Guerra Civil da Grécia: diferenças entre revisões

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:No verão de 1944, já era evidente que os alemães logo estariam fora da Grécia, pois a foças soviéticas já avançavam pela [[Romênia]], em direção à Iugoslávia, e assim, caso permanecessem, os alemães corriam o risco de ficar isolados. O governo grego no exílio, agora liderado por George Papandreou, transferiu-se para [[Caserta]], na Itália, preparando-se para voltar à Grécia. Conforme o [[Acordo de Caserta]], firmado em setembro de 1944, todas as forças da resistência grega ficariam sob o comando de um oficial britânico, o general [[Ronald Scobie]].
 
* A '''segunda fase''' começa em dezembro de 1944, após o fim da ocupação nazista, estendendo-se até [[1946]]. O governo monárquico no exílio retorna e disputa com os comunistas o controle do país. Apesar da forte inserção da EAM na Grécia,<ref>A EAM, controlada pelo KKE, foi a maior organização de massas da [[história da Grécia]], contando com aproximadamente 2.000.000 de prosélitos, em 1944. Seu braço militar, o ELAS, foi fundado em fevereiro de 1942.</ref> os monarquistas, com a ajuda do [[Reino Unido]], conseguiram manter [[Atenas]] e [[Salónica]]. O próprio [[Winston Churchill]] viajou para Atenas, a fim de coordenar a assistência britânica. Os comunistas controlavam praticamente todo o resto do país. Finalmente chega-se a um acordo, o [[Pacto Varkiza]], assinado pelos vários partidos gregos, em fevereiro de [[1945]], sob pressão britânica e soviética. O acordo previa a completa desmobilização do ELAS e de todos os demais grupos [[paramilitares]], [[anistia]] para [[crime político|crimes políticos]], realização de um [[referendo]] para decidir o futuro da monarquia e de [[eleições]] legislativas. O [[regência (governo)|regente]], [[Arcebispo Damaskinos]], e os monarquistas concordam em realizar as eleições legislativas sob a supervisão dos Aliados. O KKE continuaria legal. Em abril, seu líder [[Nikos Zachariadis]], retorna do [[campo de concentração de Dachau]], na Alemanha, e declara que doravante o objetivo do KKE seria uma "democracia popular" a ser obtida por meios pacíficos. No entanto, o Pacto de Varkiza significou uma grande derrota política, mais que militar, para o KKE. Não apenas o ELAS estava acabado. Segundo o pacto, só os crimes políticos seriam anistiados. Muitos atos cometidos durante a ocupação alemã foram considerados [[crime comum|crimes comuns]] e, portanto, excluídos da anistia. Em consequência, 40.000 comunistas ou antigos membros do ELAS foram presos. Diante disso, muitos veteranos ''[[partisans]]'' esconderam suas armas nas montanhas e 5.000 deles escaparam para a Iugoslávia.
:Em [[31 de Março]] de [[1946]], realizaram-se [[Eleições legislativas na Grécia (1946)|eleições para o parlamento grego]] - boicotadas pelo KKE - formando-se um novo governo, de [[centro-direita]]. Em seguida, um referendo, realizado em [[1º de setembro]], permitiu a restauração da [[monarquia]], e o rei Jorge II voltou a Atenas. A EAM, que controlava a maior parte da [[Grécia]], ainda tentou tomar o controle da capital mas foi derrotada. A derrota das forças da EAM significou o fim da sua primazia: o ELAS fora desarmado, e o EAM continuou com a sua ação política como uma organização multi-partidária. As tensões permanecem altas e os confrontos entre direita e facções de esquerda ainda continuariam.
 
* Na '''terceira fase''' ([[1946]]-[[1949]]), os comunistas, depois rejeitarem o resultado das eleições de 1946, levantaram-se nas montanhas da [[Macedônia (Grécia)|Macedônia]] e na região de [[Epiro]], onde estabeleceram um governo revolucionário, na cidade de [[KonitsaConitsa]]. O governo monarquista pediu ajuda aos britânicos, que, por sua vez, pediram reforços ao [[presidente dos EUA]] [[Harry Truman]]. Por outro lado, os comunistas tinham apoio político e logístico dos recém fundados [[estados socialistas]] do norte ([[Albânia]], [[Iugoslávia]], [[Bulgária]]) e da URSS. Apesar do fracasso inicial das forças governistas de 1946 até 1948, o aumento da ajuda americana ao governo grego, a falta de um elevado número de recrutas para o DSE e os efeitos colaterais da [[ruptura Tito-Stalin]], levaram à derrota dos insurgentes comunistas, e assim os monarquistas conseguiram impor-se em [[1949]].
 
Durante o conflito, os países vizinhos aproveitaram a oportunidade para expressar várias reivindicações territoriais sobre a Grécia. Muitos membros do ELAS eram [[macedônios (eslavos)|macedônios étnicos]], que estabeleceram o SNOF (Frente de Libertação da Macedônia) em 1944, com a ajuda do líder iugoslavo [[Tito]], que pretendia anexar a [[Macedônia (Grécia)|Macedônia grega]]. O KKE era a favor da criação de uma [[República Socialista da Macedônia]], unificando toda a Macedônia, tanto a parte grega como a eslava. Mais tarde, o ELAS e o SNOF tiveram divergências políticas e finalmente romperam sua aliança. Além disso, os vários governos gregos [[anticomunista]]s foram forçados a alinhar suas prioridades de [[política externa]] com as de seus aliados, mesmo após o fim da guerra civil.