Projeto Manhattan: diferenças entre revisões

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=== Minério ===
[[Ficheiro:Shinkolobwe mine.jpg|miniaturadaimagem|A mina de urânio Shinkolobwe da UMHK perto de [[Likasi|Jadotville]] nos anos 1940 - forneceu urânio para o Projeto Manhattan e usado na fabricação de bombas atômicas Nagasaki e Hiroshima.]]
A matéria-prima essencial para o projeto foi o urânio, o qual foi utilizado como combustível para os reatores, com a alimentação que foi transformada em plutónio, e, na sua forma enriquecida, na própria bomba atômica. Havia quatro grandes depósitos conhecidos de urânio em 1940: no [[Colorado]], norte do [[Canadá]], [[Jáchymov|Joachimstal]] na [[Checoslováquia]], e no [[Congo Belga]].<ref>{{harvnb|Smyth|1945|p=39}}.</ref> Todos menos Joachimstal estavam nas mãos dos aliadas. Uma pesquisa em novembro de 1942 determinou que quantidades suficientes de urânio estavam disponíveis para satisfazer os requisitos do projeto.<ref>{{harvnb|Smyth|1945|p=92}}.</ref> Nichols organizou com o [[Departamento de Estado dos Estados Unidos|Departamento de Estado]] os controles de exportação para ser colocado com o [[óxido de urânio]] e a negociação para a compra de {{Formatnum|1200}} t de minério de urânio do Congo Belga que estavam sendo armazenados em um depósito em [[Staten Island]]. Ele negociou com a ''Eldorado Gold Mines'' para a compra de minério de sua mina em Port Hope, Ontário, e a sua transferência em lotes de 100 toneladas. O governo canadense, posteriormente, comprou as ações da empresa até que adquiriu uma participação de controle.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=85–86}}.</ref>
 
A matéria-prima essencial para o projeto foi o urânio, o qual foi utilizado como combustível para os reatores, com a alimentação que foi transformada em plutónio,plutônio e, na sua forma enriquecida, na própria bomba atômica. Havia quatro grandes depósitos conhecidos de urânio em 1940: no [[Colorado]], no norte do [[Canadá]], em [[Jáchymov|Joachimstal]] na [[Checoslováquia]], e no [[Congo Belga]].<ref>{{harvnb|Smyth|1945|p=39}}.</ref> Todos, menos Joachimstal, estavam nas mãos dos aliadasAliados. Uma pesquisa em novembro de 1942 determinou que quantidades suficientes de urânio estavam disponíveis para satisfazer os requisitos do projeto.<ref>{{harvnb|Smyth|1945|p=92}}.</ref> Nichols organizou com o [[Departamento de Estado dos Estados Unidos|Departamento de Estado]] os controles de exportação para ser colocado com o [[óxido de urânio]] e a negociação para a compra de {{Formatnum|1200}} t de minério de urânio do Congo Belga, que estavam sendo armazenados em um depósito em [[Staten Island]]. Ele negociou com a ''Eldorado Gold Mines'' para a compra de minério de sua mina em Port Hope, [[Ontário]], e a sua transferência em lotes de 100 toneladas. O governo canadense, posteriormente, comprou as ações da empresa até que adquiriuadquirir uma participação de controlemajoritária.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=85–86}}.</ref>
A mais rica fonte de minério foi a mina [[Shinkolobwe]] no Congo Belga, mas foi inundada e fechada. Nichols tentou em vão negociar a sua reabertura com [[Edgar Sengier]], o diretor da empresa proprietária da mina, ''[[Union Minière du Haut Katanga]]'' (UMHK).<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=295}}.</ref> A questão foi retomada pelo Comitê de Política Combinada. 30% das ações da ''UMHK'' eram controladas por interesses britânicos, os britânicos assumiram a liderança nas negociações. Sir [[John Anderson, 1º Visconde de Waverley|John Anderson]] e o embaixador [[John Gilbert Winant]] elaboraram um acordo com Sengier e o governo belga em maio de 1944 para a mina ser reaberta e 1.750 t de minério serem fornecidas.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=285–288}}.</ref> Para evitar a dependência de britânicos e canadenses para o minério, Groves também organizou a compra de estoques de ''US Vanadium Corporation's'' em [[Uravan (Colorado)|Uravan]], [[Colorado]]. A mineração de urânio do Colorado rendeu cerca de 810 t de minério.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=291–292}}.</ref>
 
