Nacionalismo: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Desfeita a edição 54401508 de 143.208.129.231
Etiqueta: Desfazer
copidesque
Linha 4:
O '''nacionalismo''' é uma [[tese]] [[ideologia|ideológica]], surgida após a [[Revolução Francesa]].<ref>[https://www.ufrgs.br/organizacaoepraxislibertadora/wp-content/uploads/2017/03/Pr%C3%A1ticas-Organizacionais-em-Escolas-de-Movimentos-Sociais.pdf Práticas organizacionais em escolas de movimentos sociais]</ref><ref>[http://www.infopedia.pt/$nacionalismo Nacionalismo. In Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2012 (Consult. 2012-07-25).]</ref> Em sentido estrito, seria um [[sentimento]] de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma [[nação]].
 
Segundo [[Bresser Pereira]], o nacionalismo é a ideologia fundamental da terceira fase da história da [[humanidade]], a fase industrial,<Ref name=DESC>[http://www.bresserpereira.org.br/papers/2007/07.18NacionalismoCentroEPeriferiaDoCapitalismo.pdf BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. ''Nacionalismo no Centro e na Periferia do Capitalismo.''] São Paulo: Revista Estudos Avançados, 22 62, janeiro-abril 2008 pp.177-178, no dossiê ''Nação e Nacionalismo''. Instituto de Estudos Avançados da USP.</ref> quando os [[estado-nação|estados nacionais]] se tornam a forma de organização político-cultural que substitui o [[império colonial|império]] a medida que outros povos fora da Itália e Grécia podiam reivindicar um passado nacional grandioso independente da [[Antiguidade clássicaClássica]].<ref>Memorandum, Beijing to Foreign Office “A Final Report on China,” October 1951, in “Extension of Power of the Chinese Communists,” FO371/92206; telegram, Beijing to Foreign Office, 19 January 1951, ibid., FO371/92192; telegrams, Beijing to Foreign Office 3 and 6 March 1951, ibid., FO371/92194; as well as telegram, Foreign Office to Embassies, 11 May 1951, “China: Political Situation,” DO133/27; and Telegram, Beijing to Foreign Office, 7 April 1952, ibid, DO133/28, all at TNA. Also, see Strauss, “Morality, Coercion, and State Building by Campaign in the Early PRC,” 46–48.</ref><ref name=DESC/>
 
Costuma diferenciar-se do [[patriotismo]] devido à sua definição mais estreita. O patriotismo é considerado mais uma manifestação de amor aos símbolos do [[Estado]], como o [[Hino (canção)|Hinohino]], a [[Bandeiras|Bandeirabandeira]], suas instituições ou representantes.
 
Já o nacionalismo apresenta uma definição [[política]] sobretudo da preservação da [[nação]] enquanto entidade, por vezes na defesa de território delineado por fronteiras terrestres, mas, acima de tudo nos campos [[Linguística|linguístico]], [[cultura]]l, etc., contra processos de destruição identitária ou transformação. O historiador [[Lord Acton]], afirma que o patriotismo prende-se com os deveres morais que temos para com a comunidade política, enquanto que o nacionalismo está mais ligado à [[etnia]].<ref>[http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=577731 Samuel de Paiva Pires, «Do patriotismo e da nação portuguesa»]. ''Diário Digital''.</ref><ref>[http://plato.stanford.edu/entries/patriotism/ Patriotism, Stanford Encyclopedia of Philosophy, (Acton 1972, 163)]</ref>
Linha 15:
O nacionalismo é uma ideologia que se pode dizer moderna com antecedentes antigos, com uma definição maior das [[fronteira]]s das [[nações]] em países: surgiu numa [[Europa]] pré-moderna e pós-medieval, a partir da superação da produção e [[consumo]] feudais pelo [[mercado]] [[capitalista]], com a submissão dos [[feudo]]s aos estados modernos (ainda [[absolutista]]s ou já [[liberalismo|liberais]]), com as [[Reforma Protestante|reformas religiosas protestantes]] e a [[contrarreforma]] [[católica]] – fatos históricos estes que permitiram, ou até mais, que produziram o surgimento de culturas diferenciadas por toda a Europa, culturas que, antes, eram conformadas, deformadas e formatadas pelo [[cristianismo]] católico, com o apoio da nobreza feudal.
 
