Homossexualidade: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Tim Cook 2009 cropped.jpg|thumb|esquerda|180px|Em outubro de 2014, [[Tim Cook]], o [[Chief Executive Officer|CEO]] da [[Apple]], tornou-se o primeiro CEO da [[Fortune 500]] a assumir-se homossexual publicamente.<ref>{{citar web|url = http://www.nbcnews.com/watch/nightly-news/apple-s-tim-cook-is-first-fortune-500-to-come-out-as-gay-350111811811|title = Apple's CEO Tim Cook Is First Fortune 500 to Come Out as Gay|publisher = NBC News|date = 31 de outubro de 2014|accessdate = 6 de novembro de 2014}}</ref>]]
 
Dados confiáveis quanto ao tamanho da população de homossexuais são informações valiosas para a política pública.<ref name=":15">{{Citar periódicoSfn|ultimo=Black|primeiro=Dan|ultimo2=Gates|primeiro2=Gary|ultimo3=Sanders|primeiro3=Seth|ultimo4=Taylor|primeiro4=Lowell|data=2000-05-01|titulo=Demographics of the gay and lesbian population in the United States: Evidence from available systematic data sources|url=https://doi.org/10.2307/2648117|jornal=Demography|lingua=en|volume=37|numero=2|paginaspp=139–154|doi=10.2307/2648117|issn=1533-7790}}</ref> Por exemplo, a demografia ajudaria no cálculo dos custos e benefícios das prestações de [[União de fato|parceria doméstica]], o impacto da legalização da [[Homoparentalidade#Adopção homoparental|adoção por homossexuais]] e o impacto da política ''[[Don't Ask, Don't Tell]]'' das [[Forças Armadas dos Estados Unidos]].<ref name{{Sfn|Black|2000|pp=":15" />139–154}} Além disso, o conhecimento do "tamanho da população homossexual é uma promessa para ajudar os cientistas sociais compreenderem uma ampla gama de questões importantes, questões sobre a natureza geral das escolhas do mercado de trabalho, a acumulação de capital humano, a especialização dentro das famílias, discriminação e as decisões sobre a localização geográfica."<ref name{{Sfn|Black|2000|pp=":15" />139–154}} Medir a prevalência da homossexualidade pode apresentar dificuldades.{{Sfn|LeVay|1996}} A pesquisa deve medir algumas características que podem ou não ser a definição de [[orientação sexual]]. A classe das pessoas com desejos pelo mesmo sexo pode ser maior do que a classe de pessoas que colocam esses desejos em prática, que por sua vez pode ser maior do que a classe de pessoas que se auto-identificam como gay/lésbica/bissexual.<ref name{{Sfn|Black|2000|pp=":15" />139–154}}
 
Em 1948 e 1953 [[Alfred Kinsey]] relatou que cerca de 46% dos indivíduos do sexo masculino tinha "reagido" sexualmente a pessoas de ambos os sexos ao longo de sua vida adulta e que 37% deles tinham tido pelo menos uma experiência homossexual.<ref>{{Citar periódicoSfn|ultimo=Kinsey|primeiro=Alfred C.|ultimo2=Pomeroy|primeiro2=Wardell R.|ultimo3=Martin|primeiro3=Clyde E.|data=|ano=2003|titulo=Sexual Behavior in the Human Male|url=|jornal=American Journal of Public Health|volume=93|numero=6|paginap=656|issn=0090-0036|acessodata=}}</ref> A metodologia de Kinsey foi criticada.<ref>{{citar periódico|ultimo=Leonhardt|primeiro=David|data=28 de julho de 2000|title=John Tukey, 85, Statistician; Coined the Word 'Software'|url=https://www.nytimes.com/2000/07/28/us/john-tukey-85-statistician-coined-the-word-software.html|journal=[[The New York Times]]|acessodata=}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.swlearning.com/quant/kohler/stat/biographical_sketches/bio15.1.html|titulo=Kohler Biographies|data=|acessodata=19 de maio de 2009|obra=www.swlearning.com|publicado=SW Learning|ultimo=|primeiro=}}</ref> Um estudo mais recente tentou eliminar o viés de amostragem, mas mesmo assim chegou a conclusões semelhantes.<ref>{{citar web|url=http://www.kinseyinstitute.org/publications/duberman.html#|titulo=Book Review by Martin Duberman|data=3 de novembro de 1997|acessodata=6 de julho de 2010|publicado=The Nation|ultimo=|primeiro=|wayb=20090111215816}}</ref>
 