A mais rica fonte de minério foi a mina [[Shinkolobwe]], no Congo Belga, mas ela foi inundada e fechada. Nichols tentou em vão negociar a sua reabertura com [[Edgar Sengier]], o diretor da empresa proprietária da mina, a ''[[Union Minière du Haut Katanga]]'' (UMHK).<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=295}}.</ref> A questão foi retomada pelo Comitê de Política Combinada. 30% das ações da ''UMHK'' eram controladas por interesses britânicos, os britânicosque assumiram a liderança nas negociações. Sir [[John Anderson, 1º Visconde de Waverley|John Anderson]] e o embaixador [[John Gilbert Winant]] elaboraram um acordo com Sengier e o governo belga em maio de 1944 para a mina ser reaberta e 1.750 t de minério serem fornecidas.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=285–288}}.</ref> Para evitar a dependência de britânicos e canadenses para o minério, Groves também organizou a compra de estoques de ''US Vanadium Corporation's'' em [[Uravan (Colorado)|Uravan]], [[Colorado]]. A mineração de urânio do Colorado rendeu cerca de 810 t de minério.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=291–292}}.</ref>
''Mallinckrodt Incorporated'', em St. Louis, Missouri, pegou o minério bruto e dissolveu em [[ácido nítrico]] para produzir [[nitrato de uranilo]]. [[Éter]] foi adicionado, em seguida, um processo de [[extração líquido-líquido]], para separar as impurezas do nitrato de uranilo. Foi depois aquecida para formar [[trióxido de urânio]], que foi reduzida ao [[dióxido de urânio]] puro.<ref>{{harvnb|Ruhoff|Fain|1962|pp=3–9}}.</ref> Em julho de 1942, Mallinckrodt estava produzindo uma tonelada de óxido altamente puro por dia, mas transformar isso em urânio metálico inicialmente mostrou-se mais difícil para os contratantes da [[Westinghouse Electric Corporation|''Westinghouse'']] e ''Metal Hydrides''.<ref>{{harvnb|Hoddeson|Henriksen|Meade|Westfall|1993|p=31}}.</ref> A produção era muito lenta e a qualidade era inaceitavelmente baixa. Um ramo especial do Laboratório Metalúrgico foi estabelecido em [[Universidade Estadual de Iowa|''Iowa State College'']], em Ames, Iowa, sob [[Frank Spedding]] para investigar alternativas, e seu processo de Ames tornou-se disponível em 1943.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=87–88}}.</ref>
 
''Mallinckrodt Incorporated'', em St. Louis, Missouri, pegou o minério bruto e dissolveu em [[ácido nítrico]] para produzir [[nitrato de uranilo]]. [[Éter]] foi adicionado, em seguida, um processo de [[extração líquido-líquido]], para separar as impurezas do nitrato de uranilo. Foi depois aquecidao composto foi aquecido para formar [[trióxido de urânio]], que foi reduzidareduzido ao [[dióxido de urânio]] puro.<ref>{{harvnb|Ruhoff|Fain|1962|pp=3–9}}.</ref> Em julho de 1942, Mallinckrodt estava produzindo uma tonelada de óxido altamente puro por dia, mas transformar isso em urânio metálico inicialmente mostrou-se mais difícil para os contratantes da [[Westinghouse Electric Corporation|''Westinghouse'']] e ''Metal Hydrides''.<ref>{{harvnb|Hoddeson|Henriksen|Meade|Westfall|1993|p=31}}.</ref> A produção era muito lenta e a qualidade era inaceitavelmente baixa. Um ramo especial do Laboratório Metalúrgico foi estabelecido empara investigar alternativas na [[Universidade Estadual de Iowa|''Iowa State College'']], em Ames, Iowa, sob o comando de [[Frank Spedding]]. paraO investigarprocesso alternativas,criado e seu processo deem Ames tornou-se disponível em 1943.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=87–88}}.</ref>
 
{{Galeria
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O urânio natural é composto de 99,3% de urânio-238 e 0,7% de urânio-235, mas apenas o 235 é [[Material físsil|físsil]]. A química idêntica do urânio-235 tem que ser fisicamente separada do isótopo mais abundante. Vários métodos foram considerados para o enriquecimento de urânio, a maioria dos quais foi realizado em Oak Ridge.<ref>{{harvnb|Smyth|1945|pp=154–156}}.</ref>
 
A tecnologia mais óbvia, a centrífuga, não conseguiu, mas dea separação electromagnética, a difusão gasosa, e as tecnologias de difusão térmica foram todostodas bem sucedidossucedidas e contribuíram para o projeto. Em fevereiro de 1943, Groves surgiu com a ideia de usar a saída de algumas usinas como a entrada para outras.<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=157}}.</ref>
 
[[Imagem:{{panorama|Clinton Engineer Works.png|thumb|center|700px|Oak Ridge recebeu várias tecnologias de separação de urânio. A usina de separação eletromagnética Y-12 está no canto superior direito. A usinas K-25 e K-27 de difusão gasosa estão no canto inferior esquerdo, perto da usina S-50 de difusão térmica. (A X-10 foi para a produção de plutônio.)]]}}
 
==== Centrífugas ====
O processo de centrifugação foi considerado como o método de separação promissor apenas em abril de 1942.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=22–23}}.</ref> [[Jesse Beams]] tinha desenvolvido esse processo, na [[Universidade da Virgínia]], durante a década de 1930, mas tinha encontrado dificuldades técnicas. O processo exigia altas velocidades de rotação, mas, em determinadas velocidades, vibrações harmônicas desenvolvidas que ameaçavaameaçavam rasgarquebrar a máquina. Era, portanto, necessário para acelerar rapidamente através dessas velocidades. Em 1941, ele começou a trabalhar com [[hexafluoreto de urânio]], conhecido apenas como o composto gasoso de urânio, e foi capaz de separar o urânio-235. Na Universidade de Columbia, Urey teve que investigar o processo de Cohen, e produziu um corpo deuma teoria matemática que permite criar um aparelho de separação por centrífuga, que a ''Westinghouse'' se comprometeu a construir.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|p=30}}.</ref>
 
Dimensionar uma fábrica de produção apresentoumostrou ser um desafio técnico formidável. Urey e Cohen estimaram que a produção de um quilo de urânio-235 por dia exigiria até 50.000 centrífugas com rotores de 1 metro, ou 10.000 centrífugas com rotores de 4 metros, assumindo que rotores de 4 metros de altura poderiam ser construídos. A perspectiva de manter tantos rotores operando continuamente em alta velocidade parecia difícil,<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|p=64}}.</ref> e, quando Beams usou seu aparato experimental, obteve apenas 60% do rendimento previsto, o que indicaindicou que mais centrífugas seriam necessárias. Beams, Urey e Cohen, em seguida, começaram a trabalhar em uma série de melhorias que prometeramprometiam aumentar a eficiência do processo. No entanto, as falhas frequentes de rotores, eixos e rolamentos em altas velocidades atrasavam o trabalho nas usinas.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=96–97}}.</ref> Em novembro de 1942, o processo de centrifugação foi abandonado pelo Comitê de Política Militar, que seguindoseguiu uma recomendação de Conant, Nichols e August C. Klein da ''Stone & Webster''.<ref>{{harvnb|Nichols|1987|p=64}}.</ref>
 