Surgiu como uma ideologia da [[Revolução Francesa]], pois ajudou a convocar soldados mais leais e baratos do que nosos [[mercenário]]s<ref>{{citar web |url=https://books.google.com.br/books?id=JgfA4moXzEoC&pg=PA137&lpg=PP1&focus=viewport&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false |titulo=Jewish Choices, Jewish Voices: War and National Security |lingua=en |data=2010 |autor =Elliot N. Dorff e Danya Ruttenberg |publicado=The Jewish Publication Society |acessodata=12 de setembro de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160912202304/https://books.google.com.br/books?id=JgfA4moXzEoC&pg=PA137&lpg=PP1&focus=viewport&hl=pt-BR |arquivodata=12/09/2016}}</ref> e foi contrária ao domínio imperialista político-cultural do cristianismo católico que se apoiava nos nobres feudais e ajudava a sustentar a superada, limitada e limitante [[feudalismo|economia feudal]], mas também como uma ideologia [[burguesa]], pois as massas camponesas e o pequeno [[proletariado]] que também surgia passavam do domínio da nobreza feudal para o da burguesia industrial – e a ideologia dominante em uma sociedade é a ideologia das classes dominantes.
 
Após a definitiva vitória político-cultural dos [[burguesia|burgueses]] sobre a [[nobreza]] feudal – a qual foi submetida pela destruição ou pela absorção pela cultura e pela política burguesa – foi parcial e progressivamente deixado para trás, como uma ideologia que teria sido importante, mas que já não seria mais do que uma lembrança histórica.
 
O nacionalismo ressurgeressurgiu nas [[colonialismo|colônias]] europeias do [[Novo Mundo]], nas [[Américas]], e principalmente na [[América Latina]], antes mesmo do surgimento da ideologia [[comunista]] européiaeuropeia, como um renovado nacionalismo, um "nacionalismo revolucionário" já com alguns elementos [[socialismo|socializantes]]; [[Simón Bolívar]] foi o líder maior desse nacionalismo revolucionário latino-americano, ao lado de figuras como [[Tupac Amaru]], [[José de San Martín|San Martín]], [[José Martí]].<ref>[https://www.mondialisation.ca/many-happy-returns-fidel-long-live-fidel-castro/5540899 Many Happy Returns Fidel]</ref> e [[José Artigas]].
 
RessurgeRessurgiu na Europa, pouco antes do surgimento da ideologia comunista, como um outro nacionalismo, como um nacionalismo revolucionário socializante, ou até mesmo [[socialista]], e anti-imperialista, contrário ao [[imperialismo europeu]], o qual, além de explorar as [[Colónia (história)|colônias]] americanas, [[Ásia|asiáticas]] e [[africa]]nas, explorava ainda as nações europeias mais pobres; [[Giuseppe Mazzini]] foi o líder maior desse nacionalismo revolucionário na Europa.
 
O nacionalismo revolucionário europeu, como uma ideologia [[imperialismo|anti-imperialista]], também influenciou o pensamento dos latino-americanos que souberam apreender dos europeus aquilo que fosse interessante e útil, desenvolvendo, no Novo Mundo, uma prática e uma luta [[anticolonialista]], a qual se traduziu na ação e no [[discurso]] de homens como [[Tiradentes]], San Martín e [[Giuseppe Garibaldi]].
Linha 28:
 
== Os diversos nacionalismos ==
[[Imagem:Muralbelfast2.jpg|thumb|Mural nacionalista irlandês em [[Belfast]], mostrando solidariedade com o [[nacionalismo basco]]. Pode-se observar ali, também, um mapa de [[Euskal Herria]] e uma representação da foto de [[Che Guevara]] intitulada o "[[Guerrilheiro heróicoHeroico]]".]]
 
