Oposição à ditadura portuguesa: diferenças entre revisões

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Nem com o afastamento de [[António de Oliveira Salazar|Salazar]] do poder, em 1968, fez com que o panorama político se alterasse. As [[Eleições legislativas de Portugal|eleições legislativas]] de 1969 fez eleger um grupo de 30 jovens deputados liberais denominado [[Ala Liberal]] e que vieram dar uma lufada de ar fresco na luta pela liberdade. Estes deputados apresentaram vários projectos liberais para acelerar a renovação do regime que [[Marcelo Caetano]] (o substituto de Salazar) prometera, mas foram todos derrotados pelos sectores políticos mais conservadores (partidários da [[União Nacional]]), apoiantes do regime autoritário. Após sucessivas desilusões e à impossibilidade de exercer livremente os seus direitos, a Ala Liberal acabou por abandonar a [[Assembleia Nacional (Portugal)|Assembleia Nacional]]. Os esforços dos liberais contribuíram para o descrédito da política marcelista de renovação contínua junto de largos sectores das classes médias portuguesas.
 
Só nos finais da década de 60 é que se começou a verificar uma radicalização da atitude política, nomeadamente entre as camadas mais jovens, que mais se sentiam vitimadas pela continuação da guerra. As universidades desempenharam um papel fundamental na difusão deste posicionamento. É neste ambiente que a [[Acção Revolucionária Armada]] (ARA), apoiada e criada pelo [[Partido Comunista Português|PCP]], e as [[Partido Revolucionário do Proletariado|Brigadas Revolucionárias]] (BR) se revelaram como uma importante forma de resistência contra o sistema colonial português, praticando acções armadas, não terroristas, principalmente contra a logística da guerra colonial.
 
Na década de 70, os sectores da finança e negócios, classes médias e movimentos operários alinharam-se à oposição devido às dificuldades económicas vividas no país causadas pela guerra e pela crise mundial de [[1973]] e foram muito importantes na contestação à política do regime. O regime já tinha os seus dias contados porque quase todos os sectores da sociedade já não o apoiam, até mesmo as forças armadas e alguns membros do clero.