História do Rio Grande do Sul: diferenças entre revisões

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Quando Borges subiu ao poder o Rio Grande do Sul já tinha cerca de um milhão de habitantes. Castilhos ainda regia a política estadual como chefe do PRR, e indicou Borges mais uma vez para Presidente ao fim do primeiro mandato. Enquanto Castilhos era uma figura carismática, Borges construiu uma imagem de discrição e modéstia, não apreciava ostentação nem publicidade pessoal, mas manteve da mesma forma que seu mentor uma rédea curta no sistema de poder e foi outro eficiente administrador, cujo lema era ''"nenhuma despesa sem receita"''. Reorganizou o sistema de impostos e terminou a reforma do [[Judiciário]] iniciada por Castilhos, incentivou a produção dos imigrantes e a pequena indústria, apoiou a melhoria nos serviços municipais expandindo redes de água, luz e esgoto, estatizou ferrovias e o porto de Rio Grande. Manteve uma relação distante com o governo federal, e por isso o estado acabou sendo prejudicado com um sempre magro repasse de verbas.<ref name="COSTA"/>
 
Quando ia concorrer a um terceiro mandato a oposição apresentou um adversário de peso, e Borges teve de encontrar um outro nome, [[Carlos Barbosa Gonçalves|Carlos Barbosa]], que acabou vencedor, fazendo um governo de continuidade. Na eleição seguinte Borges retornou ao governo, conseguindo se reeleger uma quarta vez, e realizou mais uma administração importante. Enfrentou uma das maiores ondas de [[greve]]s da história do estado, mas foi conciliador com os grevistas. Aumentou os salários dos funcionários públicos e decretou medidas protecionistas para produtos essenciais como o feijão, arroz e banha. Mas teve de pedir um substancial empréstimo externo para financiar seu intenso programa de obras públicas. Em Porto Alegre ele foi um dos motores de uma febre construtiva que reformulou o perfil da paisagem urbana, sendo erguidos muitos prédios públicos de grande luxo e realizadas várias obras de urbanização, já que a cidade deveria ser ''"o cartão de visitas do Rio Grande"''. Diversas cidades do interior nessa época já ultrapassavam os dez mil habitantes onde se multiplicavam os negócios e a sociedade formava uma nova estratificação. Bagé, Uruguaiana, Caxias do Sul, Rio Pardo, bem como a capital há mais tempo, já imitavam os hábitos requintados dos pelotenses, desfrutando de cafés, salas de [[cinema]] e [[teatro]], e lazeres diversificados.<ref name="COSTA"/><ref name="MACEDO">Macedo, Francisco Riopardense de. ''Porto Alegre: Origem e Crescimento''. Porto Alegre: Prefeitura Municipal, 1999</ref>
 
[[Imagem:Carvoeiros-do-rs.jpg|thumb|Carvoeiros, início do século XX. Acervo do [[Museu do Carvão]].]]