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{{mais fontes|data=outubro de 2012}}
Movimento Vinicius
 
{{Ver desambig|prefixo=Se procura|o líder etíope, Ras Tafari|Hailê Selassiê}}
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}}
[[Ficheiro:Dreadlocked rasta.jpg|thumb|right|200px|''Rastaman'' com [[Dreadlocks]]]]
'''Rastafári''' (também pronunciado '''Ras Tafari''') ou '''Rastafarianismo''' (termo considerado ofensivo)<ref name="EditoraEditora2016">[https://books.google.com/books?id=xvEhDAAAQBAJ&pg=PA13 ''Guia História das Religiões'']. (2 ed.). On Line Editora. 2016. p. 13.</ref> é um movimento [[Tradição judaico-cristã|judaico-cristão]] surgido na [[Jamaica]] nos [[anos 30]], entre negros camponeses descendentes de [[África|africanos]] escravizados. O movimento proclama [[Haile Selassie|Haile Selassie I]] (1892-1975), o último imperador da [[Etiópia]], como a seguvindasegunda vinda do prometido [[Messias]] [[Bíblia|bíblico]] ou como a representação de [[Jeová]] ([[Jah]]) na Terra. De acordo com o livro etíope [[Kebra Negast]], Haile Selassie é o herdeiro de uma [[dinastia]] real cujas origens remeteriam ao [[Salomão|Rei Salomão]] de [[Israel]], filho do [[David|Rei Davi]], e à [[Rainha de Sabá]], o que é requisito bíblico para o status de Messias. Adotado por muitos grupos ao redor do globo, combina o [[cristianismo]] [[Protestantismo|protestante]], o [[misticismo]] e uma consciência política [[Pan-africanismo|pan-africana]].<ref name="eb">Elizabeth A. McAlister, [https://www.britannica.com/topic/Rastafari Rastafari], [[Encyclopædia Britannica]] {{en}}</ref> Os membros do movimento são chamados '''rasta'''.<ref name="eb"/>
 
==Etimologia==
O termo "Rastafari" deriva do título de [[Haile Selassie]] antes de sua coroação;<ref>[http://www.religionfacts.com/a-z-religion-index/rastafarianism.htm ''Rastafarianism''], Religions Facts.com {{en}}</ref> O termo "Ras" significa um duque ou príncipe, enquanto "Tafari Makonnen" era seu nome.<ref name="Barrett1988"/> Não se sabe por que os primeiros Rastas adotaram esta forma do nome de Haile Selaisse como a base do nome de sua religião.<ref name="Barrett1988"/> Algumas fontes se referem à religião como "Rastafarianismo".<ref name="Barrett1988"/> No entanto, este termo é considerado ofensivo pela maioria dos rastas, que, sendo críticos de "ismos" (que eles vêem como uma parte típica da cultura da "Babilônia"), não gostam de ser rotulado como um "ismo". Rastafari sempre foi concebido como um modo de vida para e por pessoas de ascendência africana.<ref name="Glazier2001">Stephen D. Glazier (janeiro de 2001). [https://books.google.com/books?id=pF6MxGrqdUwC ''Encyclopedia of African and African-American Religions'']. Routledge. p. 263. ISBN 978-0-415-92245-6. {{en}}</ref>
 
==Definição Do Vini==
É considerado tanto um [[novo movimento religioso]],<ref name="Clarke">Clarke, Peter B. (1986). Black Paradise: The Rastafarian Movement. New Religious Movements Series. Wellingborough: The Aquarian Press. p.11. ISBN 0-85030-428-8.</ref> [[novo movimento social]],<ref name="Edmonds2012">Ennis B. Edmonds (20/12/2012). [https://books.google.com/books?id=Hc1AWHHZPccC&pg=PP1 ''Rastafari: A Very Short Introduction'']. OUP Oxford. pp. 1–. ISBN 978-0-19-164247-0.</ref> quanto um [[movimento social]].<ref>{{citar livro|autor1 =Stephen A. King|autor2 =Barry T. Bays|título=Reggae, Rastafari, and the Rhetoric of Social Control|publicado=The Journal of Popular Culture|isbn=1578064899|url=https://books.google.com.au/books?hl=en&lr=&id=5W1s56Ds1GIC&oi=fnd&pg=PR9&ots=mg_VHc9iao&sig=xdRk1Ck_XGC7oHP9SsALFzhIiA8#v=onepage&f=false|acessodata=27 de Outubro de 2017}} {{en}}</ref> O estudioso de religião Leonard E. Barrett referiu-se ao movimento como uma [[seita]],<ref name="Barrett1988">Leonard E. Barrett (1988). [https://books.google.com/books?id=n_-a3nlgkhkC ''The Rastafarians'']. Beacon Press. ISBN 978-0-8070-1039-6.</ref> enquanto o estudioso Ennis B. Edmonds argumentou que poderia melhor ser entendido como um movimento de revitalização. Apesar de se concentrar na África como fonte de identidade,<ref name="Trost2007">T. Trost (25/12/2007). [https://books.google.com/books?id=cOuHDAAAQBAJ&pg=PA35 ''The African Diaspora and the Study of Religion'']. Palgrave Macmillan US. pp. 35–48. ISBN 978-0-230-60993-8.</ref> Maboula Soumahoro observou que não era uma religião africana "autêntica", mas um exemplo de ''criolização'', um produto do ambiente social único que existia nas Américas<ref name="Trost2007"/> Edmonds também sugeriu que o Rastafari estava "emergindo" como uma religião mundial, não por causa do número de adeptos que tinha, mas por causa de sua propagação global.<ref name="Edmonds2012"/> Muitos Rastas, entretanto, não a consideram como uma religião, então referem-se ao Rastafari como um "modo de vida".<ref name="Edmonds2012"/><ref name="JuergensmeyerRoof2012">Mark Juergensmeyer; Wade Clark Roof (2012). [https://books.google.com/books?id=B105DQAAQBAJ&pg=PA614 ''Encyclopedia of Global Religion'']. SAGE. p. 614. ISBN 978-0-7619-2729-7. {{en}}</ref>

