Racismo no Brasil: diferenças entre revisões

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=== Século XX ===
O racismo no Brasil continuou a ser perpetuado pela minoria branca após a independência. No Brasil republicano, o país continuava voltado ideologicamente para a [[Europa]], tendo a cultura europeia como modelo. Esse ideal contribuía para se perpetuar um sentimento de repulsa aos negros, pardos, mestiços ou crioulos.<ref name="IBGE1">{{citar web |url=http://brasil500anos.ibge.gov.br/en/territorio-brasileiro-e-povoamento/negros/a-heranca-cultural-negra-e-racismo |título=A herança cultural negra e racismo |editor=IBGE |acessodata=4 de maio de 2015}}</ref> Obcecada em "branquear" o país, no século XIX a elite política incentivou enormemente a vinda de imigrantes europeus. O racismo foi inclusive reforçado com a chegada desses imigrantes, como alemães e italianos, pois eles frequentemente mantiveram uma relação conflituosa com índios e negros.<ref name="Xokleng">{{citar web |url=https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/88727/248673.pdf?sequence=1 |título=A ocupação do território Xokleng pelos imigrantes italianos no Sul Catarinense (1875-1925): Resistência e Extermínio |autor=Mauricio da Silva Selau |data=2006 |acessodata=4 de maio de 2015}}</ref><ref name="Kaingang">{{citar web |url=http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/58506/Resumo_20070946.pdf?sequence=1 |título=A Experiência Vivida por Imigrantes Italianos e Índios Kaingang na Serra Gaúcha (1808- 1910) |autor= Soraia Sales Dornelles |editor=[[Universidade Federal do Rio Grande do Sul]] |acessodata=9 de fevereiro de 2015}}</ref><ref name="fogo">{{citar web|url=http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000845753|título=Fogo cruzado : os imigrantes Italianos entre o barrete frígio e o saco de coar café|publicado=Biblioteca Digital da UNICAMP|formato=PDF-''download'' com cadastro|data=maio de 2012|autor=Melina Roberto Rovina|língua= |acessodata=21 de janeiro de 2014}}</ref><ref name="violencia">{{citar web |url=http://portal.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=4796&Itemid=357‎ |título=História de Violência: Processos Criminais e Conflitos Inter-Étnicos |autor=Karl Monsma |editor=Departamento de Ciências Sociais Universidade Federal de São Carlos |acessodata=4 de maio de 2015 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140414031050/http://portal.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=4796&Itemid=357%E2%80%8E |arquivodata=2014-04-14 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="vantagens">{{citar web |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582010000300001&lng=en&nrm=iso |título=Vantagens de imigrantes e desvantagens de negros: emprego, propriedade, estrutura familiar e alfabetização depois da abolição no oeste paulista |data=2010 |autor=Karl Monsma |editor=Departamento de Sociologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |acessodata=4 de maio de 2015}}</ref> Os descendentes desses imigrantes também foram vítimas de preconceito durante o surto [[nacionalismo|nacionalista]] do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] (1937-1945), quando línguas estrangeiras chegaram a ser proibidas de ser faladas publicamente no Brasil. Muitos imigrantes foram tratados de forma agressiva pela polícia que os reprimia. Os descendentes de alemães, em particular, eram identificados pelos brasileiros devido ao seu [[sotaque]] e [[Cabelo loiro|cabelos loiros]] e eram vistos como "outsiders", o que os tornava alvos fáceis de agressividade.{{nota de rodapé|Depoimento da Sra. Frida Höller: "Quando eu andava na escola, já quando chegava mais no centro, cabelo loiro, puxava a pronúncia, o alemão, então já tinham meninas assim que atiravam pedras – ‘alemã desgraçada!’".