Antioxidante: diferenças entre revisões

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Tem sido afirmado que a forma α-tocopherol é o mais importante antioxidante solúvel em lípidos e que protege as membranas da oxidação através da reacção com radicais lípidos produzidos na cadeia reactiva da peroxidação de lípidos.<ref name="Herrera" /><ref>{{citar periódico|páginas=4–15 |doi=10.1016/j.freeradbiomed.2007.03.024 |título=Vitamin E, antioxidant and nothing more |ano=2007 |último1 =Traber |primeiro1 =Maret G. |último2 =Atkinson |primeiro2 =Jeffrey |periódico=Free Radical Biology and Medicine |volume=43 |pmid=17561088 |número=1 |pmc=2040110}}</ref> Isto elimina os radicais livres intermédios e impede a reacção de propagação de prosseguir. Esta reacção produz radicais de α-tocoferoxil oxidados que podem ser reciclados de volta para a forma reduzida activa por outros antioxidantes, como o ácido ascórbico, o retinol ou o ubiquinol.<ref>{{citar periódico|páginas=309–36 |doi=10.1016/S0163-7827(99)00008-9 |título=Vitamin E and its function in membranes |ano=1999 |último1 =Wang |primeiro1 =Xiaoyuan |periódico=Progress in Lipid Research |volume=38 |número=4 |pmid=10793887 |último2 =Quinn |primeiro2 =Peter J.}}</ref> Isto está de acordo com descobertas que mostram que o α-tocoferol protege, ao contrário dos antioxidantes solúveis em água, com eficácia células deficientes em [[glutationa peroxidase 4]] (GPx4) da morte.<ref>{{citar periódico|páginas=237–48 |doi=10.1016/j.cmet.2008.07.005 |título=Glutathione Peroxidase 4 Senses and Translates Oxidative Stress into 12/15-Lipoxygenase Dependent- and AIF-Mediated Cell Death |ano=2008 |último1 =Seiler |primeiro1 =Alexander |último2 =Schneider |primeiro2 =Manuela |último3 =Förster |primeiro3 =Heidi |último4 =Roth |primeiro4 =Stephan |último5 =Wirth |primeiro5 =Eva K. |último6 =Culmsee |primeiro6 =Carsten |último7 =Plesnila |primeiro7 =Nikolaus |último8 =Kremmer |primeiro8 =Elisabeth |último9 =Rådmark |primeiro9 =Olof |periódico=Cell Metabolism |volume=8 |número=3 |pmid=18762024}}</ref>
 
Contudo, o papel e importância das várias formas da vitamina E são ainda pouco claros,<ref>{{citar periódico|páginas=2–3 |doi=10.1016/j.freeradbiomed.2007.05.016 |título=Is vitamin E an antioxidant, a regulator of signal transduction and gene expression, or a 'junk' food? Comments on the two accompanying papers: 'Molecular mechanism of α-tocopherol action' by A. Azzi and 'Vitamin E, antioxidant and nothing more' by M. Traber and J. Atkinson |ano=2007 |último1 =Brigelius-Flohé |primeiro1 =Regina |último2 =Davies |primeiro2 =Kelvin J.A. |periódico=Free Radical Biology and Medicine |volume=43 |pmid=17561087 |número=1}}</ref><ref>{{citar periódico|páginas=739–64 |doi=10.1016/j.freeradbiomed.2007.11.010 |título=Tocopherols and tocotrienols in membranes: A critical review |ano=2008 |último1 =Atkinson |primeiro1 =Jeffrey |último2 =Epand |primeiro2 =Raquel F. |último3 =Epand |primeiro3 =Richard M. |periódico=Free Radical Biology and Medicine |volume=44 |número=5 |pmid=18160049}}</ref> tendo sido sugerido que a mais importante função da α-tocoferol seria a de [[Sinalização celular|molécula de sinalização]], com esta molécula a não ter qualquer papel significativo no metabolismo antioxidante.<ref name="Azzi">{{citar periódico|páginas=16–21 |doi=10.1016/j.freeradbiomed.2007.03.013 |título=Molecular mechanism of α-tocopherol action |ano=2007 |último1 =Azzi |primeiro1 =Angelo |periódico=Free Radical Biology and Medicine |volume=43 |pmid=17561089 |número=1}}</ref><ref>{{citar periódico |primeiro1 =Jean-Marc |último1 =Zingg |primeiro2 =Angelo |último2 =Azzi |pmid=15134510 |url=http://www.benthamdirect.org/pages/content.php?CMC/2004/00000011/00000009/0005C.SGM |ano=2004 |título=Non-antioxidant activities of vitamin E |volume=11 |número=9 |páginas=1113–33 |periódico=Current medicinal chemistry |acessodata=2019-06-01 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20111006103310/http://www.benthamdirect.org/pages/content.php?CMC%2F2004%2F00000011%2F00000009%2F0005C.SGM |arquivodata=2011-10-06 |urlmorta=yes }}</ref> As funções das restantes formas da vitamina E são ainda menos compreendidas, embora a γ-tocoferol seja um [[nucleófilo]] capaz de reagir com [[Agente mutagênico|agentes mutagénicos]] [[Eletrófilo|electrófilos]]<ref name="Brigelius" /> e os tocotrienóis possam ser importantes na protecção dos [[neurónio]]s.<ref>{{citar periódico|páginas=2088–98 |doi=10.1016/j.lfs.2005.12.001 |título=Tocotrienols: Vitamin E beyond tocopherols |ano=2006 |último1 =Sen |primeiro1 =Chandan K. |último2 =Khanna |primeiro2 =Savita |último3 =Roy |primeiro3 =Sashwati |periódico=Life Sciences |volume=78 |número=18 |pmid=16458936 |pmc=1790869}}</ref>
 