Ainda que frequentemente assente sobre um ponto de vista [[Etnocentrismo|etnocêntrico]], o nacionalismo não implica necessariamente a crença na superioridade de uma [[etnia]] em detrimento de outras. Algumas correntes nacionalistas, entretanto, defendem o protecionismo étnico ou mesmo uma supremacia étnica.<ref>{{citar periódico|url=http://www3.interscience.wiley.com/journal/118597334/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0|título=Nature and Nurture in Own-Race Face Processing|coautor=Yair Bar-Haim, Talee Ziv, Dominique Lamy, Richard M. Hodes|periódico=Psychological Science|volume=17|número=2|páginas=159–163|ano=2008|doi=10.1111/j.1467-9280.2006.01679.x|autor =Bar-Haim, Yair|pmid=16466424}}</ref>
 
Certos movimentos nacionalistas possuem caráter excludente e, ao definir a comunidade nacional em termos étnicos, linguísticos, culturais, históricos ou religiosos (ou uma combinação destes), podem considerar determinadas minorias como não sendo verdadeiramente uma parte da "[[nação]]".
 
 
Não raro, uma pátria mítica ou um mito fundador é mais importante para a identidade nacional do que o território ocupado pela nação.<ref>Smith, Anthony D. 1986. ''The Ethnic Origins of Nations London'': Basil Blackwell. pp 6–18. ISBN 0-631-15205-9.</ref>
 
=== Nacionalismo cívico ===
[[Imagem:Eugène Delacroix - La liberté guidant le peuple.jpg|direita|thumb|''[[A Liberdade Guiandoguiando o Povopovo]]'' ([[Eugène Delacroix]], 1830) é um exemplo famoso de arte nacionalista.]]
O nacionalismo cívico (também conhecido como nacionalismo [[Liberalismo|liberal]]) define a nação como uma associação de pessoas que se identificam como pertencentes à nação, que têm direitos políticos iguais e compartilhados, e fidelidade a procedimentos políticos semelhantes.<ref name="blackwell">{{citar livro|último = Nash |primeiro = Kate |título= The Blackwell companion to political sociology |página= 391 |data-publicacao= 2001 |publicado= Wiley-Blackwell | isbn = 0631210504}}</ref> De acordo com os princípios do nacionalismo cívico, a nação não se baseia em uma ascendência étnica comum, mas é uma entidade política cujo núcleo de identidade não é étnico. Esse conceito cívico de nacionalismo é exemplificado por [[Ernest Renan]] em sua palestra de 1882 "O que é uma Nação?", onde ele definiu a nação como um "referendo diário" (frequentemente traduzido como "[[plebiscito]] diário") dependente da vontade de seu povo para continuarem a viver juntos".<ref name="blackwell"/>
 
Linha 44 ⟶ 43:
O nacionalismo de [[esquerda (política)|esquerda]] (às vezes conhecido como nacionalismo [[Socialismo|socialista]], para não ser confundido com o [[nacional-socialismo]])<ref>[http://www3.interscience.wiley.com/journal/119472227/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0 Political Science, Volume 35, Issue 2; ''Class and Nation: Problems of Socialist Nationalism'']</ref> refere-se a qualquer movimento político que combine [[esquerda política|políticas de esquerda]] com o nacionalismo. Também na revolução francesa que surge o conceito de socialismo.<ref>Maass, Alan; Zinn, Howard (2010). The Case for Socialism (Revised ed.). Haymarket Books. p. 164. ISBN 978-1608460731.</ref> O [[marxismo]] identifica o nacionalismo como um subproduto do capitalismo após a queda do [[Antigo Regime]] o que ocasionou a padronização dos mercados<ref name="Nimni, Ephraim 1991. Pp. 18">Nimni 1991, 18.</ref><ref name="Nimni, Ephraim 1991. Pp. 14">Nimni 1991, 14.</ref> e o marxismo clássico se declara internacionalista<ref>Nimni 1991, 16.</ref> apesar de Stálin apoiar a ideia de nações revolucionárias e reacionárias.<ref name="Ree, Erik 2002. Pp. 49">van Ree 2002, 49.</ref> Apesar disso, ainda em vida, [[Marx]] defendeu o nacionalismo irlandês.<ref name="Schmitt, Richard 1987, Pp. 169">Schmitt 1997 [1987], 169.</ref><ref name="Ree, Erik 2002. Pp. 60">van Ree 2002, 60.</ref>
 
