Alaiandê Xirê: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
JMGM (discussão | contribs)
Linha 18:
Nas palavras de Elke Lopes Muniz, "unindo membros dos candomblés e reconhecidos intelectuais e acadêmicos de inúmeras universidades do Brasil e do exterior", o festival já foi realizado em várias cidades, tendo como seus objetivos principais "debater questões diversas sobre os povos e comunidades tradicionais de matriz africana com ênfase naquelas relacionadas aos músicos sagrados dos candomblés de todas as nações".<ref name="Muniz"/> Segundo o pesquisador Rosenilton de Oliveira, desde sua origem o festival teve a preocupação de extrapolar a dimensão lúdica e religiosa e oferecer também uma visão crítica sobre identidade afro, a cultura, a política e a sociedade. Também "percebe-se que a intenção não é apagar a diversidade de expressões religiosas do campo afro, nem uniformizar, mas encontrar uma categoria ampla o suficiente para englobar todas as casas e que permita o diálogo com o poder público".<ref name="identidade">Oliveira, Rosenilton Silva de. ''A cor da fé: "identidade negra" e religião''. Doutorado. USP, 2017, pp. 53-66</ref>
 
De acordo com a pesquisadora Lisa Earl Castillo, o festival tem ampla repercussão na imprensa e entre o público universitário,<ref name="Castillo"/> além de atrair profissionais de diversas vertentes, como músicos, artistas, professores, antropólogos e sociólogos.<ref name="Senado"/> Um portal na internet oferece informação aos interessados. O Opô Afonjá foi o primeiro terreiro baiano a ter um portal na internet, e segundo Castillo tem despertado grande interesse entre os [[etnografia|etnógrafos]],. eAlém disso, "a posição privilegiada do Opô Afonjá nos textos etnográficos tem um paralelo na produção paraetnográfica. Na Bahia, a grande maioria dos textos de sacerdotes-autores provém do Opô Afonjá, [...] o terreiro mais elogiado na etnografia como modelo de autenticidade africana".<ref name="Castillo">Castillo, Lisa Earl. ''Entre a oralidade e a escrita: a etnografia nos candomblés da Bahia''. EDUFBA, 2008, p. 139</ref>
 
Em 2003 o então ministro da Cultura [[Gilberto Gil]] abriu o festival, louvando as tradições e a atuação de Mãe Stella. Na mesma ocasião foram entregues os Prêmios Xangô a pessoas que deram um apoio relevante à comunidade afro.<ref>parés, Luis Nicolau. "Xangô in Afro-Brazilian Religion". In: Tishken, Joel E.; Falola, Toyin; Akínyẹmí, Akíntúndé (eds). ''Ṣàngó in Africa and the African Diaspora''. Indiana University Press, 2009, p. 248-272 </ref> Em 2013 o festival foi premiado pelo [[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]], reconhecendo-o como um evento exemplar na "preservação, valorização e documentação do patrimônio cultural dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana".<ref>IPHAN. [http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1314/ "Prêmio Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana"].</ref> O festival hoje conta com o apoio do Instituto Alaiandê Xirê<ref name="identidade"/> e se tornou um evento de alcance nacional<ref>Campos, Zuleica Dantas Pereira. ''Os afro-descendentes do Ilê Obá Ogunté: espaços e deslocamentos híbridos''. Resumo. Unicap, 2011 </ref> e um dos maiores da cultura do candomblé.<ref name="Senado">[https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2004/09/03/rodolpho-tourinho-registra-evento-da-cultura-do-candomble "Rodolpho Tourinho registra evento da cultura do candomblé"]. Assessoria de Imprensa do Senado Federal, 03/09/2004</ref> Entrega anualmente o Troféu Alaiandê Xiré.<ref>Oliveira, Dennis de. [https://revistaforum.com.br/blogs/quilombo/nao-e-intolerancia-religiosa-e-sim-racismo-afirma-paulo-cesar-oliveira/ “Não é intolerância religiosa e sim racismo, afirma Paulo Cesar Oliveira"]. ''Revista Fórum'', 31/20/2013</ref>