==== Separação electromagnéticaeletromagnética ====
A separação isotópica electromagnéticaeletromagnética foi desenvolvida por Lawrence no Laboratório de Radiação da Universidade da Califórnia. Este método emprega dispositivos conhecidos como [[calutron]]s, um híbridohíbridos do [[Espectrometria de massa|espectrómetroespectrômetro de massa]] padrão de laboratório e [[cíclotron]]. O nome foi derivado das palavras "Califórnia", "universidade" e "cíclotron".<ref name="Jones, pp. 117-119">{{harvnb|Jones|1985|pp=117–119}}.</ref> No processo electromagnéticoeletromagnético, um campo magnético desvia as partículas carregadas de acordo com a massa.<ref>{{harvnb|Smyth|1945|pp=164–165}}.</ref> O processo não era nem cientificamente elegante nem industrialmente eficiente.<ref name="Fine & Remington, p. 684">{{harvnb|Fine|Remington|1972|p=684}}.</ref> Em comparação com uma usina de difusão gasosa ou de um reator nuclear, uma usina de separação electromagnéticaeletromagnética iria consumir mais materiais raros, exigia mais mão de obra para operar, e custamcustava mais para construirser construída. No entanto, o processo foi aprovado porque foi baseado em uma tecnologia comprovada e, portanto, representava menos riscos. Além disso, elaele podepôde ser construída em várias fases, e atingir rapidamente a capacidade industrial.<ref name="Jones, pp. 117-119" />
 
[[Imagem:Oak Ridge Y-12 Alpha Track.jpg|leftesquerda|thumb|300px|A esteira de rolagem da Alpha I na Y-12.]]
Marshall e Nichols descobriram que o processo de separação isotópica eletromagnética exigiria 5.000 toneladas de cobre, que estava desesperadamente em falta. No entanto, a prata poderia ser a substituta, numa proporção 11:10. Em 3 de agosto de 1942, Nichols se encontrou com o [[Subsecretário do Tesouro dos Estados Unidos|subsecretário do tesouro]] [[Daniel W. Bell]] e pediu a transferência de 6.000 toneladas de lingotes de prata a partir do ''West Point Depository''. "Jovem", Bell disse a ele, "você pode pensar em prata como toneladas, mas o Tesouro vai sempre pensar da prata em [[onça-troy]]!"<ref>{{harvnb|Nichols|1987|p=42}}.</ref> Eventualmente, foram utilizados 14.700 toneladas.<ref name="Jones, p. 133" />
 
Marshall e Nichols descobriram que o processo de separação isotópica eletromagnética exigiria 5.000 toneladas de cobre, que estava desesperadamente em falta. No entanto, a prata poderia ser a substituta, numa proporção 11:10. Em 3 de agosto de 1942, Nichols se encontrou com o [[Subsecretário do Tesouro dos Estados Unidos|subsecretário do tesouro]] [[Daniel W. Bell]] e pediu a transferência de 6.000 toneladas de lingotes de prata a partir do ''West Point Depository''. "Jovem", Bell disse a ele, "você pode pensar em prata como toneladas, mas o Tesouro vai sempre pensar da prata em [[Onça (massa)|onça-troy]]!"<ref>{{harvnb|Nichols|1987|p=42}}.</ref> Eventualmente, foram utilizados 14.700 toneladas.<ref name="Jones, p. 133" />
Barras de prata de {{Formatnum|1000}} onças-troy (31&nbsp;kg) foram lançados para dentro dos biletes cilíndricos e levado para ''[[Phelps Dodge]]'' em Bayway, [[Nova Jersey]], onde foram [[Extrusão|extrudados]] em tiras de 15,9 milímetros de espessura, 76 milímetros de largura e 12 m de comprimento. Estes foram enrolados em bobinas magnéticas por ''[[Allis-Chalmers]]'' em [[Milwaukee]], [[Wisconsin]]. Após a guerra, todo o maquinário foi desmontado e limpo e as tábuas do assoalho sob a máquina foram cortados e queimados para recuperar pequenas quantidades de prata. No final, apenas 1/{{Formatnum|3600000}} foi perdido.<ref name="Jones, p. 133">{{harvnb|Jones|1985|p=133}}.</ref><ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|p=153}}.</ref> A última prata foi devolvida em maio de 1970.<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=67}}.</ref>
 
