do exército almóada e [[mercenário]]s espanhóis, a quem foi prometido entregar Marraquexe para que fosse [[saque]]ada. Ao saber disso, a população de Marraquexe procurou fazer um acordo com os comendantes militares e salvou a cidade da destruição pagando a avultada soma de {{formatnum:500000}} [[dinar (moeda)|dinar]]es.<ref name=ceniv />
 
Em 1269, a cidade foi conquistada por tribos [[Zenetas]] nómadas, que derrotaram o último governante almóada.{{harvy|baeg|Lehmann et al.|2009|p=57}} A cidade entrou então em declínio, que a breve trecho levaria a que perdesse o seu estatuto de capital para a rival [[Fez]].<ref name=s379 />