Fernando VII de Espanha: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
79a (discussão | contribs)
m Foram revertidas as edições de 177.38.249.56 para a última revisão de 2804:A44:FFA6:9600:50CA:8FA:C7D5:BB12, de 2019-04-02T02:05:39 (UTC)
Etiqueta: Reversão
Linha 50:
== Casamentos e filhos ==
Mesmo infeliz na política, foi ainda mais infeliz nos quatro casamentos.
* Casou por primeira vez em 6 de outubro de 1802 em [[Barcelona]] com sua prima tísica [[Maria Antónia de Nápoles|Maria Antónia Teresa]] (Caserta [[1784]]-[[1806]] morta de tuberculose em [[Aranjuez]]) de Bourbon-Sicília, Bourbon-Lorena ou Bourbon-Nápoles. Era princesa de Bourbon-Duas Sicílias, filha de Fernando IV de Nápoles mais tarde [[Fernando I das Duas Sicílias]] e de sua esposa a arquiduquesa [[Maria Carolina da Áustria]]. O casamento foi duplo, pois o [[Francisco I das Duas Sicílias|príncipe herdeiro das Duas Sicílias]] casava também com a irmã de Fernando, a infanta [[Maria Isabel de Bourbon|Maria Isabel]]. A noiva entrou em [[Madrid]] em grandes festas. Eram alianças para unir a Espanha e as Duas Sicílias no panorama internacional, quando o poder da França napoleônica aumentava. Ela sofreu dois [[aborto espontâneo|abortos espontâneos]] e morreu sem herdeiros.[[Ficheiro:Fernando VII y María Cristina de Borbón-Dos Sicilias.jpg|miniaturadaimagem|274x274px|Fernando VII e [[Maria Cristina das Duas Sicílias|Maria Cristina]] por Luís de la Cruz e Rios (1832)]]
*Casou por segunda vez em Madrid em 29 de setembro de 1816 com sua sobrinha a infanta de Portugal [[Maria Isabel de Bragança, Rainha de Espanha|Maria Isabel de Bragança]] (Queluz 1797-1818 de cesariana num difícil parto em Madrid) filha do rei D. [[João VI de Portugal|João VI]] com sua irmã [[Carlota Joaquina de Bourbon|Carlota Joaquina]]. Eram outra vez bodas duplas, pois o infante [[Carlos de Bourbon, Conde de Molina|Carlos Maria]], irmão do rei, casava com outra infanta de Portugal, [[Maria Francisca de Assis de Bragança|Maria Francisca]]. Chegaram a [[Cádiz]] vindas do [[Brasil]], onde a corte portuguesa estava sediada. Isabel tinha físico decepcionante, era gorda e sem dote (embora devido à situação de guerra com a França de Napoleão Bonaparte, todas as casas reais europeias estavam sem dinheiro). No entanto muito culta e detentora de extrema bondade. Foi a fundadora do [[Museu do Prado]], sendo recordada por esse facto por todos os espanhóis. Os monarcas tiveram duas filhas, mas infelizmente uma morreu aos 4 meses de idade e a outra nasceu morta. É recordada ainda hoje pelos espanhóis como a "rainha que morreu duas vezes".
#** [[Maria Isabel Luísa de Bourbon|Maria Isabel Luísa]] (1817-1818)
# **Maria Luísa Isabel (1818), natimorta.
* Casou por terceira vez em Madrid em 20 de outubro de 1819 com [[Maria Josefa da Saxónia]] (nascida em Dresden em 1803 e morta em 1829 em Aranjuez, aos 25 anos). Tinha 16 anos e era filha de [[Maximiliano, Príncipe Hereditário da Saxônia]] (1759-1838) e de [[Carolina de Parma|Carolina Maria de Parma]]. Casava de novo aos 34 anos, tinha gota, abusava do consumo do tabaco, a coroa não tinha herdeiro direto. As ruas de Madrid se adornaram para receber a noiva, criada num convento, o que desagradou ao rei. Recém saída do convento, viveram afastados. Mas ela viveu ainda dez anos casada, e no final da década de 1820 o rei ainda não tinha um herdeiro direto. Seu irmão o Infante Carlos Maria, mais reacionário ainda do que ele, já se sentia sobre o trono. Frustrou-se, e seus partidários, quando Fernando VII aos 45 anos, velho e doente, decidiu casar pela quarta vez.
* Casou em Madri em 11 de dezembro de 1829 com sua sobrinha a princesa de Bourbon-Duas Sicílias [[Maria Cristina de Bourbon]]-Nápoles, nascida em Palermo em 1806 e morta em 1878, filha de seu cunhado Francisco I e de sua irmã, a infanta Maria Isabel de Espanha - a que tinha uma indecente semelhança a [[Manuel Godoy]]. Era irmã da infanta [[Luísa Carlota das Duas Sicílias|Carlota de Nápoles]], casada com seu irmão o Infante D. [[Francisco de Paula de Bourbon|Francisco]]. Nasceu afinal uma filha e depois nasceu outra e por conselho da esposa, em 1830 o rei promulgou a [[Pragmática Sanção]], para que a filha primogênita pudesse herdar - e não seu irmão, o [[conde de Molina]]. A Sanção confirmava a revogação, por Carlos IV, da [[lei sálica]] introduzida na Espanha por [[Filipe V de Espanha|Filipe V]]. Maria Cristina seria regente a partir de 1830.
#** [[Isabel II de Espanha]] (1830-1904)
#** [[Luísa Fernanda de Bourbon|Infanta Luísa, Duquesa de Montpensier]] (1832-1897)
 