Barras de prata de {{Formatnum|1000}} onças-troy (31&nbsp;kg) foram lançados paralançadas dentro dos biletes cilíndricos e levadolevadas para ''[[Phelps Dodge]]'' em Bayway, [[Nova Jersey]], onde foram [[Extrusão|extrudadosextrudadas]] em tiras de 15,9 milímetros de espessura, 76 milímetros de largura e 12 m de comprimento. EstesEstas foram enroladosenroladas em bobinas magnéticas porpela ''[[Allis-Chalmers]]'' em [[Milwaukee]], [[Wisconsin]]. Após a guerra, todo o maquinário foi desmontado e limpo e as tábuas do assoalho sob a máquina foram cortados e queimados para recuperar pequenas quantidades de prata. No final, apenas 1/{{Formatnum|3600000}} foi perdido.<ref name="Jones, p. 133">{{harvnb|Jones|1985|p=133}}.</ref><ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|p=153}}.</ref> A última prata foi devolvida em maio de 1970.<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=67}}.</ref>
Responsável pela concepção e construção da usina de separação electromagnética, que passou a ser chamado [[Complexo de Segurança Nacional Y-12|Y-12]], foi atribuída a ''Stone & Webster'' pelo Comitê S-1 em junho de 1942. O projeto chamado por cinco unidades de processamento de primeira fase, conhecida como esteira de rolagem Alpha, e duas unidades de processamento final, conhecidas como esteiras de rolagem Beta. Em setembro de 1943 Groves autorizou a construção de mais quatro esteiras de rolagem, conhecida como Alpha II. A construção começou em fevereiro de 1943.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=126–132}}.</ref>
 
Responsável pela concepção e construção da usina de separação electromagnética,eeletromagnética que passou a ser chamadochamada [[Complexo de Segurança Nacional Y-12|Y-12]], foi atribuída a ''Stone & Webster'' pelo Comitê S-1 em junho de 1942. O projeto chamadoera composto por cinco unidades de processamento de primeira fase, conhecida como esteira de rolagem Alpha, e duas unidades de processamento final, conhecidas como esteiras de rolagem Beta. Em setembro de 1943, Groves autorizou a construção de mais quatro esteiras de rolagem, conhecidaconhecidas como Alpha II. A construção começou em fevereiro de 1943.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=126–132}}.</ref>
Quando a usina entrou em operação para testar a cronograma em outubro, os tanques de vácuo de 14 toneladas saiu do alinhamento por causa do poder dos ímãs, e teve que ser fixado de forma mais segura. Um problema mais grave surgiu quando as bobinas magnéticas iniciou o curto-circuito. Em dezembro, Groves ordenou um ímã a ser arrombado, e punhados de ferrugem foram encontrados no interior. Groves, em seguida, ordenou a demolição das esteiras de rolagem e os ímãs enviados de volta para a fábrica para limpeza. Uma fábrica de decapagem foi estabelecida no local para limpeza do tubos e acessórios.<ref name="Fine & Remington, p. 684" /> A segunda Alpha I não estava operacional até o final de janeiro de 1944, o primeiro Beta e o primeiro e terceiro Alpha I entrou em serviço em março, e o quarto Alpha I estava operacional em abril. A quarta esteiras de rolagem Alpha II foi concluída entre julho e outubro de 1944.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=138–139}}.</ref>
 
Quando a usina entrou em operação para testar ao cronograma em outubro, os tanques de vácuo de 14 toneladas saiusaíram do alinhamento por causa do poder dos ímãs, e tevetiveram que ser fixadofixados de forma mais segura. Um problema mais grave surgiu quando as bobinas magnéticas inicioutiveram oum curto-circuito. Em dezembro, Groves ordenou que um ímã a serfosse arrombado, e punhados de ferrugem foram encontrados noem seu interior. Groves, em seguida, ordenou a demolição das esteiras de rolagem e os ímãs foram enviados de volta para a fábrica para limpeza. Uma fábrica de decapagem foi estabelecida no local para limpeza do tubos e acessórios.<ref name="Fine & Remington, p. 684" /> A segunda Alpha I não estava operacional até o final de janeiro de 1944, oa primeiro Beta e oa primeiroprimeira e terceiroterceira Alpha I entrouentraran em serviço em março, eenquanto oa quartoquarta Alpha I estava operacional em abril. A quarta esteirasesteira de rolagem Alpha II foi concluída entre julho e outubro de 1944.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=138–139}}.</ref>
[[Imagem:Y12 Calutron Operators.jpg|thumb|300px|Operadoras em seus painéis de controle de calutron na Y-12. Gladys Owens, a mulher sentada em primeiro plano, não sabia no que ela tinha se envolvido até ver esta foto em um passeio público na instalação 50 anos mais tarde.<ref>{{citar web |url=http://smithdray1.net/angeltowns/or/go.htm |publicado=SmithDRay |título=The Calutron Girls |acessodata=16 de agosto de 2013}}</ref>]]
[[Eastman Chemical Company|''Tennessee Eastman'']] foi contratada para gerenciar Y-12 sobre o custo habitual mais taxa base fixa, com uma taxa de US${{Formatnum|22500}} por mês, mais US${{Formatnum|7500}} por esteira de rolagem para as primeiras sete esteiras de rolagem e US${{Formatnum|4000}} por esteira de rolagem adicional.<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=140}}.</ref> Os ''calutrons'' foram inicialmente operados por cientistas de Berkeley para remover erros e alcançar uma taxa de funcionamento razoável. Eles foram, então, entregues a operadoras treinadas da ''Tennessee Eastman'' que tinham apenas o ensino médio. Nichols comparou os dados de produção da unidade, e apontou a Lawrence que as jovens operadoras "caipiras" tinham desempenho superior de seus PhDs. Eles concordaram em uma corrida de produção e Lawrence perdeu, o impulso moral para os trabalhadores e supervisores da ''Tennessee Eastman''. As meninas foram "treinadas como soldados para não raciocinar o por quê", enquanto "os cientistas não poderiam abster-se de demorada investigação da causa de até mesmo pequenas oscilações dos mostradores."<ref>{{harvnb|Nichols|1987|p=131}}.</ref>
 
