Primeira República Brasileira: diferenças entre revisões

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|evento_início = [[Proclamação da República do Brasil]]
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|<!-- Navegação de bandeiras: Estados anteriores (p) e Estados antecessores (s) desse estado --->
|p1 = Império do Brasil
|bandeira_p1 = Flag_of_Empire_of_Brazil_(1870-1889).svg
|s1 = Segunda República Brasileira
|bandeira_s1 = Flag of Brazil (1889-1960).svg
 
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|imagem_bandeira = Flag of Brazil (1889-1960).svg
|bandeira = Bandeira do Brasil
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}}
A '''Primeira República BrasileiraVelha''', tambémpor conhecidavezes como&nbsp;'''República Velha''' (em oposição à ''[[SegundaPrimeira República Brasileira|República Nova]]''', período posterior, iniciado com o governo de [[Getúlio Vargas]]), foié o período da [[história do Brasil]] que se estendeu da [[proclamação da República Brasileira|proclamação da República]], em [[15 de novembro]] de [[1889]], até a [[Revolução de 1930]] que depôs o 13º e último presidente da República Velha [[Washington Luís]]. Nesse período o [[Brasil]] foi nomeado de Estados Unidos do Brasil, o mesmo nome da [[constituição de 1891]], também promulgada nesse período.<ref>[http://pdba.georgetown.edu/Constitutions/Brazil/brazil1891.html Constituição Política de 1891]</ref>
 
A República Velha é dividida pelos historiadores em dois períodos. O ''primeiro período'', chamado de [[República da Espada]], foi dominado pelos setores mobilizados do Exército apoiados pelos [[Republicanos históricos|republicanos]], e vai da [[Proclamação da República do Brasil]], em 15 de Novembro de 1889, até a posse do primeiro presidente civil, [[Prudente de Moraes]]. A República da Espada teve viés mais centralizador do poder, em especial por temores da volta da [[Monarquia]], bem como para evitar uma possível divisão do Brasil.<ref>FAUSTO, Boris, História do Brasil, EDUSP, 2012</ref>
 
O ''segundo período'' ficou conhecido como '''República Oligárquica''', e se estende de 1894 até a [[Revolução de 1930]]. Caracterizou-se por dar maior poder para as elites regionais, em especial do sul e sudeste do país.<ref>LESSA, Renato. A Invenção Republicana, Topbooks, 1999</ref> As [[oligarquia]]s dominantes eram as forças políticas republicanas de São Paulo e Minas Gerais, que se revezavam na presidência. Essa hegemonia paulista e mineira denomina-se [[política do café com leite]], em razão da importância econômica da produção de [[café]] paulista e de [[leite]] mineiro para a economia brasileira da época.
 
== História ==
{{História do Brasil}}
O primeiro partido republicano no Brasil foi o [[Partido Republicano Paulista]] (PRP), criado na [[Convenção de Itu]], em 1873. O PRP era um partido legalizado, apesar de o Brasil ser uma [[monarquia]]. O PRP conseguiu eleger apenas três deputados na Assembleia Geral de Deputados, durante o [[Império do Brasil]] (1822-1889), porém conseguiu infiltrar-se no meio [[militar]], o que foi decisivo para a queda da [[monarquia constitucional]] brasileira e, portanto, do [[Pedro II do Brasil|imperador Dom Pedro II]]. Mesmo com o desenvolvimento econômico no segundo Império, após a abolição da escravatura, os fazendeiros, antes fiéis a Dom Pedro II, se voltaram contra a monarquia e traíram o sistema ali vigente, tornando-se republicanos, por causa da não indenização pela liberação dos escravos.{{careceCarece de fontes|data=junho de 2017}}
 
=== Proclamação ===
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{{Vertambém|Símbolos da República Brasileira}}
 
[[FicheiroImagem:Le Nouveau Ministère.jpg|thumb|leftesquerda|300px|O novo ministério: [[Aristides Lobo]], Ministro do Interior; [[Eduardo Wandenkolk]], [[Lista de ministros da Marinha do Brasil|Ministro da Marinha]]; Tenente Coronel [[Benjamin Constant Botelho de Magalhães|Benjamin Constant]], [[Ministério da Guerra (Brasil)|Ministro da Guerra]]; Marechal [[Deodoro da Fonseca]], [[Presidente do Brasil|Presidente da República]]; [[Quintino Bocaiúva]], [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Ministro dos Negócios Estrangeiros]]; [[Demétrio Nunes Ribeiro|Demétrio Ribeiro]], [[Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento|Ministro da Agricultura]]; e [[Rui Barbosa]], [[Ministério da Fazenda (Brasil)|Ministro da Fazenda]].]]
 
