Macau: diferenças entre revisões

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Em 2001-2002, deu-se uma liberalização parcial do sector do jogo, devido ao fim do prazo da concessão do monopólio deste sector económico de tão grande importância à companhia de casinos de [[Stanley Ho]].<ref name="DICJ1">[http://www.dicj.gov.mo/PT/ História do Jogo na Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) da RAEM]</ref> Esta liberalização, aliado ao relaxamento das restrições de viagem aos residentes da [[China Continental]] pelo Governo Central e consequentemente ao desenvolvimento do [[turismo]] de Macau, causou um grande e acelerado crescimento económico jamais visto em Macau.
 
Mas, por detrás deste crescimento, criaram-se graves e alarmantes problemas sociais, como por exemplo o problema da [[inflação]] galopante, da [[mão- de- obra]] ilegal ou do excesso da importação (legal) de mão- de- obra barata e o alargamento do fosso entre os ricos e os pobres (em 2006, o [[coeficiente de Gini]] de Macau subiu para 0,48, sendo por isso a sua desigualdade da [[distribuição de renda]] mais acentuada do que, como por exemplo, na [[Singapura]], na [[Coreia do Sul]] ou até na [[China Continental]]<ref>{{zh}} [http://news.bbc.co.uk/chinese/trad/hi/newsid_7160000/newsid_7165400/7165442.stm ''Profile of China: The problems behind Macau's prosperity'' na BBC Chinese]</ref>).
 
Estes problemas, juntamente com a denúncia em 2006 de escandalosos casos de corrupção envolvendo o então Secretário das Obras Públicas Ao Man Long<ref>[http://sic.sapo.pt/online/noticias/mundo/20080130Ao+Man+Long+condenado+a+27+anos+de+prisao.htm Uma notícia sobre a sentença de Ao Man Long]</ref> e a falta de transparência do Governo da RAEM, fizeram com que se ocorresse em Macau vários protestos, principalmente em 2007. Os protestos mais recentes foram a 1 de maio de 2007 ([[Dia do Trabalhador]])<ref name="Clarim1">[http://www.oclarim.com.mo/ "A bomba-relógio que ninguém desmonta"; edição de 4 de maio de 2007 do semanário católico "O CLARIM"]</ref> e a 20 de dezembro de 2007, quando Macau celebrou os oito anos de aniversário do estabelecimento da RAEM. Neste último protesto, cerca de 1500 a 3500 pessoas saíram às ruas para lutarem por um sistema político mais democrático e com maior transparência, exigindo ao Governo a implementação total do [[sufrágio universal]] [[sufrágio directo|directo]] nas eleições para a [[Assembleia Legislativa de Macau]] e para o [[Chefe do Executivo de Macau]]. Lutavam também por uma maior independência das receitas do jogo e a introdução de medidas para a diminuição do fosso entre ricos e pobres.<ref name="Público1">Jornal [[Público (jornal)|Público]], dia 21 de dezembro de 2007 (1º Caderno, pág. 18, artigo ''Cerca de mil manifestantes em Macau exigem nas ruas mais democracia'', e suplemento ''[[Mundo à Sexta]]'', pág. 6, rubrica ''Aconteceu'': 5ª Feira, 20 de dezembro)</ref><ref name="JTM1">[http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=267403004 Artigo do "Jornal Tribuna de Macau" sobre esta manifestação].</ref><ref name="HISTMO">Todas as referências usadas para editar a secção "História" são as mesmas usadas para o artigo "[[História de Macau]]"</ref>
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Em 2006, cerca de 93,9% da população era de [[nacionalidade]] [[China|chinesa]], sendo a maioria dos restantes (6,1%) de nacionalidade [[portugueses|portuguesa]] (1,7%){{nota de rodapé|A grande maioria dos [[macaense]]s residentes em Macau têm nacionalidade portuguesa.}} e de nacionalidade [[Filipinas|filipina]] (2%).<ref>[http://www.dsec.gov.mo/getAttachment/087215da-a7c9-4bb6-91af-1fea59886b15/P_ICEN_PUB_2006_Y.aspx Nacionalidade da população residente de Macau, na página 91 do Ficheiro PDF dos Intercensos de 2006]</ref> Relativamente à origem da população residente, em 2006, cerca de 94,3% tem uma ascendência somente chinesa e 5,7% de outras ascendências. Nesta última categoria, incluem-se os residentes com uma ascendência chinesa e portuguesa (0,8%); com uma ascendência chinesa, portuguesa e outra (0,1%); com uma ascendência portuguesa (0,6%); e com uma ascendência portuguesa e outra (0,1%).<ref>[http://www.dsec.gov.mo/getAttachment/087215da-a7c9-4bb6-91af-1fea59886b15/P_ICEN_PUB_2006_Y.aspx Ascendência da população residente de Macau, na página 92 do Ficheiro PDF dos Intercensos de 2006]</ref>
 