== Actividade pró-oxidante ==
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=== Exercício físico ===
 
Durante o exercício físico, o consumo de oxigénio pode aumentar até dez vezes.<ref>{{citar periódico|autor =Dekkers J, van Doornen L, Kemper H |título=The role of antioxidant vitamins and enzymes in the prevention of exercise-induced muscle damage |periódico=Sports Med |volume=21 |número=3 |páginas=213–38 |ano=1996 |pmid=8776010 |doi=10.2165/00007256-199621030-00005}}</ref> Isto leva a um aumento muito significativo da produção de oxidantes e resulta em lesões que contribuem para a fadiga muscular durante e depois do exercício. A resposta inflamatória que ocorre depois de exercício árduo está também associada ao stress oxidativo, especialmente nas 24 horas seguintes. A resposta do sistema imunitário aos danos ocorridos tem o seu máximo dois a sete dias depois do exercício, que corresponde ao período durante o qual ocorre a maior parte da adaptação que proporciona tonificação muscular. Durante este processo, são produzidos nos [[Granulócito neutrófilo|neutrófilos]] radicais livres para remoção do tecido danificado. Como consequência, níveis excessivos de antioxidantes podem inibir os mecanismos de recuperação e adaptação.<ref>{{citar periódico |autor =Tiidus P |título=Radical species in inflammation and overtraining |url=http://article.pubs.nrc-cnrc.gc.ca/ppv/RPViewDoc?issn=0008-4212&volume=76&issue=5&startPage=533 |periódico=Can J Physiol Pharmacol |volume=76 |número=5 |páginas=533–8 |ano=1998 |pmid=9839079 |doi=10.1139/cjpp-76-5-533 }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> Os suplementos de antioxidantes podem também prevenir qualquer um dos benefícios normalmente proporcionados pelo exercício, como a [[Resistência à insulina|sensibilidade insulínica]].<ref>{{citar periódico|autor =Ristow M, Zarse K, Oberbach A |título=Antioxidants prevent health-promoting effects of physical exercise in humans |periódico=Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. |volume= 106|número= 21|páginas= 8665–70|ano=2009 |pmc=2680430 |pmid=19433800 |doi=10.1073/pnas.0903485106}}</ref>
 