Com a vitória em 15 de novembro de 1889 do movimento republicano liderado pelos oficiais do exército, foi estabelecido um "''Governo Provisório''", chefiado pelo Marechal [[Deodoro da Fonseca]], no qual todos os membros do ministério empossados no dia 15 de novembro eram maçons.<ref>CASTELLANI, José, A Maçonaria na Década da Abolição e da República, Editora A Trolha, 2001.</ref>
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O "Governo Provisório" terminou com a promulgação, em 24 de fevereiro de 1891, da primeira [[constituição]] republicana do Brasil, a [[constituição de 1891]], passando, a partir daquele dia, Deodoro a ser presidente constitucional, eleito pelo [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], devendo governar até 15 de novembro de 1894. Deodoro, apoiado pelos militares, derrotou o candidato dos civis, [[Prudente de Morais]].
[[FicheiroImagem:Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891 p. 00 (capa).jpg|miniaturadaimagem|Constituição de 1891. Documento sob guarda do [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional.]]]]
Foi criada uma nova [[Bandeira do Brasil|bandeira nacional]], em 19 de novembro, com o lema [[positivista]] "[[Ordem e Progresso]]", embora o lema por inteiro dos positivistas fosse "O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim". Foram mantidas as cores verde e amarela da bandeira imperial, pois o decreto nº 4, que criou a bandeira republicana, nos seus considerandos diz que: "as cores da nossa antiga bandeira recordam as lutas e as vitórias gloriosas do exército e da [[Exército|armada]] na defesa da [[pátria]], e que essas cores, independentemente da forma de governo, simbolizam a perpetuidade e integridade da pátria entre as outras nações".
 
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O presidente, buscando solucionar os problemas econômicos do Brasil e industrializar realmente o país, optou pela continuidade do processo de liberalização da economia, apelidado de [[encilhamento]], iniciado ainda durante a monarquia, sob o último ministro da fazenda imperial, o [[Visconde de Ouro Preto]], e continuada por [[Ruy Barbosa]], que consistia em permitir crédito livre a indústrias que desejassem instalar-se em território nacional. Essa política econômica permitia que os bancos emitissem moeda sem qualquer exigência de lastro em ouro. Essa política econômica deveria fazer com que as empresas pudessem pagar seus operários e, aumentando o mercado consumidor, estimular a indústria. O que aconteceu, porém, foi que a [[inflação]] elevou-se de modo exagerado. Os [[Oferta pública inicial|lançamentos de ações]] na [[Bolsa de Valores do Rio de Janeiro]] se davam livremente, até por empresas fantasmas, agravando ainda os efeitos negativos e a credibilidade do processo.
 
Em [[22 de agosto]] de [[1891]], o Congresso Nacional exibiu um conjunto de leis que visava à redução de poder do presidente da república Deodoro da Fonseca, que, então, aplicou um [[golpe de estado]] com o [[Golpe de Três de Novembro]], no dia [[3 de novembro]] de [[1891]].<ref>{{citar web | url=http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1443933&tit=Os-120-anos-do-Cerco-da-Lapa-e-o-preco-da-consolidacao-da-Republica | título=- Os 120 anos do Cerco da Lapa e o preço da consolidação da República Floriano Peixoto implantou uma ditadura militar no início da República e com isso gerou uma série de rebeliões. O Cerco da Lapa faz parte desse cenário de luta pelo poder e de debilidade política }} Jornal Paranaense - [[Gazeta do Povo]]</ref> Seus decretos assinados neste dia (dissolução do legislativo e estado de sítio) foram frustrados por resistências espalhadas por todo o país. Após a pressão dos militares, que apontaram canhões para o Rio de Janeiro, Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo, em [[23 de novembro]] de 1891, deixando [[Floriano Peixoto]], vice-presidente, em seu lugar.
 
Porém, o governo de Floriano Peixoto foi considerado inconstitucional porque entendia que Deodoro da Fonseca não cumprira ainda dois anos de mandato, como dizia artigo 42 da [[Constituição de 1891]],<ref>[http://www2.camara.gov.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html]</ref> devendo se pois proceder-se a nova eleição para presidente e vice-presidente:
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O coronelismo perdeu força após a [[revolução de 1930]] e por isso, deixou de existir em diversas regiões do Brasil. Mas algumas práticas do coronelismo, como a [[fraude eleitoral]] e a [[compra de voto]]s continuou, por muito tempo, existindo em várias regiões do Brasil.<ref name="Sua Pesquisa 2" />
 
=== Movimentos Revolucionários ===
Foram várias revoltas de carácter popular, ocorridos na República Velha.<ref>Luiz Toledo Machado "Formação do Brasil e unidade nacional" IBRASA Ed. 1980, págs 164-65 [http://books.google.com.br/books?id=PESd9poXiEQC&pg=PA164&dq=republica+velha+revoltas+revolu%C3%A7%C3%B5es&hl=pt-BR&sa=X&ei=4MjhUamoBZGx4AOUvoH4CA&ved=0CF0Q6AEwCQ#v=onepage&q=republica%20velha%20revoltas%20revolu%C3%A7%C3%B5es&f=false Visualização Google Books]</ref> Durante o período militar (1889-1894) ocorreu a [[Revolta da Armada]] séria ameaça ao governo Floriano Peixoto, e uma revolução de carácter regional, a [[Revolução Federalista]].
 