<ref name="campos">{{citar web |url=https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/90553/243142.pdf?sequence=1 |título= Campos de Concentração em Santa Catarina e os Conflitos Envolvendo Alemãs e Descendentes Durante o Estado Novo |autor=Janaina Santos de Macedo |data=2007 |editor=[[Universidade Federal de Santa Catarina]] |acessodata=4 de maio de 2015}}</ref>}}<ref name="vivencias">{{citar web |url=http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:S9AQeEVvJvcJ:tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php%3FcodArquivo%3D4444+&cd=16&hl=en&ct=clnk&gl=br |título=Vivências Cotidianas da Guerra: A Segunda Guerra Mundial e os Judeus em Porto Alegre |autor=Mariana Barcelos Ramos |editor=[[Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]] |data=2012 |acessodata=4 de maio de 2015 }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref><ref name="mana">{{citar web |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131997000100004 |título=A assimilação dos imigrantes como questão nacional |autor=Giralda Seyferth |data=1997 |acessodata=4 de maio de 2015}}</ref> Os [[Imigração portuguesa no Brasil|imigrantes portugueses]] também foram bastante discriminados durante a [[República Velha]], pois eram associados aos antigos colonizadores e responsabilizados pelas mazelas sociais que atingiam o tecido urbano brasileiro, sobretudo no Rio de Janeiro.<ref name="sangue1">{{citar web|título=Laços de Sangue|data=2003|url=http://www.cepese.pt/portal/investigacao/livro-lacos-de-sangue.-privilegios-e-intolerancia-a-imigracao-portuguesa-no-brasil |acessodata=21 de julho de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140222232654/http://www.cepese.pt/portal/investigacao/livro-lacos-de-sangue.-privilegios-e-intolerancia-a-imigracao-portuguesa-no-brasil|arquivodata=2014-02-22|urlmorta=yes}}</ref><ref name="manuel">{{citar web|título=Manuéis e Joaquins: a cultura brasileira e os portugueses|data=2003|url=http://ceas.iscte.pt/etnografica/docs/vol_05/N1/Vol_v_N1_157-172.pdf |acessodata=21 de julho de 2012}}</ref> Os [[Imigração japonesa no Brasil|imigrantes japoneses]] foram igualmente alvo de discriminação, pois a chegada desse grupo asiático ao país fez reverberar um sentimento antijaponês, inclusive nos meios intelectuais, que os discriminava por suas características raciais e culturais.<ref name="suzuki">{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2004200804.htm |autor=SUZUKI Jr, Matinas. |título=História da discriminação brasileira contra os japoneses sai do limbo |editor=Folha de S.Paulo |data=20 de abril de 2008 |acessodata=17 de agosto de 2008}}</ref> Os [[Judaísmo no Brasil|judeus]] foram outro grupo mal recebido no Brasil, quando chegaram em grande número ao país entre 1920 e 1940, fugindo das perseguições em andamento na [[Europa]].<ref name="judaica">{{citar web |título=A imigração judaica no Brasil e o antissemitismo no discurso das elites |url=https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/2175-7984.2009v8n15p225 |autor=Natália Dos Reis Cruz |editor=Revista Política & Sociedade |data=2009 |acessodata=4 de maio de 2015}}</ref>
 
De acordo com Maria Helena Alves Moreira, no início do século XX as desigualdades entre ricos e pobres foram exacerbadas pelo tratamento diferenciado dos migrantes urbanos durante e após a [[Grande Depressão]], quando os [[Migração interna no Brasil|migrantes internos]], que eram principalmente descendentes de [[Povos indígenas do Brasil|ameríndios]] ou escravos [[Afro-brasileiros|africanos]], não receberam ajuda do governo ou treinamento na adaptação aos grandes centros urbanos, e, portanto, foram empurrados para uma espécie de "''apartheid'' social", forçados a viver em [[Favelas no Brasil|favelas]] e empregar-se em postos de trabalho desagradáveis e servis que os [[Brasileiros brancos|brancos]] evitavam. Por outro lado, os [[Imigração no Brasil|imigrantes europeus]], árabes e japoneses foram diretamente assistidos por vários programas de governo, bem como outros benefícios.