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== História ==
{{Artigo principal|História do Ceará}}
[[FicheiroImagem:Ceará a partir do mapa de 1629 por Albernaz I.PNG|thumb|direita|Costa do Ceará em mapa de 1629, por [[João Teixeira Albernaz, o velho|Albernaz I]].]]
 
Os fatos históricos sobre o território cearense começaram a ser registrados na [[História Moderna]] a partir do [[século XVI]]. Os primeiros documentos descreviam essa região do Brasil já habitada por diversas [[Povos indígenas do Brasil|etnias indígenas]], que viviam da extração de [[recursos naturais]], [[pesca]], [[agricultura]] e [[comércio]] com [[povos europeus]]. A formação histórica do atual Ceará é resultado de diversos fatores sociais, econômicos e de adaptação à natureza, tais como a interação entre os povos nativos, os [[europeus]] e os [[africanos]] e a desses povos com o fenômeno da [[Seca no Brasil|seca]].
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Na continuação da colonização pelos portugueses,<ref name="culturacao" /> a influência dos [[jesuítas]] foi determinante, resultando na criação de aldeamentos, como os de Porangaba, Paupina, Viçosa e outros, muitos deles fortemente militarizados, nos quais os indígenas eram concentrados para serem [[Catequização|catequizados]] e assimilarem a [[Cultura de Portugal|cultura lusitana]]. Tribos tupis aliadas dos portugueses também se instalaram em vilas militarizadas na capitania. Dessas [[missões|reduções]], surgiram às primeiras cidades da capitania, como [[Aquiraz]] e [[Crato (Ceará)|Crato]]. O processo de [[aculturação]], no entanto, não se deu sem grandes influências de crenças e costumes nativos. A intensa resistência levou a episódios sangrentos, destacando-se a [[Guerra dos Bárbaros]], que se deu ao longo de várias décadas do [[século XVIII]] e que resultou na fuga dos habitantes da então capital, Aquiraz, em 1726, para [[Fortaleza]], para a qual foi transferido tal título.<ref>{{Harvnb|Sousa|2002|p=40}}</ref>
 
[[FicheiroImagem:Mapa de Fortaleza em 1726.jpg|thumb|250px|Mapa de [[Fortaleza]], de 1726]]
 
Outras frentes colonizadoras surgiram com a instalação da [[pecuária]] na capitania através dos ''sertões de dentro'' e ''sertões de fora'', com levas oriundas respectivamente da [[Bahia]] e de [[Pernambuco]].<ref name="penciv">{{Citar web |url=http://qiscombr.winconnection.net/institutoceara/arquivosgerais/revista/1989/1989-FisionomiaHistoricoGeograficaPenetracaoCivilizadora.pdf |título=Fisionomia Histórico-Geográfica da Penetração Civilizadora |data=1989 |publicado=Instituto do Ceará |acessodata=16 de setembro de 2014}}</ref> Vilas como [[Icó]], [[Aracati]], [[Sobral (Ceará)|Sobral]] e outras surgiram do encontro de rotas do gado tangerino, que era levado até as feiras e fregueses. Mais tarde, o custoso transporte do [[gado]] perdeu importância para a produção da [[charque|carne de charque]], que, no final do {{séc|XVIII}}, disseminou-se também para a [[Região Sul do Brasil]]. Nas regiões serranas, houve grande afluxo de pessoas que se dedicaram à [[policultura|agricultura policultora]], o que veio a caracterizar tais regiões pela maior diversificação da produção e pela estrutura menos [[latifúndio|latifundiária]] que a do sertão. O vale do [[Cariris|Cariri]] assentou-se menos na pecuária e mais na cultura da [[cana-de-açúcar]], propiciando a entrada de maiores levas de escravos africanos. O litoral, refúgio de muitos indígenas e negros livres ou fugitivos, povoou-se de vários vilarejos de pescadores.
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As principais vilas da capitania da época charqueana eram [[Aracati]], [[Crato (Ceará)|Crato]], [[Icó]] e [[Sobral (Ceará)|Sobral]]. A que mais ganhou destaque foi Aracati, devido ao comércio de [[couro]] e carne de charque. Entre os anos de 1750 a 1800, Aracati viveu seu apogeu,<ref>{{Harvnb|Lima|2008|p=140}}</ref> mas, com uma grande seca na região entre os anos de 1790 e 1793, os rebanhos bovinos morreram e a produção de charque transferiu-se para o [[Rio Grande do Sul]], que então assumiu a posição de abastecedor principal das outras regiões.
 