[[Stálin]] fez parte do movimento nacionalista [[Geórgia|georgiano]] antes de virar comunista<ref>van Ree 2002, 58-59.</ref>mas quando ele entrou no movimento bolchevique ele mudou de opinião.<ref name="Ree, Erik 2002. Pp. 64">van Ree 2002, 64.</ref>
 
Muitos movimentos nacionalistas são dedicados à libertação nacional,<ref>[https://www.liberationnews.org/aleppo-the-frenzied-media-response-and-the-stakes-for-syria/ Aleppo: the frenzied media response and the stakes for Syria]</ref> baseados na visão de que suas nações estão sendo perseguidas por outras nações e, portanto, necessitam exercer a [[autodeterminação]] liberando-se eles próprios dos supostos perseguidores. O [[marxismo-leninismo]] [[Revisionismo (marxismo)|antirrevisionista]] está intimamente ligado com esta ideologia.
Linha 51 ⟶ 50:
 
A [[Primeira Guerra Mundial]] foi causada pela intenção das elites de desviar o foco das críticas efetuadas pelo movimento socialista e para isso usaram o nacionalismo como substituto.<ref>The Great Class War 1914-1918
by&nbsp;Jacques R. Pauwels</ref> A [[irmandade muçulmana]] via o [[pan-arabismo|nacionalismo arabista]] e o [[socialismo]] como anti-islâmicos, é baseada em donos de pequenas empresas que acreditam em um tipo de capitalismo islâmico e vê o nacionalismo árabe secular, os radicais xiitas, Israel, os socialistas e os comunistas como inimigos,<ref>[https://journal-neo.org/2017/02/06/executive-orders-airport-protests-trump-clashes-with-the-cia/ Executive Orders & Airport Protests: Trump Clashes With The CIA]</ref><ref>[https://journal-neo.org/2017/07/20/oil-qatar-china-the-global-conflict/ Oil, Qatar, China & The Global Conflict]</ref> muito embora seja patrocinada pela [[CIA]] e mobilizada principalmente contra o [[nasserismo]].<ref>[https://electronicintifada.net/content/destructive-legacy-arab-liberals/14385 The destructive legacy of Arab liberals]</ref><ref>[[Tariq Ali]], “The Uprising in Syria”, www.counterpunch.com, September 12, 2012</ref><ref>[https://journal-neo.org/2017/02/06/executive-orders-airport-protests-trump-clashes-with-the-cia/ Executive Orders & Airport Protests: Trump Clashes With The CIA]</ref> Comunistas e nacionalistas se combateram mutuamente na China ao longo deste século, as vezes com apoio externo.<ref>Louise Young, Japan’s Total Empire: Manchuria and the Culture of Wartime Imperialism&nbsp;(Berkeley: University of California Press, 1998); Yoshihisa Tak Matsusaka,&nbsp;The Making of Japanese Manchuria, 1904-1932&nbsp;(Cambridge: Harvard University Asia Center, 2001).</ref><ref>[http://www.historynet.com/ho-chi-minh-and-the-oss.htm In the mid-1940s, the Viet Minh, under Ho Chi Minh, looked to the West for help in its independence movement and got it.]</ref> O [[sionismo]] também é descrito por um ex-presidente de Israel - [[Chaim Weizmann]] - como uma forma de distrair os socialistas judeus mediante uma efusão nacionalista herdeira do século XIX.<ref>[http://www.ide.go.jp/library/Japanese/Publish/Periodicals/Me_review/pdf/201412_01.pdf From Left to Right: Israel’s Repositioning in the World]</ref><ref>[http://www.ide.go.jp/Japanese/Publish/Periodicals/Me_review/1412_01.html From Left to Right: Israel’s Repositioning in the World]</ref><ref>[https://www.globalresearch.ca/from-left-to-right-israels-repositioning-in-the-world/5429800 From Left to Right: Israel’s Repositioning in the World]</ref> A Síria nesse período tem sido um exemplo de triunfo do nacionalismo e do socialismo mediante a inclusão das mulheres, de minorias étnicas e religiosas no Estado e na sociedade locais além da igualdade perante a lei em uma região carente disso, recebendo refugiados de países vizinhos.