As estimativas da ocorrência da homossexualidade exclusiva variam de um a vinte por cento da população, normalmente concluindo que há um pouco mais de homossexuais masculinos do que femininos.{{Sfn|Billy|1993|pp=52–60}}{{Sfn|Binson|1995|pp=245–254}}{{Sfn|Fay|1989|pp=338–348}}{{sfn|Johnson|1992|pp=410–412}}{{Sfn|Laumann|2000}}{{Sfn|Wellings|1994}}<ref name="aftenposten"/><ref name="guardianpoll"/>{{Sfn|McConaghy|2006|pp=161–174}}{{Sfn|Spira|1992|p=407–409}}{{Sfn|Bogaert|2004|p=33–37}}<ref name=Sell>{{citar periódico Sfn|author=Sell RL, Wells JA, Wypij D |title=The prevalence of homosexual behavior and attraction in the United States, the United Kingdom and France: results of national population-based samples 1995|journal=Arch Sex Behav |volume=24 |issue=3 |pagespp=235–48 |data=junho 1995 |pmid=7611844}}</ref>{{Sfn|Hite|1982}}{{Sfn|Janus|1994}}{{Sfn|Kinsey|1998}}{{Nota de rodapé|Essa obra foi criada originalmente em 1948, mas acabou sendo reimpressa em 1998, o ISBN original da obra é '''0-7216-5445-2'''}}
 
Estimativas da frequência de atividade sexual também podem variar de um país para outro. Um estudo de 1992 relatou que 6,1% dos homens no [[Reino Unido]] já teve uma experiência homossexual, enquanto na [[França]] o número foi de 4,1%.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Waite|primeiro=Teresa L.|data=1992-12-08|titulo=Sexual Behavior Levels Compared in Studies In Britain and France|url=https://www.nytimes.com/1992/12/08/science/sexual-behavior-levels-compared-in-studies-in-britain-and-france.html|jornal=The New York Times|lingua=en-US|issn=0362-4331}}</ref> Segundo uma pesquisa realizada em 2003, 12% dos noruegueses já tinham feito sexo homossexual.<ref name=aftenposten/> De acordo com uma sondagem de 2008, enquanto apenas 6% dos britânicos definem sua orientação sexual como homossexuais ou bissexuais, mais que o dobro (13%) dos britânicos já tiveram alguma forma de contato sexual com alguém do mesmo sexo.<ref name=guardianpoll/>
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== Homossexualidade e ciência ==
=== Biogenética ===
O neurobiólogo Roger Gorski, da [[Universidade da Califórnia]], EUA, fez experiências em laboratórios com ratos cujas fêmeas prenhas receberam [[testosterona]] - o [[hormônio]] sexual masculino - ainda em fase [[Útero|intra-uterina]]. Observou que, desde a primeira fase da vida, os filhotes do sexo feminino mostravam comportamentos masculinos, como gostos, brincadeiras mais agressivas além de sentirem-se mais atraídas por fêmeas.<ref name=":16">{{Citar periódicoSfn|ultimo=Woodson|primeiro=James C.|ultimo2=Balleine|primeiro2=Bernard W.|ultimo3=Gorski|primeiro3=Roger A.|data=2002|titulo=Sexual experience interacts with steroid exposure to shape the partner preferences of rats|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?cmd=Retrieve&db=PubMed&list_uids=12367568|jornal=Hormones and Behavior|volume=42|numero=2|paginaspp=148–157|issn=0018-506X|pmid=12367568|acessodata=11 de novembro de 2007}}</ref> O estudo, contudo, não foi conclusivo pois os filhotes do sexo masculino cujas fêmeas progenitoras receberam hormônios femininos ([[estradiol]] e [[progesterona]]) não desenvolveram significativas características femininas.<ref name{{Sfn|Woodson|2002|pp=":16" />148–157}}
 
