Civilização asteca: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Aztec_eagle_warrior.jpg|thumb|esquerda|Grande estátua de cerâmica de um guerreiro-águia asteca.]]
 
As palavras [[náuatle|náuatles]] ''aztecatl'' (no singular) e ''aztecah'' (no plural){{sfn|Vocabulario Náhuatl|2019}} significam "povo de [[Aztlan]]",{{sfn|OTD|2019}} um lugar mítico de origem para vários grupos étnicos na [[Mesoamérica]]. O termo não era usado como um [[endônimo]] pelos próprios astecas, mas é encontrado nos diferentes contos de migração dos mexicas, que descrevem as diferentes tribos que deixaram Aztlan juntas. Em um relato da jornada de Aztlan, [[Huitzilopochtli]], a [[divindade tutelar]] da tribo dos mexicas, diz a seus seguidores que "agora, seu nome não é mais o Azteca, você é agora Mexitin [Mexica]".{{sfn|ChimalpahinSchroeder|1997|p=73}}
 
No uso de atual, o termo "asteca" geralmente se refere exclusivamente ao povo mexica de [[Tenochtitlan]] (atual [[Cidade do México]]), situada em uma ilha no [[Lago Texcoco]], mas eles se referiam a si mesmos como ''mēxihcah'', ''tenochcah'' ou ''cōlhuah''.{{sfn|Barlow|1949}}{{sfn|León-Portilla|2000}}<ref group=nb>{{harvnb|Smith|1997|p=4}} escreve: "Para muitos o termo 'asteca' refere-se estritamente aos habitantes de Tenochtitlan (o povo mexica), ou talvez aos habitantes do Vale do México, a bacia montanhosa onde os mexicas e alguns outros grupos astecas viviam. Eu acredito que faz mais sentido expandir a definição de "asteca" para incluir os povos dos vales das montanhas próximas, além dos habitantes do Vale do México. Nos últimos séculos antes da chegada dos espanhóis, em 1519, os povos desta área mais ampla de língua náuatle (a língua dos astecas) traçam suas origens em um lugar mítico chamado Aztlan (Aztlan é a origem do termo "asteca", um rótulo moderno que não era usado pelos próprios astecas)"</ref><ref group=nb>{{harvnb|Lockhart|1992|p=1}} escreve: "Essas povos eu chamo de náuatles, um nome que às vezes se usava e que se tornou de uso comum no México atual, em preferência ao termo "astecas". O último termo tem várias desvantagens decisivas: implica uma unidade quase nacional que não existia, dirige a atenção a uma aglomeração imperial efêmera, é anexado especificamente ao período pré-conquista, e pelos padrões do tempo, seu uso para qualquer outro que não aos mexicas (os habitantes da capital imperial, Tenochtitlan) teria sido impróprio, mesmo que tivesse sido a designação primária dos mexicas, o que não era."</ref>
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Quando as tropas astecas destruíram um acampamento espanhol na costa do golfo, Cortés ordenou que Motecuzoma executasse os comandantes responsáveis ​​pelo ataque e Motecuzoma obedeceu. Neste ponto, o equilíbrio de poder havia mudado para os espanhóis, que agora mantinham Motecuzoma como prisioneiro em seu próprio palácio. Quando essa mudança de poder tornou-se clara para os súditos de Motecuzoma, os espanhóis tornaram-se cada vez mais indesejados na capital e, em junho de 1520, eclodiram hostilidades que culminaram no massacre no Grande Templo e em uma grande revolta dos mexicas contra os espanhóis. Durante os combates, Moctezuma foi morto, ou pelos espanhóis, que o teriam matado enquanto fugiam da cidade, ou pelos próprios mexicas, que o consideravam um traidor.{{sfn|Townsend|2009|p=220–36}}
 
[[Cuitláhuac]], um parente e conselheiro de Motecuzoma, o sucedeu como ''[[tlatoani]]'' e montou a defesa de Tenochtitlan contra os invasores espanhóis e seus aliados indígenas. Ele governou apenas 80 dias, talvez morrendo na epidemia de [[varíola]], embora fontes antigas não tenham dado uma causa para a sua morte.{{sfn|ChimalpahinSchroeder|1997|p=56–57}} Ele foi sucedido por [[Cuauhtémoc]], o último ''tlatoani'' mexica independente, que continuou a defesa feroz de Tenochtitlan. Após o [[Cerco de Tenochtitlan|cerco e destruição completa da capital asteca]], ele foi capturado em 13 de agosto de 1521, o que marcou o início da hegemonia espanhola no centro do México. Os espanhóis mantiveram Cuauhtémoc em cativeiro até que ele ser torturado e executado sob as ordens de Cortés, supostamente por traição, durante uma fracassada expedição a [[Honduras]] em 1525. Sua morte marcou o fim de uma época tumultuada na história política asteca.{{sfn|Restall|2004|p=149-152}}
 
