Pero Vaz de Caminha: diferenças entre revisões

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'''Pero Vaz de Caminha''' ([[Porto]], [[1450]] — [[Calecute]], [[15 de Dezembro]] de [[1500]]), às vezes popularmente chamado de '''Pedro Vaz de Caminha''', foi um fidalgo [[escrivãoportugal|português]] português,que autorse danotabilizou carta,nas quefunções relatoude aoescrivão [[Manuelda Iarmada de Portugal|Rei[[Pedro DomÁlvares ManuelCabral]].<ref>Castro, aSilvio: chegadaA aoCarta Brasilde daPero esquadraVaz comandadade porCaminha. [[PedroO ÁlvaresDescobrimento Cabral]]do Brasil. Porto Alegre : L&PM, em2009.</ref> Foi também vereador na cidade portuguesa do [[1500Porto]].
 
== Biografia ==
Era filho de [[Vasco Fernandes de Caminha]], cavaleiro do [[duque de Bragança]]. Seus ancestrais seriam os antigos povoadores de [[São Romão de Neiva|Neiva]] à época do reinado de [[Fernando I de Portugal|D. Fernando]] (1367-1383). Letrado, Pero Vaz foi cavaleiro das casas de [[Afonso V de Portugal|D. Afonso V]] (1438-1481), de [[João II de Portugal|D. João II]] (1481-1495) e de [[Manuel I de Portugal|D. Manuel I]] (1495-1521). Pai e filho, para melhor desempenhar seus cargos, precisavam exercitar a prática e desenvolver o conhecimento da escrita, distinguindo-se a serviço dos monarcas.
Pero Vaz de Caminha nasceu em [[Porto|Porto,]] [[Portugal]], no ano de [[1450]]. Filho de [[Vasco Fernandes de Caminha]], [[cavaleiro]] do [[Duque de Bragança]]. Antigo vereador da cidade do [[Porto|Porto,]] homem letrado, herdou do pai o cargo de mestre da balança da [[Casa da moeda|Casa da Moeda]], com a função de [[Tesouraria|tesoureiro]] e [[Escriba|escrivão]]. Casou-se com [[Dona Catarina]] e teve uma filha, [[Isabel Caminha]].  Foi nomeado [[Escriba|escrivão]] da esquadra de [[Pedro Álvares Cabral]] que iria estabelecer uma feitoria fortificando o domínio português em [[Calecute|Calicute]], na [[Índia|Índia,]] grande centro das especiarias.
 
Teria participado da [[batalha de Toro]] ([[2 de Março]] de [[1475]]). Em [[1476]] herdou do pai o cargo de mestre da balança da [[Casa do Infante|Casa da Moeda]], um cargo equivalente ao de escrivão e tesoureiro, posição de responsabilidade em sua época.<ref>[http://educacao.uol.com.br/biografias/pero-vaz-de-caminha.jhtm Pero Vaz de Caminha]</ref> Em [[1497]] foi escolhido para redigir, na qualidade de [[Vereador]], os Capítulos da [[Câmara Municipal do Porto]], a serem apresentados às Cortes de [[Lisboa]]. Afirma-se que D. Manuel I, que o nomeou para o cargo no [[Porto]], lhe tinha afeição.
Seus ancestrais seriam os antigos povoadores de [[São Romão de Neiva|Neiva]] à época do reinado de [[Fernando I de Portugal|D. Fernando]] (1367-1383). Letrado, Pero Vaz foi cavaleiro das casas de [[Afonso V de Portugal|D. Afonso V]] (1438-1481), de [[João II de Portugal|D. João II]] (1481-1495) e de [[Manuel I de Portugal|D. Manuel I]] (1495-1521). Pai e filho, para melhor desempenhar seus cargos, precisavam exercitar a prática e desenvolver o conhecimento da escrita, distinguindo-se a serviço dos monarcas.
 
