Era dos Descobrimentos: diferenças entre revisões

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[[imagem:Niger saharan medieval trade routes.PNG|thumb|Rotas trans-Saharianas de comércio circa 1400]]
 
Em 1415, [[Ceuta]] foi ocupada pelos portugueses visando o controlo da navegação na costa norte Africana, evento geralmente convencionado como o início da expansão portuguesa. O jovem príncipe [[infante D. Henrique]], que participou na conquista, tomou aí conhecimento das possibilidades de lucro das rotas comerciais transaarianas. Durante séculos, rotas de escravos e do comércio de ouro ligavam a África Ocidental ao [[Mediterrâneo]] atravessando o [[deserto do Saara]], controladas por poderes muçulmanos hostis do [[Norte de África]]. O infante D. Henrique propôs-se então saber até onde os territórios muçulmanos se estendiam, na esperança de ultrapassá-los e negociar directamentediretamente por mar, encontrar aliados nas terras cristãs que se imaginavam existir para o sul,<ref>[[#DeLamar|DeLamar]], p.&nbsp;333</ref> como lendário [[Preste João]]<ref name="ReferenceB">Rafiuddin Shirazi, Tazkiratul Mulk.</ref><ref>[[#refAnderson|Anderson]], p.&nbsp;50</ref> e sondar se seria possível chegar às Índias, origem do lucrativo comércio de especiarias. Investiu então o seu patrimóniopatrimônio pessoal no patrocínio de viagens exploratórias na costa da [[Mauritânia]], reunindo um grupo de comerciantes, armadores e interessados em novas rotas marítimas.
 
Em 1418, deu-se o redescobrimento da ilha do [[Porto Santo]] por [[João Gonçalves Zarco]] e mais tarde da [[ilha da Madeira]] por [[Tristão Vaz Teixeira]]. Os arquipélagos da Madeira e das [[Canárias]] despertaram, desde cedo, o interesse tanto dos Portugueses como dos Castelhanos; por serem vizinhos da costa africana, representavam fortes potencialidades económicaseconômicas e estratégicas. Em 1427, [[Diogo de Silves]] atinge o arquipélago dos [[Açores]].
 
Desde 1422, navegações sucessivas ao longo da costa africana sucederam a ultrapassar o [[cabo Não]], o limite sul considerado intransponível por europeus e árabes. Em 1434, [[Gil Eanes]] contornou o [[cabo Bojador]], dissipando o terror que este promontório inspirava. No ano seguinte, navegando com [[Afonso Gonçalves Baldaia]] descobriram Angra de Ruivos e este último chegou ao [[rio de Ouro]], no [[Saara Ocidental]]. Entretanto, após a derrota portuguesa de [[Tânger]] em [[1437]], os portugueses adiaram o projecto de conquistar [[Marrocos]] no Norte de África. Em 1441, [[Nuno Tristão]] chegou ao [[Cabo Branco (Mauritânia)|cabo Branco]]. Juntamente com [[Antão Gonçalves]], fizeram incursões ao [[Rio de Oro|rio do Ouro]]. A partir de então ficou generalizada a convicção de que essa área da costa africana poderia, independentemente de novos avanços, sustentar uma actividadeatividade comercial.
 
