Guerra dos Farrapos: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Picture Master (discussão | contribs)
Linha 53:
 
== A Revolta Farroupilha ==
 
[[Imagem:MuseuJulio13.jpg|thumb|esquerda|[[Lenço Farroupilha]]<br><small> [[Museu Júlio de Castilhos]]</small>]]
[[Ficheiro:Stampa do theatro da Guerra provincia do Rio de Grande do S. Pedro do Sul (Cartográfico).jpg|thumb|300px|[[Mapa]] do [[teatro de guerra]] da revolta no Estado do [[Rio Grande do Sul]].]]
 
No ano de 1835 os ânimos políticos estavam exaltados. O descontentamento de estancieiros, liberais, industriais do charque e militares locais promoviam reuniões em casas de particulares, destacando-se a figura de Bento Gonçalves. Naquele ano foi nomeado como presidente da província [[Antônio Rodrigues Fernandes Braga]], que chegara ao posto pela indicação de Bento Gonçalves e, apesar de ser rio-grandense, passara tanto tempo servindo o Império na Europa e nos Estados Unidos, logo após seus estudos em Coimbra, que não tinha laços suficientemente sólidos estabelecidos no Rio Grande.<ref>FLORES, Moacyr. Modelo Político dos Farrapos. As ideias políticas da Revolução Farroupilha. 4ª ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1996.</ref> Fernandes Braga, apesar de inicialmente ter agradado aos liberais, logo entrou em atrito. Na [[1ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul|sessão inaugural da Assembleia Provincial]] em 22 de abril, perante uma plateia majoritariamente hostil, acusou os liberais extremados de planejarem separar o Rio Grande do Sul do Império e uni-lo ao Uruguai.<ref name=spald_epo/><ref name="doratioto">DORATIOTO, Francisco; GASPARI, Elio; SCHWARCZ, Lilia Moritz. General Osorio. Perfis brasileiros. Editora Editora Companhia das Letras, 2008, 262 pp. ISBN 8535912002, ISBN 9788535912005.</ref> O presidente da província, secundado pelo comandante das armas [[Sebastião Barreto Pereira Pinto]]<ref name=pesavent/>, mencionava Bento Gonçalves<ref name=encicrs_sp/> e referindo-se também a Lavalleja e ao ''seu mentor, o indigno Padre Caldas''<ref name=picc/>. Houve protestos e contraprotestos nas acaloradas sessões seguintes, Fernandes Braga ainda tentou corrigir-se e apaziguar os ânimos, mas já era tarde demais.<ref name=encicrs_sp/> A discussão também seguia na imprensa, de maneira muitas vezes violenta e extremada.<ref name=spald_epo/>
 
[[Imagem:MuseuJulio13.jpg|thumb|esquerda|[[Lenço Farroupilha]]<br><small> [[Museu Júlio de Castilhos]]</small>]]
 
Na noite de 18 de setembro de 1835, em uma reunião onde estavam presentes [[José Mariano de Mattos]] (um ferrenho separatista), [[José Gomes de Vasconcelos Jardim|Gomes Jardim]] (primo de Bento e futuro presidente da [[República Rio-Grandense]]), [[Vicente da Fontoura]] (farroupilha, mas anti-separatista), [[Pedro Boticário]] (fervoroso farroupilha), [[Paulino da Fontoura]] (irmão de Vicente, cuja morte seria imputada a Bento Gonçalves, estopim da crise na República), [[Antônio de Sousa Neto]] (imperialista e farroupilha, mas que simpatizava com os ideais republicanos) e [[Domingos José de Almeida]] (separatista e grande administrador da República), decidiu-se por unanimidade que dentro de dois dias, no dia 20 de setembro de 1835, tomariam militarmente [[Porto Alegre]] e destituiriam o presidente provincial [[Antônio Rodrigues Fernandes Braga]].