Sebastião José de Carvalho e Melo: diferenças entre revisões

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== A embaixada de Londres ==
[[Imagem:Marques e Irmaos.jpg|thumb|esquerda|Sebastião José e os seus irmãos, o [[Paulo António de Carvalho e Mendonça|Cardeal Inquisidor]] e o [[Francisco Xavier de Mendonça Furtado|Governador do Grão-Pará]].|247x247px]]
Do tio paterno, Paulo de Carvalho, herdou o [[morgado]] constituído por bens em [[Oeiras e São Julião da Barra|Oeiras]] e [[Sintra]]. Em [[1733]] foi nomeado Sócio da [[Real Academia Portuguesa da História]].<ref>{{citar web|url=http://www.arqnet.pt/dicionario/pombal1m.html|título=Sebastião José de Carvalho e Melo, 1.º conde de Oeiras e 1.º marquês de Pombal|data=|acessodata=5 de Fevereiro de 2015|publicado=Portugal - Dicionário Histórico|ultimo=|primeiro=}}</ref> Também através do tio terá conhecido o cardeal [[João da Mota e Silva|D. João da Mota]], primeiro-ministro, que o enviou para Londres para substituir, como embaixador, [[Marco António de Azevedo Coutinho]], a quem tratava carinhosamente por tio nas cartas que trocavam (mas parece que seriam somente primos). Aí chegou em outubro de [[1738]] com 39 anos. Terá sido esta a fase que mais ajudou a formar o seu espírito reformador. A [[Reino da Grã-Bretanha|Grã-Bretanha]] era uma sociedade culta, progressiva e liberal, o oposto do obscuro Portugal. Na altura o idioma usado na diplomacia europeia era o [[Língua francesa|francês]], pelo que o embaixador nunca aprendeu [[Língua inglesa|inglês]], socorrendo-se de intérpretes, como era habitual. Em [[1739]], com a [[Guerra da Orelha de Jenkins]] entre ingleses e espanhóis, logo seguida, em [[1742]], da [[Guerra da Sucessão Austríaca]]. Em ambas Portugal se manteve neutro e a Inglaterra participante activoativo. Essa neutralidade não dava direito aos ingleses de usarem as águas portuguesas, mas a Inglaterra abusava e desrespeitava o reino português atacando aí os navios espanhóis. O embaixador português debalde apresentava as reclamações. A primeira função de Carvalho<ref name=":3">{{Citar livro|url=http://archive.org/details/omarqusdepomba00azevuoft|titulo=O marquês de Pombal e a sua epoca|ultimo=Azevedo|primeiro=J. Lúcio de (João Lúcio)|data=1922-01-01|editora=Rio de Janeiro : Annuario do Brasil}}</ref> em Londres foi obter ajuda para as forças portuguesas na Índia, onde tinham perdido a ilha de [[Salsete]]. A Inglaterra não ajudou.
 
Em 1740, a Grã-Bretanha proibiu toda a exportação de trigo. Portugal foi afectadoafetado por esse corte no fornecimento e o embaixador português, mais uma vez, não conseguiu nada a favor de Portugal.
 
Uma das grandes pretensões de Portugal era a [[Colônia do Sacramento|Colónia de Sacramento]]. Carvalho apresentou a [[Robert Walpole]] o pedido para que o rei britânico, como fiador do [[tratado de Utrecht]], reconhecesse o direito de Portugal à colónia e que auxiliasse a expulsar os intrusos espanhóis. As constantes negativas e delongas nas respostas às suas solicitações e reclamações mostram a consideração que a Grã-Bretanha tinha por Portugal: uma dependência e não um aliado.
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Face a isto, a opinião de Carvalho era que "o inglês imagina (...) que nasceu para ser senhor dos cabedais do mundo".<ref name=":3" /> Opinava também negativamente sobre o parlamentarismo britânico, preferindo adoptar como modelos os estadistas franceses, nomeadamente [[Richelieu]]. Contudo reconhecia o espírito empreendedor britânico, a sua cobiça insaciável e a sua tenacidade no Oriente. A opinião negativa que tinha dos ingleses aplicava-se também aos inúmeros britânicos que viviam em Portugal. Considerava ele que os britânicos dominavam o comércio em Portugal, nomeadamente o do vinho, e que aqueles o falsificavam destruindo a fama do produto nacional. Eis os fundamentos da futura ideia da Companhia dos Vinhos. E também da sua preferência pelo comércio com as colónias portuguesas, pois considerava que Portugal poucos lucros obtinha com o comércio com o estrangeiro.
 
Foi em Londres que conheceu um ex-funcionário da [[Companhia Britânica das Índias Orientais|Companhia da Índias]] de nome Cleland. Das suas conversas surgiu a ideia de uma companhia idêntica para os domínios portugueses. Mas uma companhia que necessitaria de muito capital, que teria um retorno periclitante, não poderia singrar sem alguma protecçãoproteção ou privilégio. Eis o surgir da ideia de monopólio que mais tarde viria a usar em diversas situações.
 
Carvalho tinha grande preconceito contra os [[judeus]]. Considerava que estes usavam artifícios para extorquir dinheiro, passá-lo por Inglaterra a caminho da Holanda (para onde fugiram muitos judeus aquando da expulsão da Península Ibérica). Considerava ainda que estes tinham uma grande conspiração contra todos os países em que tinham sido perseguidos e a favor dos que os recebiam.