=== Período colonial ===
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Nos Estados Unidos, no início do {{séc|XIX}}, o interesse pelo antigo México impulsionou [[John Lloyd Stephens]] a viajar para o México e depois publicar relatos bem ilustrados no início da década de 1840. Mas a pesquisa de um homem parcialmente cego de [[Boston]], [[William Hickling Prescott]], sobre a conquista espanhola do México resultou em sua obra altamente popular e profundamente pesquisada, ''The Conquest of Mexico'' (1843). Embora não tenha sido formalmente treinado como [[historiador]], Prescott recorreu às óbvias fontes espanholas, mas também à história da conquista de Ixtlilxóchitl e [[Sahagún]]. Seu trabalho resultante foi uma mistura de atitudes pró e anti-asteca. Não foi apenas um ''[[best-seller]]'' em [[Língua inglesa|inglês]], também influenciou intelectuais mexicanos, incluindo o principal político conservador, [[Lucas Alamán]]. Na avaliação de [[Benjamin Keen]], a história de Prescott "sobreviveu a ataques de todos os quadrantes e ainda domina as concepções dos leigos, se não do especialista, sobre a civilização asteca".{{sfn|Keen|1971|p=363}}
 
No final do {{séc|XIX}}, o empresário e historiador [[Hubert Howe Bancroft]] supervisionou um grande projeto, empregando escritores e pesquisadores, para escrever a história das "raças nativas" da [[América do Norte]], incluindo México, [[Califórnia]] e [[América Central]]. Um trabalho inteiro foi dedicado ao Antigo México, metade dos quais dizia respeito aos astecas. Foi um trabalho de síntese baseado em Ixtlilxochitl e Brasseur de Bourbourg, entre outros.{{sfn|Cline|19731973b}}
 
=== Idioma e nomes de lugares ===
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* {{citar livro|sobrenome=Chipman|nome=Donald E.|ano=2005|título=Moctezuma's Children: Aztec Royalty Under Spanish Rule, 1520-1700|editora=University of Texas Press|local=Austin|isbn=978-0-292-72597-3|ref=harv}}
 
* {{citar livro|sobrenome=Cline |nome=Howard F.|autorlink =Howard F. Cline|ano=1976a |capítulo=Hubert Howe Bancroft, 1832-1918|título=Handbook of Middle American Indians, Guide to Ethnohistorical Sources, Part 2|editora=University of Texas Press|local=Austin|páginas=326-347|editor=Cline, H. F.|isbn=0-292-70153-5 |ref=harv}}
 
* {{citar livro|sobrenome=Cline |nome=Howard F.|autorlink =Howard F. Cline |ano=1973b|capítulo=Selected Nineteenth-Century Mexican Writers on Ethnohistory |título=Handbook of Middle American Indians, Guide to Ethnohistorical Sources, Part 2|páginas=370-393|editora=University of Texas Press|local=Austin| editor= Cline H. F.|isbn=0-292-70153-5 |ref=harv}}
 
* {{citar periódico|sobrenome=Cline |nome=Sarah|ano=2000 |título=Native Peoples of Colonial Central Mexico|periódico=The Cambridge History of the Native Peoples of the Americas|volume=2, part 2|páginas=187-222|editora=Cambridge University Press|local=Cambrígia|isbn=0-521-65204-9|ref=harv}}
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* {{citar periódico|sobrenome=Lacadena |nome=Alfonso |título=A Nahuatl Syllabary |periódico=[[The PARI Journal]] |ano=2008 |volume=VIII |número=4 |url= http://www.mesoweb.com/pari/publications/journal/804/PARI0804.pdf |ref=harv}}
 
* {{citar livro|sobrenome=León-Portilla |nome=Miguel |autorlink =Miguel León-Portilla |ano=1992b 1992|título=Fifteen Poets of the Aztec World |local=Norman| editora=[[University of Oklahoma Press]] |isbn=0-8061-2441-5 |oclc=243733946 |ref=harv}}
 
* {{citar livro|sobrenome=León-Portilla |nome=Miguel |autorlink =Miguel León-Portilla |ano=2002 |título=Bernardino de Sahagun, First Anthropologist |tradutor=Mauricio J. Mixco|edição=Originally published as Bernardino de Sahagún: Pionero de la Antropología ©1999, UNAM. |local=Norman |editora=[[University of Oklahoma Press]] |isbn=0-8061-3364-3 |oclc=47990042 |ref=harv}}
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* {{citar livro|sobrenome=Sanders |nome=William T. |capítulo=Settlement Patterns in Central Mexico |título=Handbook of Middle American Indians |ano=1971 |volume=3 |páginas=3–44 |editora=University of Texas Press|local=Austin|ref=harv}}
 
* {{citar livro|sobrenome=Schroeder|nome=Susan|autorlink =Susan Schroeder|ano=19911997|título=Chimalpahin and the Kingdoms of Chalco |local=Tucson |editora=[[University of Arizona Press]] |isbn=0-8165-1182-9 |oclc=21976206|ref=harv}}
 
* {{citar periódico|sobrenome=Smith |nome=Michael E. |autorlink =Michael E. Smith |ano=1984 |título=The Aztlan Migrations of Nahuatl Chronicles: Myth or History? |url=http://www.public.asu.edu/~mesmith9/1-CompleteSet/MES-84-Aztlan.pdf |periódico=[[Ethnohistory (journal) |Ethnohistory]] |volume=31 |número=3 |páginas=153–86 |local=Columbus, OH |editora=[[American Society for Ethnohistory]] |doi=10.2307/482619 |oclc=145142543 |ref=CITEREFSmith1984 |jstor=482619 |ref=harv}}