==Crenças==
[[File:Liberty Bell Temple 1.jpg|right|250px|thumb|Liberty Bell Temple em [[Los Angeles]]]]
Os rastas referem-se à totalidade das ideias e crenças de sua religião como "Rastatologia". O estudioso Ennis B. Edmonds descreveu o movimento Rastafari como tendo "uma cosmovisão bastante coesa".<ref name="Edmonds2012"/> O sociólogo da religião Peter B. Clarke afirmou que era "extremamente difícil generalizar" os rastas e suas crenças porque o movimento Rastafari não tinha nenhuma [[teologia]] sistemática ou instituições altamente desenvolvidas.<ref name="Clarke"/> Tentativas foram feitas para resumir a crença Rastafari, mas nunca lhe foi concedido o ''status'' de um [[catecismo]] ou credo dentro do movimento. A ênfase é colocada na ideia de que a experiência pessoal e a compreensão intuitiva devem ser usadas para determinar a verdade ou a validade de uma crença ou prática particular. Nenhum rasta tem, portanto, a autoridade para declarar quais crenças e práticas são ortodoxas e que são heterodoxas. A convicção de que o Rastafari não tem dogma "é tão forte que ela própria se tornou algo de um dogma", de acordo com Clarke.<ref name="Clarke"/>
 
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Os princípios básicos do movimento, de acordo com o pregador Leonard Howell, incluíam algumas declarações muito fortes sobre questões raciais, como seria de esperar na religião de um povo oprimido que vive no exílio, a negação, aperseguição e a humilhação do governo e dos corpos legais da Jamaica, a [[repatriação]] (Haile Selassie vai levar os negros de regresso à África) e o reconhecimento do imperador Haile Selassie como Deus e governante dos negros.<ref name="bbc-b"/>
 
==História do Vini==
O rastafari tem raízes na [[Igreja Ortodoxa Etíope]], o mais antigo ramo do [[Cristianismo]] na África mas ele começa com Marcus M. Garvey. Formulado a partir de 1925, o pan-africanismo garveísta proclamava que os etíopes são o povo eleito de Deus e rejeitava a "[[Babilônia (cidade)|Babilônia]]", o mundo [[Ocidente|Ocidental]]. Além disso, Garvey profetizava a vinda de um [[messias]] etíope que salvaria o povo negro e também defendia o retorno dos negros à África. A coroação do imperador Selassié em 1930, o "Leão de Judá" foi interpretada como a consumação das profecias apocalíticas: "(...)eis aqui o Leão que é da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e para romper os seus [[sete selos]]." ({{Citar bíblia|Apocalipse|5|5}}) Baseando-se nisso, os garveístas criaram um sistema filosófico e religiosos de inspiração africana e em homenagem ao imperador, deram-lhe o nome ''Rastafari''.<ref name="Lopes2014">Nei Lopes (2014). [https://books.google.com/books?id=rtTDBAAAQBAJ&pg=PT1385 ''ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA DA DIÁSPORA AFRICANA'']. Selo Negro Edições. p. 1385. ISBN 978-85-87478-99-3.</ref>
 
Haile Selassie é, portanto, considerado pelos rastas como o Messias Negro, Jah Rastafari. Ele é uma figura de salvação e acredita-se que redimirá os negros dos suprimidos brancos, reunindo-os com sua pátria, a África.<ref name="bbc">[http://www.bbc.co.uk/religion/religions/rastafari/history/history.shtml ''Rastafarian history''], BBC Religions, [[BBC]], 2014 {{en}}</ref>
 
== Princípios ==
O encorajamento de Marcus Garvey aos negros para terem orgulho de si mesmos e da sua [[herança]] africana inspiraram rastas a abraçar todas as coisas africanas. Eles eram ensinados que haviam sofrido uma lavagem cerebral para negar todas as coisas negras e relativas à África, um exemplo é o porquê que não se ensinava sobre a antiga nação etíope, que derrotou os italianos duas vezes e uma das únicas nações livres da África. Eles mudaram sua própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e saídos das [[selva]]s para um desafiador movimento pela [[cultura]] africana que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros. Estar próximo da [[natureza]] e da [[savana]] africana e seus [[Leão|leões]], em espírito se não fisicamente, é primordial pelo conceito que eles tem da cultura africana. Viver próximo e fazer parte da natureza é visto como africano. Esta aproximação africana com a natureza é vista nos [[dreadlocks]], [[ganja]], e [[comida]] fresca, e em todos os aspectos da [[vida]] rasta. Eles desdenham a aproximação da sociedade moderna com o estilo de vida [[artificial]] e excessivamente objetivo, renegando a [[subjetividade]] a um papel sem qualquer importância.
 
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Muitos rastafáris aprendem a [[língua amárica]], que eles consideram ser sua língua original, uma vez que esta é a língua de Hailê Selassiê, e para identificá-los como etíopes; porém na prática eles continuam a falar sua língua nativa, geralmente a versão do [[Língua inglesa|inglês]] conhecida como [[patois jamaicano|''patois'' jamaicano]]. Há músicas de [[reggae]] escritas em amárico.{{carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}
 
== Nome do Vinimovimento ==
O movimento é algumas vezes chamado rastafarianismo, porém alguns seguidores do movimento consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma classificação dada pelo sistema babilônico, o qual é combatido pelos rastas. É mais comum, portanto, chamar-se ao próprio movimento "movimento rastafári", ou simplesmente rastafári.