Batalha do Salado: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
→‎Desdobramentos: quais crueldades? Qual a fonte?
Linha 19:
 
== Antecedentes ==
[[Abul-HassanAbu Haçane Ali]], rei de [[Fez]] e de [[Marrocos]], aliado com o [[Reino de Granada|emir de Granada]], decidira reapossar-se a todo o custo dos domínios cristãos, e as forças muçulmanas já haviam entrado em acção contra [[Reino de Castela|Castela]].<ref name="Infopédia">{{citar web |url=http://www.infopedia.pt/$batalha-do-salado |título=Batalha do Salado |acessodata=29 de outubro de 2012 |data= |obra=Porto Editora |publicado=Infopédia }}</ref> A frota do [[prior do Crato|prior de S. João do Hospital]], almirante castelhano, que tentara opor-se ao desembarque dos mouros, foi completamente destroçada por uma tempestade, e esse desastre obrigou [[Afonso XI de Castela]] a humilhar-se, mandando pedir à esposa - a quem tanto desrespeitara com os seus escandalosos casos amorosos com [[Leonor de Gusmão]] - que interviesse junto de seu pai, o rei português [[Afonso IV de Portugal]], para que este enviasse uma esquadra de socorro.
 
Estava [[Maria de Portugal, Rainha de Castela|D. Maria]] recolhida num convento em [[Sevilha]] e, apesar dos agravos que sofrera, acedeu ao pedido. Todavia, Afonso IV, no intuito de humilhar ainda mais o genro, respondeu ao apelo dizendo, verbalmente, ao enviado da filha, que se o rei de Castela precisava de socorro o pedisse directamente. Vergando o seu orgulho ao peso das circunstâncias, Afonso XI de Castela repetiu pessoalmente - por carta - o pedido foi feito, e o soberano português enviou-lhe imediatamente uma frota comandada pelo almirante genovês [[Manuel Pessanha]] (ou Pezagno) e por seu filho Carlos. Mas era cada vez mais desesperada a situação de Afonso XI, a quem o papa censurava asperamente.
 
Além da frota portuguesa, Castela recebia um reforço de doze galés cedidas pelo rei de [[Aragão]], mas tudo isto nada era em comparação com o número incontável dos contingentes mouros. O [[rei de Granada]], [[Yusef-Abul-Hagiag]]{{lknb|Iúçufe|I|de Granada}}, tomou em Setembro de 1340, o comando das tropas, às quais pouco depois se juntou, em [[Algeciras]], um formidável exército sob as ordens de Abul-HassanAbu Haçane Ali. A ameaça muçulmana era apavorante. Os mouros, embora repelidos nas primeiras tentativas de ataque a [[Tarifa (Espanha)|Tarifa]], não deixavam prever a possibilidade de vantagens futuras para as hostes cristãs.
 
Reconhecendo quanto lhe seria útil a ajuda efectiva do rei de Portugal, Afonso XI de novo rogou a intervenção de D. Maria. Esta acedeu uma vez mais e foi-se encontrar com D. Afonso IV, em [[Évora]]. O soberano português atendeu as súplicas da filha, e logo esta foi dar a boa notícia a seu marido, que ansioso, a fora esperar a [[Juromenha]].
Linha 34:
No campo dos cristãos e dos muçulmanos tudo se dispunha para a batalha, que devia travar-se ao amanhecer do dia seguinte. A cavalaria castelhana, atravessando o Salado, iniciou a peleja. Logo saiu, a fazer-lhe frente, o ''escol'' da cavalaria muçulmana, não conseguindo deter o ataque. Quase em seguida avançou Afonso XI, com o grosso das suas tropas, defrontando então as inumeráveis forças dos mouros. Estava travada, naquele sector, a ferocíssima luta. O rei de Castela, cuja bravura não comportava hesitações, acudia aos pontos onde o perigo era maior, carregando furiosamente sobre os bandos árabes até os pôr em debandada.
 
Nessa altura a guarnição da praça de Tarifa, numa surtida inesperada para os mouros, caía sobre a retaguarda destes, assaltando o arraial de Abul-HassanAbu Haçane Ali e espalhando a confusão entre os invasores. No sector onde combatiam as forças portuguesas, as dificuldades eram ainda maiores, pois os mouros de Granada, mais disciplinados, combatiam pela sua cidade, sob o comando de Yusef-Abul-HagiagIúçufe I, que via em risco o seu reino. Mas D. Afonso IV, à frente dos seus intrépidos cavaleiros, conseguiu romper a formidável barreira inimiga e espalhar a desordem, precursora do pânico e da derrota entre os mouros granadinos. E não tardou muito que, numa fuga desordenada, africanos e granadinos abandonassem a batalha, largando tudo para salvar a vida. O campo estava juncado de corpos de mouros, vítimas da espantosa mortandade.<ref name="Infopédia"/>
 
O arraial, enorme, dos reis de Fez e de [[Granada (Espanha)|Granada]], com todos os seus despojos valiosíssimos em armas e bagagens, caiu finalmente em poder dos cristãos, que ali encontraram [[ouro]] e [[prata]] em abundância, constituindo tesouros de valor incalculável.<ref name="Infopédia"/> Ao fazer-se a partilha destes despojos, assim como dos prisioneiros, quis Afonso XI agradecer ao sogro, pedindo-lhe que escolhesse quanto lhe agradasse, tanto em quantidade como em qualidade.
 
Afonso IV, porém num dos raros gestos de desinteresse que praticou em toda a sua vida, só depois de muito instado pelo genro escolheu, como recordação, uma [[cimitarra]] cravejada de pedras preciosas e, entre os prisioneiros, um sobrinho do rei Abul-HassanAbu Haçane Ali. A [[1 de novembro]] ao princípio da tarde, os exércitos vencedores abandonaram finalmente o campo de batalha, dirigindo-se para Sevilha onde o rei de Portugal pouco tempo se demorou, regressando logo ao seu país.
 
== Desdobramentos ==