<ref>[https://www.counterpunch.org/2015/05/18/a-tale-of-two-nakbas/ A Tale of Two Nakbas]</ref> Grupos nazistas foram financiados pela [[Skull and Bones]]<ref>[[Antony Cyril Sutton|Sutton, Antony C.]] ''America's Secret Establishment: An Introduction to the Order of Skull & Bones''. Walterville, OR: Trine Day, 2003. ISBN:0-9720207-0-5.</ref> e o nacionalismo e socialismo em reação a ocupação ocidental-sionista cresceram no Oriente Médio nos anos 50 chegando ao ápice na década de 60 com as revoluções pan-árabes na Síria e Iraque.<ref>[http://rabble.ca/books/reviews/2017/05/clearing-fog-war-around-syria#disqus_thread Clearing the fog of war around Syria]</ref> Nos Estados Unidos o nacionalismo negro foi muito associado ao [[História do socialismo nos Estados Unidos|socialismo]].<ref>“The Name Negro: It’s Origins and Evil Use”, published in 1960. (p. 92)</ref><ref>[https://socialistworker.org/2015/11/25/the-black-bolsheviks The Black Bolsheviks]</ref> A Birmânia também praticou uma via para o nacionalismo e socialismo.<ref>[https://bazanlin.files.wordpress.com/2007/07/the-burmese-way-to-socialism.pdf "The Burmese Way to Socialism]</ref> Durante o [[Holodomor]], houve combates este socialistas e nacionalistas ucranianos.<ref>Per Anders Rudling. "Memories of 'Holodomor' and National Socialism in Ukrainian Political Culture," in Yves Bizeul (ed.), Rekonstruktion des Nationalmythos?: Frankreich, Deutschland und die Ukraine im Vergleich (Göttingen: Vandenhoek & Ruprecht Verlag, 2013)</ref> O [[Pacto Molotov-Ribbentrop|pacto]] entre [[Adolf Hitler]] e [[Josef Stálin]] foi visto como uma ameaça ao [[nazismo]] por alguns nazistas como [[Alfred Rosenberg]].<ref>[https://orientalreview.org/2015/09/08/why-did-nazis-fail-to-create-a-ukrainian-state-in-1939/ Why did Nazis fail to create a Ukrainian state in 1939?]</ref> Os nacionalistas árabes eram descritos como “comunistas árabes” na Síria pelos norte-americanos.<ref>[https://gowans.wordpress.com/2016/10/22/the-revolutionary-distemper-in-syria-that-wasnt/ The Revolutionary Distemper in Syria That Wasn’t]</ref> O nacionalismo e o socialismo árabes e de regiões islâmicas<ref>[http://www.rawa.org/rawa/2014/10/07/rawa-statement-on-us-invasion-oct-2014-english.html Let us drive away the US and NATO occupiers with our unity!]</ref> no Oriente Médio evitaram que hovesse uma penetração maior das petroleiras na região<ref>[http://www.wsws.org/en/articles/2016/02/25/pers-f25.html Sticking point in Syria truce: Washington’s support for Al Qaeda]</ref> e além disso, o [[Nazismo]] rejeita tanto o comunismo ocidental marxista quanto o comunismo oriental leninista.<ref>[[Dmytro Dontsov]],&nbsp;Khrestom i mechom&nbsp;(With the cross and sword, 1956) Derzhavnist&nbsp;2 and 3, Natsionalistand&nbsp;Golos natsii.</ref> O nazismo é tradicionalmento descrito como um movimento de extrema direita.<ref>[http://www.huffingtonpost.com/michael-hughes/the-neo-nazi-question-in_b_4938747.html The Neo-Nazi Question in Ukraine]</ref> O nazismo sempre foi descrito como uma tríade de socialismo, racismo e imperialismo, sendo que o termo socialismo é usado na ascepção de combate a democracia e ao liberalismo mediante a criação de uma elite eleita para administrar a nação.<ref>[http://rinf.com/alt-news/featured/ideology-new-ukraine/ The Ideology Of The New Ukraine]</ref> [[Che Guevara]] afirmou que as revoluções latino-americanas não podem ser exportáveis por conta de suas vicissitudes nacionais.<ref>[https://www.clarin.com/tv-cubana-rescato-entrevista-che/mundo/_0_BJMPVcUA.html La TV cubana rescató del olvido una entrevista al Che de 1964]</ref>
 
