José Eduardo dos Santos: diferenças entre revisões
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}}
'''José Eduardo dos Santos''' - de nome original José Eduardo Van Dunen <ref>{{citar web|url=http://visao.sapo.pt/actualidade/mundo/2017-08-22-Toda-a-historia-da-Gloriosa-Familia-Van-Dunem-dos-Santos|titulo=Toda a história da "Gloriosa Família" Van Dunem dos Santos|data=22 de Agosto de 2017|acessodata=23 de Agosto de 2017|publicado=Visão|ultimo=Luís|primeiro=Filipe}}</ref> ([[Luanda]], 28 de
Em 11 de março de 2016 anunciou que deixava a vida política ativa em 2018, ano em que completarou 76 anos.<ref>{{citar web|URL=http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=5071948|título=O Presidente da Angola, José Eduardo dos Santos deixa vida política ativa em 2018|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref> Porém acabou deixando o cargo em setembro de 2017, sendo sucedido por [[João Lourenço]].
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Durante os estudos José Eduardo dos Santos juntou-se ao MPLA quando este foi constituído em 1958,<ref>{{citar web|url=http://www.mpla-angola.org/10_de_dezembro.php |título=Directiva para as comemorações do 48.º aniversário da fundação do MPLA |data= 3 de Setembro de 2011 |obra= Lúcio & Ruth Lara (orgs), ''um amplo movimento: Itinerário do MPLA através de depoimentos e anotações de Lúcio Lara'', vol. I, ''até fevereiro de 1961'', Luanda: Edição dos organizadores, 1998}}</ref> o que marcou o começo da sua carreira política.
Após a eclosão, em Luanda, da luta contra o poder colonial português, em {{DataExt|4|2|1961}}, José Eduardo dos Santos abandonou em
Eduardo dos Santos partiu para o exílio ao país vizinho [[República do Congo]].
Integrou, em 1962, o Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), braço armado do MPLA, e em 1963 foi o primeiro representante do MPLA em [[Brazzaville|Brazavile]], capital da [[República do Congo]]. Em
Ainda na URSS, depois de terminados os estudos superiores, frequentou um curso militar de Telecomunicações. Isso o habilitou a exercer, quando voltou para Angola (em 1970), funções nos Serviços de Telecomunicações na 2.ª Região Político-Militar do MPLA, em [[Cabinda (província)|Cabinda]] de [[1970]] a [[1974]].<ref>{{citar livro|título=Profiles of people in power: the world's government leaders |último =East |primeiro =Roger |autorlink = |autor2 =Thomas, Richard |ano=2003 |publicado=Psychology Press |local= |isbn=978-1-85743-126-1 |pagina=12 |páginas= |url=http://books.google.com/books?id=Mz-fXRsedPMC&pg=PA12 |acessodata=}}</ref>
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== Percurso político ==
De 1974 a meados de 1975, José Eduardo dos Santos voltou a desempenhar a função de Representante do MPLA em Brazavile. Em
Com a proclamação da Independência de Angola, a 11 de
[[Imagem:Bundesarchiv Bild 183-Z1014-018, Berlin, Staatsoberhaupt Angolas an der Grenze.jpg|miniatura|esquerda|Dos Santos (Quinto da esquerda) no [[Portão de Brandemburgo]] durante visita de Estado de 1981, com oficiais da [[Alemanha Oriental]].]]
