Lombardos: diferenças entre revisões

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{{ver desambiguação|outros significados do termo|Lombardo}}
[[Imagem:Iron Crown.JPG|thumb|upright=1.2|A [[Coroa de Ferro]] com a qual os monarcas lombardos eram coroados.]]
 
Os '''lombardos''' ou '''longobardos''' ({{langx|la|''langobardi''|||lit. "os de barba longa"}}) eram um [[Germanos|povo germânico]] originário da [[Europa Setentrional]] que colonizou o vale do [[Rio Danúbio|Danúbio]] e, a partir dali, invadiu a [[Península Itálica|Itália]] [[Império Bizantino|bizantina]], em 568, sob a liderança de [[Alboíno]]. Lá estabeleceram um [[Reino Lombardo]], posteriormente chamado de [[Reino Itálico]] (''Regnum Italicum''), que durou até 774, quando foi conquistado pelos [[francos]]. Sua influência na geografia política italiana fica evidente na denominação regional da [[Lombardia]].
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{{Nota:|Mais informações: [[Hundingos]]}}
 
[[Imagem:Paulus Diaconus Plutei 65.35 b&w.png|esquerda|thumb|upright=1.1|[[Paulo, o Diácono]] foi a principal fonte primária para o estudo dos lombardos.]]
 
O relato mais completo das origens, da história e dos costumes dos lombardos é a ''[[Historia gentis Langobardorum]]'' (''História dos Povos Lombardos''), de [[Paulo, o Diácono]], escrita no {{séc|VIII}}<ref>Sergio Rovagnati, ''I Longobardi'', p. 5.</ref>. A obra de Paulo, por sua vez, baseou-se numa outra obra do {{séc|VII}}, a ''[[Origo Gentis Langobardorum]]'' (''Origem dos Povos Lombardos'').<ref name=Origo1>''Origo gentis Langobardorum'', [[s:la:Origo gentis Langobardorum#1|§1]].</ref>
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[[Imagem:Cuninpert_688_700_king_of_the_Lombard_minted_in_Milan.jpg|thumb|upright=1.2|Moeda de [[Cuniberto]] (688-700), [[rei dos lombardos]], cunhada em [[Milão]]<br><small>[[Museu Britânico]]</small>]]
 
Em 560, um novo e enérgico rei surgiu: [[Alboíno]], que derrotou seus vizinhos, os [[gépidas]], tornando-lhes seus vassalos, e casou-se, em 566, com a filha de seu rei [[Cunimundo]], [[Rosamunda]]. Na primavera de 568, Alboíno liderou os lombardos, juntamente com outras [[tribos germânicas]] ([[bávaros]], gépidas, saxões<ref>Estes últimos estima-se que num total de 100.000{{fmtn|100000}}, com base no número de 26.000{{fmtn|26000}} guerreiros dado por [[Paulo, o Diácono]]. Os saxões abandonaram a Itália após a morte de Alboíno, em [[573]]. Ver Paolo Cammarosano, ''Storia dell'Italia medievale'', pp. 96-97</ref>) e [[Protobúlgaros|búlgaras]], atravessando os [[Alpes Julianos]] com uma população de 400 a {{fmtn|500000}} pessoas, e invadindo o norte da [[península Itálica]], após serem expulsos da [[Panônia]] pelos [[ávaros]]. A primeira cidade importante a ser tomada foi Fórum Júlio (''Forum Iulii''; [[Cividale del Friuli]]), no [[nordeste da Itália]], em 569 Lá, Alboíno fundou o primeiro [[ducado]] lombardo, que ele confiou a seu sobrinho, [[Gisulfo II do Friul|Gisulfo]]. Logo [[Vicenza]], [[Verona]] e [[Bréscia]] caíram nas mãos germânicas. No verão de 569, os lombardos conquistaram o principal centro [[Roma Antiga|romano]] do norte da Itália, [[Mediolano]] (atual [[Milão]]). A região ainda estava se recuperando da terrível [[Guerra Gótica (535–554)|Guerra Gótica]], e o pequeno exército [[Império Bizantino|bizantino]] estacionado ali para sua defesa pouco pôde fazer. O [[exarca]] enviado à Itália pelo [[imperador bizantino]] {{lknb|Justino|II}}, Longino, conseguiu defender apenas as cidades costeiras, que podiam receber auxílio da poderosa marinha bizantina. [[Pavia]] caiu após um cerco de três dias, em 572, tornando-se a primeira capital do novo [[Reino Lombardo]].
 
