Elias: diferenças entre revisões

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'''Elias''' ({{lang-he|אֱלִיָּהוּ}}, [[transl.]] ''Eliyahu'', lit. "Meu Deus é [[Yauh]]";<ref>''New Bible Dictionary''. 1982 (2ª edição). Tyndale Press, Wheaton, IL, USA. ISBN 0-8423-4667-8, p. 319</ref><ref>{{citar livro | título = Longman pronunciation dictionary|autor = Wells, John C.| editora = Longman&#124;local Harlow, Inglaterra| ano = 1990|isbn = 0-582-05383-8|página = 239}}, verbete "Elijah"</ref> {{lang-el|Ηλίας}}, transl. ''Elías''; {{lang-ar|إلياس}}, transl. ''Ilyās'') foi um [[profeta]] e [[taumaturgo]] que viveu no [[Reino de Israel (Samária)|reino de Israel]]<ref>{{citar web|url=http://christianbookshelf.org/yonge/the_chosen_people/lesson_viii_the_kingdom_of.htm |título = Kingdom of Samaria |publicado = Christianbookshelf.org |acessodata = 5-3-2014}}</ref> durante o reinado de [[AcabAcabe]] (século IX a.C.).
 
De acordo com o [[Livro dos Reis]], Elias defendeu o culto de [[Yauh]] contra a veneração do deus [[Canaã|canaanita]] [[Baal]] (que era considerado um culto [[Idolatria|idólatra]]); Yauh através dele [[ressuscitação|ressuscitou os mortos]], fez chover fogo dos céus, e foi levado por um [[redemoinho]] (acompanhado por uma [[carruagem]] e [[cavalo]]s em chamas, ou cavalgando-os.<ref>Livro dos Reis, 2:11</ref> No [[Livro de Malaquias]], o retorno de Elias foi profetizado "antes que venha o grande e temível dia do Senhor",<ref>Livro de Malaquias, 3:23</ref> o que fez dele um arauto do [[Messias]] nas diversas fés que reverenciam a [[Bíblia hebraica]]. Referências a Elias aparecem no [[Talmude]], na [[Mishná]], no [[Novo Testamento]] e no [[Corão]].
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== Narrativa bíblica e contexto histórico ==
[[Imagem:Kingdoms of Israel and Judah map 830-pt.svg|thumb|Mapa de [[Israel]] tal como o território se encontrava no século IX a.C.; em '''azul''' está o [[Reino de Israel]], e em '''amarelo''' está o [[Reino de Judá]].]]
No século IX a.C., o [[Reino de Israel (monarquia unida)|Reino de Israel]], que havia sido unido pelo [[rei Salomão]], havia sido dividido em dois por seu filho, o rei Roboão: o [[Reino de Israel (Samária)|Reino de Israel]], no norte, e o [[Reino de Judá - Jerusalém|Reino de Judá]], no sul, que seguia mantendo a sede histórica de governo e foco da religião israelita no [[Templo de Jerusalém]]. [[Omri]], rei de Israel, manteve em prática políticas que datavam do reinado de [[Jeroboão]], contrárias às [[leis de Moisés]], que visavam reorientar o foco religioso para longe da cidade de [[Jerusalém]], encorajavam a construção de [[altar]]es e templos locais para a realização de [[sacrifício]]s, a indicação de [[sacerdote]]s que não pertenciam à família dos [[levitas]], e permitindo ou até mesmo encorajando a construção de templos dedicados ao deus [[Religião canaanita|canaanita]] [[Baal]].<ref>Kaufman, Yehezkel. "The Biblical Age." In Schwarz, Leo W. (ed.) ''Great Ages and Ideas of the Jewish People.'' Modern Library: Nova York. 1956. p. 53–56.</ref><ref>Raven, John H. ''The History of the Religion of Israel.'' Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1979. p. 281–281.</ref> Omri conseguiu uma situação doméstica segura através de uma aliança obtida com o casamento de seu filho, [[AcabAcabe]], e a princesa [[Jezabel]], uma sacerdotisa de Baal, filha do rei de [[Sídon]], na [[Fenícia]].<ref>[[Salmo]] 45, por vezes visto como uma canção matrimonial para AcabAcabe e Jezabel, e que pode aludir a esta união e seus problemas: "Ouve, filha, vê e presta atenção: esquece o teu povo e a casa de teu pai. De tua beleza se encantará o rei; ele é teu senhor, rende-lhe homenagens. Habitantes de Tiro virão com seus presentes, próceres do povo implorarão teu favor." (Salmo 45:10-12). Ver: Smith, Norman H. "I Kings." in [[George Arthur Buttrick|Buttrick, George A.]], et al. (eds.) ''The Interpreter's Bible: Volume 3.'' Nashville: Abingdon Press, 1982. p 144.</ref> Estas soluções trouxeram segurança e prosperidade econômica para Israel por algum tempo,<ref>Miller, J. M. e J. H. Hayes. ''A History of Ancient Israel and Judah.'' Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2006.</ref> porém não lograram obter paz com os profetas israelitas, que estavam interessados numa [[Código deuteronômico|interpretação deuteronômica]] rígida da lei mosaica.
 