Atualmente,{{quando}} o crescimento populacional, nomeadamente da [[população activa]] (que contava em novembro de 2007 com mais de 320&nbsp;mil pessoas<ref name="JTMTNR2007">[http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=267703008 Um artigo do ''Jornal Tribuna de Macau'' sobre a população activa e a baixa taxa de desemprego verificada em 2007]</ref>) ou [[mão- de- obra]], registado em Macau é sustentado principalmente pela [[imigração]] de pessoas oriundas da [[China Continental]], das [[Filipinas]] e de outras partes do mundo, visto que a sua [[taxa de natalidade]] é uma das mais baixas do mundo, tendo sido somente registado em 2007 uma taxa de 8,57 ‰.<ref>{{en}} [https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2054rank.html ''Rank Order - Birth Rate'' no ''The World Factbook'', emitido pela CIA]</ref> Mas, por outro lado, Macau é um dos lugares com maior [[esperança de vida]] à nascença (em média, com cerca de 82,27 anos de idade, em 2007)<ref>{{en}} [https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2102rank.html ''Rank Order - Life expectancy at birth'' no ''The World Factbook'', emitido pela CIA]</ref> e com o menor índice de [[mortalidade infantil]] (com aproximadamente 4,33 mortes por 1000 nascimentos).<ref>{{en}} [https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2091rank.html ''Rank Order - Infant mortality rate'' no ''The World Factbook'', emitido pela CIA]</ref> Mais concretamente, em 2007, nasceram em Macau cerca de 4500 crianças e morreram cerca de 1500 pessoas.<ref name="DSCC2"/>
 
[[Imagem:Macau-Chinese&Portuguese.jpg|miniatura|esquerda|Muitas placas e estabelecimentos fazem uso de nomes em [[Língua chinesa|chinês]] e [[Língua portuguesa|português]]]]
 
Em novembro de 2007, registaram-se em Macau cerca de 85&nbsp;mil trabalhadores não residentes (TNR),<ref>[http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=272203007 Um artigo do ''Jornal Tribuna de Macau'' sobre o número recorde de trabalhadores não residentes em Macau, ao fim de 2007]</ref> sendo este elevado número devido ao rápido crescimento económico, que consequentemente originou o aparecimento em massa de postos de emprego, que por sua vez contribuiu para a falta de trabalhadores locais e, em geral, também de [[mão- de- obra]], quer qualificada quer não qualificada. A maioria da população activa trabalha no sector dos jogos, do turismo e da hotelaria. Somente 2,9% da [[população activa]] é [[desemprego|desempregada]].<ref name="JTMTNR2007"/>
 
