Jainismo: diferenças entre revisões

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do advento promulgado pela nova reforma ortográfica, o hífen, antes demarcado nas palavras constituídas do “não” na qualidade de prefixo deixou de existir.
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Vista durante algum tempo pelos investigadores ocidentais como uma seita do hinduísmo ou uma heresia do budismo, devido à partilha de elementos comuns com estas religiões, o jainismo é contudo um fenômeno original. Ao contrário do budismo, o jainismo nunca teve um espírito missionário, tendo permanecido na Índia, onde os jainas constituem hoje cerca de quatro milhões de crentes. Pequenas comunidades jainas existem também na [[América do Norte]] e na [[Europa]], em resultado de movimentos migratórios. A palavra jainismo tem as suas origens no verbo [[sânscrito]] ''jin'' que significa "conquistador". Os seus adeptos devem combater, através de uma série de estágios, as paixões de modo a alcançar a libertação do mundo.
 
Sua visão básica é [[Dualismo|dualista]]. A matéria e a mônada vital ou ''[[jiva]]'' são de naturezas distintas, e durante sua vida o ser vivente (seja humano ou animal) tinge sua mônada como resultado de suas ações. Para se purificar, esta religião propõe um extremo [[ascetismo]] e o colocar em prática da doutrina da não- violência ou [[ahimsa]].
 
Os jainas reconhecem que pessoas, animais, plantas, formações rochosas, cursos de água e quedas de água têm ''jiva'', ou seja alma ou princípio vital. Todos estes seres têm igual valor e estão interligados na teia de existência por elos kármicos.
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Entregou-se a longos processos ascéticos até obter a iluminação, tendo consagrado os restantes trinta ou quarenta anos da sua vida a pregar a sua doutrina. Faleceu em [[Pavapuri]], no Bihar, que é desde então um dos principais locais de peregrinação jaina.
 
De acordo com os jainas, a sua religião é eterna, tendo sido a doutrina revelada ao longo de várias eras pelos ''[[Tirthankara]]s'', palavra que significa "fazedores de vau", ou seja, alguém que ensinou o caminho. Os Tirthankaras foram almas nascidas como seres humanos que alcançaram a libertação (''[[moksha]]'') do ciclo dos renascimentos através da renúncia e que transmitiram os seus ensinamentos aos homens. Na presente era existiram 24 Tirthankaras. O último desses Tirthankaras foi o Mahavira, que os jainas não consideram como o fundador do jainismo, mas antes aquele que lhe deu a sua forma actual. O 23.º Tirthankara foi [[Parshva]], que os historiadores consideram ter sido provavelmente uma figura histórica que viveu cerca de três séculos antes do Mahavira. Os jainas acreditam que Parshva pregou os 4 grandes princípios do jainismo, a saber: não- violência (ahimsa), evitar a mentira, não se apropriar do que não foi dado e não se apegar às posses materiais; o Mahavira acrescentou o princípio da castidade.
 
== Divisões internas ==
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== Doutrinas ==
=== Não-não posse (aparigraha) ===
A posse de qualquer bem é vista como relacionada com a violência, e até uma forma de violência física e psíquica. A violência em todas as suas formas tem origem no desejo de possuir, dominar, e controlar. Os ascetas jainas recusam possuir seja o que for, mas para os leigos a posse de algumas coisas é necessária para a realização das tarefas diárias. A possessividade transitória (usar um ser para deitá-lo fora) é uma forma de apego e baseia-se em relações de exploração de poder, por parte de um dos lados, em vez de amor e equanimidade incondicional.
 
=== Não-não absolutismo (anekantavada) ===
{{Artigo principal|Anekantavada}}
Assumir que alguém tem acesso privilegiado à verdade é o mais potente motor de conflito entre os seres humanos. O conceito de não- absolutismo refere-se ao pluralismo de opiniões, e à noção de que os vários pontos de vista sobre a verdade não são a própria verdade. O jainismo encoraja os seus seguidores a considerarem os pontos de vista de outras filosofias, e consideram que quando qualquer uma destas filosofias, incluindo a jaina, se apega demais às suas próprias ideias está a cometer o erro de considerar o seu ponto de vista absoluto. A ideia é representada pela parábola dos homens cegos e do elefante, em que vários cegos tocam em partes do elefante, como as orelhas e as pernas, e descrevem, de forma contraditória, o que pensam ser o animal completo, partindo do pressuposto de que a parte que tocaram representava a verdade completa. O conceito de " syadvada" ou "talvez-ismo" diz que se deve considerar que todas as proposições são apenas parcialmente verdadeiras (e parcialmente falsas). Os pontos de vista parciais da verdade são chamados de "naya". Segundo o princípio chamado de "nayavada" , através da abertura a diversos pontos de vista, o jainismo pretende que o praticante integre os diversos pontos de vista parciais, ou "naya", numa teoria abrangente.
 
=== Não violência (ahimsa) ===
{{Artigo principal|Ahimsa}}
A não- violência é o cerne do jainismo e o ponto onde todas as doutrinas se intersectam. A violência é a agressão intencional ou não- intencional. Os jainistas tentam evitar a agressão em todas as suas formas, seja através de ações, palavras, ou pensamentos, a todo e qualquer ser vivo, ou aos ecossistemas. O jainismo considera o lacto-[[vegetarianismo]] como o mínimo que deve ser feito pelos adeptos, e os estudiosos jainas defendem o [[veganismo]], porque a produção de leite é agressiva para as vacas. Os jainas também não comem [[Tubérculo|tubérculos]]. Os jainas também têm um cuidado especial para evitar possíveis danos a pequenos insetos, por exemplo ao colocarem um pano sobre as suas bocas para não os aspirarem ou varrendo o chão à sua frente quando andam para evitar pisá-los.
 
=== O tempo ===
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=== Leigos ===
Os jainas que não são monges devem observar oito regras de comportamento e devem tomar doze votos. As oito regras de comportamento variam, mas em geral incluem a prática absoluta e irrestrita de Ahimsa (não- violência) que tem seu ponto forte na alimentação: não comer carne de nenhum tipo, não comer certos vegetais (cebola e alho) os quais se acredita serem de origem inferior e não usar nenhum produto de origem animal. Outras regras incluem não se alimentar à noite, não ingerir bebidas alcoólicas nem substâncias consideradas alteradoras da consciência (cafeína, teobromina) e praticar a caridade a todos os seres vivos. Ler sobre as qualidades transcendentais dos Tirthankaras e recitar o Navkar Mantra também fazem parte das principais práticas diárias.
 
Quanto aos doze votos, eles podem ser divididos em três classes: