Rafael Lusvarghi: diferenças entre revisões

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|anos_de_serviço = 2003 – 2015
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'''Rafael Marques Lusvarghi''' ({{lang-ru|Рафаэль Маркус Лусварги}}; [[Jundiaí]], [[14 de novembro]] de [[1984]]) é um ex-militar, ex-ativista e ex-policial [[brasileiros|brasileiro]], atualmente detidopreso na [[Ucrânia]].
 
Após ter alegadamente servido na [[Legião Estrangeira]], na [[Polícia Militar (Brasil)|Polícia Militar]] de seu país e nas [[Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia|FARC]], além de haver morado na Rússia, Rafael Lusvarghi ficou conhecido no [[Brasil]] primeiramente por seu detimento durante os [[Protestos no Brasil contra a Copa do Mundo de 2014|protestos contra a Copa do Mundo de 2014]]. Após 45 dias preso, rumou para a [[República Popular de Lugansk]] no contexto da [[Guerra Civil no Leste da Ucrânia]], ondelutando lutoua naprincípio infantariacomo esoldado comdo plantão de artilharia da unidade ''Paltinik''. Com o tempo, tornou-se instrutor e [[primeiro-tenente]] da [[Brigada Prizrak|Brigada ''Prizrak'']].
 
Depois de já haver retornado ao Brasil, foi preso durante escala na [[Ucrânia]] a caminho de suposta oportunidade de emprego em 2016. e condenado a treze anos de prisão por terrorismo e formação de organização paramilitar ilegal no ano seguinte. Ainda em 2017, foi provisoriamente liberto em Tribunal de Apelação, havendo controvérsias em relação aos reais motivos, e refugiou-se no Mosteiro da Santa Intercessão, em [[Holosiivskyi (raion)|Holosiivski]]. Em 4 de maio de 2018, após ter seu paradeiro divulgado pela mídia, foi capturado pelos grupos [[Batalhão Azov]] e [[Pravyy Sektor|S14]], que questionavam sua soltura, e levado às autoridades, que continuamente decretaram em 11 de maio sua detenção provisória poraté 60ser dias,condenado prazoem repetidamente2 renovadode apósmaio novasdo audiências,ano pelaseguinte últimaa vez13 em 25anos de janeiroprisão.
 
== Primeiros anos ==
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Segundo Lusvarghi, sua participação na guerra foi motivada por fatores como ligações genéticas com o [[russos|povo russo]], aversão ao [[liberalismo]] e ao avanço político da [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]], especialmente representando os interesses [[Estados Unidos da América|estadunidenses]] e da [[União Europeia]], comparando a situação da região à [[Independência do Kosovo]] em 2008.<ref name="Vice"/><ref name="Istoé1"/> Posteriormente, relatou ainda se ter tornado um partidário da [[Quarta Teoria Política]] e do [[eurasianismo]].<ref name="Antykor">{{citar web|url=https://antikor.com.ua/articles/128166-braziletsj_rafael_lusvargi_vojuvav_za_dnr_i_rosiju_vid_dublina_do_sietla_zatrimanij_u_borispoli|site=Antykor|língua=ucraniano|título=Бразилець Рафаел Лусваргі: воював за “ДНР” і Росію від Дубліна до Сіетла, затриманий у “Борисполі”|título-translit=Brazylets Rafael Lusvarhi: voiuvav za "DNR" i Rosiu vid Dublina do Sietla, zatrymany u "Boryspoli"|data=7 de outubro de 2016|acessodata=17 de junho de 2018|urlmorta=não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180617042845/https://antikor.com.ua/articles/128166-braziletsj_rafael_lusvargi_vojuvav_za_dnr_i_rosiju_vid_dublina_do_sietla_zatrimanij_u_borispoli|arquivodata=17 de junho de 2018}}</ref>
 