<ref name=Alves>"Migrantes internos do Brasil, muitos descendentes de índios ou escravos africanos, eram totalmente abandonados à seus próprios empreendimentos nas cidades, sem subsídios governamentais, nenhum programa de apoio à imigração, nenhuma formação profissional e sem programas de habitação para ajudar no processo de adaptação. Em suma, os migrantes brasileiros se viram empurrados para um ''apartheid'' sociais nas [[Favelas na cidade de São Paulo|favelas da cidade]], com o seus trabalhos limitados àqueles que os branco não queriam, como a remoção de lixo, construção e trabalhos braçais na indústria. Em contraste, muitos imigrantes europeus e japoneses vieram sob os auspícios de programas organizados pelos respectivos governos que ajudou-os com o custo de seu transporte e de alojamento, ajudando-os a encontrar emprego, treinamento e fornecimento de vários de outros benefícios." Alves, Maria Helena Moreira "São Paulo: as transformações políticas e sócio-econômicas causadas ​​pelo novo movimento sindical na cidade e arredores." In Gugler, Josef. ''World Cities Beyond the West: Globalization, Development and Inequality'', Cambridge University Press, 2004, pp. 202-203.</ref>
 
=== Período contemporâneo ===
Porém, o racismo que persiste de forma intensa no país é voltado contra negros, mulatos e índios, mas sobretudo contra os primeiros.<ref name="darcy"/> De acordo com [[Darcy Ribeiro]], as atuais classes dominantes brasileiras "guardam, diante do negro, a mesma atitude de desprezo vil" que seus antepassados escravocratas tinham. Os pobres e os negros em geral são vistos como culpados de sua própria desgraça, explicada por suas características raciais e não devido à escravidão e à opressão. Contudo, segundo Ribeiro, não é só o branco que discrimina o negro no Brasil. O preconceito é assimilado pelos próprios [[mulatos]] e até pelos negros que ascendem socialmente, "os quais se somam ao contingente branco para discriminar o negro-massa".<ref name="darcy"/> [[Jessé de Souza]] também inclui na chamada "ralé brasileira" pessoas brancas de classes sociais inferiores e considera que o [[racismo científico]] <ref>{{Citar periódico|ultimo=Arteaga|primeiro=Juanma Sánchez|data=2016-05-23|titulo=Biological Discourses on Human Races and Scientific Racism in Brazil (1832–1911)|url=http://dx.doi.org/10.1007/s10739-016-9445-8|jornal=Journal of the History of Biology|volume=50|numero=2|paginas=267–314|doi=10.1007/s10739-016-9445-8|issn=0022-5010}}</ref>sempre influenciou as ciências sociais no Brasil.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=rwJDDwAAQBAJ|título=A Elite do Atraso|ultimo=Souza|primeiro=Jessé|data=2017|editora=Leya|ano=|local=Rio de Janeiro|páginas=|isbn=9788544105382|autorlink=Jessé de Souza|acessodata=}}</ref> Por isso ainda há resquícios do mito da [[democracia racial]], que propagava que no Brasil não existia racismo ou que ele era menor que no restante do mundo. O preconceito racial persiste na sociedade brasileira, embora muitas vezes camuflado.<ref name="dm">{{citar web |título=O racismo camuflado no Brasil |url=http://www.dm.com.br/cidades/goias/2014/04/o-racismo-camuflado-no-brasil.html |editor=Diário da Manhã |data=11 de abril de 2014 |acessodata=4 de maio de 2015 }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> Os negros são hoje no Brasil o grupo étnico-racial mais pobre e com menor nível de escolaridade. Também são os que mais morrem assassinados e são as maiores vítimas da violência policial.<ref name="correio">{{citar web |título=Brasil é um país dividido entre brancos escolarizados e negros mais pobres |url=http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2012/12/25/interna_ciencia_saude,340941/brasil-e-um-pais-dividido-entre-brancos-escolarizados-e-negros-mais-pobres.shtml |editor=[[Correio Braziliense]] |data=25 de dezembro de 2012 |acessodata=4 de maio de 2014}}</ref><ref name="cartacapital">{{citar web |título=Negros são 70% das vítimas de assassinatos no Brasil, reafirma Ipea |url=http://negrobelchior.cartacapital.com.br/negros-sao-70-das-vitimas-de-assassinatos-no-brasil-reafirma-ipea/ |data=18 de outubro de 2013 |acessodata=9 de outubro de 2018 |editor=[[CartaCapital]]}}</ref> Os seguidores de [[religiões afro-brasileiras]] são ainda [[Preconceito contra religiões afro-brasileiras|vítimas de discriminação]] e tachados como praticantes de seitas demoníacas, tendo seus [[Terreiro (religião)|terreiros]] invadidos e depredados por [[Fanatismo religioso|fanáticos religiosos]].