[[Imagem:Y12 Calutron Operators.jpg|thumb|300px|Operadoras em seus painéis de controle de calutron na Y-12. Gladys Owens, a mulher sentada em primeiro plano, não sabia no que ela tinha se envolvido até ver esta foto em um passeio público na instalação 50 anos mais tarde.<ref>{{citar web |url=http://smithdray1.net/angeltowns/or/go.htm |publicado=SmithDRay |título=The Calutron Girls |acessodata=16 de agosto de 2013}}</ref>]]
Y-12 inicialmente enriqueceu o urânio-235 conteúdo para entre 13% e 15%, e enviados os primeiros cem gramas deste para Los Alamos março de 1944. Apenas uma parte em {{Formatnum|5825}} da ração de urânio emergiu como produto final. Grande parte do resto estava espalhado sobre os equipamentos no processo. Esforços de recuperação extenuantes ajudaram a elevar a produção para 10% da ração de urânio-235 em janeiro de 1945. Em fevereiro, a esteira de rolagem Alpha começou a receber ração levemente enriquecida (1,4%), a partir da nova usina S-50 de difusão térmica. No mês seguinte, foi ainda maior (5%), ração a partir da usina K-25 de difusão gasosa. Em abril, K-25 estava produzindo urânio suficientemente enriquecido para alimentar diretamente as esteiras de rolagem Beta.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=143–148}}.</ref>
 
A empresa [[Eastman Chemical Company|''Tennessee Eastman'']] foi contratada para gerenciar a usina Y-12 sobre o custo habitual mais taxa base fixa, com uma taxa de US${{Formatnum|22500}} dólares por mês, mais US${{Formatnum|7500}} dólares por esteira de rolagem para as primeiras sete esteiras de rolagem e US${{Formatnum|4000}} dólares por esteira de rolagem adicional.<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=140}}.</ref> Os ''calutrons'' foram inicialmente operados por cientistas de Berkeley para remover erros e alcançar uma taxa de funcionamento razoável. Eles foram, então, entregues a operadoras treinadas da ''Tennessee Eastman'', que tinham apenas o ensino médio. Nichols comparou os dados de produção da unidade, e apontou a Lawrence que as jovens operadoras "caipiras" tinham desempenho superior ao de seus PhDs. Eles concordaram em uma corrida de produção e Lawrence perdeu, o que foi um impulso moral para os trabalhadores e supervisores da ''Tennessee Eastman''. As meninas foram "treinadas como soldados para não raciocinar o por quê", enquanto "os cientistas não poderiam abster-se de demorada investigação da causa de até mesmo de pequenas oscilações dos mostradores."<ref>{{harvnb|Nichols|1987|p=131}}.</ref>
 
A Y-12 inicialmente enriqueceu o urânio-235 conteúdo para entre 13% e 15%, e enviadosenviou os primeiros cem gramas deste para Los Alamos em março de 1944. Apenas uma parte em {{Formatnum|5825}} da raçãoalimentação de urânio emergiu como produto final. Grande parte do resto estava espalhado sobre os equipamentos no processo. Esforços de recuperação extenuantes ajudaram a elevar a produção para 10% da raçãoalimentação de urânio-235 em janeiro de 1945. Em fevereiro, a esteira de rolagem Alpha começou a receber ração levemente enriquecida (1,4%), a partir da nova usina S-50 de difusão térmica. No mês seguinte, foi ainda maior (5%), ração a partir da usina K-25 de difusão gasosa. Em abril, a K-25 estava produzindo urânio suficientemente enriquecido para alimentar diretamente as esteiras de rolagem Beta.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=143–148}}.</ref>
 
==== Difusão gasosa ====
O mais promissor, mas também o mais difícil, método de separação de isótopos era a difusão gasosa. A [[lei de Graham]] diz que a taxa de [[Efusão (química)|efusão]] de um gás é inversamente proporcional à raiz quadrada da sua [[massa molecular]], assim, em uma caixa que contenha uma membrana semi-permeávelsemipermeável e uma mistura de dois gases, as moléculas mais leves vão passar para fora do recipiente mais rapidamente do que as moléculas mais pesadas. O gás que sai do recipiente é ligeiramente enriquecidaenriquecido em moléculas mais leves, ao passo que o gás residual é pouco empobrecido. A ideia era de que tais caixas poderiam ser formadas numa cascata de bombeamento e de membranas, com cada uma das fases sucessivas que contêm uma mistura ligeiramente mais enriquecida. A pesquisa sobre o processo foi realizadorealizada na Universidade de Columbia por um grupo que incluía Harold Urey, Karl P. Cohen e [[John R. Dunning]].<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=30–32, 96–98}}.</ref>
 
[[Imagem:K-25 aerial view.jpg|thumb|left|300pxesquerda|Fábrica K-25 em Oak Ridge.]]
Em novembro de 1942, o Comitê de Política Militar aprovou a construção de uma usina de difusão gasosa de 600 estágios.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|p=108}}.</ref> Em 14 de dezembro, [[Kellogg, Brown and Root|M. W. Kellogg]] aceitou uma oferta para construir a usina, que recebeu o codinome K-25. Um contrato de custo mais taxa fixa foi negociada, eventualmente, totalizando US$2,5 milhões. A entidade empresarial separada chamada ''Kellex'' foi criada para o projeto, liderado por Percival C. Keith, um dos vice-presidentes da ''Kellogg''.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=150–151}}.</ref> O processo enfrentou dificuldades técnicas formidáveis. O gás [[hexafluoreto de urânio]], altamente corrosivo, teria de ser usado como um substituto, enquanto que os motores e bombas teriam que ser apertados e fechados sob vácuo no gás inerte. O maior problema é o desenho da barreira, o que tem que ser forte, poroso e resistente à corrosão por hexafluoreto de urânio. A melhor escolha para este parecia ser níquel. Edward Adler e Edward Norris criou uma barreira de malha de níquel galvanizado. A planta-piloto de seis estágios foi construída na Universidade de Columbia para testar o processo, mas o protótipo de Norris-Adler provou ser muito frágil. Uma barreira rival foi desenvolvida a partir de níquel pulverizado pela ''Kellex'', [[Bell Labs|''Bell Telephone Laboratories'']] e a ''Bakelite Corporation''. Em janeiro de 1944, Groves ordenou que a barreira da ''Kellex'' para ser produzida.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=154–157}}.</ref><ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=126–127}}.</ref>
 