Como rei, AcabAcabe exarcebou estas tensões. Ele permitiu o culto a um deus estrangeiro dentro de seu próprio palácio, construindo ali um templo para Baal e permitindo que Jezabel trouxesse consigo um grande séquito de sacerdotes e profetas, tanto de Baal quanto de [[Aserá]], para seu país. Neste contexto, Elias é apresentado no [[Primeiro Livro dos Reis]] (17:1) como "Elias, o [[tesbita]]". Ele alerta AcabAcabe que se seguirão anos de uma [[seca]] tão catastrófica que nem mesmo o [[orvalho]] cairá, porque AcabAcabe e sua rainha ocupavam o fim de uma fila de reis de Israel que teriam "feito o mal aos olhos do Senhor."
 
=== Primeiro e Segundo Livro de Reis ===
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Nenhum contexto acerca da pessoa de Elias é dado nos textos bíblicos. Seu nome, em [[Língua hebraica|hebraico]], significa "Meu Deus é Yauh", e pode ser um título aplicado a ele devido ao seu questionamento ao culto de Baal.<ref>''New Bible Dictionary''. 1982 (2ª edição). Tyndale Press, Wheaton, IL, USA. ISBN 0-8423-4667-8, p.323</ref><ref name = jency>{{citar livro | autor =G. Hirsch, Emil, Eduard König, Solomon Schechter, Louis Ginzberg, M. Seligsohn, Kaufmann Kohler | título =Elijah | publicacao =Jewish Encyclopedia | editora =The Kopelman Foundation | ano =2002| url =http://www.jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=245&letter=E&search=Elijah | acessodata = 8-4-2007 }}</ref><ref>"Elijah." ''Encyclopedia Judaica.'' Jerusalém: [[Keter Publishing House]], 1971. p 633.</ref><ref>Cogan, Mordechai. ''The Anchor Bible: I Kings.'' Nova York: Doubleday, 2001. p 425.</ref><ref>In Werblowsky, R.J.Z. e Geoffrey Wigoder (eds.) ''Oxford Dictionary of the Jewish Religion.'' Oxford: Oxford University Press, 1997. ISBN 0-19-508605-8</ref>
 
O desafio feito por Elias, característico de seu comportamento em outros episódios de sua história, tal como narrada na Bíblia, é ousado e direto. [[Baal]] era o deus canaanita responsável pela [[chuva]], pelo [[trovão]], pelo [[relâmpago]] e pelo [[orvalho]]. Elias desafia não só Baal, para defender seu próprio Deus, Yauh, mas também Jezabel, seus sacerdotes, AcabAcabe e o povo de Israel.
 
==== Viúva de Sarepta ====
{{principal|Ressurreição do filho da viúva de Sarepta}}
Após Elias confrontar AcabAcabe, Yauh lhe ordena que fuja de Israel, para um esconderijo ao lado do riacho de [[Carit]], a leste do [[rio Jordão]], onde ele é alimentado por [[corvo]]s. Quando o rio seca, Yauh lhe ordena que vá para uma viúva que habita a cidade de [[Sarepta]], na [[Fenícia]]. Quando Elias a encontra e lhe pede que o alimente, ela afirma que não tem comida suficiente para manter vivos ela e o próprio filho. Elias afirma que Yauh não deixará que sua reserva de farinha e azeite se esgote, afirmando: "Não temas; (...) Porque eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: a farinha que está na panela não se acabará, e a ânfora de azeite não se esvaziará, até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a face da terra." Ela o alimenta com tudo o que resta de sua comida, e a promessa de Elias, miraculosamente, se realiza, e a mulher recebe a bênção prometida: Yauh lhe dá o "[[maná]]" dos céus ao mesmo tempo em que negava comida ao povo de sua terra prometida, que lhe fôra infiel. Algum tempo depois, o filho da viúva morre, e ela reclama, furiosa: "Vieste, pois, à minha casa para lembrar-me os meus pecados e matar o meu filho?" Movido por uma fé semelhante à de [[Abraão]] (Romanos 4:17, Hebreus 11:19), Elias ora a Yauh para que ele ressuscite seu filho, demonstrando assim a veracidade e a confiabilidade da palavra de Yauh. O Primeiro Livro dos Reis (17:22) relata então como Yauh "ouviu a oração de Elias: a alma do menino voltou a ele, e ele recuperou a vida." Este é o primeiro exemplo de uma ressureiçãoressurreição relatada nas Escrituras. Esta viúva, que nem sequer era israelita, recebeu a maior bênção divina na forma da vida de seu filho - a única esperança de uma viúva numa sociedade antiga. A viúva então exclamou: "Agora vejo que és um homem de Yauh e que a palavra de Yauh está verdadeiramente em teus lábios", fazendo assim uma profissão de fé que nem mesmo os israelitas haviam feito.
 