As línguas oficiais são o [[língua portuguesa|português]] e o [[língua chinesa|chinês]].<ref>{{citar web|URL=http://www.gcs.gov.mo/files/factsheet/geography.php?PageLang=P|título=Geografia e População|publicado=Gabinete de Comunicação Social do Governo da Região Administrativa Especial de Macau|acessodata=16 de agosto de 2014}}</ref><ref>{{citar web|URL=http://portal.gov.mo/web/guest/info_detail?infoid=111|título=Lei Básica da RAEM, Artigo 9.º|autor=Assembleia Popular Nacional da República Popular da China|data=31 de março de 1993|publicado=Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública da Região Administrativa Especial de Macau|acessodata=16 de agosto de 2014}}</ref>O [[cantonês]] é dominado, em 2006, por cerca de 91,9% da população e falado correntemente por cerca de 85,7% da população, tornando-o a [[língua]], ou mais precisamente o [[dialecto]] chinês, mais falado de Macau. O português é só dominado por cerca de 2,4% da população e falado correntemente por cerca de 0,6% da população.<ref name="LínguasIntercensos2006">[http://www.dsec.gov.mo/portuguese/PUB/PDF/P_ICEN_PUB_2006_Y.pdf Línguas utilizadas pela população de Macau, na página 95 do Ficheiro PDF dos Intercensos de 2006]</ref>
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Após a transferência de soberania, o novo [[Governo da Região Administrativa Especial de Macau]], apoiado pelo Governo Central da República Popular da China, combateu com êxito contra o crime organizado. Uma guarnição do [[Exército de Libertação Popular]] foi colocada em Macau e foi encarada como uma mais-valia, um apoio ao combate à criminalidade.<ref name="BBC1"/> O número de crimes reduziu-se de forma considerável, principalmente a criminalidade violenta que desceu 70% no ano 2000 e outros 45% no ano 2001. Macau tornou-se muito mais seguro e isto trouxe de novo confiança aos turistas. Esta evolução foi também propiciada pela reanimação da [[economia de Macau]]. Apesar da diminuição do número de crimes organizados, isto não quer dizer necessariamente que as poderosas e temidas tríades deixaram de existir e de ter influência na sociedade.
 
Mas, em 2006, a criminalidade, principalmente a não- organizada, voltou a aumentar de novo, registando-se mais crimes contra a vida em sociedade, embora menos crimes violentos.<ref>[http://www.jtm.com.mo/news/20070208/03local_d03.htm Um artigo do ''JTM'' sobre o balanço criminal de 2006]</ref>
 
== Política e administração ==
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Em 2006, a [[taxa de alfabetização]] da população residente com idade igual ou superior a 15 anos era somente de 93,5%, registando porém uma subida de cerca de 2,2% relativamente a 2001. Mas, este número deve-se ao facto de a taxa de alfabetização da população com idade superior ou igual a 65 anos se situar somente nos 60,1%. Relativamente à população com idades entre os 15 aos 19 anos, a sua taxa de alfabetização era de 99,7%, um número muito mais animador.
 
Mas, mesmo assim, os níveis de escolaridade da população de Macau são baixos em relação às outras regiões e países desenvolvidos e mais ricos. Em 2006, só cerca de 16,4% da [[população activa]] concluiu o [[ensino superior]], um facto bastante preocupante, dado que Macau, que está a experimentar atualmente{{quando}} um acelerado crescimento económico, necessita de muita [[mão- de- obra]] qualificada e especializada.<ref>[http://www.dsec.gov.mo/index.asp?src=/portuguese/html/p_demgraphic.html ''Educação'', nas páginas 95 a 98 e na página 100 do ficheiro PDF dos ''Intercensos de 2006'']</ref>
 
Em Macau, a escolaridade obrigatória é aplicada de uma forma obrigatória e universal a todos os menores entre os 5 e os 15 anos de idade. A escolaridade gratuita, que é mais abrangente, engloba o ensino infantil ou [[pré-escolar]] (de 3 anos e cujo acesso é permitido quando a criança complete 3 anos), o ensino primário (de 6 anos e cujo acesso é permitido quando a criança complete 6 anos), o ensino secundário geral (de 3 anos) e o ensino secundário complementar (de 3 anos).<ref>[http://bo.io.gov.mo/bo/i/2006/52/lei09.asp ''Artigos 20º e 21º da Lei n.º9/2006'']</ref><ref name="Lei18">[http://www.imprensa.macau.gov.mo/bo/i/2006/52/lei09.asp ''Artigo 18º da ''Lei n.º 9/2006'']</ref><ref>[http://www.imprensa.macau.gov.mo/bo/i/2006/52/lei09.asp Artigo 6º da Lei n.º 9/2006]</ref>