Jorge I da Geórgia: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 5:
|legenda =[[Iluminura]] representando a derrota do rei Jorge I pelo imperador {{lknb|Basílio|II}} no [[Escilitzes de Madri]]. Jorge aparece à direita fugindo a cavalo com Basílio em perseguição com uma lança e escudo à esquerda.
|reinado = {{dtlink|7|05|1014}}–{{dtlink|16|08|1027}}
|antecessor ={{lknb|BagratePancrácio|III|da Geórgia}}
|sucessor ={{lknb|BagratePancrácio|IV|da Geórgia}}
|consorte =[[Maria de Vaspuracânia]]<br>[[Alde da Alânia]]
|filhos ='''Com Maria:'''<br>[[BagratePancrácio IV da Georgia|BagratePancrácio IV]]<br />[[Guranduxt (filha de Jorge I da Geórgia)|Guaranduxt]]<br />Marta<br />[[Kata (filha de Jorge I da Geórgia)|Kata]]<br />'''Com Alde:'''<br>[[Demétrio de Anacópia|Demétrio]]
|dinastia =[[Bagrationi]]
|pai =[[BagratePancrácio III da Geórgia]]
|mãe =Marta
|nascimento =[[998]] ou [[1002]]
Linha 21:
 
== Primeiros anos ==
Jorge nasceu em 998 ou, de acordo com uma versão mais recente das "[[Crônicas Georgianas]]", em 1002, filho do rei {{lknb|BagratePancrácio|III|da Geórgia}}. Quando seu pai morreu, em 7 de maio de 1014, herdou os reinos da [[Reino da Abecásia|Abecásia]], [[Ibéria (região do Cáucaso)|Ibéria]] e a [[Cachétia]] reunidos num único domínio da Geórgia. Como seu predecessor, Jorge continuou a ser intitulado "rei dos abecásios (''"ap'xaz"'') e dos georgianos (''"k'art'veli"''). Fontes da época, porém, frequentemente omitiam um dos dois títulos para abreviá-lo.
 
A pouca idade do novo soberano foi imediatamente explorada pelos grandes nobres, que vinham sendo oprimidos pelo duro governo de BagratePancrácio III. No ano da morte dele ou pouco depois, as províncias mais orientais da [[Cachétia]] (''Kakheti'') e [[Hereti]], que haviam sido conquistadas com muito esforço por BagratePancrácio III, se revoltaram e reinstalaram um governo local sob a liderança de {{lknb|Círico|III|da Cachétia}} {{nwrap|r.|1010/4|1029}}, que também incorporou uma parte da região vizinha da [[Albânia (região histórica)|Albânia]] (''Ran''), o que lhe deu condições de se auto-proclamar "rei dos cachétios e ranianos". Jorge I não conseguiu impedir a [[secessão]] e tentou se aliar ao novo reino ao invés de reincorporá-lo à Geórgia, o que deixou para os herdeiros de Círico uma reivindicação ao trono que perduraria muito tempo.
 
== Guerra e paz com os bizantinos ==
O maior evento político e militar do reinado de Jorge, a guerra contra o [[Império Bizantino]], tem sua raiz na década de 990, quando o príncipe georgiano [[David III Curopalata]], depois de sua fracassada revolta contra o [[imperador bizantino|imperador]] [[Basílio II]], teve que concordar em deixar como herança ao imperador suas extensas propriedades em [[Tao (região histórica)|Tao]] e redondezas. Todos os esforços realizados pelo enteado de David e pai de BagratePancrácio IV, BagratePancrácio III, para evitar a anexação foram em vão. Jovem e ambicioso, Jorge se lançou em uma campanha para restaurar o território georgiano dos curopalatas e ocupou Tao em 1015/6. Ele também se aliou ao [[califa fatímida]] [[Aláqueme Biamir Alá]] {{nwrap|r.|996|1021}}, um acordo que criou grande dificuldade para Basílio e impediu que o imperador respondesse rapidamente à ofensiva.
 
Além disso, os bizantinos estavam, na época, envolvidos em sua implacável guerra contra o [[Primeiro Império Búlgaro|Império Búlgaro]] no ocidente. Mas tão logo a [[Conquista bizantina da Bulgária|Bulgária foi conquistada]] e Aláqueme morreu, Basílio liderou seu exército contra o [[Reino da Geórgia]]. Uma [[Guerras bizantino-georgianas|custosa guerra]] se arrastou por dois anos e terminou em uma [[Batalha de Esvindax|vitória decisiva de Basílio]] que forçou Jorge a concordar com um tratado de paz cujos termos o obrigaram não apenas a abandonar seus direitos sobre Tao, mas render diversos outros domínios no sudoeste a Basílio e deixar seu filho de três anos de idade, [[BagratePancrácio IV da Geórgia|BagratePancrácio]], como refém na corte bizantina. Depois do tratado, o [[Católico-Patriarca de Toda Geórgia|católico-patriarca]] [[Melquisedeque I da Geórgia]] visitou [[Constantinopla]] e conseguiu ajuda financeira para a construção do ''"[[Svetitskhoveli]]"'' (literalmente, o "Pilar Vivo"), uma grande [[Igreja Ortodoxa Georgiana|catedral ortodoxa]] na cidade georgiana oriental de [[Mtsqueta]].
 
Depois disso, Basílio manteve a paz com a Geórgia, permitindo inclusive que o príncipe BagratePancrácio voltasse para casa dois anos depois (1025). Porém, o novo imperador, [[Constantino VIII]], sucessor de Basílio, decidiu trazê-lo de volta, mas o enviado imperial não conseguiu mais recuperar o garoto, que já estava seguro com os georgianos. As relações entre os dois estados se deteriorou rapidamente a partir daí, principalmente depois que uma conspiração organizada por um Nicéforo Comneno, um [[arconte]] de [[Vaspuracânia]], e que supostamente teria tido o envolvimento de Jorge I, foi descoberta.
 
Jorge I estava evidentemente se preparando para vingar sua derrota, mas morreu subitamente em [[Trialécia]] em 16 de agosto de 1027. Foi enterrado na [[Catedral Bagrati]] em sua capital, [[Cutaisi]]. Uma cova recém-descoberta que teria sido roubada no {{séc|XIX}} foi proposta como sendo de Jorge I.
Linha 37:
== Família ==
Jorge I casou-se duas vezes. A primeira com uma [[Reino da Armênia (medieval)|princesa armênia]] [[Maria de Vaspuracânia]], com quem teve:
* [[BagratePancrácio IV da Geórgia]], seu sucessor.
* [[Guranduxt (filha de Jorge I da Geórgia)|Guaranduxt]]
* Marta
Linha 48:
{{s-start}}
{{s-hou|[[Bagrationi]]||998 ou 1002||1027}}
{{s-bef|antes=[[BagratePancrácio III da Geórgia|BagratePancrácio III]]}}
{{s-ttl|titulo=[[Lista de monarcas da Geórgia|Rei da Geórgia]]|anos=1014–1027}}
{{s-aft|depois=[[BagratePancrácio IV da Geórgia|BagratePancrácio IV]]}}
{{s-end}}