Depois de mais de três anos de seca e fome, Yauh ordena a Elias que retorne a AcabAcabe e anuncie o fim da seca, não devido a qualquer tipo de arrependimento por parte dos israelitas, mas por determinação a se revelar novamente ao seu povo. No caminho, Elias encontra [[Obadias]], intendente de AcabAcabe, que havia escondido cem profetas do Deus de Israel quando AcabAcabe e Jezabel começaram a assassiná-los. Elias envia Obadias de volta a AcabAcabe, para anunciar seu retorno a Israel.
 
==== Desafio a Baal ====
[[Imagem:JPF-Cave Of Elijah.JPG|thumb|Estátua de Elias na Caverna de Elias, [[Monte Carmel]], Israel.]][[Imagem:Elijahwindow.jpg|thumb|A oferenda de Elias é consumida pelo fogo dos céus num vitral da [[Igreja Evangélica Luterana Alemã de São Mateus]] em [[Charleston]], [[Carolina do Sul]], [[Estados Unidos]].]]
Quando AcabAcabe confronta Elias, ele se refere a ele como "o perturbador de Israel". Elias responde devolvendo a acusação a AcabAcabe, afirmando que ele é que teria perturbado Israel ao permitir o culto a [[Falso deus|falsos deuses]]. Elias então repreende tanto o povo de Israel quanto AcabAcabe por tolerar o culto a Baal. "Até quando claudicareis dos dois pés? Se o Senhor é Yauh, segui-o, mas se é Baal, segui a Baal!" (Primeiro Livro dos Reis, 18:21). "O povo nada respondeu." O termo hebraico traduzido como o verbo "claudicar" é o mesmo utilizado para "dançar" no versículo 26, utilizado para descrever a dança frenética dos profetas de Baal; Elias fala com uma ironia afiada: Israel, ao se envolver nesta ambivalência religiosa, estaria tomando parte numa "dança" religiosa fútil e selvagem.
 
Neste ponto Elias propõe um teste direto dos poderes de Baal e Yauh. O povo de Israel, 450 profetas de Baal e 400 profetas de [[Aserá]] são convocados ao [[Monte Carmel]]. Lá, dois altares são erguidos, um para Baal e um para Yauh, sobre os quais madeira é colocada. Dois bois são sacrificados e cortados em pedaços, que são colocados sobre a madeira. Elias pede então aos sacerdotes de Baal que orem para que o fogo acenda sob o sacrifício; eles oram de manhã até o meio-dia, sem sucesso. Elias ridiculariza seus esforços, e eles respondem cortando a si mesmos e derramando seu próprio sangue sobre o sacrifício (a mutilação do próprio corpo era estritamente proibida pela lei mosaica). Os sacerdotes continuam a orar até o anoitecer, sem sucesso.
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Elias ordena então que o altar de Yauh seja encharcado com a água de quatro jarras grandes, derramadas por três vezes (18:33-34), ele pede a Yauh que aceite o sacrifício. O fogo do Senhor desce do céu, consumindo a água, o sacrifício e as pedras do altar. Elias aproveita-se da situação e ordena a morte dos sacerdotes de Baal, e em seguida, ora com furor para que a chuva volte a cair sobre a terra - o que acontece, simbolizando o fim da fome.
 
