Golbery do Couto e Silva: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
+ bibliografia 2 artigos do observatório da imprensa
Etiquetas: Inserção de predefinição obsoleta Editor Visual
m traduções, remoção de duplicação nas citações, outros ajustes
Linha 52:
Segundo literatura da época, "(sic) …teve a finalidade de preparar as decisões estratégicas relativas a organização e emprego conjunto das [[Forças Armadas]] e os planos correspondentes, além de colaborar no preparo da mobilização total da nação para a guerra, quando for o caso".
 
Golbery permaneceu no EMFA até março de 1947.<ref>Luís Manuel Brás Bernardino. O Instrumento Militar como produtor de Segurança e de Desenvolvimento nos Países de Língua Portuguesa.
Contributos para uma Estratégia de Segurança Nacional. 2010, p. 2. Disponível em: http://icnsd.afceaportugal.pt/conteudo/congresso/ICNSD_1B_texto_pdf_luis_bernardino.pdf</ref>. No mesmo mês, foi ao [[Paraguai]] para atuar na Comissão Militar Brasileira de Instrução, onde permaneceu até outubro de 1950, quando retornou ao Brasil e foi reintegrado ao EME, servindo como "adjunto da seção de informações".
 
Em outubro de 1951, Golbery foi promovido a [[tenente-coronel]]. Em março de 1952, "foi nomeado adjunto do Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra, na divisão de Assuntos internacionais, depois na Divisão Executiva."
Linha 59:
O Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra foi criado em 1948, segundo a literatura das Forças Armadas, e "…sua finalidade era desenvolver e consolidar os conhecimentos necessários para o exercício das funções de direção e para o planejamento da segurança nacional e suas estratégias".
 
O comandante da ESG na época era o general [[Juarez Távora]]. Em suas novas funções, Golbery pôs em prática o início do estudo da tese que condicionava a associação do Estado à iniciativa privada mediante o apoio tecnocrático, de forma a fortalecer a segurança nacional.<ref>MUNDIM, Luiz Felipe. C. Juarez Távora e Golbery do Couto e Silva : Escola Superior de Guerra e a organização do Estado brasileiro (1930-1960). Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Goiás,Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia, 2007.</ref>. Desta forma, deveria ser criada uma "…elite tecnocrática, civil e militar, ideologicamente comprometida com um conjunto de objetivos nacionais permanentes".
 
Futuramente a doutrina de segurança nacional de Golbery seria absorvida pela ESG. Ela punha o Brasil alinhado ao bloco ocidental, sob a liderança dos [[Estados Unidos]], e em oposição ao bloco comunista liderado pela [[União Soviética]]. Propugnava que, para promover o desenvolvimento nacional seria necessária a centralização do poder com a "…supressão de alguns valores definidores da ordem democrática." Ou seja: para desenvolver o Brasil de seu atraso tecnológico, era necessário um regime de força alinhado com os Estados Unidos.
Linha 87:
Após passar para a reserva (seu último posto na ativa foi o de coronel, mas como na época a passagem para a reserva rendia duas promoções, atingiu então o posto de general), Golbery iniciou estudos para fazer frente ao avanço do comunismo no cenário político brasileiro, desenvolvendo ideias delineadas na sua obra ''Planejamento estratégico''<ref>COSTA, Frederico Carlos de Sá. Repensando Golbery. Disponível em: http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/Golbery.pdf.</ref> (1955).
 
Respeitado e apoiado pelo marechal [[Humberto de Alencar Castelo Branco]], que em abril de 1964 se tornaria o primeiro presidente do regime militar, Golbery, em 1962, um ano depois de passar à reserva, foi convidado para trabalhar no [[Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais]] (IPES) ,<ref>{{citar livro|titulo=COOJORNAL: Um jornal de jornalistas sob o Regime Militar|ultimo=Regime Militar|primeiro=Coojornal|editora=Libretos|ano=2011|local=Porto Alegre|paginas=141|acessodata=22/04/2016}}</ref>, que teve papel de destaque na conspiração que deu origem ao [[Golpe de Estado no Brasil em 1964]] e depôs o presidente [[João Goulart]]. Este movimento foi amplamente apoiado por vários setores da sociedade brasileira, dentre eles a maior parte da mídia nacional, assim como a classe média e a classe artística, a Ordem dos Advogados do Brasil, e ainda políticos de oposição ao governo de João Goulart, como Carlos Lacerda. Teve apoio do então dono das [[Organizações globo|Organizações Globo]], o empresário [[Roberto Marinho]], mas ressaltando que a emissora de [[Rede Globo|TV]] começou a funcionar apenas em 26 de abril de 1965. Na época as emissoras de televisão mais conhecidas eram a [[TV Tupi]], a [[TV Excelsior]] e a [[TV Record]].
 