O governo chinês adota uma vertente do comunista de um nacionalismo anti-corrupção a partir da liderança mais ideológica de [[Xi Jinping]].<ref>[https://journal-neo.org/2017/07/20/oil-qatar-china-the-global-conflict/ Oil, Qatar, China & The Global Conflict]</ref> O governo polonês em 2017 bateu de frente com a [[União Europeia]] descrito pelo movimento social local que emula o [[PODEMOS (Espanha)|Podemos]] como tendo um viés mais [[nacionalista]] e [[socialista]].<ref>[https://euroalter.com/2016/new-left-poland-podemos NEW LEFT IN POLAND? – OUR INTERVIEW WITH RAZEM, THE POLITICAL PARTY INSPIRED BY THE SPANISH PODEMOS]</ref> [[Donald Trump]] é descrito como um líder nacionalista e populista beirando ao socialismo para alguns, perpetuando o modelo de socialismo para os ricos.<ref>[https://www.theguardian.com/commentisfree/2009/jun/12/america-corporate-banking-welfare America's socialism for the rich]</ref><ref>[https://www.counterpunch.org/2016/02/23/race-gender-and-class-politics-in-the-us-primaries/ Race, Gender, and Class Politics in the US Primaries]</ref> O [[BREXIT]] em 2016 foi guiado para que não houvesse uma guinada nacionalista e socialista na época.<ref>Phillip Stevens, “Britain is starting to imitate Greece”,&nbsp;Financial Times, 30/6/2016</ref> A guerrilha curda do [[PKK]] é descrita como um misto de "anarquismo" de [[Murray Bookchin]], comunismo e nacionalismo curdo,<ref>[https://journal-neo.org/2016/01/11/turks-saudis-kurds-whats-going-on/ Turks, Saudis & Kurds: What’s Going on?]</ref><ref>Sam Dagher, “Kurds fight Islamic State to claim a piece of Syria,” The Wall Street Journal, November 12, 2014.</ref><ref>Patrick Cockburn, “War against ISIS: PKK commander tasked with the defence of Syrian Kurds claims ‘we will save Kobani’”, The Independent, November 11, 2014.</ref> assim como o [[KLA]] do Kosovo é descrito como maoísta e posteriormente nacionalista.<ref>[https://socialistworker.org/2008/03/07/kosovo-independence The meaning of Kosovo's independence]</ref> Na Croácia, a transição de um socialismo de Estado quase democrático plenamente para um ultranacionalismo fascistizante foi efetuada com apoio da [[Igreja Católica]].<ref>S. Barbour, C. Carmichael (eds.),&nbsp;Language and Nationalism in Europe, Oxford−New York: Oxford University Press, 2000, 221−239</ref> Em 2011 no [[Egito]], [[Mohamed ElBaradei]] recebeu treinamento de uma empresa terceirizada do governo norte-americano para atuar no partido de esquerda [[Frente de Salvação Nacional]] para combater a Irmandade Muçulmana<ref>[http://www.worldbulletin.net/middle-east/112816/elbaradei-a-coupmonger-liberal-global-elite-levent-basturk ElBaradei: A coupmonger liberal global elite / Levent Basturk]</ref> e além disso o Benigno Aquino declarou em 2016 que o governo chinês era nazista.<ref>[https://www.theguardian.com/world/2015/jun/03/china-nazi-germany-south-china-sea-philippine-president-benigno-aquino China behaving like Nazi Germany in South China Sea, says Benigno Aquino]</ref> A eleição de Trump também elevou a popularidade do nacionalismo de esquerda no México.<ref>[https://www.independent.co.uk/news/world/americas/us-politics/mexico-president-trump-andres-manuel-lopez-obrador-general-election-us-border-a8427726.html What new Mexican president Andres Manuel Lopez Obrador thinks about Donald Trump]</ref> No [[entre-guerras]], socialistas fizeram uma grande mobilização [[Antifa (Estados Unidos)|antifa]] para que os [[Estados Unidos]] entrassem na guerra contra os nazistas, liderados por [[Alfred Emanuel Smith]] em associação aos comunistas apesar das divergências internas.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Eco|primeiro=Umberto|data=1995-06-22|titulo=Ur-Fascism|url=http://www.nybooks.com/articles/1995/06/22/ur-fascism/|jornal=The New York Review of Books|lingua=en|issn=0028-7504|acessodata=7/3/2018}}</ref><ref>Ceplair, Larry (1987). Under the Shadow of War: Fascism, Anti-Fascism, and Marxists, 1918-1939. [S.l.]: Columbia University Press. ISBN 9780231065320 P. 190-192</ref> Segundo [[Noberto Bobbio]],<ref>[http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17973/material/Norberto-Bobbio-Dicionario-de-Politica.pdf Totalitarismo] p. 1247-1259</ref> o totalitarismo nacionalista surge em sociedades de Estado consolidado onde é necessário a presença dele nas obras públicas.
 