Com a morte do primeiro presidente de Angola, [[Agostinho Neto]], a 10 de
== Processo de paz ==
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Em 29 e 30 de setembro de 1992, após 16 anos de conflito, que matou até 300.000 pessoas, foram realizadas eleições em Angola, sob a supervisão das Nações Unidas.<ref>[http://www.un.org/en/peacekeeping/missions/past/Unavem2/Unavem2.htm UNITED NATIONS ANGOLA VERIFICATION MISSION II], UN, May 1991 - February 1995</ref>
As eleições para a Assembleia Nacional deram a vitória ao MPLA com maioria absoluta. No entanto, nas eleições presidenciais José Eduardo dos Santos não foi eleito na primeira volta, embora tenha conseguido 49
Em 1993 enquanto UNITA recusava-se desistir do território que ganhou através de batalha, os Estados Unidos, envolvidos na resolução de negociações de paz entre os dois partidos e líderes rivais, a fim de elaborar um acordo de partilha de poder decidiu retirar o seu apoio à UNITA e oficialmente reconheceram o governo do MPLA como órgão dirigente oficial de Angola.<ref name ="IPU"/> Dos Santos dirigiu pessoalmente essa intensa atividade diplomática que culminou no reconhecimento do governo angolano pelos [[Estados Unidos]] em [[19 de Maio|19 de maio]] de [[1993]], e a seguir no reconhecimento pela maior parte dos países.<ref>{{citar web|url=http://www.embaixadadeangola.org/politica02.htm|título=Embaixada da República de Angola em Portugal|website=www.embaixadadeangola.org}}</ref>
A Guerra Civil Angolana terminou em [[2002]], com a morte violenta de Jonas Savimbi a [[22 de Fevereiro|22 de fevereiro]] e a assinatura dos acordos de paz no dia [[4 de Abril|4 de abril]] do mesmo ano, nos quais a UNITA desistiu da luta armada, concordando com a desmobilização dos seus 50
Na sequência desta decisão, o Conselho de Segurança da ONU reabriu o Escritório das Nações Unidas em Angola e autorizou o estabelecimento da Missão das Nações Unidas em Angola (UNMA), destinada a consolidar a paz no país.<ref>[http://www.un.org/press/en/2002/sc7486.doc.htm SECURITY COUNCIL AUTHORIZES ESTABLISHMENT OF UNITED NATIONS MISSION IN ANGOLA], UN, August 15, 2002</ref>
Uma vez que continuou a haver, em [[Cabinda (província)|Cabinda]], uma resistência contra a integração daquele enclave no Estado angolano, José Eduardo dos Santos concluiu a [[1 de Agosto|1 de agosto]] de [[2006]] o ''Memorando de Entendimento para a Paz e Reconciliação na província de Cabinda'' formalmente assinado pelo ministro da Administração do Território de Angola, Virgílio de Fontes Pereira, e pelo presidente do Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), general [[António Bento Bembe]],{{Nota de rodapé|António Bento Bembe também era vice-presidente e secretário-geral da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) e ex-presidente da FLEC/Renovada até a sua fusão em 2004 com a FLEC/FAC de Nzita Tiago, radicado em Paris}} no Salão Nobre da Câmara da cidade de Namibe (hoje [[Moçâmedes]]), na presença de governantes, políticos e diplomatas acreditados na capital angolana, líderes religiosos e tradicionais, para além de representantes da sociedade civil. Este acordo destinou-se a pôr definitivamente fim à luta armada iniciada em [[1975]] pela [[FLEC]], com o fim de obter a independência de Cabinda.<ref>{{citar web
|url = http://www.publico.pt/Mundo/angola-e-forum-cabindes-para-o-dialogo-assinam-memorando-de-entendimento_1265914|ano =2006|titulo = Angola e Fórum Cabindês para o Diálogo assinam Memorando de Entendimento |mes =|acessodata = 21 de agosto de 2011|formato =|acessodiames =|obra =|acessomesdia =|publicado =|acessoano =|paginas =|autor = LUSA|ultimo =|doi =|primeiro =|arquivourl =|autorlink =|arquivodata =|coautores =|citacao =|data =}}</ref>
[[Imagem:LulaSantos.jpg|miniatura|Dos Santos e o [[Presidente do Brasil]], [[Lula da Silva]], em 2003.]]
[[Imagem:Dmitry Medvedev in Angola 26 June 2009-8.jpg|miniatura|Eduardo dos Santos com o presidente russo [[Dmitry Medvedev]] durante visita de Estado em Angola 26 de Junho 2009]]
== Questões de governança após a guerra civil ==
Em 2001, dos Santos anunciou que não se candidataria a presidente na próxima eleição, que o próprio indicou que ocorreria em 2002 ou 2003.<ref>[http://www.irinnews.org/Report.aspx?ReportId=25333 "Dos Santos to bow out"], IRIN, 24 de Agosto de 2001.</ref> No entanto, em
Depois de uma eleição legislativa em 2008 (as primeiras eleições legislativas desde 1992), em que o MPLA venceu com 81
José Eduardo dos Santos supostamente escapou de uma tentativa de assassinato em 24 de outubro de 2010, quando um veículo tentou interceptar seu carro quando voltava da praia com sua família. Sua escolta abriu fogo matando dois passageiros no veículo, e armas foram encontradas a bordo.<ref>[http://www.africaintelligence.com/LCE/court-circular/2010/11/11/zedu-targeted%2C86146047-BRE-login ANGOLA – Zedu targeted] Consultado em 9 janeiro de 2011</ref> Este incidente não foi confirmado por nenhuma outra fonte.