==== Elias no Monte Horebe ====
[[Jezabel]], enfurecida porque Elias ordenou a morte de seus sacerdotes, ameaça matá-lo (Primeiro Livro de Reis, 19:1-13). Este foi o primeiro encontro entre ambos, embora não o último. Posteriormente, Elias faria uma profecia acerca da morte de Jezabel, devido a seus pecados. Elias foge então para [[BersabéiaBersabeia]], no [[Reino de Judá]], e de lá segue, sozinho, pelo deserto, até que finalmente se senta sob um [[arbusto]] ([[zimbro]], segundo algumas traduções, [[giesta]], segundo outras), onde pede a Yauh que o mate. Acaba por adormecer ali, e é tocado por um [[anjo]], que ordena a ele que acorde e coma. Ao despertar, ele encontra ao lado de si pão e uma jarra de água; após adormecer novamente, ele volta a ser acordado pelo anjo, que ordena a ele que volte a comer e beber pois tem diante de si uma longa jornada.
 
Elias viaja por quarenta dias e quarenta noites até o [[Monte Horeb]], onde [[Moisés]] havia recebido os [[Dez Mandamentos]]. Elias é a única pessoa mencionada na Bíblia a retornar a Horeb depois que Moisés e sua geração haviam passado pelo lugar, muitos séculos antes. Lá, ele procura abrigo numa [[Caverna de Elias|caverna]]. Yauh novamente volta a falar com ele (19:9): "Que fazes aqui, Elias?" Elias não dá uma resposta direta à pergunta de Yauh, mas fala de maneira evasiva, deixando a entender que o trabalho que o Senhor havia começado séculos antes não havia levado a lugar algum, e que seus próprios esforços haviam sido em vão. Ao contrário de Moisés, que tentou defender o povo israelita quando ele havia pecado com o bezerro de ouro, Elias reclama, com amargura, a respeito da impiedade dos israelitas e afirma que ele era "o único que havia ficado". Até então, Elias contava apenas com a palavra de Yauh para guiá-lo, porém agora ele recebe a ordem de sair da caverna e colocar-se "na presença do Senhor". Um vento terrível passa por ele, porém Yauh não estava nele. Em seguida, um grande terremoto sacode a montanha, porém Yauh tampouco se revela nele. Então um fogo se acende, e novamente Yauh não se revela nele. Elias ouve então o "murmúrio de uma brisa ligeira", que lhe pergunta novamente: "Que fazes aqui, Elias?" Elias novamente responde a pergunta de maneira evasiva, com o mesmo lamento, mostrando que não compreendeu a importância da revelação divina que ele havia acabado de presenciar. Yauh então ordena que ele parta novamente, desta vez para [[Damasco]], para ungir [[Hazael]] como rei da [[Síria]], [[Jeú]] como rei de Israel, e [[Eliseu]] como seu substituto.
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==== Vinha de Nabote ====
Elias encontra AcabAcabe novamente no Primeiro Livro dos Reis, 21, após AcabAcabe ter adquirido uma [[vinha]] através de um assassinato. AcabAcabe desejava obter a vinha de [[Nabot]], em [[Jezrael]], e para isso ofereceu uma vinha melhor ou um preço justo pelo terreno; Nabot, no entanto, fala a AcabAcabe que Yauh lhe ordenou que não se desfizesse do terreno. AcabAcabe aceita a resposta com irritação e mau humor, mas Jezabel desenvolve um plano para adquirir o terreno: ela envia cartas em nome de AcabAcabe aos anciões e nobres que viviam nas proximidades de Nabot, para que organizassem um banquete e o convidassem. Neste banquete, uma falsa acusação de blasfêmia e ofensas contra AcabAcabe seriam feitas contra Nabot. O plano é posto em prática, e Nabot acaba sendo apedrejado até a morte. Quando ouve a notícia de que Nabot está morto, Jezabel diz a AcabAcabe que ele já pode se apoderar da vinha.
 
Yauh então volta a falar com Elias, e lhe ordena que confronte AcabAcabe com uma pergunta e uma profecia: "Mataste, e agora usurpas?" e "no mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu." (21:19). AcabAcabe confronta então Elias, chamando-o de seu inimigo. Elias responde afirmando que ele mesmo havia se tornado inimigo de Yauh por seus próprios atos, e afirmando que todo o reino rejeitaria a autoridade de AcabAcabe, que Jezabel seria devorada por cães em Jezrael, e que todos membros de sua família seriam devorados por cães, se morressem dentro de uma cidade, ou por pássaros, se morressem no campo. Ao ouvir isso, AcabAcabe se arrepende de tal maneira que rasgou suas vestes, cobriu-se com um saco e entrou em jejum; Yauh então desiste de puni-lo, porém insiste em punir Jezabel e seu filho, [[Ocozias]].
 