=== Nacionalismo de direita ===
Linha 68 ⟶ 67:
Na história recente, o nacionalismo étnico flertou com ideias [[etnocentrismo|etnocêntrica]]s e conceitos de ''pureza nacional'', tendo alimentado [[Guerra|conflitos armados]], políticas de [[limpeza étnica]], [[Migração forçada|migrações forçadas]], [[deslocados internos|deslocamentos]] e [[Transferência populacional|transferências populacionais]]. O [[nazismo]], ideologia formulada por [[Adolf Hitler]] e adotada na [[Alemanha]], de 1933 a 1945, é uma forma de nacionalismo étnico. Contudo, de uma forma completamente diferente, o [[sionismo]] também tem sido referido como um nacionalismo étnico e religioso.<ref>[http://novosestudos.uol.com.br/v1/files/uploads/contents/96/20080627_nacionalismo_sionismo.pdf Nacionalismo, sionismo e anti-semitismo - a propósito de "Em disparada rumo a Belém", de [[Perry Anderson]]], por [[Paul Singer]]</ref><ref>[http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v25n73/v25n73a09.pdf A Sociologia israelense e a crise do consenso sionista], por José Maurício Domingues.</ref><ref>[http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-227.htm Sionismo y separación étnica en Palestina durante el Mandato Británico: la defensa del trabajo judío], por Ferran Izquierdo Brichs.</ref>
 