Financiado pelo governo e por empresas privadas, o IPES montou uma extensa rede de informações. Os arquivos, gravações telefônicas e documentos levantados nessa época formaram dossiês posteriormente transferidos para o [[Serviço Nacional de Informações]] (SNI), criado em 1964 e também idealizado e dirigido pelo general Golbery, até ser substituído em 1967, pelo futuro presidente Emílio Garrastazu Médici. O SNI teve grande influência em todo o regime militar.
Linha 96:
Em 1966, o general escreveu uma obra intitulada Geopolítica do Brasil, de grande destaque entre a comunidade de informações nacional e internacional.
 
Em 1967, Golbery do Couto e Silva assumiu uma vaga de ministro do [[Tribunal de Contas da União]] e, em 1974, no governo [[Ernesto Geisel|Geisel]], tornou-se chefe da [[Casa Civil (Brasil)|Casa Civil da Presidência da República]], cargo que manteve com a posse do novo presidente, [[João Figueiredo]]. Ali teve influência no nascimento dos novos partidos. Foi ele quem excogitou e conduziu a reforma partidária de 1979. Nasceram ali, além do PDS que sucedeu à [[Aliança Renovadora Nacional|Arena]], o [[Movimento Democrático Brasileiro (1980)|PMDB]] liderado por [[Ulysses Guimarães]], o [[Partido dos Trabalhadores|PT]] por [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]], o [[Partido Popular (Brasil)|PP]] por [[Tancredo Neves]], o [[Partido Trabalhista Brasileiro|PTB]], previamente entregue a [[Ivete Vargas]] pelo próprio chefe da Casa Civil, e o [[Partido Democrático Trabalhista|PDT]] de [[Leonel Brizola]]. O propósito era dividir a oposição, unida debaixo da sigla do MDB. De saída, Golbery conseguiu seu propósito. Demitiu-se, porém, depois das bombas do atentado no [[Riocentro]] no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], que, embora tenha fracassado, pôs em risco a vida de milhares de civis além de representar retrocesso em relação à postura que defendeu e tentou implementar desde Geisel; por saber da participação de militares comandados pela linha dura. Não teve influência suficiente sobre Figueiredo para alijar de vez os membros da linha dura. No entanto, permaneceu como condutor de conversas com a “oposição responsável”, principalmente Tancredo Neves e [[Thales Ramalho]], para o complemento da transição para volta à democracia.
 
Foi apelidado de "O Bruxo" por sua notável capacidade de articulação e inteligência, e também de o "Mago da Abertura" por parte da imprensa brasileira; sendo denominado pelo jornalista [[Elio Gaspari]] como "O Feiticeiro" em sua obra "[[As Ilusões Armadas]]". Foi, ainda, apontado pelo cineasta baiano [[Glauber Rocha]] como "O Gênio da Raça".
Linha 108:
== Bibliografia ==
 
* {{Citecitar web|titletítulo=Benfeitor em Rio Grande, malfeitor no Brasil|workobra=Observatório da Imprensa|datedata=2011-09-05|url=http://observatoriodaimprensa.com.br/voz-dos-ouvidores/benfeitor-em-rio-grande-malfeitor-no-brasil/|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}
* {{Citecitar web|titletítulo=Histórias de tirar o sono|workobra=Observatório da Imprensa|datedata=2011-09-27|url=http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/historias-de-tirar-o-sono/|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}
 
<br />{{Começa caixa}}