Nova Política Econômica: diferenças entre revisões

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{{União Soviética}}
A '''NEP''' ({{lang-ru|''НЭП''}}), [[acrónimo]] de ''Novaya Ekonomiceskaya Politika'' ({{lang-pt|''Nova Política Econômica''}}) foi a [[política econômica]] seguida na [[União Soviética]] entre o abandono do [[comunismo de guerra]] (praticado durante a [[Guerra Civil Russa|guerra civil]]) em [[1921]] e a [[Coletivização forçada na União Soviética|coletivização e renacionalização forçada dos meios de produção]] com a ascensão ao poder de [[Josef Stalin|Stalin]] em [[1928]]. Em linhas gerais, passou pela reentrega das pequenas explorações agrícolas, industriais e comerciais à [[iniciativa privada]], tentando, assim, desesperadamente, fazer a nascente União Soviética sair da grave [[crise]] em que se achava mergulhada.<ref>{{citar livro|último =Ellis |primeiro =Elisabeth Gaynor |coautor=Anthony Esler |título= World History; The Modern Era |ano=2007 |publicado= [[Pearson Prentice Hall]] |local=[[Boston]] |isbn=0-13-129973-5 |páginas=483 |capítulo=Revolution and Civil War in Russia}}</ref>
 
A Nova Política Econômica (NEP) recuperou alguns traços de [[capitalismo]] para incentivar a nascente economia soviética. Desta forma, o [[Partido Comunista da União Soviética]] e o governo dos [[soviete]]s pretendiam reconstruir a economia russa devastada pela destruição do sistema de preços e mercado ocasionado pela anterior desapropriação forçada da propriedade privada, estatização da economia e consequente caos econômico. A NEP, segundo [[Lenin]], consistia num recuo tático, caracterizado pelo restabelecimento da livre iniciativa e da pequena propriedade privada, admitindo o apoio de financiamentos estrangeiros. Lenin teria dito: "Um passo atrás para dar dois à frente".
 
== Momento Histórico ==
Com o início da [[Guerra Civil Russa]] em fins de [[1918]] e a dificuldade de consolidação do poder soviético, o [[Partido Bolchevique]] decide que o governo dos Comissários do Povo aplique uma nova política econômica, que ficou conhecida como [[Comunismo de Guerra]]. O termo "comunismo de guerra" é, de certa forma, questionável, visto que não se tratava de um sistema comunista propriamente dito e sim de uma reforma no sistema capitalista a fim de estabilizar o país e solidificar o governo bolchevique, para a futura construção do Comunismo e permitir que a República Soviética Russa sobreviva até a vitória da revolução.
 
O Comunismo de Guerra pode ser entendido como controle estatal direto da economia, em vista que pela guerra o mercado havia praticamente desaparecido, havia uma severa escassez de mercadorias e de capitais e vários capitalistas haviam fugido. Essa política econômica, tendo, à frente, Preobrajenski e Bukharin, deu-se através de medidas como a estatização de fábricas que não haviam sido ainda coletivizadas ou que estavam apenas sob controle operário, a requisição forçadas de víveres agrícolas e matérias primas, o racionamento de alimentos e produtos industrializados, a distribuição de tíquetes no lugar de pagamentos em moeda e trocas diretas de produtos.
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Depois da [[Guerra Civil Russa]], a URSS estava devastada e a resposta para a rápida reconstrução do país foi a NEP. Ela foi criada logo após a [[Revolta de Kronstadt|rebelião dos marinheiros de Kronstadt]], que clamavam pela derrubada dos [[bolcheviques]] e pela instauração da democracia proletária e da administração direta. Nessa situação, era impossível dar segmento ao [[comunismo de guerra]]. Tornou-se necessário recuar na implantação imediata do [[comunismo]]. Voltar atrás não era uma medida fácil de ser tomada, e provavelmente, somente [[Lenin]] tinha condições morais e políticas para ordenar a retirada e não perder apoio dentro do partido.
 
===A polêmicaPolêmica sobre o fim do Comunismo de Guerra===
[[Ficheiro:Rubel 1924.png|thumb|esquerda|[[Rublo]] de Prata russo de 1924]]
Após a onda de protestos que culminou na [[Revolta de Kronstadt]] tornou-se claro que o Comunismo de Guerra não tinha mais utilidade a estrutura da produção do sociedade soviética. Os camponeses não aceitavam mais as requisições forçadas e os operários exigiam mais produtos, responsabilizando o governo bolchevique pela [[carestia]] e [[Burocracia|burocratização]] nas decisões econômicas. Uma grande parcela dos sindicatos haviam participado da Revolta ou organizado greves durante o período, contribuído para um desconfiança do Partido e do governo com eles. Inclusive, uma fração do Partido muito ligada aos sindicatos havia apoiado as reivindicações da revolta, a chamada Oposição Operária.
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O I Plano Quinquenal fez com que, na URSS, empresas comerciais e industriais fosse [[Nacionalização|estatizados]] independentemente do seu tamanho, e se iniciassem grandes empreendimentos de [[Infraestrutura (economia)|infraestrutura]] (transportes, geração de energia, [[Mina (mineração)|minas]] etc.) e de bens de capital (máquinas, ferramentas etc). Os capitais para os empreendimentos foram obtidos pela expropriação de milhões de camponeses e pequenos comerciantes e das reservas internacionais obtidas pelas exportação dos alimentos confiscados. A consequência foi uma desorganização da economia nacional muito brusca e desordenada, tanto na cidade como no campo, tanto na distribuição como na produção.
{{Commons|Category:New Economic Policy, Soviet Union}}
{{Referências}}
* Leôncio Martins Rodrigues e Ottaviano de Fiore. ''Lênin, Capitalismo de Estado e Burocracia''.
*Leônico Martins Rodrigues. “Preobrajensky e a “Nova Econômica"". In: Preobrajensky. ''A Nova Econômica''. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979
 
==Ver também==
{{Commons|Category:New Economic Policy, Soviet Union}}
 
*[[Industrialização acelerada]]
*[[Coletivização forçada]]
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*[[Crise das Tesouras]]
 
{{Referências}}
{{esboço-história-rússia}}
* Leôncio Martins Rodrigues e Ottaviano de Fiore. ''Lênin, Capitalismo de Estado e Burocracia''.
*Leônico Martins Rodrigues. “Preobrajensky e a “Nova Econômica"". In: Preobrajensky. ''A Nova Econômica''. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979
 
{{Portal3|Rússia|Economia|História|Comunismo}}
 
[[Categoria:História da Rússia]]