[[FicheiroImagem:Mapa do Ceará de 1800 - Mariano Gregório do Amaral.jpg|thumb|250px|Mapa do Ceará no início do século XIX.]]
 
=== Capitania do Siará Grande ===
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=== Ceará no Império ===
[[FicheiroImagem:Moinho de vento Aracati, 1859 José R. Carvalho.jpg|thumb|esquerda|Imagem de um [[moinho de vento]], em [[Aracati]], da [[Comissão Científica de Exploração]], em 1859.]]
Em 1825, o Ceará tomou parte na [[Confederação do Equador]], com o [[Partido Liberal (Brasil Império)|liberal]] [[Tristão Gonçalves]] aplicando um golpe e tornando-se chefe do governo.<ref name="ind_sec">{{Citar web |url=http://qiscombr.winconnection.net/institutoceara/arquivosgerais/revista/1924TE/1924TE-OMovimentoRepublicanode1824.pdf |título=O Movimento Republicano de 1824 no Ceará |data=1924 | publicado=Revista do Instituto do Ceará |acessodata=18 de setembro de 2014|autor = Barão de Studart}}</ref> A Confederação foi frustrada pela forças imperiais e Tristão morreu durante os combates contra as forças legalistas do [[Império do Brasil|Império]]. O ciclo de conflitos terminou com a Insurreição de Pinto Madeira, ou [[Insurreição do Crato]], em 1832, liderada pelo "coronel" de [[Jardim (Ceará)|Jardim]], [[Joaquim Pinto Madeira]], que tinha como objetivo o retorno da [[monarquia absolutista]] e representava interesses regionais opostos aos da cidade do [[Crato (Ceará)|Crato]], de inspiração marcantemente [[liberalismo|liberal]].<ref>{{citar web|URL = http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1370911412_ARQUIVO_PintoMadeira.pdf|título = A influência das revoltas liberais no cariri cearense e a "Sendição de Pinto Madeira"|data = 2013|acessadoem = 20 de setembro de 2014|autor = Maria Jorge dos Santos Leite|publicado = XXVII Simpósio Nacional de História}}</ref>
 
Em meados de 1860, devido à [[Guerra de Secessão]] norte-americana, houve um surto de crescimento da produção do algodão. Tal florescimento não durou muito tempo, mas deu grande impulso à modernização da infra-estrutura da Província, como exemplo a criação da [[Estrada de Ferro de Baturité]], inaugurada em 1873. Em 1877, tem início a chamada [[Grande Seca|Grande Seca de 1877-1879]], um dos mais severos períodos de seca prolongada da história cearense,<ref>{{citar web|URL = http://www.opovo.com.br/app/colunas/anamiranda/2013/03/09/noticiasanamiranda,3018832/a-grande-seca-de-1877.shtml|título = A grande seca de 1877|data = 10.03.2013|acessadoem = 18 de setembro de 2014|autor = Ana Miranda|publicado = O POVO}}</ref> levando à morte milhares de pessoas e acarretando emigração maciça de retirantes. Fortaleza recebeu uma população de fugitivos da seca quatro vezes maior que seu próprio contingente populacional.<ref name="autogenerated1">{{Citar web |url=http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1370037&tit=Diaspora-da-seca-redesenha-o-Brasil |titulo=Diáspora da seca redesenha o Brasil |data=07.05.2013 | publicado=Gazeta do Povo |acessodata=18 de setembro de 2014|autor = Mauri König}}</ref> Logo após, a produção da [[borracha]] explodiu na [[Amazônia]], e muitos cearenses vítimas da seca migraram para esta região.<ref name="Amz-intconf">{{Citar web |url=http://www.comciencia.br/reportagens/amazonia/amaz8.htm |título=Amazônia: interesses e conflitos |data=2000 |publicado=Revista Com Ciência |acessodata=13 de maio de 2009}}</ref>
 
