Anarcocomunismo: diferenças entre revisões

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A [[Espanha]] foi único país europeu onde o anarquismo comunista teve dificuldades em se estabelecer como corrente hegemônica do movimento libertário. A ''[[Federación de Trabajadores de la Región Española]]'' (FTRE), coletivista e bakuninista em suas origens, possuía cerca de 64 mil trabalhadores associados em 1882. A FTRE defendia o direito do trabalhador usufruir do produto total de seu trabalho e rejeitava o comunismo, considerando-o autoritário e chegando a defender a pequena propriedade individual. O sindicato seria a base da sociedade futura, e o caminho para a revolução social passava pela organização do movimento operário. A FTRE, portanto, rejeitava as táticas [[anarquismo insurrecionário|insurrecionárias]]. Logo surgiram militantes e grupos dissidentes da FTRE, como Martín Borrás, Emilio Hugas e os ''[[Los Desheredados|Desheredados]]'', advogando a violência revolucionária e a [[propaganda pelo ato]]. Esses grupos e militantes logo adotaram o anarquismo comunista em oposição ao coletivismo, passaram a se opor também ao sindicalismo, visto por eles como essencialmente reformista, e adotaram posições antiorganizacionistas. As controvérsias entre coletivistas e comunistas na Espanha, porém, foram permeadas mais por divergências no campo tático do que ideológico.{{Sfn|Turcato|2018|p=240}} Ao fim da década de 1880, militantes coletivistas de destaque, como [[Ricardo Mella]] e [[Fernando Tarrida del Mármol]], tentaram apaziguar as divergências e propuseram o "[[anarquismo sem adjetivos]]", numa tentativa de unir as duas tendências.{{Sfn|Turcato|2018|p=241}}
 
Já na década de 1890, o anarquismo comunista se tornou hegemônico e as posições coletivistas foram marginalizadas, e, consequentemente, o termo "anarquismo comunista" tornou-se quase um sinônimo de "[[anarquismo social]]", em contraste com o [[anarquismo individualista]].{{Sfn|Turcato|2018|p=241-242}} Desde então, as questões que mais têm causado dissenso entre os anarquistas são de fundo tático, e a distribuição dos frutos do trabalho na sociedade futura não tem sido motivo de grandes debates.{{Sfn|Turcato|2018|p=242}}
 
== Funcionalidade e teoria econômica ==