<ref name="diario">{{citar web |título=Preconceito e intolerância ainda são grandes nas religiões afro-brasileiras |url=http://www.diariodovale.com.br/noticias/0,90303,Preconceito-e-intolerancia-ainda-sao-grandes-nas-religioes-afro-brasileiras.html#axzz3YHXPcRHJ |data=31 de maio de 2014 |acessodata=4 de maio de 2015 |editor=Diário do Vale |arquivourl=https://web.archive.org/web/20141019114844/http://www.diariodovale.com.br/noticias/0,90303,Preconceito-e-intolerancia-ainda-sao-grandes-nas-religioes-afro-brasileiras.html#axzz3YHXPcRHJ |arquivodata=2014-10-19 |urlmorta=yes }}</ref> A [[televisão]] brasileira também discrimina os negros, que são subrepresentados na sua programação, sobretudo nas [[telenovela]]s.<ref name="raça">{{Citar web |url=http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000429421&loc=2004&l=a53f9ea881157d5a|título=O Negro Representado na Revista Raça |editor=[[Universidade Federal do Rio Grande do Sul]] |autor=João Batista Nascimento dos Santos |data=2004 |acessodata=4 de maio de 2015}}</ref> Segundo a [[ONU]], o racismo é um problema estrutural do Brasil.<ref name="ONU">{{Citar web |url=http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/12/grupo-da-onu-reconhece-racismo-como-problema-estrutural-da-sociedade|título=Grupo da ONU reconhece o racismo como problema estrutural do Brasil |língua= |editor=ONU |data=dezembro de 2012 |acessodata=4 de maio de 2015}}</ref>
 
===Amplitude do preconceito racial===
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[[Imagem:Recife 2005 JAN 25 GarbageCollection.jpg|miniatura|[[Catador de lixo|Catadores de lixo]] no [[Recife]]. Mais de 70% dos brasileiros vivendo na miséria são negros ou pardos.]]
 
Um relatório da [[UFRJ]] divulgado em [[2011]] aponta que tem crescido a parcela de negros e pardos no total de desempregados.<ref name="ufrj2011">{{citar web |url=http://www.novo.afrobras.org.br/pesquisas/relatorio_2009-2010.pdf |título=Relatório Anual das Desigualdades Raciais |editor=[[Universidade Federal do Rio de Janeiro]] |data=2011 |acessodata=4 de maio de 2015 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20111104052724/http://www.novo.afrobras.org.br/pesquisas/relatorio_2009-2010.pdf |arquivodata=2011-11-04 |urlmorta=yes }}</ref> De acordo com o relatório, em 2006, 54,1% do total de desocupados eram negros e pardos (23,9% de homens e 30,8% de mulheres). Pouco mais de 10 anos antes, ou seja, em 1995, os negros e pardos correspondiam a 48,6% desse total (25,3% de homens e 23,3% de mulheres).<ref name="ufrj2011"/>
 
Em relação aos que estão empregados, as diferenças entre as raças também são claramente perceptíveis: em 2006, o rendimento médio mensal real dos homens brancos equivalia a R$ 1.164,00, valor 56,3% superior à remuneração obtida pelas mulheres brancas (R$ 744,71), 98,5% superior à conseguida pelos homens negros e pardos (R$ 586,26) e 200% à obtida pelas mulheres negras e pardas.<ref name="ufrj2011"/>
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{{Vertambém|Favelas no Brasil}}
[[Imagem:Debret casa ciganos.jpg|miniatura|esquerda|Escravos domésticos no Brasil em 1820, por [[Jean-Baptiste Debret]]]]