[[FicheiroImagem:Libertador 25 de marco 1884.PNG|thumb|250px|Jornal abolicionista "Libertador" <ref>{{Harvnb|Girão|1969|p=107}}</ref> de 25 de março de 1884.]]
A gravidade dessa estiagem chamou a atenção do governo central e mesmo de estudiosos, estimulando a produção de textos científicos e propostas de melhoria da situação da população cearense vindas de várias partes do Brasil,<ref name="sec_his">{{Citar web |url=http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/a-seca-de-1877-e-a-identidade-cearense-1.140722 |titulo= A seca de 1877 e a identidade cearense |data=06.11.2006 |publicado=Diário do Nordeste |acessodata=18 de setembro de 2014}}</ref> cuja maior parte não foi posta em prática ou se relevou ineficaz. Por outro lado, houve um aceleramento nas obras do [[Açude do Cedro]], em [[Quixadá]], a primeira represa pública do Brasil,<ref>{{citar web|URL = http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/quixada-articula-atividades-para-revitalizar-acude-cedro-1.497234|título = SERTÃO CENTRAL - Quixadá articula atividades para revitalizar Açude Cedro|data = 16.06.2012|acessadoem = 18 de setembro de 2014|autor = |publicado = Diário do Nordeste}}</ref> que foi concluído em 1906.<ref>{{citar web|URL = http://www.dnocs.gov.br/barragens/cedro/cedro.htm|título = Açude do Cedro|data = |acessadoem = 18 de setembro de 2014|autor = |publicado = Departamento Nacional de Obras Contra as Secas}}</ref> A Grande Seca e as estiagens seguintes impulsionaram o surgimento da [[indústria da seca]] e geraram uma tradição migratória no estado.<ref>{{Citar web |url=http://anpuh.org/anais/?p=13783 |titulo=A família cearense sob o signo das secas: domicílio, trabalho e migração |data=2005 |publicado=Anais do XXIII Simpósio Nacional de História |acessodata=18 de setembro de 2014|autor = José Weyne de Freitas Sousa}}</ref> Entre 1869 e 1900, 300 mil cearenses abandonaram sua terra, 85% deles indo para a Amazônia.<ref>{{Citar web |url=http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/rev_inf/vol21_n1_2004/vol21_n1_2004_3artigo_p5a20.pdf |título=Crescimento demográfico e migrações na transição para o trabalho assalariado no Brasil |data=2004 |publicado=Revista Brasileira de Estudos de População |acessodata=1 de junho de 2009|autor = Fausto Brito}}</ref>
 
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[[Imagem:Jagunços.jpg|thumb|esquerda|Soldados das forças juazeirenses]]
[[FicheiroImagem:RVC Mapa 1924.jpg|thumb|esquerda|A [[Rede de Viação Cearense]] surgiu em 1909 e foi federalizada em 1915 para ajudar no combate à seca.]]
Entre 1896 e 1912, a [[hegemonia]] política foi concentrada nas mãos do comendador [[Antônio Pinto Nogueira Accioli|Nogueira Accioly]] e de sua família, que estabeleceram uma poderosa [[oligarquia]], cuja influência se estendia pela maior parte dos escalões do poder estadual. Em 1912, Accioly apontara como seu candidato Domingos Carneiro contra Franco Rabelo, representante da política do [[salvacionismo]] do presidente [[Hermes da Fonseca]], gerando uma das mais conturbadas campanhas eleitorais do estado. Na Praça do Ferreira, a dura repressão policial a uma passeata de centenas de crianças em favor de Rabelo, que causou a morte de algumas delas e feriu outras, desencadeou uma revolta de três dias da população fortalezense, forçando o governador Accioly a renunciar seu mandato, evento conhecido como Sedição de Fortaleza. [[Marcos Franco Rabelo|Franco Rabelo]] passou a governar o Ceará.<ref>{{Harvnb|Sousa|2002|p=183}}</ref>
 
