Francisco Franco: diferenças entre revisões

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'''Francisco Franco''' <small>[[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GColTE]] • [[Banda das Três Ordens|GCBTO]]</small> ([[Ferrol]], [[4 de dezembro]] de [[1892]] — [[Madrid]], [[20 de novembro]] de [[1975]]) foi um [[militar]], [[chefe de Estado]] e [[ditador]] [[Espanha|espanhol]].<ref>{{Citar livro|URL=https://books.google.co.uk/books?redir_esc=y&id=HconAAAAMAAJ&q=generalissimo#v=snippet&q=generalissimo&f=false|título=Encyclopaedia Britannica: Or, A Dictionary of Arts, Sciences, and Miscellaneous Literature, Enlarged and Improved|último=|primeiro=|data=1823|publicado=Archibald Constable|ano=|ISBN=|local=|pages=484|língua=en}}</ref> Conhecido como "'''Generalíssimo'''", '''Francisco Franco''' ou simplesmente '''Franco''', integrou o golpe de Estado na Espanha em julho de 1936 contra o governo da [[Segunda República Espanhola|Segunda República]], que deu início a [[Guerra Civil Espanhola]].<ref name="Payne">[[#Payne2000|Payne (2000)]], p. 67</ref> Foi nomeado como chefe supremo da tropa sublevada em 10 de outubro de 1936, exercendo como chefe de Estado da Espanha desde o final do conflito até seu falecimento em 1975, e como chefe de Governo entre 1938 e 1973.
 
Foi "Chefe Nacional" do partido único Falange Espanhola Tradicionalista e das JONS (Juntas Ofensivas Nacional Sindicalistas),{{Sfn|Jerez Mir|Luque|2014|pp=177-178}} nos quais se apoiou para estabelecer um regime fascista ditatorial no começo de seu governo, que mais tarde derivaria em uma ditadura, conhecida como franquismo, de tipo conservador, católico e anticomunista. A mudança de seu regime se deveu à derrota do [[fascismo]] na [[Segunda Guerra Mundial]]. Aglutinou em torno ao culto a sua imagem, diferentes tendências do conservadorismo, nacionalismo e catolicismo, opostas à esquerda política e aoa desenvolvimento deoutras formas democráticas de governo.
 
Durante o seu mandato à frente do Exército e da Chefia do Estado, especialmente durante a Guerra Civil e os primeiros anos do regime, tiveram lugar múltiplas violações dos direitos humanos, segundo assinalam numerosas pesquisas históricas e denúncias de pessoas.<ref>El Norte de Castilla «El Norte de Castilla: {{citar web | url=http://www.nortecastilla.es/20080922/mas-actualidad/espana/garzon-130000-represaliados-200809221310.html | título= Garzón recibe 130.000 nombres de desaparecidos | publicado=www.nortecastilla.es }}» Consultado el 6 de febrero de 2012</ref> A cifra total de vítimas mortais varia em torno de 400 mil mortes,<ref>Sinova, J. (2006) ''La censura de prensa durante el franquismo'' [The Media Censorship During Franco Regime]. Random House Mondadori. {{ISBN|84-8346-134-X}}.</ref><ref>{{Cite journal | doi = 10.1353/joy.2001.0008| title = James Joyce's Encounters with Spanish Censorship, 1939–1966| journal = Joyce Studies Annual| volume = 12| page = 38| year = 2001| last1 = Lázaro | first1 = A. }}</ref><ref>Rodrigo, J. (2005) ''Cautivos: Campos de concentración en la España franquista, 1936–1947'', Editorial Crítica. {{ISBN|8484326322}}</ref><ref>Gastón Aguas, J. M. & Mendiola Gonzalo, F. (eds.) ''Los trabajos forzados en la dictadura franquista: Bortxazko lanak diktadura frankistan.'' {{ISBN|978-84-611-8354-8}}</ref><ref>Duva, J. (9 November 1998) [https://web.archive.org/web/20011226220919/http://www.guerracivil.org/Diaris/981109pais.htm "Octavio Alberola, jefe de los libertarios ajusticiados en 1963, regresa a España para defender su inocencia"]. ''Diario El País''</ref> na maioria em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou em prisão.<ref>Hugh Thomas, ''La guerre d'Espagne'', Robert Laffont, 2009, págs.209 y 711.</ref><ref>Richards, Michael (1998) ''A Time of Silence: Civil War and the Culture of Repression in Franco's Spain, 1936–1945'', Cambridge University Press. {{ISBN|0521594014}}. p. 11.</ref><ref>Jackson, Gabriel (2005) ''La república española y la guerra civil RBA'', Barcelona. {{ISBN|8474230063}}. p. 466.</ref>
 
Ao contrário de [[Adolf Hitler|Hitler]] e [[Benito Mussolini|Mussolini]], o governo Franco, devido à teórica neutralidade na [[Segunda Guerra Mundial]], resistiu ao conflito. Mas o líder fascistaditatorial liderava um país industrialmente atrasado, bem mais pobre que outras nações europeias. E, apesar de não gostar particularmente de futebol, viu no esporte uma forma da Espanha passar a ser conhecida positivamente no exterior.
 
