Pedro I do Brasil: diferenças entre revisões

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A eclosão da [[Revolução Liberal do Porto]], em 1820, forçou a volta de João VI para Portugal em abril do ano seguinte, ficando Pedro no Brasil como seu regente. Ele precisou lidar com ameaças de tropas portuguesas revolucionárias e insubordinadas, com todas no final sendo subjugadas. Desde a chegada da família real portuguesa em 1808, o Brasil tinha gozado de grande autonomia política, porém a ameaça do governo português de revogar essas liberdades criou grande descontentamento na colônia. Pedro ficou do lado dos brasileiros e declarou a [[Independência do Brasil]] em [[7 de setembro]] de [[1822]]. Foi aclamado como seu imperador no dia 12 de outubro e derrotou todas as forças fiéis a Portugal até março de 1824. Alguns meses depois, esmagou a [[Confederação do Equador]], uma revolta separatista que havia eclodido em [[Pernambuco]] e se alastrado para outras províncias do nordeste brasileiro.
 
Uma nova rebelião se iniciou na [[província Cisplatina]] no começo de 1825, com a subsequente tentativa por parte das [[Províncias Unidas do Rio da Prata]] de anexá-la levando o Brasil a entrar na [[Guerra da Cisplatina]]. Nesse meio tempo Pedro também se tornou o monarca de Portugal após a morte de seu pai, rapidamente abdicando do trono em favor de sua filha mais velha [[Maria II de Portugal|Maria II]]. A situação piorou em 1828 quando a guerra no sul fez o Brasil perder a Cisplatina, que se tornou oum país independente, dodenominado [[Uruguai]]. No mesmo ano o trono de Maria foi usurpado pelo infante [[Miguel I de Portugal|Miguel]], irmão mais novo de Pedro. Seus casos sexuais extraconjugais criaram grandes escândalos e também mancharam sua reputação. Mais dificuldades sugiram no parlamento brasileiro, onde os debates políticos passaram a ser dominados a partir de 1826 com a discussão sobre se o governo deveria ser escolhido pelo imperador ou pela legislatura. Pedro foi incapaz de lidar com os problemas simultâneos do Brasil e Portugal, por fim [[Abdicação de Pedro I do Brasil|abdicando do trono brasileiro]] em 7 de abril de 1831 em favor de seu filho mais novo [[Pedro II do Brasil|Pedro II]] e partindo para a [[Europa]].
 
Pedro invadiu Portugal em julho de 1832 no comando de um exército. Inicialmente seu envolvimento parecia ser em uma guerra civil portuguesa, porém logo o conflito ficou maior e englobou toda a [[Península Ibérica]] em uma disputa entre defensores do [[liberalismo]] e aqueles que queriam a volta do [[absolutismo]]. Pedro acabou morrendo de [[tuberculose]] em 24 de setembro de 1834, poucos meses depois de ele e os liberais terem saído vitoriosos. Ele foi considerado por contemporâneos e pela posteridade como uma figura importante que auxiliou na propagação dos ideais liberais que haviam permitido que o Brasil e Portugal deixassem os regimes absolutistas para formas mais [[Representação política|representativas]] de governo.
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O séquito imperial incluía [[Domitila de Castro Canto e Melo|Domitila de Castro, Viscondessa de Santos]] (posterior Marquesa de Santos), que desde o primeiro encontro dos dois em 1822 havia sido a amante do imperador. Apesar de nunca ter sido fiel a Maria Leopoldina, Pedro anteriormente tinha tomado o cuidado de esconder suas escapadas sexuais com outras mulheres.{{sfn|Macaulay|1986|pp=168, 190}} Porém, sua atração por sua nova amante "tinha se tornando flagrante e sem limites", enquanto sua esposa precisava aguentar desfeitas e ser o assunto de fofocas.{{sfn|Barman|1988|p=146}} O imperador cada vez mais passou a ser rude e vil com Maria Leopoldina, deixando-a com pouco dinheiro, proibindo-a de deixar o palácio e forçando-a a aturar a presença de Domitila como sua [[dama de companhia]].{{sfn|Barman|1999|p=16}}{{sfn|Lustosa|2006|pp=192, 231, 236}} Enquanto isso, a amante aproveitou a oportunidade para avançar seus interesses e também os de sua família e amigos. Aqueles que desejavam favores ou a promoção de projetos cada vez mais ignoravam os canais legais e normais, ao invés disso procurando Domitila por ajuda.{{sfn|Barman|1988|p=136}}
 