==== Ocozias ====
[[Imagem:Elijah.jpg|thumb|[[Ícone russo]] do profeta Elias, século {{séc|XVIII}} ([[Iconóstase]] do [[mosteiro]] de [[Kiji]], [[Carélia]], [[Rússia]]).]]
Elias parte então para encontrar-se com [[Ocozias]]. A cena se abre com Ocozias recuperando-se de um ferimento grave que teve depois de uma queda de sua janela, tendo enviado emissários aos sacerdotes de [[Baal-Zebub]], em [[Acaron]], fora do reino de Israel, para saber se poderia se recuperar. Elias intercepta os emissários e os envia de volta a Ocozias com uma mensagem. Como é de seu costume, sua mensagem se inicia com uma pergunta direta e impertinente: "Não há porventura um Deus em Israel, para irdes consultar Baal-ZebubZebube, deus de Acaron?" (Segundo Livro de Reis, 1:3) Ocozias pede aos emissários que descrevam a pessoa que lhes deu esta mensagem; eles afirmam que ele trajava um casaco felpudo com um cinto de couro, e ele instantaneamente o reconhece como Elias, o tesbita.
 
Ocozias envia então três grupos de cinquenta soldados para prender Elias. Os dois primeiros são destruídos por chamas que Elias faz descer dos céus. O líder do terceiro grupo então implora por misericórdia para si próprio e seus homens; Elias concorda e pede que eles o acompanhem até Ocozias, onde ele faz pessoalmente a profecia que havia mencionado a AcabAcabe.
 
==== Arrebatamento ====
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=== Menção final: Segundo Livro de Crônicas ===
[[Imagem:SaintIliaFromRilaMonastery.jpg|thumb|Santo Elias na caverna e sobre uma carruagem de fogo. [[Afresco]] do [[Mosteiro de Rila]], [[Bulgária]], tradição [[Igreja Ortodoxa Oriental|ortodoxa]] [[Idade Média|medieval]], restauração do século {{séc|XX.}}]]
Elias é mencionado mais uma vez no [[Segundo Livro de Crônicas]] (21), sua última menção na [[Bíblia hebraica]]. Uma carta é enviada com seu nome para [[Jorão de Judá]], mencionando que ele havia induzido o povo de Judá à [[idolatria]] da mesma maneira que AcabAcabe havia feito com o povo de Israel; a mensagem termina profetizando para ele, por este motivo, uma morte dolorosa ("uma enfermidade que fará sair de teu corpo as entranhas durante longos dias"). Esta carta é um enigma até hoje aos leitores da Bíblia por diversos motivos: primeiro, ela foi destinada a um rei do reino meridional de Judá, enquanto Elias costumava se preocupar unicamente com o reino setentrional de Israel; em segundo lugar, ela se inicia com: "Eis o que diz o Senhor ([[YHVH]]), Deus de Davi, teu pai", no lugar de "...em nome do Senhor ([[YHVH]]), Deus de Israel", mais comum. A mensagem também parece vir após a ascensão de Elias. Diversos autores especularam sobre os possíveis motivos para esta carta, entre eles o de que ela poderia ser um exemplo de um nome de um profeta menos conhecido sendo substituído posteriormente pelo nome de outro mais conhecido.<ref>Myers, J. M. ''The Anchor Bible: II Chronicles.'' Garden City, NY: Doubleday and Company, 1965. pp.121–123.</ref> Já outros, como [[John Van Seters]], da [[Universidade da Carolina do Norte]], no entanto, rejeitam pura e simplesmente a carta como tendo qualquer tipo de ligação com a tradição de Elias.<ref>Van Seters, John. "Elijah." In Jones, Lindsay (ed.) ''Encyclopedia of Religion.'' Farmington Hills, MI: Thomson Gale, 2005. p. 2764.</ref> Michael Wilcock, no entanto, do [[Trinity College (Bristol)|Trinity College]], de [[Bristol]], argumentou que a carta de Elias estaria se referindo a uma situação muito peculiar ao reino do norte e que estaria ocorrendo no reino do sul, e que, por este motivo, seria autêntica.<ref>''IVP New Bible Commentary'', 21st Century Edition, p. 410.</ref>
 
=== (Elias no Livro de Malaquias) O fim cristão ===