Em fevereiro
Durante algum tempo, José Eduardo dos Santos parecia ser o candidato do MPLA em eleições presidenciais a serem marcadas proximamente,<ref>{{citar web|url = http://www.cmjornal.xl.pt_noticia.aspx?channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021&contentid=3BEC099A-CD49-4D91-A48E-E178ACD7429D|ano =2009|titulo = Angola: Eduardo dos Santos recandidata-se |mes =|acessodata = 21 de agosto de 2011|formato =|acessodiames =|obra =|acessomesdia =|publicado =|acessoano =|paginas =|autor = Correio de Manhã|ultimo =|doi =|primeiro =|arquivourl =|autorlink =|arquivodata =|coautores =|citacao =|data =}}</ref> no entanto, em inícios de 2010 foi adotada uma nova constituição. Esta abandona, por um lado o princípio da divisão entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, concentrando os poderes efetivos no presidente. Por outro lado, esta constituição já não prevê eleições presidenciais, mas um mecanismo pelo qual é eleito presidente da República e chefe do Executivo o cabeça de lista, pelo círculo nacional, do partido político ou coligação de partidos políticos mais votado no quadro das eleições gerais. As eleições legislativas seguintes foram entretanto agendadas para 2012, tendo José Eduardo dos Santos dado a conhecer a sua intenção de não voltar a candidatar-se, apontando como o seu sucessor [[Manuel Domingos Vicente]], na altura presidente da [[Sonangol]].<ref>[http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=39E54F00-1729-473F-9761-CD624BDF7698&channelID=00000091-0000-0000-0000-000000000091 José Eduardo dos Santos terá escolhido sucessor] Artigo no Correio de Manha, 3 de Setembro de 2011, recuperado 3 de Setembro de 2011</ref>
Porém, mais tarde voltou atrás, assumindo o estatuto de cabeça-de-lista dos candidatos pelo [[MPLA]]. Durante a posse, José Eduardo dos Santos apontou sempre a "estabilidade política" como prioridade do mandato presidencial. Esta estabilidade política também foi assegurada pelo cumprimento de um programa de reformas para a melhoria da organização, gestão e controlo das finanças públicas.<ref>{{citar web|URL = http://www.dw.de/jos%C3%A9-eduardo-dos-santos-toma-posse-em-angola-pela-primeira-vez/a-16267500|título = José Eduardo dos Santos toma posse em Angola|data = 26 de setembro de 2012|acessodata=8 de agosto de 2014|autor = |publicado = }}</ref>
A {{DataExt|31|8|2012}} decorreram [[Eleições Gerais em Angola 2012|eleições gerais]], também estas ganhas pelo MPLA, e de acordo com a Constituição aprovada em 2010, José Eduardo dos Santos, como número um da lista eleitoral do MPLA, foi automaticamente eleito presidente da República, legitimando desta forma a sua permanência no cargo por um período de mais cinco anos.<ref>{{citar web|url=http://expresso.sapo.pt/jose-eduardo-dos-santos-no-poder-por-mais-cinco-anos=f750533|título=José Eduardo dos Santos no poder por mais cinco anos|autor=|data=|publicado=Expresso|acessodata=2 de setembro de 2012}}</ref> A sua posse formal foi a 25 de
Em
Em 2014, o historiador e investigador angolano, Patrício Batsîkama, lançou um livro intitulado "''José Eduardo dos Santos e a ideia da Nação Angolana''". A obra questiona alguns aspetos do passado recente de [[Angola]] e responde a certas curiosidades em relação à participação do Presidente da República na luta pela independência nacional.<ref>[http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/lazer-e-cultura/2014/11/51/Angola-Escritor-Patricio-Batsikama-lanca-obra-Jose-Eduardo-dos-Santos-ideia-Nacao-Angolana,57c96f8c-b4b7-47cb-81db-4ad394327c74.html Patrício Batsîkama lança obra "José Eduardo dos Santos e a ideia da Nação Angolana"] Agência Angola Press, 19 de Dezembro de 2014</ref><ref>[http://www.rna.ao/canalA/noticias.cgi?ID=97735 Patrício Batsîkama lança livro sobre feitos do Presidente da República em prol da nação] Rádio Nacional de Angola, 20 de Dezembro de 2014</ref>
== Contribuição para o desenvolvimento económico ==
Começando no início dos [[década de 1990|anos 90]], Eduardo dos Santos abandonou progressivamente a ideologia marxista e estabeleceu uma economia liberal de mercado livre em Angola, colocando o país no caminho para se tornar a terceira maior economia da África subsariana<ref>[http://data.worldbank.org/data-catalog/GDP-ranking-table GDP ranking], Worldbank, Sept 18, 2015</ref> depois da África do Sul e Nigéria, o segundo maior produtor de petróleo
Em
== Controvérsias ==
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Em Angola, cerca de 70% da população vive com menos de 2 [[USD|dólares]] por dia, enquanto Santos e sua família acumularam uma imensa fortuna, que inclui participações nas principais empresas do país, bem como em grandes empresas estrangeiras.<ref>{{citar web|último =Nsehe|primeiro =Mfonobong|título=The Five Worst Leaders In Africa|obra=Forbes|data=9 de fevereiro de 2012| url =http://www.forbes.com/sites/mfonobongnsehe/2012/02/09/the-five-worst-leaders-in-africa/}}</ref>
Santos enriqueceu desde que assumiu o poder, mas acumulou uma enorme quantidade de bens sobretudo durante e depois das guerras civis angolanas.