Em novembro de 1942, o Comitê de Política Militar aprovou a construção de uma usina de difusão gasosa de 600 estágios.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|p=108}}.</ref> Em 14 de dezembro, a [[Kellogg, Brown and Root|M. W. Kellogg]] aceitou uma oferta para construir a usina, que recebeu o codinome K-25. Um contrato de custo mais taxa fixa foi negociada, eventualmente, totalizando US$2,5 milhões. A entidade empresarial separada chamada ''Kellex'' foi criada para o projeto, liderado por Percival C. Keith, um dos vice-presidentes da ''Kellogg''.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=150–151}}.</ref> O processo enfrentou dificuldades técnicas formidáveis. O gás [[hexafluoreto de urânio]], altamente corrosivo, teria de ser usado como um substituto, enquanto que os motores e bombas teriam que ser apertados e fechados sob vácuo no gás inerte. O maior problema é o desenho da barreira, o que tem que ser forte, poroso e resistente à corrosão por hexafluoreto de urânio. A melhor escolha para este parecia ser o [[níquel]]. Edward Adler e Edward Norris crioucriaram uma barreira de malha de níquel galvanizado. A planta-piloto de seis estágios foi construída na Universidade de Columbia para testar o processo, mas o protótipo de Norris-Adler provou ser muito frágil. Uma barreira rival foi desenvolvida a partir de níquel pulverizado pela ''Kellex'', [[Bell Labs|''Bell Telephone Laboratories'']] e a ''Bakelite Corporation''. Em janeiro de 1944, Groves ordenou que a barreira da ''Kellex'' para serfosse produzida.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=154–157}}.</ref><ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=126–127}}.</ref>
O projeto da ''Kellex'' para o K-25 pedia um prédio de quatro andares, uma estrutura de 800 m de comprimento em forma de U, contendo 54 prédios contíguos. Estes foram divididos em nove seções. Dentro destas células eram de seis fases. As células podem ser operadas de forma independente, ou consecutivamente numa seção. Similarmente, as seções podem ser operadas separadamente ou como parte de uma única cascata. Começou a ser construída, marcando o local de 2.0&nbsp;km<sup>2</sup> em maio de 1943. Trabalho sobre o edifício principal começou em outubro de 1943, e a planta-piloto de seis estágios estava pronta para a operação em 17 de abril de 1944. Em 1945, Groves cancelou os estágios superiores da usina, dirigidos pela ''Kellex'' em vez disso designou e construir uma unidade de alimentação lateral de 540 estágios, que ficou conhecida como K-27. Kellex transferiu a última unidade do contratante operacional, [[Union Carbide|''Union Carbide and Carbon'']], em 11 de setembro de 1945. O custo total, incluindo a usina K-27 concluída após a guerra, chegou a US$480 milhões.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=158–165}}.</ref>
 
O projeto da ''Kellex'' para oa K-25 pedia um prédio de quatro andares, uma estrutura de 800 m de comprimento em forma de U, contendo 54 prédios contíguos. Estes forameram divididos em nove seções. Dentro destas células eram dehaviam seis fases. As células podem ser operadas de forma independente, ou consecutivamente numa seção. Similarmente, as seções podem ser operadas separadamente ou como parte de uma única cascata. ComeçouEla começou a ser construída, marcando o local de 2.0&nbsp;km<sup>2</sup> em maio de 1943. TrabalhoO sobretrabalho ono edifício principal começou em outubro de 1943, e a planta-piloto de seis estágios estava pronta para a operação em 17 de abril de 1944. Em 1945, Groves cancelou os estágios superiores da usina, dirigidos pela ''Kellex'' em vez disso designou e construir uma unidade de alimentação lateral de 540 estágios, que ficou conhecida como K-27. Kellex transferiu a última unidade do contratante operacional, [[Union Carbide|''Union Carbide and Carbon'']], em 11 de setembro de 1945. O custo total, incluindo a usina K-27 concluída após a guerra, chegou a US$480 milhões.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=158–165}}.</ref>
 
A unidade de produção iniciou a operação em fevereiro de 1945 e, posteriormente, a qualidade do produto aumentou. Em abril de 1945, K-25 tinham atingido um enriquecimento de 1,1% e a saída da unidade de difusão térmica S-50 começou a ser utilizada como combustível. Alguns produtos produzidos no mês seguinte chegaram a quase 7% de enriquecimento. Em agosto, o último dos 2.892 estágios começaram a operar. K-25 e K-27 alcançaram todo o seu potencial no período pós-guerra, quando eclipsaram as demais usinas de produção e tornaram-se os protótipos para uma nova geração de usinas.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=167–171}}.</ref>
 
