Imigração japonesa no Brasil: diferenças entre revisões

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=== O nacionalismo da Era Vargas ===
A [[Constituição brasileira de 1934|Assembleia Nacional Constituinte de 1933]] foi local de discussões de "teses científicas" de [[eugenia]] racial que propunham a necessidade do "branqueamento" da população brasileira. O grande defensor destas idéias foi o médico [[Miguel Couto]] (eleito pelo Distrito Federal, hojeentão [[RioDistrito deFederal Janeirodo Brasil (cidade1891–1960)|RioDistrito de JaneiroFederal]]) apoiado por outros deputados médicos como o sanitarista [[Artur Neiva]], da [[Bahia]] e [[Antônio Xavier de Oliveira]], do [[Ceará]]. Juntos, eles pediram o fim da imigração dos "aborígenes nipões".<ref name="suzuki"/>
 
A consequência foi a aprovação por larga maioria de uma emenda constitucional que estabelecia cotas de imigração sem fazer menção a raça ou nacionalidade, e que proibia a concentração populacional de imigrantes. Segundo o texto constitucional, o Brasil só poderia receber, por ano, no máximo 2% do total de ingressantes da cada nacionalidade que fora recebido nos últimos 50 anos.<ref name="suzuki"/> Apenas os [[Portugal|portugueses]] foram excluídos dessa lei. Estas medidas não afetaram a imigração de europeus como italianos e espanhóis que já tinham ingressado em grande quantidade e cujo fluxo migratório era descendente. Entretanto, o regime de cotas, que irá vigorar até a [[década de 1980]], restringiu a imigração de japoneses, assim como, futuramente, a de coreanos e chineses.
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| align="left"|Rio de Janeiro || 380 || 1.086 || 0,263 || 0,841
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| align="left"|[[Distrito Federal do Brasil (1891–1960)|Distrito Federal]] || 538 || 392 || 0,372 || 0,303
|- align="right"
| align="left"|São Paulo || 132.216 || 108.912 || 91,484 || 84,302
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A concentração de nikkeis em torno da cidade de São Paulo contribuiu para a formação do Cinturão Verde de São Paulo, os nipo-brasileiros se instalaram ao redor da capital pelo fato de que essa comunidade produzia uma quantidade considerável de hortaliças, que é um produto altamente perecível, o local de produção não podia ser muito distante de São Paulo.<ref name="revistacafeicultura">{{citar web |url=http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=14629|título=Japoneses criaram o cinturão verde em São Paulo - Centenario da Imigração Café - Revista Cafeicultura|acessodata=13 de fevereiro de 2015|obra=revistacafeicultura.com.br|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080422045103/http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=14629|arquivodata=22 de abril de 2008}}</ref> Os japoneses escolheram produzir hortaliças na região, pois o clima local é ameno e é propício para essa cultura. [[Mogi das Cruzes]] se firmou como principal pólo do cinturão, sendo que o [[Instituto de Economia Agrícola]], afirmou que os produtores nikkeis possuem 50% das propriedades rurais dessa região.<ref name="cinturaoestadao">{{citar web |url=http://www.estadao.com.br/noticias/geral,clima-ameno-atraiu-nikkei-a-mogi-das-cruzes,191584|título=Clima ameno atraiu nikkei a Mogi das Cruzes - Geral - Estadão|acessodata=13 de fevereiro de 2015|obra=estadao.com.br|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150214000520/http://www.estadao.com.br/noticias/geral,clima-ameno-atraiu-nikkei-a-mogi-das-cruzes,191584|arquivodata=13 de fevereiro de 2015}}</ref> Atualmente, esse Cinturão Verde abastece toda a [[Região Metropolitana de São Paulo]] e do [[Região Metropolitana do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]].<ref name="cinturaosebraeo">{{citar web |url=http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/sebrae%20no%20estado/arquivos_de_regionais/alto_tiete.pdf|título=Conheça a região|acessodata=13 de fevereiro de 2015|obra=sebrae.com.br|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150214001040/http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/sebrae%20no%20estado/arquivos_de_regionais/alto_tiete.pdf|arquivodata=13 de fevereiro de 2015}}</ref>
 