No ramo da ciência da [[genética]] vários estudos têm sido realizados no sentido de investigar origens hereditárias para a homossexualidade. Um dos estudos mais conhecidos nesse sentido tenta estabelecer uma correlação entre a homossexualidade masculina com o gene Xq28.<ref>{{Citar periódicoSfn|ultimo=Hamer|primeiro=D. H.|ultimo2=Hu|primeiro2=S.|ultimo3=Magnuson|primeiro3=V. L.|ultimo4=Hu|primeiro4=N.|ultimo5=Pattatucci|primeiro5=A. M.|data=1993-07-16|titulo=A linkage between DNA markers on the X chromosome and male sexual orientation|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?db=PubMed&cmd=search&term=8332896&dopt=b|jornal=Science (New York, N.Y.)|volume=261|numero=5119|paginaspp=321–327|issn=0036-8075|pmid=8332896|acessodata=11 de novembro de 2007}}</ref> É efetivamente uma tese que coloca a homossexualidade não como uma opção ou estilo de vida, mas sim como resultado de uma variação genética. Considere-se, contudo, que existem estudos que contradizem a influência do gene Xq28 para explicar a homossexualidade.<ref>{{Citar periódicoSfn|ultimo=Rice|primeiro=G.|ultimo2=Anderson|primeiro2=C.|ultimo3=Risch|primeiro3=N.|ultimo4=Ebers|primeiro4=G.|data=1999-04-23|titulo=Male homosexuality: absence of linkage to microsatellite markers at Xq28|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?Db=pubmed&Cmd=ShowDetailView&TermToSearch=10213693&log$=activity|jornal=Science (New York, N.Y.)|volume=284|numero=5414|paginaspp=665–667|issn=0036-8075|pmid=10213693|acessodata=26 de janeiro de 2009}}</ref> Num novo estudo conduzido pela [[Korea Advanced Institute of Science and Technology|KAIST]] foi possível criar artificialmente o comportamento homossexual em ratas fêmeas através de uma manipulação genética. Nesse estudo alguns genes relacionados ao equilíbrio do hormônio [[estrogênio]] foram intencionalmente suprimidos verificando-se uma preferência homossexual estatisticamente relevante em relação a um grupo de controle, lançando novas dúvidas de que o comportamento homossexual em [[mamífero]]s possa ter um fator genético.<ref>{{citar web | titulo=Gene define preferência sexual de fêmeas de camundongo | url=http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/764497-gene-define-preferencia-sexual-de-femeas-de-camundongo.shtml | publicado=[[Folha online]] |data=9 de julho de 2010 | acessodata=13-9-2010}}</ref><ref>{{Citar periódicoSfn|ultimo=Park|primeiro=Dongkyu|ultimo2=Choi|primeiro2=Dongwook|ultimo3=Lee|primeiro3=Junghoon|ultimo4=Lim|primeiro4=Dae-sik|ultimo5=Park|primeiro5=Chankyu|data=2010-07-07|titulo=Male-like sexual behavior of female mouse lacking fucose mutarotase|url=https://doi.org/10.1186/1471-2156-11-62|jornal=BMC Genetics|volume=11|numero=1|paginas=62|doi=10.1186/1471-2156-11-62|issn=1471-2156|pmid=20609214|acessodata=13 de setembro de 2010}}</ref> A tese de que a homossexualidade pode ter origens genéticas tem sido usada bem como recusada tanto por aqueles que consideram a homossexualidade como algo negativo como os que consideram algo a defender.<ref>{{Citar web | titulo=Causas da Homossexualidade | url=http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl38.htm | data=2004 | autor=Drauzio Varella | acessodata=18-12-2007 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20080226205926/http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl38.htm# | arquivodata=26-02-2008 | urlmorta=yes }}</ref>
 
=== Psicologia ===