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=== Governo militar ===
[[FicheiroImagem:Avenida Beira Mar - Fortaleza- 1980.jpg|thumb|esquerda|Vista do litoral de Fortaleza na década de 1980, com destaque para o Monumento ao Interceptor Oceânico.]]
 
[[Plácido Aderaldo Castelo|Plácido Castelo]] foi eleito pela [[Assembleia Legislativa do Estado do Ceará|Assembleia Legislativa]] em 1966. Durante seu governo, houve perseguição política a deputados e várias manifestações, acarretando a prisão e tortura de estudantes e trabalhadores, assim como atentados a bomba em Fortaleza.<ref>{{Harvnb|Almanaque O Povo|2008|p=118}}</ref> Foi criado o Banco de Desenvolvimento do Ceará - BANDECE e pavimentada a [[rodovia]] [[CE-060]], a ''estrada do algodão''. Também tiveram início as obras do [[estádio]] [[Castelão]].
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== Geografia ==
{{Artigo principal|Geografia do Ceará}}
[[FicheiroImagem:BICA DO IPU BICA_DO_IPU_- 050_050.JPG|thumb|esquerda|upright|[[Bica do Ipu]] na [[Serra de Ibiapaba]]]]
 
O Ceará é cercado por formações de relevo relativamente altas, como [[chapada]]s e [[cuesta]]s. A oeste é delimitado pela [[Serra da Ibiapaba]]; a leste, parcialmente, pela [[Chapada do Apodi]]; ao sul, pela [[Chapada do Araripe]]; e, ao Norte, pelo [[Oceano Atlântico]]. Vem dessa cercania de altos relevos delimitantes do território o nome de Depressão Sertaneja dado à área central.<ref>{{Harvnb|Borzacchiello|2007|p=161}}</ref>
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Enquanto as chapadas e cuestas são de origem [[Rocha sedimentar|sedimentar]], as serras e os ''[[inselberg]]s'' que abundam em meio à Depressão Sertaneja são de formação [[Rocha cristalina|cristalina]]. Dentre os relevos sedimentares, a Chapada do Araripe, com altitudes que vão de 700 m até mais de 900 m, e a Serra da Ibiapaba, com altitude média de 750 m, possuem altura suficiente para permitir a ocorrência frequente de [[chuva orográfica|chuvas orográficas]], o que lhes confere maior pluviosidade, bem mais intensa do que na Depressão Sertaneja, e variam de 1000&nbsp;mm a mais de 2000&nbsp;mm anuais.<ref name="climageo">{{Harvnb|Borzacchiello|2007|p=171}}</ref> Por outro lado, a [[Chapada do Apodi]], com altitude não maior que 300 m, possui características semiáridas como predominantes.
 
[[FicheiroImagem:Quixadá (1).png|thumb|Paisagem repleta de [[monólito]]s, característica do sertão próximo a [[Quixadá]].]]
Dentre as serras de origem cristalina, as que têm de 600m a 800m de altitude média, caso do [[Serra de Baturité|Maciço de Baturité]], da [[Serra da Meruoca]] e da [[Serra de Uruburetama]], também são favorecidas pelas chuvas orográficas, proporcionando o surgimento de [[Floresta tropical|vegetação tropical]] densa, chuvas mais frequentes e maior umidade, em especial na sua vertente de [[barlavento]]. Em [[Catunda]], na [[Serra das Matas]], encontra-se o ponto mais elevado do estado, o ''Pico da Serra Branca'', com 1 154 metros.<ref>{{citar web |url=http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitulo1/12.htm |título=Caracterização Territorial |data= |publicado=Ipece |acessodata=29 de maio de 2009}}</ref> Nas serras pouco elevadas, surge vegetação semelhante às das vertentes de [[sotavento]] das serras úmidas, isto é, uma vegetação similar à caatinga, porém muito mais densa e com distinções na fauna e flora, conhecida como vegetação de [[mata seca]].
 