Eventualmente o [[Parlamento de Angola]] considerou ilegal que o presidente pessoalmente, tivesse participação financeira em empresas. Na sequência, o governo passou a assumir o controlo acionário em empresas que o presidente indiretamente controlava.<ref name=dad/>
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José Eduardo dos Santos e o regime que representa tornaram-se alvo de protestos políticos por parte dos jovens angolanos, desde fevereiro de 2011. Uma grande manifestação pública realizada em Luanda, no início de setembro de 2011, foi duramente reprimida pela polícia, com dezenas de pessoas detidas e vários manifestantes feridos.<ref>{{pt}} [http://www.portugues.rfi.fr/africa/20110905-manifestacao-em-angola-travada-violentamente-pela-policia"Manifestação contra Presidente de Angola travada violentamente pela polícia"]. RFi, 5 de setembro de 2011</ref> A contestação ocorre sob outras formas, inclusive pelo "kuduro" ''[[rap]]'' e através de [[redes sociais]] da ''Internet''.<ref>{{Lien web|langue=en|url=http://www.bti-project.org/laendergutachten/esa/ago/2012/#outlook|titre=BTI 2012 - Angola Country Report|éditeur=Bertelsmann Stiftung|consulté le=|archive-url=https://web.archive.org/web/20131030085702/http://www.bti-project.org/laendergutachten/esa/ago/2012/#outlook#outlook|archive-date=30 de outubro de 2013|dead-url=yes}}</ref>
Em
== Prémios e reconhecimentos ==
José Eduardo dos Santos foi eleito o "Homem do Ano 2014" pela revista “''Africa World''”. Segundo a publicação, a escolha do líder angolano deve-se ao seu contributo para o excelente processo de recuperação económica e democrática de [[Angola]] desde o fim da guerra.<ref>[http://www.africaworldnewspaper.com/jose-eduardo-dos-santos-is-africaworld-man-of-the-year-2014/ José Eduardo dos Santos is AFRICAWORLD MAN OF THE YEAR 2014] {{Wayback|url=http://www.africaworldnewspaper.com/jose-eduardo-dos-santos-is-africaworld-man-of-the-year-2014/# |date=20150110234608 }} Africa World, 25 de Dezembro de 2014</ref><ref>[http://www.conexaolusofona.org/jose-eduardo-dos-santos-eleito-homem-do-ano/#.VMqFtmisVrh José Eduardo dos Santos eleito Homem do Ano] Conexão Lusófona, 29 de Dezembro de 2014</ref> A 8 de
* Recebeu o Grande-Colar da [[Ordem do Infante D. Henrique]] a 25 de
* Recebeu o Grande-Colar da [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]] a 16 de
== Vida privada ==
Linha 135:
* José Filomeno dos Santos
De Maria Luísa Perdigão Abrantes (23 de
* Welwitschia José (Tchizé) dos Santos, casada com Hugo André Nobre Pêgo (6 de
* José Eduardo Paulino dos Santos
De Maria Bernarda Gourgel tem um filho:
* José Avelino Gourgel dos Santos (28 de
Casou-se pela segunda vez a 17 de
* Eduane Danilo Lemos dos Santos (29 de
* Joseana Lemos dos Santos (5 de
* Eduardo Breno Lemos dos Santos (2 de
* Houston Lulendo Lemos dos Santos (15 de
De uma relação com “Eduarda, conhecida por Dadinha”
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