Inicialmente lutando na unidade ''Paltinik'' como soldado do plantão de artilharia, passou para a unidade ''Babai'' em novembro, onde rapidamente se tornou instrutor, sendo promovido em janeiro de 2015 a [[primeiro-sargento]] e retornando à ''Paltinik'', posteriormente sendo promovido a [[primeiro-tenente]].<ref name="Fantástico1"/><ref name="Istoé1"/> Lusvarghi lutou ao menos com três outros brasileiros,<ref name="Fantástico1"/> de um total de dez a quinze que lutaram na guerra,<ref>{{citar publicação|url=https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/07/brasileiros-em-guerra-contra-a-ucrania-nem-pensam-em-retornar-ao-pais.shtml|publicação=Folha de São Paulo|título=Brasileiros em guerra contra a Ucrânia nem pensam em retornar ao país|data=19 de julho de 2018|acessodata=9 de agosto de 2018|primeiro=Yan|último=Boechat|urlmorta=não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180730112438/https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/07/brasileiros-em-guerra-contra-a-ucrania-nem-pensam-em-retornar-ao-pais.shtml|arquivodata=30 de julho de 2018}}</ref> e, em homenagem a sua nacionalidade, recebeu na região o [[nome de guerra]] de "[[Cachaça]]", que utilizou no mesmo período nas redes sociais.<ref name="FAZ">{{citar publicação|último=Klaubert|primeiro=David|título=„Neurussland oder Tod“|publicação=Frankfurter Allgemeine|data=2 de outubro de 2014|url=http://www.faz.net/aktuell/politik/ausland/europa/auslaendische-kaempfer-in-der-ostukraine-neurussland-oder-tod-13186103.html|língua=alemão|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170125145353/http://www.faz.net:80/aktuell/politik/ausland/europa/auslaendische-kaempfer-in-der-ostukraine-neurussland-oder-tod-13186103.html|urlmorta=não|arquivodata=25 de janeiro de 2017}}</ref>
 
Enquanto artilheiro, Rafael Lusvarghi foi parte do batalhão 1º Batalhão de Artilharia Motorizada ''"Viking"'' ({{lang-ru|1-й мотострелковый батальон «Викинг»}}).<ref name="Unian1118">{{citar publicação|url=https://www.unian.net/society/10345086-v-dnepropetrovskoy-oblasti-sud-prodlil-arest-brazilcu-lusvargi-voevavshemu-na-storone-boevikov-na-donbasse.html|publicação=Unian|data=20 de novembro de 2018|idioma=russo|título=В Днепропетровской области суд продлил арест бразильцу Лусварги, воевавшему на стороне боевиков на Донбассе|título-translit=V Dnepropetrovskoi oblasti sud prodlil arest braziltsu Lusvargi, voevavshemu na storone boevikov na Donbasse|acessodata=29 de novembro de 2018}}</ref> Em dado momento, comandou sua própria unidade com voluntários de diversas nacionalidades, inclusive brasileiros, chamada ''Vikernes'', sobrenome do músico norueguês [[Varg Vikernes]], com o qual Lusvarghi posteriormente teve contato, avisando-o sobre a homenagem.<ref name="Dikhtiarenko"/><ref name="G14"/> Em abril de 2015, foi ferido em ação no [[Aeroporto Internacional de Donetsk]] e hospitalizado.<ref name="Antykor"/><ref name="G12">{{citar publicação|url=http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/05/vaso-ruim-nao-quebra-diz-brasileiro-que-luta-na-ucrania-sobre-ser-ferido.html|título=Brasileiro que luta na Ucrânia diz ter sido ferido em confronto e estar bem|publicação=G1|data=1 de maio de 2015|último=Tomaz|primeiro=Kleber|acessodata=24 de agosto de 2018|arquivourl=http://web.archive.org/web/20171006193249/http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/05/vaso-ruim-nao-quebra-diz-brasileiro-que-luta-na-ucrania-sobre-ser-ferido.html|arquivodata=6 de outubro de 2017|urlmorta=não}}</ref> Segundo relatório do [[Serviço de Segurança da Ucrânia]], participou de operações em [[Horlivka]], [[Pervomaisk]] e [[Verhulivka]] (em Lugansk), além de [[Starobesheve]] e [[Debaltseve]] (em Donetsk), e recebeu [[medalha]] militar de [[Igor Strelkov (militar)|Igor Strelkov]].<ref name="Antykor"/> Após decepções com o acordo em [[Minsk II]], os comportamentos do grupo aliado ''Rusitch'' e a baixa qualidade de novos combatentes, retornou para o Brasil.<ref name="Fantástico1"/><ref name="Dikhtiarenko"/><ref name="Sputnik">{{citar web|site=Sputnik News|data=26 de janeiro de 2017|url=https://br.sputniknews.com/europa/201701267525007-brasileiro-ucrania-donetsk-milicias-donbass/|título=Entenda a história do brasileiro condenado na Ucrânia por lutar na milícia de Donetsk|acessodata=7 de maio de 2018|arquivourl=http://web.archive.org/web/20180616231318/https://br.sputniknews.com/europa/201701267525007-brasileiro-ucrania-donetsk-milicias-donbass/|urlmorta=não|arquivodata=16 de junho de 2018}}</ref>
 
