Cemitério dos Ingleses (Rio de Janeiro): diferenças entre revisões

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Em pouco tempo se tornou um local bucólico, atraindo proprietários para as terras vizinhas, que transformaram as imediações em uma área valorizada. Debruçado sobre a [[baía de Guanabara]], o cemitério serviu de cenário para vários artistas, que retrataram e descreveram suas belas paisagens. [[Maria Graham]], viajante e escritora inglesa, assim descreveu em seu diário o local, em [[29 de setembro]] de [[1823]]:
 
<small>''Fui hoje, a cavalo, ao cemitério protestante, na Praia da Gamboa, que julgo um dos lugares mais deliciosos que jamais contemplei, dominando lindo panorama em todas as direções. Inclina-se gradualmente para a estrada ao longo da praia; no ponto mais alto, há um belo edifício constituído por três peças: uma serve de lugar de reunião ou às vezes de espera para o pastor; uma de depósito para a decoração fúnebre do túmulo e o maior, que fica entre os dois, é geralmente ocupado pelo corpo durante as poucas horas (pode ser um dia e uma noite) que, neste clima, podem decorrer entre a morte e o enterro; em frente deste edifício ficam as várias pedras e urnas e os vãos monumentos que nós erguemos para relevar nossa própria tristeza; entre estes e a estrada, algumas árvores magníficas. Três lados deste campo são cercados por pedras ou grades de madeira. Na minha doença, muitas
entre estes e a estrada, algumas árvores magníficas. Três lados deste campo são cercados por pedras ou grades de madeira.[...] Na minha doença, muitas
vezes entristecia-me por não conhecer este cemitério. Estou agora satisfeita e, se a fraqueza que ainda me resta, atirar-me aqui, os muito poucos que
vierem ver onde jaz a amiga não sentirão o aborrecimento da prisão''</small>.<ref>http://www.brasiliana.com.br/brasiliana/colecao/obras/18/Diario-de-uma-viagem-ao-Brasil-e-de-uma-estada-nesse-pais-durante-parte-dos-anos-de-1821-1822-e-1823</ref>.''
 
A partir do [[Século XX]], com o aterramento para a construção do [[Porto do Rio de Janeiro]], a região perdeu a vista para o mar e o bucolismo que a caracterizava. Ao longo dos anos, toda Zona Portuária sofreu com a decadência, a industrialização e a favelização das imediações, tornando o acesso ao cemitério pouco seguro.