Outro cinturão verde criado por agricultores nipo-brasileiros é o Cinturão Verde de Brasília, esse cinturão foi criado com o objetivo de suprir as necessidades da população do [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]], pois em 1957, quando a futura capital do Brasil estava sendo construída, o solo da região era muito ácido, o que apresentava uma dificuldade extra para a produção de alimentos, que até então eram trazidos de outras regiões.<ref name="cinturaobrasilia">{{citar web|url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/imigracaojaponesa/curiosidades.php|titulo=Curiosidades - Imigração Japonesa - Governo do Estado de São Paulo|publicado=saopaulo.sp.gov.br|acessodata=17 de fevereiro de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120421055436/http://www.saopaulo.sp.gov.br/imigracaojaponesa/curiosidades.php|arquivodata=21 de abril de 2012}}</ref> Foi então que o presidente [[Juscelino Kubitschek]] teve a ideia de "importar" famílias japonesas para a região, foi então que o diretor da [[Novacap]], [[Israel Pinheiro]], convidou as primeira famílias para a região. De acordo com a Federação das Associações Nipo-Brasileiras do Centro-Oeste, as principais colônias estão noem [[Riacho Fundo]]Incra, Incra e [[Núcleo Rural Vargem Bonita|Vargem]] e Bonita[[Riacho Fundo]]. Mas há também agricultores nikkeis nas áreas rurais de [[Taguatinga (Distrito Federal)|Taguatinga]] e [[Planaltina (Distrito Federal)|Planaltina]].<ref name="g1cinturao">{{citar web|url=http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL419857-9980,00-BRASILIA+IMPORTOU+JAPONESES+PARA+IMPULSIONAR+AGRICULTURA.html|titulo=Centenário da imigração japonesa - NOTÍCIAS - Brasília 'importou' japoneses para impulsionar agricultura|publicado=g1.globo.com|acessodata=17 de fevereiro de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080501053040/http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL419857-9980,00-BRASILIA+IMPORTOU+JAPONESES+PARA+IMPULSIONAR+AGRICULTURA.html|arquivodata=1 de maio de 2008}}</ref> Sendo que só a região de Vargem Bonita é responsável por 40% do abastecimento do mercado do Distrito Federal e das 67 chácaras do local, 43 ainda pertencem aos colonos japoneses e seus descendentes.<ref name="cinturaobrasilia" />
 
A [[fruticultura]], anteriormente, restrita às propriedades próximas dos centros consumidores, com a influencia dos imigrantes expandiu-se para as diferentes cidades do interior do Estado de São Paulo e outros estados brasileiros, havendo o emprego das mais avançadas tecnologias a ponto de representar um importante item na balança comercial do país.<ref name="pronunciamento" /> Trinta e oito municípios com forte influência japonesa de 6 estados brasileiros respondem por 28% do volume das frutas. Dependendo da cultura, a representabilidade chega a mais de 80%.<ref name="ceasasjapas">{{citar web|url=http://hortibrasil.org.br/jnw/index.php?option=com_content&view=article&id=134:as-ceasas-brasileiras-e-o-negocio-de-frutas-e-hortalicas-frescas&catid=64:frutas-e-hortalicas-frescas&Itemid=82|titulo=As ceasas brasileiras e o negócio de frutas e hortaliças frescas|publicado=hortibrasil.org.br|acessodata=12 de janeiro de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120319021310/http://www.hortibrasil.org.br/jnw/index.php?option=com_content&view=article&id=134:as-ceasas-brasileiras-e-o-negocio-de-frutas-e-hortalicas-frescas&catid=64:frutas-e-hortalicas-frescas&Itemid=82|arquivodata=19 de março de 2012}}</ref> Quarenta e quatro municípios com forte influencia japonesa de quatro estados brasileiros, respondem por 21% do volume das [[hortaliça]]s, chegando a mais de 90% em alguns produtos.<ref name="ceasasjapas" /> Em 1940, Superintendência dos Negócios do Café emitiu que os japoneses radicados em São Paulo não representavam nem 3,5% da população do estado, mas sua participação na aguicultura representava: 100% da produção do rami, seda, pêssego e morango; 99% da hortelã e do chá; 80% da batata e dos legumes; 70% dos ovos; 50% das bananas; 40% do algodão e 20% do café produzidos pelo Estado de São Paulo.<ref name="algodao" />