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=== Hidrografia ===
{{Anexo|Lista de rios do Ceará}}
[[FicheiroImagem:Rio Jaguaribe em Fortim (1).jpg|thumb|O [[Rio Jaguaribe]], com 633&nbsp;km de extensão, é o principal rio cearense. Na foto, trecho do rio na cidade de [[Fortim]].]]
O território cearense é dividido em doze [[Bacia hidrográfica|bacias hidrográficas]], levando em consideração a divisão da grande bacia do [[rio]] [[Rio Jaguaribe|Jaguaribe]] em Alto, Médio e Baixo Jaguaribe.<ref>{{citar web|URL = http://portal.cogerh.com.br/categoria2|título = Bacia Hidrográfica|data = |acessodata=8 de setembro de 2014|autor = |publicado = Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará}}</ref> Tal bacia compreende mais de 50% do estado com seus 633&nbsp;km de extensão.<ref>{{citar web|URL = http://www.inct-tmcocean.com.br/pdfs/Produtos/43_ActaLimnologica.pdf|título = Hidrologia de um estuário verticalmente bem misturado da costa nordeste semi-árida brasileira|data = |acessodata=8 de setembro de 2014|autor = Dias, FJS., Marins, RV. e Maia, LP.|publicado = Acta Limnol. Bras}}</ref> Os dois maiores reservatórios de água do Ceará são barragens que represam o Jaguaribe, o [[Açude Orós]] e [[Açude Castanhão]], com as respectivas capacidades de armazenamento de 2,1 e 6,7 bilhões de metros cúbicos de água. O Açude Castanhão é, ainda, o maior açude do país.<ref>{{citar web|URL = http://www.dnocs.gov.br/barragens/castanhao/castanhao.html|título = Castanhão|data = |acessadoem = 23 de setembro de 2014|autor = |publicado = DNOCS}}</ref> Os afluentes mais importantes do rio Jaguaribe são os rios [[Rio Salgado|Salgado]] e [[Rio Banabuiú|Banabuiú]].<ref>{{Harvnb|Borzacchiello|2007|p=176}}</ref>
 
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=== Proteção ao meio ambiente ===
[[FicheiroImagem:Parque Nacional de Ubajara - Ceará - Brasil.jpg|thumb|esquerda|[[Parque Nacional de Ubajara]] possui um passeio de [[teleférico]] por uma depressão de mais de 500 metros.]]
[[FicheiroImagem:CHAPADA DO ARARIPE 06.jpg|thumb|esquerda|[[Geoparque Araripe]], o primeiro nas [[Américas]] reconhecido pela [[UNESCO]].]]
 