As evidências relativas aos benefícios dos suplementos antioxidantes no exercício vigoroso são ainda contraditórias. Existem fortes indícios que uma das adaptações resultantes do exercício é o fortalecimento das defesas antioxidantes do corpo, sobretudo do sistema da glutationa, de forma a regular o maior stress oxidativo.<ref>{{citar periódico|autor =Leeuwenburgh C, Fiebig R, Chandwaney R, Ji L |título=Aging and exercise training in skeletal muscle: responses of glutathione and antioxidant enzyme systems |url=http://ajpregu.physiology.org/cgi/reprint/267/2/R439 |periódico=Am J Physiol |volume=267 |número=2 Pt 2 |páginas=R439–45 |ano=1994 |pmid=8067452}}</ref> Este efeito pode oferecer, até certo ponto, uma protecção contra doenças associadas ao stress oxidativo, o que forneceria uma explicação parcial para a menor incidência de doenças graves e melhor condição clínica entre aqueles que praticam exercício regularmente.<ref>{{citar periódico|autor =Leeuwenburgh C, Heinecke J |título=Oxidative stress and antioxidants in exercise |periódico=Curr Med Chem |volume=8 |número=7 |páginas=829–38 |ano=2001 |pmid=11375753}}</ref>
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A medição dos antioxidantes não é um processo simples, já que se trata de um grupo de compostos heterogéneo com diferentes reacções a diferentes espécies reactivas do oxigénio. Na [[Ciência dos alimentos|ciência alimentar]], o [[índice ORAC]] tornou-se no actual padrão para avaliar a força antioxidante dos alimentos simples, sumos e aditivos alimentares.<ref>{{citar periódico|autor =Cao G, Alessio H, Cutler R |título=Oxygen-radical absorbance capacity assay for antioxidants |periódico=Free Radic Biol Med |volume=14 |número=3 |páginas=303–11 |ano=1993 |pmid=8458588 |doi=10.1016/0891-5849(93)90027-R}}</ref><ref>{{citar periódico|autor =Ou B, Hampsch-Woodill M, Prior R |título=Development and validation of an improved oxygen radical absorbance capacity assay using fluorescein as the fluorescent probe |periódico=J Agric Food Chem |volume=49 |número=10 |páginas=4619–26 |ano=2001 |pmid=11599998 |doi=10.1021/jf010586o}}</ref> Outros ensaios de quantificação incluem o [[reagente Folin–Ciocalteu]] e a solução [[trolox]].<ref>{{citar periódico|autor =Prior R, Wu X, Schaich K |título=Standardized methods for the determination of antioxidant capacity and phenolics in foods and dietary supplements |periódico=J Agric Food Chem |volume=53 |número=10 |páginas=4290–302 |ano=2005 |pmid=15884874 |doi=10.1021/jf0502698}}</ref>
 
Os antioxidantes estão presentes numa grande variedade de alimentos, como as hortaliças, fruta, cereais, ovos, carne, legumes e frutos secos. Alguns antioxidantes como o [[licopeno]] e o ácido ascórbico podem-se decompor como resultado de armazenamento a longo prazo ou excesso de cozedura.<ref>{{citar periódico|autor =Xianquan S, Shi J, Kakuda Y, Yueming J |título=Stability of lycopene during food processing and storage |periódico=J Med Food |volume=8 |número=4 |páginas=413–22 |ano=2005 |pmid=16379550 |doi=10.1089/jmf.2005.8.413}}</ref><ref>{{citar periódico|autor =Rodriguez-Amaya D |título=Food carotenoids: analysis, composition and alterations during storage and processing of foods |periódico=Forum Nutr |volume=56 |páginas=35–7 |ano=2003 |pmid=15806788}}</ref> Outros compostos antioxidantes são mais estáveis, como por exemplo os antioxidantes polifenólicos presentes no chá ou nos cereais integrais.<ref>{{citar periódico |autor =Baublis A, Lu C, Clydesdale F, Decker E |título=Potential of wheat-based breakfast cereals as a source of dietary antioxidants |url=http://www.jacn.org/cgi/content/full/19/suppl_3/308S |periódico=J Am Coll Nutr |volume=19 |número=3 Suppl |páginas=308S–311S |ano= 2000 |pmid=10875602 |acessodata=2012-01-18 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20091223051635/http://www.jacn.org/cgi/content/full/19/suppl_3/308S |arquivodata=2009-12-23 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{citar periódico|autor =Rietveld A, Wiseman S |título=Antioxidant effects of tea: evidence from human clinical trials |url=http://jn.nutrition.org/cgi/content/full/133/10/3285S |periódico=J Nutr |volume=133 |número=10 |páginas=3285S–3292S |ano= 2003|pmid=14519827 }}</ref> Os efeitos da cozedura e do processamento alimentar são bastante complexos, já que podem também aumentar a [[biodisponibilidade]] dos antioxidantes, como no caso de alguns carotenóides nas hortaliças.<ref>{{citar periódico|autor =Maiani G, Periago Castón MJ, Catasta G |título=Carotenoids: Actual knowledge on food sources, intakes, stability and bioavailability and their protective role in humans |periódico=Mol Nutr Food Res |volume=53 |ano=2008|pmid=19035552 |doi=10.1002/mnfr.200800053 |páginas=S194–218}}</ref> Regra geral, alimentos processados contêm menos antioxidantes do que os frescos e crus, uma vez que os processos de preparação causam exposição ao oxigénio.<ref>{{citar periódico|autor =Henry C, Heppell N |título=Nutritional losses and gains during processing: future problems and issues |url=http://journals.cambridge.org/production/action/cjoGetFulltext?fulltextid=804076 |periódico=Proc Nutr Soc |volume=61 |número=1 |páginas=145–8 |ano=2002 |pmid=12002789 |doi=10.1079/PNS2001142}}</ref>
 