== Retorno à Ucrânia ==
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Em 14 de fevereiro, houve nova audiência, contando com o testemunho de ''Kiborg'', um soldado da [[Força Aérea Ucraniana]], que disse tê-lo visto na batalha no Aeroporto Internacional de Donetsk. Lusvarghi peticionou por um novo defensor público.<ref>{{citar publicação|url=https://tribun.com.ua/56697|idioma=russo|título="Киборг" опознал в Лусварги боевика "ДНР"|título-translit="Kiborg" opoznal v Lusvargi boevika "DNR"|data=15 de fevereiro de 2019|último=Ponomarenko|primeiro=Andrei|publicação=Tribun|acessodata=7 de março de 2019}}</ref> Em 4 de março, houve [[protesto]]s em frente à embaixada brasileira na Rússia em [[Moscou]] por sua libertação, em que os participantes acusaram o Brasil de ignorar Lusvarghi devido à influência [[EUA|estadunidense]] sobre o país, apesar de já haver ao menos uma morte por espancamento de ex-militar novorrusso registrada em prisões ucranianas.<ref>{{citar publicação|publicação=Riafan|url=https://riafan.ru/1157206-v-moskve-proshli-pikety-v-podderzhku-brazilskogo-dobrovolca-v-donbasse|título=В Москве прошли пикеты в поддержку бразильского добровольца в Донбассе|data=5 de março de 2019|título-translit=V Moskve proshli v podderjku brasilskogo dobrovoltsa v Donbasse|último=Makeeva|primeiro=Natalia|idioma=russo|acessodata=7 de março de 2019}}</ref> No dia 19 de março, o tribunal susteve debate judicial, no qual os procuradores decidiram pedir 14 anos de prisão para Lusvarghi, que se declarava culpado de participar em organização paramilitar ilegal, mas inocente de terrorismo.<ref>{{citar web|url=https://novorosinform.org/764746|site=Novorossia|idioma=russo|data=19 de março de 2019|data=27 de março de 2019|título=Киевские прокуроры требуют 14 лет тюрьмы для бразильского ополченца Лусварги|título-translit=Kievskie prokurory trebuiut 14 let tiurmy dlia brazilskogo opoltchentsa Lusvargi}}</ref>
 
Em 2 de maio, a corte condenou Lusvarghi em ambas as acusações, sentenciando-o a 13 anos de prisão (descontado o tempo que já passara em custódia), confisco das propriedades e [[custas processuais]] de 15 mil [[grívnia]]s, fazendo dele o primeiro estrangeiro condenado na Ucrânia por ações na guerra no leste do país.<ref>{{citar publicação|url=https://www.segodnya.ua/ukraine/sud-vynes-surovyy-prigovor-naemniku-boevikov-lusvargi-1262578.html|publicação=Segodnia|data=2 de maio de 2019|título=
Суд вынес суровый приговор наемнику боевиков Лусварги|idioma=russo|título-tranlit=Sud vynes surovy prigorov naemniku boevikov Lusvargi}}</ref><ref>{{citar publicação|url=https://www.svoboda.org/a/29917475.html|publicação=Svoboda|data=2 de maio de 2019|título=Бразилец получил 13 лет тюрьмы за участие в войне в Донбассе|título-translit=Brazilets polutchil 13 let tiurmy za utchastie v voine v Donbasse|idioma=russo, ucraniano}}</ref>
 
== Ver também ==