Pedro partiu em 24 de novembro de 1826 do Rio de Janeiro para a cidade de [[São José (Santa Catarina)|São José]] na [[província de Santa Catarina]]. De lá foi para [[Porto Alegre]], capital da [[província de São Pedro do Rio Grande do Sul]], onde o exército principal estava esperando.{{sfn|Macaulay|1986|pp=201–202}} O imperador chegou em 7 de dezembro e descobriu que as condições militares eram muito piores do que os relatórios anteriores haviam lhe feito esperar. Ele "agiu com sua energia costumeira: passou uma afobação de ordens, demitiu supostos enxertadores e incompetentes, fraternizou com as tropas e de forma geral sacudiu a administração militar e civil".{{sfn|Macaulay|1986|p=202}} Pedro já estava voltando para o Rio de Janeiro quando soube que Maria Leopoldina tinha morrido após um aborto.{{sfn|Costa|1972|pp=123–124}}{{sfn|Macaulay|1986|p=202}}{{sfn|Rangel|1928|pp=178–179}} Rumores sem fundamento logo se espalharam dizendo que a imperatriz havia sido fisicamente maltratada pelo marido.{{nota de rodapé|Rumores circularam na época dizendo que Pedro supostamente chutou Maria Leopoldina no útero durante uma discussão acalorada. A briga fora assistida por Domitila e Wenzel Philipp Leopold, Barão von Mareschal. Este último estava servindo como o ministro austríaco no Brasil e assim era inclinado a refletir os interesses da imperatriz, tendo sido a única testemunha a deixar um relato sobre o que realmente aconteceu. De acordo com Mareschal, o casal teve uma briga em que trocaram insultos, porém não há nenhuma menção de violência física.{{sfn|Calmon|1975|pp=14–15}}{{sfn|Costa|1995|p=86}}{{sfn|Rangel|1928|pp=162–163}} Os historiadores [[Alberto Rangel]],{{sfn|Rangel|1928|p=163}} [[Pedro Calmon]],{{sfn|Calmon|1950|p=137}}{{sfn|Calmon|1975|p=14}} [[Otávio Tarquínio de Sousa]],{{sfn|name=So242|Sousa|1972b|p=242}} Sérgio Correia da Costa{{sfn|Costa|1995|p=86}} e Roderick J. Barman<ref name=Ba17 /> rejeitaram a possibilidade de Pedro ter fisicamente atacado a esposa, com todos afirmando que o desentendimento limitou-se a palavras duras. A posterior exumação do corpo de Maria Leopoldina confirmou que sua morte foi resultado de causas naturais.{{sfn|Tavares|2013}} Todavia, calúnias sobre a conduta de Pedro na época da morte de sua primeira esposa ainda estavam circulando por volta de 1831, servindo como uma lembrança duradoura do que as pessoas realmente acreditavam, não importando a natureza infundada das alegações.<ref name=So242 /> Barman foi categórico ao afirmar que a morte de Maria Leopoldina tirou de Pedro "qualquer aura restante de santo, tanto em casa quanto no exterior".{{sfn|name=Ba147|Barman|1988|p=147}} }} Enquanto isso a guerra continuou sem conclusão e Pedro acabou cedendo a Cisplatina em agosto de 1828, com a província tornando-se oum país independente, chamadodenominado [[Uruguai]].{{sfn|Barman|1988|p=151}}{{sfn|Macaulay|1986|p=211}}
 
=== Segundo casamento ===