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Os antioxidantes são frequentemente adicionados a produtos industriais. É comum a sua aplicação como [[Aditivo (combustível)|estabilizador]] em [[Combustível|combustíveis]] e [[lubrificante]]s na prevenção da oxidação, e nas gasolinas na prevenção da polimerização que leva à formação de resíduos nos motores.<ref>{{citar periódico|título=Air Oxidation of Hydrocarbons.II. The Stoichiometry and Fate of Inhibitors in Benzene and Chlorobenzene|páginas=3233–7 |doi=10.1021/ja01617a026 |ano=1955 |último1 =Boozer |primeiro1 =Charles E. |último2 =Hammond |primeiro2 =George S. |último3 =Hamilton |primeiro3 =Chester E. |último4 =Sen |primeiro4 =Jyotirindra N. |periódico=Journal of the American Chemical Society |volume=77 |número=12}}</ref> Em 2007, o mercado global para os antioxidantes industriais movimentou um volume total de cerca de 880 mil toneladas, gerando receitas de 2,4 mil milhões de Euros (3,7 mil milhões de dólares).<ref>{{citar web|título= Market Study: Antioxidants |publicado= Ceresana Research]|url = http://www.ceresana.com/en/market-studies/additives/antioxidants/ }}</ref>
 
São amplamente usados na prevenção de degradação oxidativa de [[polímero]]s como as [[borracha]]s, [[plástico]]s e adesivos, evitando a perda de robustez e flexibilidade.<ref>{{citar web |título=Why use Antioxidants? |publicado=SpecialChem Adhesives |url=http://www.specialchem4adhesives.com/tc/antioxidants/index.aspx?id= |acessodata=2007-02-27 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070211063739/http://www.specialchem4adhesives.com/tc/antioxidants/index.aspx?id= |arquivodata=2007-02-11 |urlmorta=yes }}</ref> Polímeros com [[Ligação covalente|ligações covalentes]], como a borracha natural e o [[polibutadieno]], são especialmente susceptíveis à oxidação e [[ozonolise]], podendo ser protegidos com [[antiozonante]]s. Os produtos feitos com polímeros sólidos sofrem rachadelas nas superfícies expostas à medida que o material se degrada e as cadeias moleculares se quebram. A forma como se quebram varia consoante o ataque seja feito pelo oxigénio ou pelo [[ozono]]. O primeiro causa rachadelas aleatórias, enquanto que o ozono produz sulcos mais profundos alinhados com o ângulo da força de tensão do produto. A oxidação e a degradação ultravioleta estão quase sempre ligadas, sobretudo porque a [[radiação ultravioleta]] produz radicais livres ao quebrar as ligações moleculares. Estes radicais reagem com o oxigénio e dão origem a radicais peróxidos que causam ainda mais danos, frequentemente dentro de uma [[reação em cadeia]]. Outros polímeros susceptíveis à oxidação incluem o [[polipropileno]] e o [[polietileno]]. O primeiro é mais sensível devido à presença de [[Carbono secundário|átomos de carbono secundários]] em cada unidade da cadeia. O ataque dá-se neste ponto porque o radical livre que se forma é mais estável do que um formado num [[Carbono primário|átomo primário]]. A oxidação do polietileno ocorre normalmente nos elos mais fracos da cadeia molecular, como as ligações no [[polietileno de baixa densidade]].
 
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!Aditivo combustível
!Componentes<ref name="innospec">{{citar web |título=Fuel antioxidants |publicado=Innospec Chemicals |url=http://www.innospecinc.com/americas/products/fuel_antitoxidants.cfm |acessodata=2007-02-27 |arquivourl= httphttps://web.archive.org/web/20061015202259/http://www.innospecinc.com/americas/products/fuel_antitoxidants.cfm |arquivodata=2006-10-15 Outubro|urlmorta=yes de 2006}}</ref>
!Aplicações<ref name="innospec" />
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