Nos anos seguintes, os lombardos foram rumo ao sul, conquistaram a [[Toscana]] e fundaram dois outros ducados, [[Ducado de Espoleto|Espoleto]] e [[Ducado de Benevento|Benevento]], confiados a [[Zoto]], que logo se tornaram independentes e duraram mais que o reino do norte, sobrevivendo até o {{séc|XII}}. Os bizantinos conseguiram manter o controle da região de [[Ravena]] a [[Roma]], ligadas por um corredor estreito que passava por [[Perúgia]].
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===Monarquia ariana===
[[Imagem:Langobard Shield Boss 7th Century.jpg|esquerda|thumb|upright=1.2|''[[Umbo (escudo)|Umbo]]'', de um [[escudo]] lombardo do norte da Itália, {{séc|VII}}<br><small>[[MetropolitanMuseu MuseumMetropolitano ofde ArtArte]]</small>]]
 
Em 572, [[Alboíno]] foi assassinado em [[Verona]], vítima de uma trama orquestrada por sua esposa, Rosamunda, que posteriormente fugiu para [[Ravena]]. Seu sucessor, [[Clefo]], também foi assassinado após um cruel reinado de dezoito meses. Sua morte deu início a um [[interregno]] de anos, o "[[Domínio dos Duques]]", durante o qual os [[Duque (lombardos)|duques]] não elegeram rei algum, e que é considerado um período de violência e desordem. Em 584, ameaçado por uma invasão franca, os duques elegeram rei o filho de Clefo, [[Autário]]. Em 589, Autário se casou com [[Teodolinda]], filha do [[duque da Bavária]], [[Garibaldo I da Bavária|Garibaldo]]. Teodolinda, católica, era amiga do papa [[Papa Gregório I|Gregório I]], e pôs em prática a cristianização do reino. Ao mesmo tempo, Autário iniciou uma política de reconciliação interna e tentou reorganizar a administração real. Os duques cederam metade de suas propriedades para a manutenção do rei e de sua corte em Pavia. No campo das relações exteriores, Autário conseguiu romper a perigosa aliança entre os bizantinos e os francos.
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===Itália meridional e os árabes, 836&ndash;915===
{{principal|História do islamismo na Itália meridional}}
André II de Nápoles contratou [[mercenário]]s [[sarraceno]]s para atuar em sua guerra contra Sicardo de Benevento, em 836 Sicardo respondeu pagando na mesma moeda. Os sarracenos inicialmente concentraram seus ataques na Sicília e na Itália bizantina, porém logo [[Radalgiso I de Benevento]] convocou mais mercenários, que saquearam [[Cápua]] em [[841]]. As ruínas daquela cidade são tudo o que restou da "Antiga Cápua" ([[Santa Maria Capua Vetere]]); logo em seguida [[Landulfo I de Cápua|Landulfo, o Velho]] fundou a "Nova Cápua", atual cidade moderna, numa colina vizinha. Os príncipes lombardos, no entanto, estavam menos dispostos a se aliar a sarracenos do que a seus vizinhos gregos de Amalfi, [[Gaeta]], Nápoles e [[Sorrento]]. [[Guaifério de Salerno]], no entanto, colocou-se por um breve período sob a suserania muçulmana.
 
Uma grande força islâmica conquistou [[Bari]], que até então era um ''[[Gastaldo|gastaldato]]'' lombardo sob o controle de [[Pandenulfo de Bari|Pandenulfo]], em 847 As incursões sarracenas continuaram então, cada vez mais ao norte, até que finalmente o príncipe de Benevento, [[Adalgiso de Benevento|Adalgiso]], convocou o auxílio de seu suserano, Luís II - que aliou-se ao imperador bizantino {{Lknb|Basílio|I, o Macedônio}} para expulsar os [[Emirado de Bari|árabes de Bari]] em 869 Uma força expedicionária árabe foi derrotada novamente pelo imperador em 871. A partir daí Alagiso e Luís permaneceram em conflito até o fim do reinado do segundo; Adalgiso se via como o verdadeiro sucessor dos reis lombardos, e nesta condição alterou o ''[[Édito de Rotário]]'', último soberano lombardo a fazê-lo.
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* Fröhlich, Hermann. ''Studien zur langobardischen Thronfolge'' - ''Zur Herkunft der Langobarden - Quellen und Forschungen aus italienischen Archiven und Bibliotheken (QFIAB)''
* Hammerstein-Loxten, Freiherren von. - ''Bardengau''
* Jarnut, Jörg. ''Storia dei Longobardi'', Torino, Einaudi, [[2002]]. ISBN 8846440854 {{it}}
* Menghin, Wilfried. ''Die Langobarden / Geschichte und Archäologie'' - Theiss
* Pohl, Walter e Erhart, Peter. ''Die Langobarden / Herrschaft und Identität''
* Priester, Karin. ''Geschichte der Langobarden / Gesellschaft - Kultur - Altagsleben'' - Theiss
* Rovagnati, Sergio. ''I Longobardi'', Milano, Xenia, [[2003]]. ISBN 8872734843 {{it}}
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