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{{Artigo principal|[[Brasil na Primeira Guerra Mundial]]}}
{{Mais informações|Jovens Turcos (Brasil)}}
[[FicheiroImagem:Venceslau Brás declara guerra 1917.jpg|thumb|O presidente da República, [[Venceslau Brás]], declara guerra contra o [[Império Alemão]] e seus aliados, 1917.]]
Embora tenha declarado neutralidade oficialmente, em 1914, devido ao bloqueio imposto pela marinha alemã aos portos da [[Inglaterra]] e [[França]], devido ao prolongamento [[Primeira Guerra Mundial|daquele conflito]], que inicialmente imaginava-se, seria uma guerra geograficamente restrita e de curta duração, o Brasil viu-se inevitavelmente envolvido dado o afundamento por submarinos alemães de navios da marinha mercante brasileira que faziam rota comercial próxima às costas anglo-francesas. Para contornar a carência do país em infraestrutura industrial-militar, a administração eleita em 1918, desenvolveu um [[Brasil na Primeira Guerra Mundial#O Plano Calógeras|plano estratégico]] para que o mesmo pudesse participar efetivamente do conflito na Europa, contornando essa deficiência.
 
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=== Sociedades Estudantis ===
 
Esse período de 1889 até 1930, chamado de República Velha, também ficou conhecido como "Primeira República", "República dos Bacharéis", "República Maçônica" e "República da Bucha", pois todos os presidentes civis daquela época eram bacharéis em [[direito]]. Quase todos foram formados na [[Faculdade de Direito do Largo de São Francisco]], da [[Universidade de São Paulo]], exceto [[Epitácio Pessoa]]. [[Artur Bernardes]] iniciou os estudos de direito na [[Faculdade de Direito da UFMG|Faculdade Livre de Direito]] (atual [[Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais]]) e o concluiu em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]].<ref>Presidentes do Brasil, (de Deodoro a FHC), Editora Rio, 2002, página 240</ref> Quase todos eram membros da [[maçonaria]].
 
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{{quote2|''Com esse confronto (de dados) não queremos negar o progresso do Brasil durante o regime monárquico, mas acentuar que a república não só não embaraçou como auxiliou e acelerou material, moral e intelectualmente o desenvolvimento da nação. O ano de 1888 punha terma a uma época de relativa tranquilidade econômica do Império, após longa e duradoura paz, enquanto o período atual desenvolveu-se dentro de perturbações profundas, para o estabelecimento e consolidação da república, e se fecha com cinco anos de revoltas que abalaram profundamente a cultura moral, o crédito e a riqueza da nação''!|Washington Luís}}
 
== Lista de presidentes da República Velha ==
Os presidentes do período 1889-1930 foram:
*1889 - Marechal [[Manuel Deodoro da Fonseca]]. Chefe do Governo Provisório e depois presidente eleito pela Assembleia constituinte.
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*1930 - [[Júlio Prestes de Albuquerque]] (eleito presidente em 1930, não tomou posse, impedido pela Revolução de 1930).
 
== Ver também ==
{{Portal-Br}}
*[[Lista de presidentes do Brasil]]
Linha 436 ⟶ 435:
*[[Belle Époque brasileira]]
 
{{referênciasReferências|col=2}}
 
== Bibliografia ==
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{{dividir em colunas fim}}
 
== Ligações externas ==
*{{link|pt|2= [http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/fundamental/historia/brasil/ult1689u39.jhtm |3=O coronelismo e a política dos Governadores}}]
* [http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/sertorio.html A república que a revolução destruiu]
* [http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/bachareis.pdf O Ensino Jurídico, a Elite dos Bacharéis e a Maçonaria do Séc. XIX]
* [http://www.pael.com.br/Presidentes_Brasil_Macons.html Presidentes Maçons]
* [http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=203&rv=Direito Bucha A Sociedade Secreta do Direito]
* [http://www.juliofrank.com.br/ Página dedicada a Julius Frank]
* [http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/sombrafrank.html À sombra de Júlio Frank]
{{Começa caixa}}
*[http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/sombrafrank.html À sombra de Júlio Frank]
 
{{Tópicos do Brasil}}
{{Caixa de sucessão
{{Portal3|Brasil|História}}
|antes = [[Império do Brasil]]
|título = Primeira República Brasileira
|depois = [[Segunda República Brasileira]]
|anos = [[1889]] — [[1930]]
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[[Categoria:República Velha| ]]