Em 1453, deu-se a [[queda de Constantinopla]], tomada pelos [[Otomanos]], num golpe para o cristianismo e para as relações comerciais estabelecidas. Em 1455 foi emitida a bula [[Romanus Pontifex]]<ref>Diffie 1977, p.94</ref> pelo [[Papa Nicolau V]] reforçando a anterior ''[[Dum Diversas]]'' de 1452, declarando que as terras e mares descobertos além do Cabo Bojador são pertença dos reis de Portugal, autorizando o comércio e as conquistas contra muçulmanos e pagãos, iniciando a política de ''[[mare clausum]]'' no Atlântico.
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Em 1460, [[Pêro de Sintra]] atingiu a [[Serra Leoa]]. Em Novembro desse ano faleceu o [[infante D. Henrique]] e, em 1469, dadas as poucas receitas da exploração, [[Afonso V de Portugal|Afonso V, Rei de Portugal]] concedeu o monopólio do comércio no [[golfo da Guiné]] ao mercador lisboeta [[Fernão Gomes da Mina]], contra uma renda anual de 200.000 réis.<ref name="rt">{{citar web| url = http://www.thornr.demon.co.uk/kchrist/discpde.html| titulo = Discoveries After Prince Henry| acessodata = 2006-12-24| último = Thorn| primeiro = Rob}}</ref> Segundo [[João de Barros (1496)|João de Barros]], ficava aquele "honrado cidadão de Lisboa" com a obrigação de continuar as explorações, pois o exclusivo do comércio era garantido com "condição que em cada um destes cinco anos fosse obrigado a descobrir pela costa em diante cem [[légua]]s, de maneira que ao cabo do seu arrendamento desse quinhentas léguas descobertas"<ref>[[João de Barros (1496)|Barros, João]], ''Décadas da Ásia''</ref>».
 
Este avanço, do qual não há grandes pormenores, terá começado a partir da Serra Leoa, onde já haviam chegado Pêro de Sintra e [[Soeiro da Costa]]. Com a colaboração de navegadores como [[João de Santarém]], [[Pedro Escobar]], [[Lopo Gonçalves]], [[Fernão do Pó]] e Pedro de Sintra, Fernão Gomes fê-lo mesmo para além do contratado: com o seu patrocínio, os portugueses chegaram ao Cabo de Santa Catarina, já no [[Hemisfério Sul]]. João de Santarém e Pêro Escobar exploraram a costa setentrional do [[Golfo da Guiné]], atingindo a "mina de ouro" de [[Sama]] (actualmenteatualmente [[Sama Bay]]), a costa da [[São Jorge da Mina|Mina]], a de [[Benim|Benin]], a do [[Domingos Fernandes Calabar|Calabar]] e a do [[Gabão]] e as ilhas de [[São Tomé e Príncipe]] e de [[Ano Bom]]. Quando as expedições chegaram a [[Elmina]] na [[Costa do Ouro (colónia de Portugal)|Costa do Ouro]] em 1471,<ref name="marinha">{{citar web| url = http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_fev1999/pag21.html| titulo = O Contrato de Fernão Gomes| acessodata = 24-12-2006| último = Semedo| primeiro = J. de Matos| data = | arquivourl = https://web.archive.org/web/20131203020748/http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_fev1999/pag21.html| arquivodata = 03-12-2013| urlmorta = yes}}</ref> encontraram um florescente comércio local de [[ouro]] de [[aluvião]].
 
Em 1474, [[Afonso V de Portugal|D. Afonso V]] entregou ao seu filho, o [[João II de Portugal|príncipe D. João]], futuro D. João II, a organização das explorações por terras africanas, que assim passaram da iniciativa privada para a coroa. Este fez o reconhecimento de toda a costa até à região do [[Padrão (Descobrimentos)|padrão]] de Santo Agostinho. Em 1483, Diogo Cão chegou ao [[rio Zaire]] e dois anos depois, numa segunda viagem, até à [[serra Parda]].
Em 1487, D. João II enviou [[Afonso de Paiva]] e [[Pêro da Covilhã]] por terra em busca do [[Preste João]] e de informações sobre a navegação e comércio no [[oceano Índico]]. Nesse mesmo ano, [[Bartolomeu Dias]], comandando uma expedição com três [[caravela]]s, atingiu o [[cabo da Boa Esperança]]. Estabelecia-se assim a ligação náutica entre o [[Atlântico]] e o [[oceano Índico]]. O projectoprojeto para o caminho marítimo para a Índia foi delineado por D. João II como medida de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do reino de Portugal que já se transformava em Império. Porém, o empreendimento não seria realizado durante o seu reinado. Seria o seu sucessor, [[Manuel I de Portugal|D. Manuel I]] que iria designar Vasco da Gama para esta expedição, embora mantendo o plano original.
 
=== Colombo chega às "Índias Ocidentais" (1492) ===