Alguns consideram que as comparações feitas entre a [[África do Sul]] durante o ''[[apartheid]]'' e a sociedade brasileira atual são reforçadas pelo fato de que as desigualdades sócio-econômicas ainda afetam particularmente os [[afro-brasileiros]].<ref name="brazzil">[[Cristovam Buarque|Buarque, Cristovam]]. [http://www.brazzil.com/2005-mainmenu-79/155-august-2005/9382.html Lula's Brazil Is Indebted to the World for So Many Broken Hopes] {{Wayback|url=http://www.brazzil.com/2005-mainmenu-79/155-august-2005/9382.html |date=20120111123040 }}, ''Brazzil Magazine'', 23 de agosto de 2005.}</ref> De acordo com o deputado [[Aloizio Mercadante]], de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], um membro do [[Partido dos Trabalhadores]] (PT): "Assim como a África do Sul teve o ''apartheid'' racial, o Brasil tem o ''apartheid'' social."<ref name=Hall2002>Hall, Kevin G. "Brazil's blacks get affirmative action 114 years after emancipation", ''[[Knight Ridder]]/Tribune News Service'', 31 de maio de 2002.</ref> O jornalista Kevin G. Hall escreveu em 2002 que os afro-brasileiros estão atrás dos [[brasileiros brancos]] em quase todos os indicadores sociais, incluindo renda e educação, e aqueles que vivem em cidades são muito mais propensos a serem abusados, mortos ou presos pela polícia.<ref name=Hall2002/>
 
A situação social do Brasil também tem impactos negativos nas oportunidades educacionais dos desfavorecidos.<ref name=Ireland>"No Brasil, os militares voltaram para o quartel, mas apesar de terem sido substituídos por governos eleitos, o movimento para um ''apartheid'' social e a desintegração moral continua. Aqueles que continuam a orientar as suas práticas educacionais pelos princípios da educação popular agora enfrentam uma conjuntura nova e mais complexa." Ireland, Timothy. "Building on experience: working with construction workers in Brazil" in Boud, David J. & Miller, Nod. ''Working with Experience: Animating Learning'', Routledge, 1996, p. 132.</ref> Os ricos vivem em [[Condomínio fechado|condomínios fechados]] e as classes desfavorecidas não interagem em nada com os mais ricos, "exceto no serviço doméstico e no chão de fábrica."<ref name="Schneider">"Poucos estudos, por exemplo, sondam as implicações dessas condições angustiantes para as classes sociais e as relações políticas. Naqueles que o fazem, o "''apartheid'' social" é um tema comum, um abismo de classes tão grande que impede a interação social, exceto no serviço doméstico e no chão de fábrica. O ''apartheid'' social é a força motriz por trás da propagação de comunidades residenciais fechadas em São Paulo. De acordo com os anúncios, essas comunidades são fechadas por trás de muros de cinco metros de altura, protegidas por sistemas de segurança sofisticados e patrulhadas por guardas que também cuidadosamente revistam todos os visitantes. Empregadas domésticas e diaristas são revistadas cada vez que entram ou saem. No interior, casas graciosas e crianças brincando na rua como em qualquer subúrbio rico nos Estados Unidos, exceto que esta é uma ilha num mar de miséria." Schneider, Ben Ross. "Brazil under Collor: Anatomy of a Crisis", in [[Roderic Ai Camp|Camp, Roderic Ai]]. ''Democracy in Latin America: Patterns and Cycles'', Rowman & Littlefield, 1996, p. 241. ISBN 0842025138</ref>
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* [http://www.seppir.gov.br/ Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial]
* {{Link||2=http://www.publico.pt/mundo/noticia/quem-quer-ser-negro-no-brasil-1628727 |3=Quem quer ser negro no Brasil? |4=- ''[[Público (jornal)|Público]]''}}
* [https://web.archive.org/web/20150414233517/http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1202 Preconceito racial e racismo institucional no Brasil]- ''[[Le Monde Diplomatique Brasil]]''
* [http://oglobo.globo.com/sociedade/famoso-clube-para-negros-dos-anos-60-aristocrata-reabre-em-sao-paulo-pode-virar-filme-16220854 Famoso clube para negros dos anos 60, Aristocrata reabre em São Paulo e pode virar filme]. Por Silvia Amorim. Globo.com, 27 de maio de 2015.
* [http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/16/opinion/1463408268_288480.html Temer e a Casa Grande se iludem]. Por [[Eliane Brum]]. ''El País'', 17 de maio de 2016.