== Personalidade ==
===Aspecto e problemas físicos===
[[File:Fernando VII, de Vicente López (Banco de España).jpg|thumb|right|Retrato de Fernando VII do pintor [[Vicente López Portaña|Vicente López]] feito em 1828. Isto é descrito pelo historiador Emilio La Parra López: "Vestido como capitão geral, com todas as decorações importantes e o cetro na mão direita, o rei está sentado, com uma posição incomum na história espanhola de retratos reais, com a mão esquerda. empoleirado em livros colocados sobre uma mesa...Obesidade e as entradas afiadas no cabelo são muito evidentes." Essa tela, disse JL Díez, oferece "sem dúvida a imagem mais sincera do monarca entediado em sua idade madura". É também o do rei reformista, preocupado em impulsionar a economia do reino.]]
Não parece que o rei fosse fisicamente gracioso. Nos retratos de Fernando VII feitas por Goya e outros artistas é lógico que pensam que os artistas tentassem favorecer tanto quanto possível retratados. Ele é um homem [[obesidade|obeso]] com um lábio superior deprimido, menor prognatado mandíbula, em comparação nariz proeminente, grande, carnudo e curvado e olhos pequenos e estrabulares. Seus contemporâneos atribuíram a ele uma estatura "média", que por esses anos significa cerca de 165 cm. Ele sofria de [[gota]] (acredita-se que ele comia demais, especialmente carne vermelha) e diz-se que ele também sofria de hipertrofia genital, uma malformação que tornava as relações sexuais muito difíceis. A primeira esposa, [[Maria Antônia de Nápoles e Sicília]], escreveu como, sentindo-se enganada, quase desmaiou na primeira vez que viu Fernando VII, quando viu com horror que o menino feio do retrato era na verdade um pouco menos do que uma adesão. A princesa contou à mãe que os meses se passaram e que Fernando ainda não havia consumado seu casamento. Quando depois de quase um ano ele finalmente fez isso, a rainha [[Maria Carolina da Áustria|Maria Carolina]] escreveu: "Finalmente, ele já é um marido". Segundo Emilio La Parra López "Aparentemente, o que realmente desagradou Maria Antônia e, portanto, sua mãe, foi a falta de afeição do príncipe e sua [[Disfunção erétil|impotência sexual]]. Fernando era um jovem imaturo, afetado pela macrogenitosomia (desenvolvimento excessivo dos genitais), causa do aparecimento tardio das características sexuais secundárias; Ele não se barbeou até seis meses depois do casamento. Sua timidez acusada e sua ablação, que tanto incomodava sua esposa, incapacitavam-no a enfrentar uma situação imprevista para ele. Por outro lado, o rei também era um fumante inveterado de cigarros, o que o fez ter mau hálito.
 
Seu mais recente biógrafo, o historiador Emilio La Parra López, descreve-o como "um homem de estatura mediana, grande (em 1821 pesava 103 quilos...), sua obesidade aumentava com o tempo, circunstância que seu pintor favorito, [[Vicente López Portaña|Vicente Lopez]], não conseguia esconder. Nos excelentes retratos feitos por este artista, a crescente obesidade, queda de cabelo e envelhecimento prematuro do monarca, cuja aparência é cada vez mais inchada. Em todas as imagens, seja de Lopez ou de outros pintores, o [[Prognatismo]] de Fernando é evidente, com muitas características que se assemelham à [[Síndrome de Crouzon]]: face alongada e mandíbula superior deprimida, que é a causa do aparente aumento do tamanho da mandíbula (prognatismo) e da falta de oclusão dentária. Um jornalista estrangeiro que o encontrou em 1823 disse que o "deformidade" de seu rosto, especialmente manifestada no bojo de seu queixo e lábio inferior "que aparecem para fazer parte das facções superiores", que contou com um desproporcionalmente grande nariz. Mas ele também disse que ficou muito impressionado com "a mistura de inteligência, arrogância e fraqueza de seus olhos". Um oficial francês que também tratou o rei em pessoa sentiu "seu caráter brutal e até mesmo brutal [por trás disso] nada de boa aparência".
 
{{commonscat|Ferdinand VII of Spain}}