Elias: diferenças entre revisões

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No século IX a.C., o [[Reino de Israel (monarquia unida)|Reino de Israel]], que havia sido unido pelo [[rei Salomão]], havia sido dividido em dois por seu filho, o rei Roboão: o [[Reino de Israel (Samária)|Reino de Israel]], no norte, e o [[Reino de Judá - Jerusalém|Reino de Judá]], no sul, que seguia mantendo a sede histórica de governo e foco da religião israelita no [[Templo de Jerusalém]]. [[Omri]], rei de Israel, manteve em prática políticas que datavam do reinado de [[Jeroboão]], contrárias às [[leis de Moisés]], que visavam reorientar o foco religioso para longe da cidade de [[Jerusalém]], encorajavam a construção de [[altar]]es e templos locais para a realização de [[sacrifício]]s, a indicação de [[sacerdote]]s que não pertenciam à família dos [[levitas]], e permitindo ou até mesmo encorajando a construção de templos dedicados ao deus [[Religião canaanita|canaanita]] [[Baal]].<ref>Kaufman, Yehezkel. "The Biblical Age." In Schwarz, Leo W. (ed.) ''Great Ages and Ideas of the Jewish People.'' Modern Library: Nova York. 1956. p. 53–56.</ref><ref>Raven, John H. ''The History of the Religion of Israel.'' Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1979. p. 281–281.</ref> Omri conseguiu uma situação doméstica segura através de uma aliança obtida com o casamento de seu filho, [[Acabe]], e a princesa [[Jezabel]], uma sacerdotisa de Baal, filha do rei de [[Sídon]], na [[Fenícia]].<ref>[[Salmo]] 45, por vezes visto como uma canção matrimonial para Acabe e Jezabel, e que pode aludir a esta união e seus problemas: "Ouve, filha, vê e presta atenção: esquece o teu povo e a casa de teu pai. De tua beleza se encantará o rei; ele é teu senhor, rende-lhe homenagens. Habitantes de Tiro virão com seus presentes, próceres do povo implorarão teu favor." (Salmo 45:10-12). Ver: Smith, Norman H. "I Kings." in [[George Arthur Buttrick|Buttrick, George A.]], et al. (eds.) ''The Interpreter's Bible: Volume 3.'' Nashville: Abingdon Press, 1982. p 144.</ref> Estas soluções trouxeram segurança e prosperidade econômica para Israel por algum tempo,<ref>Miller, J. M. e J. H. Hayes. ''A History of Ancient Israel and Judah.'' Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2006.</ref> porém não lograram obter paz com os profetas israelitas, que estavam interessados numa [[Código deuteronômico|interpretação deuteronômica]] rígida da lei mosaica.
 
Como rei, Acabe exarcebou estas tensões. Ele permitiu o culto a um deus estrangeiro dentro de seu próprio palácio, construindo ali um templo para Baal e permitindo que Jezabel trouxesse consigo um grande séquito de sacerdotes e profetas, tanto de Baal quanto de [[Aserá]], para seu país. Neste contexto, Elias é apresentado no [[Primeiro Livro dos Reis]] (17:1) como "Elias, o [[tesbita|tisbita]]". Ele alerta Acabe que se seguirão anos de uma [[seca]] tão catastrófica que nem mesmo o [[orvalho]] cairá, porque Acabe e sua rainha ocupavam o fim de uma fila de reis de Israel que teriam "feito o mal aos olhos do Senhor."
 
=== Primeiro e Segundo Livro de Reis ===
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Quando Acabe confronta Elias, ele se refere a ele como "o perturbador de Israel". Elias responde devolvendo a acusação a Acabe, afirmando que ele é que teria perturbado Israel ao permitir o culto a [[Falso deus|falsos deuses]]. Elias então repreende tanto o povo de Israel quanto Acabe por tolerar o culto a Baal. "Até quando claudicareis dos dois pés? Se o Senhor é Yauh, segui-o, mas se é Baal, segui a Baal!" (Primeiro Livro dos Reis, 18:21). "O povo nada respondeu." O termo hebraico traduzido como o verbo "claudicar" é o mesmo utilizado para "dançar" no versículo 26, utilizado para descrever a dança frenética dos profetas de Baal; Elias fala com uma ironia afiada: Israel, ao se envolver nesta ambivalência religiosa, estaria tomando parte numa "dança" religiosa fútil e selvagem.
 
Neste ponto Elias propõe um teste direto dos poderes de Baal e Yauh. O povo de Israel, 450 profetas de Baal e 400 profetas de [[Aserá]] são convocados ao [[Monte Carmel]]<nowiki/>o. Lá, dois altares são erguidos, um para Baal e um para Yauh, sobre os quais madeira é colocada. Dois bois são sacrificados e cortados em pedaços, que são colocados sobre a madeira. Elias pede então aos sacerdotes de Baal que orem para que o fogo acenda sob o sacrifício; eles oram de manhã até o meio-dia, sem sucesso. Elias ridiculariza seus esforços, e eles respondem cortando a si mesmos e derramando seu próprio sangue sobre o sacrifício (a mutilação do próprio corpo era estritamente proibida pela lei mosaica). Os sacerdotes continuam a orar até o anoitecer, sem sucesso.
 
Elias ordena então que o altar de Yauh seja encharcado com a água de quatro jarras grandes, derramadas por três vezes (18:33-34), ele pede a Yauh que aceite o sacrifício. O fogo do Senhor desce do céu, consumindo a água, o sacrifício e as pedras do altar. Elias aproveita-se da situação e ordena a morte dos sacerdotes de Baal, e em seguida, ora com furor para que a chuva volte a cair sobre a terra - o que acontece, simbolizando o fim da fome.