==== Difusão térmica ====
O processo de difusão térmica foi baseadabaseado na [[Teoria de Chapman-Enskog|teoria]] de [[Sydney Chapman]] e [[David Enskog]], o que explica que, quando uma mistura gasosa passa através de um gradiente térmico, a mais pesada tende a concentrar-se na extremidade fria, enquanto que a mais leve tende a ir para a extremidade quente. Uma vez que os gases quentes tendem a aumentar e os frios tendetendem a diminuir, isto pode ser usado como um meio de separação isotópica. Este processo foi demonstrado pela primeira vez por H. Clusius e G. Dickel na Alemanha, em 1938.<ref>{{harvnb|Smyth|1945|pp=161–162}}.</ref> Ele foi desenvolvido por cientistas da [[Marinha dos Estados Unidos]], mas não foi uma das tecnologias de enriquecimento inicialmente selecionadas para uso no Projeto Manhattan.<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=172}}.</ref>
{{Artigo principal|S-50 (Projeto Manhattan)}}
O processo de difusão térmica foi baseada na [[Teoria de Chapman-Enskog|teoria]] de [[Sydney Chapman]] e [[David Enskog]], o que explica que, quando uma mistura gasosa passa através de um gradiente térmico, a mais pesada tende a concentrar-se na extremidade fria, enquanto que a mais leve tende a ir para a extremidade quente. Uma vez que os gases quentes tendem a aumentar e os frios tende a diminuir, isto pode ser usado como um meio de separação isotópica. Este processo foi demonstrado pela primeira vez por H. Clusius e G. Dickel na Alemanha, em 1938.<ref>{{harvnb|Smyth|1945|pp=161–162}}.</ref> Ele foi desenvolvido por cientistas da [[Marinha dos Estados Unidos]], mas não foi uma das tecnologias de enriquecimento inicialmente selecionadas para uso no Projeto Manhattan.<ref>{{harvnb|Jones|1985|p=172}}.</ref>
 
[[Imagem:S50plant.jpg|thumb|300px|A S-50 é a usina do prédio escuro no canto superior esquerdo por trás da usina de Oak Ridge (com chaminés).]]
A Laboratório de Pesquisa Naval continuou a pesquisa sob a direção de Philip Abelson, mas houve muito pouco contato com o Projeto Manhattan, até abril de 1944, quando o capitão [[William Sterling Parsons]], o oficial naval que estava no comando do desenvolvimento de material bélico em Los Alamos, trouxe notícias do Oppenheimer sobre progressos encorajadores em experimentos da Marinha na difusão térmica. Oppenheimer escreveu a Groves, sugerindo que a produção de uma unidade de difusão térmica pode ser introduzida na Y-12. Groves criou uma comissão composta por [[Warren Lewis]], Eger Murphree e Richard Tolman para investigar a ideia, e estima-se que uma usina de difusão térmica custando US$3,5 milhões poderia enriquecer 50&nbsp;kg de urânio por semana para quase 0,9% de urânio-235. Groves aprovou sua construção em 24 de junho de 1944.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=175–177}}.</ref>
 
AO Laboratório de Pesquisa Naval continuou a pesquisa sob a direção de Philip Abelson, mas houve muito pouco contato com o Projeto Manhattan, até abril de 1944, quando o capitão [[William Sterling Parsons]], o oficial naval que estava no comando do desenvolvimento de material bélico em Los Alamos, trouxe notícias do Oppenheimer sobre progressos encorajadores em experimentos da Marinha nasobre difusão térmica. Oppenheimer escreveu a Groves, sugerindo que a produção de uma unidade de difusão térmica pode serfosse introduzida na Y-12. Groves criou uma comissão composta por [[Warren Lewis]], Eger Murphree e Richard Tolman para investigar a ideia, e estima-se que uma usina de difusão térmica, custandoao custo de US$3,5 milhões de dólares, poderia enriquecer 50&nbsp;kg de urânio por semana para quase 0,9% de urânio-235. Groves aprovou sua construção em 24 de junho de 1944.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=175–177}}.</ref>
Groves contratou a ''H. K. Ferguson Company'' de [[Cleveland]], [[Ohio]], para construir a usina de difusão térmica, que foi designada como S-50. Groves aconselhou, Karl Cohen e W. I. Thompson da ''[[Esso|Standard Oil]]'',<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=170–172}}.</ref> estimou que seriam necessários seis meses para construir. Groves deu a Ferguson apenas quatro. Projeto para a instalação de 2.142 de 48 metros de altura colunas de 15 m difusão organizados em 21 suportes de produção. Dentro de cada coluna havia três tubos concêntricos. Vapor, obtido a partir da vizinha central eléctrica K-25 a uma pressão de 100 libras por polegada quadrada (690 kPa) e à temperatura de 285&nbsp;°C, fluindo para baixo através de um tubo de 32&nbsp;mm com interior de níquel, enquanto a água a 68&nbsp;°C fluía para cima através do tubo de ferro externo. Separação isotópica ocorrida no gás hexafluoreto de urânio entre o níquel e tubos de cobre.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=178–179}}.</ref>
 
