Pardos: diferenças entre revisões

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Ademais, a história da miscigenação no Brasil e nos Estados Unidos foi muito diferente. Nos Estados Unidos, os colonos europeus chegavam com suas famílias inteiras, trazendo esposas, o que limitou o processo de miscigenação. Ademais, as leis anti-miscigenação nos Estados Unidos impediam que as pessoas pudessem escolher livremente seus parceiros sexuais.<ref>{{cite web|ssrn=283998|title=Preserving Racial Identity: Population Patterns and the Application of Anti-Miscegenation Statutes to Asian Americans, 1910-1950|publisher=}}</ref> No Brasil, por outro lado, os colonos portugueses quase sempre chegavam sozinhos, sem trazer esposas, o que os empurrou para um processo de mestiçagem com as mulheres indígenas e africanas. Além do mais, a ausência de leis anti-miscigenação no Brasil facilitou o contato sexual entre pessoas de origens étnicas diferentes.<ref name=darcy>{{citar livro |título = O Povo Brasileiro|autor=Darcy Ribeiro|páginas =435–|ano=2003|editora=[[Companhia de Bolso]]}}</ref> Estudos genéticos mostram essa diferença: em geral, os brancos americanos são mais europeus que os brancos brasileiros, assim como os negros americanos são mais africanos que os negros brasileiros. Segundo estudo genético de 2015, o americano branco médio tem 98,6% de ancestralidade europeia, 0,19% africana e 0,18% indígena, o negro médio tem 73,2% de ancestralidade africana, 24% europeia e 0,8% indígena e o latino médio tem 65,1% de ancestralidade europeia, 18% indígena e 6,2% africana.<ref>[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4289685/ The Genetic Ancestry of African Americans, Latinos, and European Americans across the United States]</ref> Já no Brasil, segundo estudo de 2014, o branco médio tem 84,6% de ancestralidade europeia, 9,7% africana e 5,6% indígena, o negro médio 53,6% africana, 38,1% europeia e 8,3% indígena e o pardo médio 64,7% de ancestralidade europeia, 25,3% africana e 10% indígena, estando o pardo geneticamente mais próximo dos europeus do que dos africanos, portanto.<ref name=plos>[http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0112640 Exploring the Distribution of Genetic Markers of Pharmacogenomics Relevance in Brazilian and Mexican Populations]</ref>
 
Segundo o sociólogo Reginald Daniel da [[Universidade da Califórnia em Santa Bárbara]], os Estados Unidos têm abandonado a rígida estratificação de "brancos" e "negros" e estão cada vez mais parecidos com o Brasil em seu modelo de classificação racial: "Com a imigração latina e o crescimento de casamentos inter-raciais, cada vez mais americanos se veem como multirraciais". Já no Brasil, tem acontecido o caminho inverso: "cresce no país o número de pessoas que se identificam como pretas ou negras e repelem termos que designam grupos intermediários, como pardo ou mestiço", explicou ele.<ref>[https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160112_neymar_racismo_jf_cc EUA caminham para modelo brasileiro de identificação racial, diz sociólogo americano]</ref>
 
=== Reinterpretações do conceito ===