Em [[1500]], foi nomeado escrivão da [[feitoria]] a ser erguida em [[Calecute]], na Índia, razão pela qual se encontrava na nau capitânia da armada de [[Pedro Álvares Cabral]] em Abril daquele mesmo ano, quando a mesma descobriu o Brasil.
No dia [[9]] de [[março]] de [[1500|1500,]] partia de [[Lisboa|Lisboa,]] rumo à [[Índia|Índia,]] a maior esquadra que [[Portugal]] já teria organizado até então, com [[13 navios]] e aproximadamente 1500 homens, entre eles, o escrivão [[Pero Vaz de Caminha]]. Afastando-se da costa africana, para evitar as perigosas calmarias do golfo de Guiné que paralisavam os navios de vela, ou obedecendo à instrução secreta do rei Dom Manuel, no sentido de reconhecer e explorar a faixa de terra que caberia a [[Portugal]] na América, pelo tratado de Tordesilhas, não tardou para se avistar sinais de terra, como aves e vegetação marinha. No dia [[22]] de abril foi avistado um monte e confirmando a existência das terras.
 
FaleceuTradicionalmente aceita-se que Caminha faleceu em um combate durante o ataque muçulmano à feitoria de [[Calecute]], em construção, no [[1516 de dezembro|16]] deou [[17 de dezembro]] de [[1500|1500.]].
 
Caminha desposou D. Catarina Vaz, com quem teve, pelo menos, uma filha, Isabel De Caminha.
 
== A Carta a D. Manuel I ==
[[Ficheiro:Carta-caminha.png|thumb|Reprodução da carta de Caminha a [[Manuel I de Portugal]].]]
{{AP|Carta a El-Rei D. Manuel}}
 
[[Pero Vaz de Caminha]] narrou em carta dirigida ao [[Manuel I de Portugal|Rei Dom Manuel]] todos os acontecimentos ocorridos no descobrimento de novas terras. Em um trecho [[Pero Vaz de Caminha|Caminha]] conta: ''“Junto à boca do rio, vinte homens pardos se aproximam do escaler, todos nus, sem nenhuma veste que lhes cobrisse as vergonhas”''. E assim os descreve: ''“A feição deles é serem pardos, avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Traziam os beiços de baixo furados e, metidos por eles ossos”.''
 
Sobre a terra descreve: “''Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até a outra ponta que contra o norte vem, nós deste porto houvermos visto, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Nela, até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro”.'' ''De ponta a ponta, é tudo cheio de grandes arvoredos. As águas são muitas, infindas. Querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”''
 
Caminha termina sua carta, datando-a “Deste porto seguro de vossa ilha de [[Vera Cruz]], hoje, sexta feira primeiro dia de maio de [[1500]]”. Na manhã de 2 de maio, Gaspar de Lemos retorna para Portugal levando as cartas do [[Capitão-mor|Capitão-Mor]] [[Pedro Álvares Cabral]], do físico [[Mestre João]] e do escrivão Caminha. A carta de Caminha ou “Carta a el-Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil” passou mais de dois séculos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Só foi descoberta em [[1773]] por José de Seabra da Silva e publicada oficialmente pelo historiador [[Juan Batista Munhoz]]. No Brasil, foi publicada pelo padre [[Manuel Aires de Casal]] na obra [[Corografia Brasílica|“Corografia Brasílica”,]] em [[1817]].
 
Com apenas sete navios, três meses depois de deixar as novas terras, a esquadra de [[Cabral]] ancorou em [[Calecute|Calicute,]] onde não consegue estabelecer relações amistosas com a população. Em um ataque dos muçulmanos mais de trinta portugueses foram mortos, entre eles, Pero Vaz de Caminha.
 
== Curiosidades ==
 
Caminha eternizou-se como o autor de uma carta, datada de [[1 de Maio]], ao soberano, um dos três únicos testemunhos desse descobrimento (os outros dois são a [[Relação do Piloto Anônimo]] e a [[Carta do Mestre João]] Faras).