A maioria dos acadêmicos identificam o nazismo como uma política de direita.<ref name=Fritzsche_Eatwell_Griffin>{{citar livro|último =Fritzsche|primeiro =Peter|ano=1998|título=Germans into Nazis|local=Cambridge, Massachusetts|publicado=Harvard University Press|isbn=978-0674350922|ref=harv}}<br>{{citar livro|último =Eatwell|primeiro =Roger|ano=1997|título=Fascism, A History|publicado=Viking-Penguin|isbn=978-0140257007|pp=xvii-xxiv, 21, 26–31, 114–40, 352}}<br>{{citar livro|último =Griffin|primeiro =Roger|autorlink =Roger Griffin|ano=2000|capítulo=Revolution from the Right: Fascism|editor-sobrenome =Parker|editor-nome =David|título=Revolutions and the Revolutionary Tradition in the West 1560-1991|local=London|publicado=Routledge|isbn=978-0415172950|pp=185–201}}</ref> O nazismo também defende o direito de dominar "[[subraça]]s"<ref name="Oliver H. Woshinsky 2008. p. 156">Oliver H. Woshinsky. ''Explaining Politics: Culture, Institutions, and Political Behavior''. Oxon, England, UK; New York, New York, USA: Routledge, 2008. p. 156.</ref> e além disso o nazismo coloca a "raça" nacional acima da [[luta de classes]]<ref name="Adolf Hitler p. 170">Hitler, Adolf in Domarus, Max and Patrick Romane, eds. ''The Essential Hitler: Speeches and Commentary'', Waulconda, Illinois: Bolchazi-Carducci Publishers, Inc., 2007, p. 170.</ref><ref name="Adolf Hitler">"They must unite, [Hitler] said, to defeat the common enemy, Jewish Marxism." ''A New Beginning,'' Adolf Hitler, ''Völkischer Beobachter.'' February 1925. Cited in: {{citar livro|último =Toland |primeiro =John|ano=1992|título=Adolf Hitler|publicado=Anchor Books|página=207|isbn=0-385-03724-4}}</ref> o [[Hitler]] apontava também 3três vícios do judaísmo: [[democracia]], [[pacifismo]] e [[internacionalismo]].<ref>[https://journal-neo.org/2016/02/05/the-trojan-horse-of-refugees-in-europe/ The Trojan Horse of Refugees in Europe]</ref><ref name="Hitler, the Germans, and the Final Solution">{{citar livro|último =Kershaw|primeiro =Ian|ano=2008|título=Hitler, the Germans, and the Final Solution|publicado=Yale University Press|página=53|isbn=0-300-12427-9}}</ref> Os líderes nazistas [[Joseph Goebbels]] e Hitler diferenciavam ao máximo nazismo de marxismo.<ref>{{citar web|título=The Nazi-Sozi|url=http://research.calvin.edu/german-propaganda-archive/nazi-sozi.htm|títulotrad=Joseph Goebbels, Der Nazi-Sozi (Elberfeld: Verlag der Nationalsozialistischen Briefe, 1927).}}</ref><ref name="university29">Carsten, Francis Ludwig ''The Rise of Fascism'', 2nd ed. University of California Press, 1982. p. 137. Quoting: Hitler, A., ''Sunday Express'', September 28, 1930.</ref> [[Anticomunista]]s do [[Voluntários na Segunda Guerra Mundial|mundo todo]] deram suporte para o nazismo durante o período no poder.<ref name="carroll">Carroll Quigley, ''Tragedy and Hope'', 1966. p. 619.</ref> O Hitler também denunciava o [[materialismo histórico]] e [[materialismo dialético|dialético]] com [[Mamon]] e como opostos ao socialismo que ele defendia.<ref>Adolf Hitler, Public meeting in the Great Hall of the Hofbräuhaus, Why We Are Antisemites, 1920</ref>
 
=== Nacionalismo territorial ===
Linha 106 ⟶ 105:
 
== Bibliografia ==
{{Refbegin|2}}
* Azurmendi, Joxe. ''Historia, arraza, nazioa''. Donostia: Elkar, 2014. ISBN 978-84-9027-297-8
* GELLNER, E. ''Nations and Nationalism.'' Ithaca: Cornell University Press, 1983