Groves contratou a ''H. K. Ferguson Company'' de [[Cleveland]], [[Ohio]], para construir a usina de difusão térmica, que foi designada como S-50. GrovesOs aconselhouconselheiros de Groves, Karl Cohen e W. I. Thompson, da ''[[Esso|Standard Oil]]'',<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=170–172}}.</ref> estimouestimaram que seriam necessários seis meses para construirterminar a construção. Groves deu a Ferguson apenas quatro meses. ProjetoO paraprojeto previa a instalação de 2.142 de 48 metroscolunas de altura colunasdifusão de 15 mmetros difusãode altura organizadosorganizadas em 21 suportes de produção. Dentro de cada coluna havia três tubos concêntricos. Vapor,O vapor era obtido a partir da vizinha central eléctricaelétrica vizinha, a K-25, a uma pressão de 100 libras por polegada quadrada (690 kPa) e à temperatura de 285&nbsp;°C, fluindo para baixo através de um tubo de 32&nbsp;mm com interior de níquel, enquanto a água a 68&nbsp;°C fluía para cima através do tubo de ferro externo. SeparaçãoA separação isotópica ocorridaocorria no gás hexafluoreto de urânio, entre o níquel e tubos de cobre.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=178–179}}.</ref>
O trabalho começou em 9 de julho de 1944, a S-50 entrou em operação parcialmente em setembro. Ferguson operava a usina através de uma subsidiária conhecida como ''Fercleve''. A usina produzia apenas 4,8&nbsp;kg de 0,852% de urânio-235, em outubro. Vazamentos limitaram a produção e forçaram desligamentos durante os meses seguintes, mas, em junho de 1945, produziu 5,770&nbsp;kg.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=180–183}}.</ref> Em março de 1945, todos os 21 suportes de produção estavam operando. Inicialmente, a produção da S-50 foi alimentada pela Y-12, mas a partir de março de 1945 os três processos de enriquecimento foram executados em série. S-50 se tornou a primeira fase, o enriquecimento de 0,71% para 0,89%. Este material foi alimentado no processo de difusão gasosa para a usina K-25, o que produziu um produto enriquecido em cerca de 23%. Este foi, por sua vez, introduzido na Y-12,<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=300–302}}.</ref> que impulsionou a cerca de 89%, suficiente para armas nucleares.<ref name="Hansen, p. 112">{{harvnb|Hansen|1995b|p=V-112}}.</ref>
 
O trabalho começou em 9 de julho de 1944, a S-50 entrou em operação parcialmenteparcial em setembro. Ferguson operava a usina através de uma subsidiária, conhecida como ''Fercleve''. A usina produzia apenas 4,8&nbsp;kg de 0,852% de urânio-235, em outubro. Vazamentos limitaram a produção e forçaram desligamentos durante os meses seguintes, mas, em junho de 1945, a usina produziu 5,770&nbsp;kg.<ref>{{harvnb|Jones|1985|pp=180–183}}.</ref> Em março de 1945, todos os 21 suportes de produção estavam operando. Inicialmente, a produção da S-50 foi alimentada pela Y-12, mas a partir de março de 1945 os três processos de enriquecimento foram executados em série. A S-50 se tornou a primeira fase, o enriquecimento de 0,71% para 0,89%. Este material foi alimentado no processo de difusão gasosa para a usina K-25, o que produziu umproduzia produto enriquecido em cerca de 23%. Este foi, por sua vez, era introduzido na Y-12,<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=300–302}}.</ref> que impulsionouenriquecia a cerca de 89%, suficiente para armas nucleares.<ref name="Hansen, p. 112">{{harvnb|Hansen|1995b|p=V-112}}.</ref>
 
=== Design do tipo da arma ===
{{Artigo principal|Little Boy}}
[[Imagem:Gun-type fission weapon en-labels thin lines.svg|thumb|left|300pxesquerda|Bomba nuclear ''Little Boy''.]]
 
Cerca de 50 quilos de urânio enriquecido a 89% de urânio-235 foram entregues a Los Alamos até julho de 1945.<ref name="Hansen, p. 112" /> Isto foi usado para criar uma [[Arma de fissão de tipo balístico|bomba balística de fissão]]., que Funcionafunciona por montagem mecânica de uma massa crítica de duas massas subcríticas de urânio-235: uma "bala" e um "alvo". Quando eles colidem, o polônio-berílio [[iniciador de nêutrons modulado]] de polônio-berílio iria produzir uma explosão de nêutrons, que iria iniciar uma reação em cadeia no urânio-235.<ref>{{harvnb|Hoddeson|Henriksen|Meade|Westfall|1993|pp=119, 254, 264–265}}.</ref> A configuração da massa crítica determina quanto do material físsil reage no intervalo entre a montagem e a dispersão e, portanto, o rendimento da bomba explosiva. MesmoCerca de 1% de fissão do material que resultaria numa bomba funcional, igualera equivalente a milhares de toneladas de explosivos potentes. Uma má configuração, ou a montagem lenta, iriapoderia libertar energia suficiente para dispersar rapidamente a massa crítica, e o rendimento seria muito reduzido, o que equivale apenas a algumas toneladas de explosivos potentes.<ref>{{harvnb|Hewlett|Anderson|1962|pp=234–235}}.</ref> O projeto da bomba foi conhecido por ser ineficiente e propenso a descarga acidental.<ref>{{harvnb|Hansen|1995b|pp=V–112–113}}.</ref>
 
O esforço de desenvolvimento da arma modelo foi realizado em Los Alamos por ''Parsons' O Division''. O grupo do [[Tenente-comandante (Estados Unidos)|tenente-comandante]] A. Francis Birch terminou o projeto, que se tornou a ''[[Little Boy]]'', em fevereiro de 1945.<ref>{{harvnb|Hoddeson|Henriksen|Meade|Westfall|1993|pp=248–249}}.</ref> Não havia urânio enriquecido disponível para um teste. ''Little Boy'' usou todo os 89% do urânio-235 enriquecido, juntamente com outros cerca de 50% enriquecido, com uma média de 85% de enriquecimento.<ref name="Hansen, p. 112" /> O método da arma foi consideradaconsiderado tão seguraseguro de trabalhar que nenhum teste foi considerado necessário, apesar de um extenso programa de testes de laboratório foiter sido realizado para certificar-se que as hipóteses fundamentais estavam corretas.<ref>{{harvnb|Hoddeson|Henriksen|Meade|Westfall|1993|pp=258–263}}.</ref>
 
== Plutônio ==