Principado da Ibéria: diferenças entre revisões
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== História ==
Quando o rei de uma Ibéria unificada, {{lknb|Bacúrio|III|da Ibéria}}, morreu em 580, o governo sassânida da Pérsia aproveitou a oportunidade para abolir a monarquia ibérica. Os nobres concordaram sem resistir e os herdeiros da [[casa real]] se refugiaram nas fortalezas das terras altas — a linhagem principal [[cosroidas|cosroida]] na [[Cachétia]] e o [[ramo cadete]] dos [[guaramidas]] em [[Colarzena]] e [[Javachécia]]. Porém, o controle direto persa implicou em pesados tributos e uma energética promoção do [[zoroastrismo]] na região que era majoritariamente cristã. Portanto, quando o [[imperador bizantino]] [[Maurício (imperador)|Maurício]] iniciou sua [[Guerra bizantino-sassânida de 572—591|campanha militar]] contra o [[Império Sassânida]] em 582, os nobres ibéricos solicitaram sua ajuda para restaurar a monarquia. Maurício prontamente respondeu e, em 588, enviou seu protegido, {{lknb|Gurgenes|I|da Ibéria}}, dos guaramidas, como novo monarca da Ibéria. Porém,
Assim, a criação do principado marcou o início da ascendência aristocracia dinástica na Ibéria e foi uma solução de compromisso para acomodar a rivalidade bizantino-sassânida pelo controle do Cáucaso. Os príncipes presidentes da Ibéria, como maior força política local, deveriam ser confirmados e sancionados pela corte em [[Constantinopla]]. Nas fontes georgianas, receberam vários nomes: ''[[eristavi|erist'avt'-mt'avari]]'', ''eris-mt'avari'', ''erist'avt'-erist'avi'' ou apenas eristavi (geralmente traduzidos para o português como "príncipe", "arquiduque" ou "duque"). A maior parte deles recebeu ainda variados títulos bizantinos. Oito de quatorze, por exemplo, foram curopalatas, um dos mais altos títulos da corte<ref>Toumanoff, p. 388.</ref>. As crônicas medievais georgianas deixam claro, porém, que estes príncipes, apesar de gozarem da lealdade dos grandes nobres, tinham poucos poderes de fato, pois ''"não podiam remover os duques da Ibéria de seus ducados por terem escrituras do [[xá de xás]] persa e do imperador bizantino confirmando seus ducados"''<ref name="Suny, p. 25"/>.
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Oferecendo proteção ao Principado da Ibéria, os imperadores bizantinos tentaram de todas as formas limitar a influência persa e, posteriormente, [[expansão muçulmana|islâmica]] no Cáucaso, mas os príncipes nem sempre foram consistentes nesta aliança pró-bizantina e, por absoluto pragmatismo político, às vezes reconheciam a [[suserania]] de poderes regionais rivais<ref>Rapp, Stephen H., "Sumbat Davitis-dze and the Vocabulary of Political Authority in the Era of Georgian Unification", ''Journal of the American Oriental Society'', '''120'''.4 (October–December 2000), pp. 570-576.</ref>.
O sucessor de
A extinção dos guaramidas e a situação precária dos cosroidas abriram espaço para que seus ambiciosos primos da família [[Bagrátidas georgianos|bagrátida]], na figura de {{ilc|Asócio I Curopalata|Asócio I da Ibéria|Ashot I Curopalata}} {{nwrap|r.|786/813|830}}, reunissem suas heranças em partes da Ibéria. Depois de aceitar a proteção bizantina, os bagrátidas, de suas bases na região de [[Tao-Clarjétia]], presidiram um período de renascimento cultural e de expansão cultural. Em 888, {{lknb|Adarnases|I|Curopalata}}, dos bagrátidas, que havia emergido vitorioso de uma difícil disputa dinástica, conseguiu restaurar a autoridade real georgiana ao assumir o título de "[[rei dos georgianos]]" em Tao-Clarjétia.<ref>Suny, pp. 29-30.</ref>.
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