Depois de um governo de quase quarenta anos, Franco restaurou a [[Monarquia de Espanha|monarquia]] e deixou o Rei [[Juan Carlos da Espanha|Juan Carlos I]] como seu sucessor. Juan Carlos liderou a transição para a democracia, deixando a Espanha com seu atual sistema político.
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Em [[17 de Julho]] voou das Canárias até Marrocos, revoltou a guarnição e tornou-se comandante das [[tropa]]s. Cruzou o [[Estreito de Gibraltar]] com meios precários (aviões cedidos por [[Benito Mussolini|Mussolini]] e [[Adolf Hitler|Hitler]] e [[navio]]s de pouca tonelagem)<ref name="InfoEscola"/> e avançou até [[Madrid]] por [[Mérida]], [[Badajoz]] e [[Talavera de la Reina]]. Apoderou-se rapidamente da direcção militar e política da guerra (Setembro de [[1936]]), e em 1 de Outubro de [[1936]] converteu-se em [[Chefe do Estado]], chefiando igualmente o Governo. Em Abril de [[1937]] uniu os falangistas da Falange Espanhola das Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista, FE-JONS, e os monárquicos carlistas da Comunhão Tradicionalista numa única força política, a FET y de las JONS (Falange Espanhola Tradicionalista e das JONS), e colocou-se à frente da nova organização como seu Chefe Nacional [[Caudilho]]. Anos mais tarde, disse que apenas prestaria contas da sua atividade "perante [[Deus]] e perante a [[História]]".
 
Terminada a [[guerra civil espanhola]] empreende a reconstrução do país.<ref name="UOL - Educação"/> Recebeu o Grande-Colar da [[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]] a 30 de Junho de 1939.<ref name="OHe">{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=154 |título=Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa|acessodata=2014-11-27 |notas=Resultado da busca de "Francisco Franco Bahamonde".}}</ref> Não só não quer contar com os vencidos para esta tarefa, mas também a repressão e os [[fuzilamento]]s se prolongam durante, pelo menos, um lustro. Cria um estado [[católico]], [[Autoritarismo|autoritário]] e [[Corporativismo|corporativo]] que recebe o nome de [[franquismo]]. Apesar das suas estreitas relações com a [[Alemanha Nazi|Alemanha]] e a [[Itália Fascista|Itália]] (''ver: [[analogia fascismo-caudilhismo]]''), mantémMantém a [[neutralidade]] espanhola durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. Terminada esta, os [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|vencedores]] isolam o regime franquista. Contudo, este foi se consolidando na base da promulgação das novas Leis Fundamentais: criação das Cortes Espanholas ([[1942]]), o Foro dos Espanhóis ([[1945]]), Lei do Referendo Nacional ([[1945]]), Lei da Sucessão na Chefia do Estado ([[1947]]) etc.
[[Ficheiro:Francisco Franco and Carmen Polo.jpg|miniaturadaimagem|Franco e sua esposa, Carmen Polo.]]
Em [[1953]] são restabelecidas as relações diplomáticas com os [[Estados Unidos]] e, em [[1955]], o regime de Franco é reconhecido pela [[Organização das Nações Unidas]].<ref name="InfoEscola"/> Recebeu a [[Banda das Três Ordens]] a 14 de fevereiro de 1962. Em [[1966]] promulga uma nova [[lei fundamental]] às já existentes, a ([[Lei Orgânica]] do Estado) e três anos mais tarde apresenta às Cortes, como sucessor a título de Rei, o [[Príncipe]] [[Juan Carlos de Espanha|Juan Carlos]], neto de [[Afonso XIII de Espanha|Afonso XIII]]. Em Junho de [[1973]] cede a presidência do Governo ao seu mais directo colaborador, [[Luis Carrero Blanco]]. A morte deste num atentado, poucos meses depois, é o princípio da decomposição do regime.
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Franco morre após longa doença num hospital de Madrid, em 20 de novembro de 1975.<ref name="UOL - Educação"/><ref name="opera">{{Citar web| url=http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/25516/hoje+na+historia+1975+-+morre+o+ditador+espanhol+francisco+franco.shtml |título=Hoje na História: 1975 - Morre o ditador espanhol Francisco Franco |obra=Opera Mundi |data= |acessodata=27 de abril de 2016}}</ref> Ele governou a Espanha com punho de ferro por quase quarenta anos, se tornando um dos ditadores mais notórios da Europa ocidental.
 
O legado de Franco, na Espanha e pelo mundo, permanece controverso. Seu regime foi caracterizado por violações constantes de direitos humanos e seu autoritarismo fascista era reconhecido e desdenhado.<ref>{{citar web|url=http://www.oxforddictionaries.com/definition/english/fascism|título=Franco in Spain were also Fascist}}</ref> Franco serviu de modelo para vários [[ditador]]es [[Anticomunismo|anticomunistas]] na [[América do Sul]]. [[Augusto Pinochet]], por exemplo, era um grande admirador de Franco.<ref>{{citar jornal|último =Cedéo Alvarado |primeiro =Ernesto |data=4 de fevereiro de 2008 |título=Rey Juan Carlos abochornó a Pinochet |url=http://www.panamaamerica.com.pa/content/rey-juan-carlos-abochorn%C3%B3-pinochet |jornal=Panamá América |acessodata=4 de abril de 2016 }}</ref> Para muitos espanhóis, ele era um déspota sanguinário, mas para outros ele salvou a Espanha do caos e a colocou no caminho da prosperidade.<ref name=Cosecha>Luis Gomez and Mabel Galaz, {{citar web | url=http://www.elpais.com/articulo/reportajes/cosecha/dictador/elpepusocdmg/20070909elpdmgrep_1/Tes | título= ''La cosecha del dictador | publicado=www.elpais.com }}'', ''[[El País]]'', 9 de setembro de 2007 {{es icon}}</ref><ref>Churchill, Winston. "The gathering storm", Houghton Mifflin, 1948, p. 221</ref>
 
==Literatura==