Existem dois [[parques nacionais]] no estado do Ceará. O [[Parque Nacional de Ubajara]], criado em 30 de abril de 1959, com 6 299 ha, abriga em seu interior a [[Gruta de Ubajara]] e um bonde de acesso à gruta, sua maior atração. O segundo é o [[Parque Nacional de Jericoacoara]], criado em 2002 para preservar as praias, lagoas, dunas e mangues da região, cujo principal atrativo é a ''Pedra Furada''. Outras áreas de preservação ambiental importantes são as [[Floresta Nacional|florestas nacionais]] do [[Floresta Nacional do Araripe-Apodi|Araripe]] (a primeira [[Floresta Nacional]] do Brasil, estabelecida em 1946) e a de [[Floresta Nacional de Sobral|Sobral]]. Existe, ainda, a Área de Proteção Ambiental da [[Chapada do Araripe]], com 10.000&nbsp;km², que se estende por 38 municípios do Ceará, [[Pernambuco]] e [[Piauí]] e a [[Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba]], que abrange 10 municípios no [[Maranhão]], Piauí e Ceará.<ref>{{citar web |url=http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001586/158602por.pdf |título=Região do Araripe: Pernambuco |data=2007 |publicado=Unesco |acessodata=28 de janeiro de 2009}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.icmbio.gov.br/portal/visitacao1/unidades-abertas-a-visitacao/9411-area-de-protecao-ambiental-delta-do-parnaiba|titulo=Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba|acessodata=2019-01-15|obra=www.icmbio.gov.br|lingua=pt-br}}</ref> Há, também, o Geoparque Araripe, o primeiro do gênero no continente a integrar a [[Rede Mundial de Geoparques|Rede Internacional de Geoparques]] da [[UNESCO]], de grande importância em [[geodiversidade]].<ref>{{citar web|URL = http://www.anuario.igeo.ufrj.br/2012_1/2012_1_173_189.pdf|título = Os Valores da Geodiversidade: Geossítios do Geopark Araripe/CE|data = 2012|acessadoem = 20 de setembro de 2014|autor = Nair Fernanda Mochiutti; Gilson Burigo Guimarães; Jasmine Cardozo Moreira; Flavia Fernanda Lima; Francisco Idalécio de Freitas|publicado = Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ}}</ref>
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Durante as décadas seguintes, até 1877, o Ceará viveu relativa tranquilidade, sem grandes estiagens, até que naquele ano e nos dois seguintes uma [[Grande Seca|grande seca]] prejudicou fortemente a agropecuária no estado.<ref>{{Harvnb|Capanema|2006|p=15}}</ref> No início dessa, o senador [[Tomás Pompeu de Sousa Brasil]] publicou o primeiro livro sobre esse problema climático, intitulado "O clima e secas no Ceará". Nessa época, foi iniciada a construção do [[Açude do Cedro]], em [[Quixadá]], o primeiro do país, como medida para minimizar a falta de água, mas a obra só foi finalizada na [[República Velha|Primeira República]].
 
[[FicheiroImagem:Açude do Cedro (1).png|thumb|esquerda|Parede do [[Açude do Cedro]] e, ao fundo, a [[Pedra da Galinha Choca]].]]
No começo do século XX, foi criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas, que mais tarde passaria a ser o [[Departamento Nacional de Obras Contra a Seca|Departamento Nacional de Obras Contra as Secas]], com sede em Fortaleza, para realizar estudos, planejamentos e obras contra as estiagens, em 1909.<ref>{{Harvnb|Lima|2008|p=170}}</ref> Com o trabalho do DNOCS, [[Lista de barragens do Ceará|várias barragens foram construídas]] em todos os estados do Nordeste. Na década de 1930, foi instituído o [[polígono das secas]], no qual a quase totalidade do território cearense (92,99%) está inserido.<ref>[http://www.fao.org/docrep/008/ad772s/AD772S05.htm Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO]</ref>
 
Atualmente, existem muitos órgãos do governo cearense voltados para a problemática do clima. A [[Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos]] juntamente com a [[Superintendência de Obras Hidráulicas]] são os órgãos que fazem a gerência de várias barragens e o planejamento de adutoras e canais. A [[Fundação Cearense de Meteorologia]] é a responsável pelo monitoramento climático. Finalmente, o órgão central é a [[Secretaria dos Recursos Hídricos]], que faz toda a estruturação de metas e planos para combater a seca no Ceará.<ref>{{Harvnb|Borzacchiello|2007|p=470}}</ref>
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A [[transição demográfica]] tem ocorrido rapidamente no estado: a taxa de natalidade, que nos anos 1970 era bastante alta, caiu para 17,96‰ em 2008, e a taxa de mortalidade nesse ano estava em 6,41‰. A taxa de fecundidade em 2009 foi de 2,15 filhos por mulher, ligeiramente acima da taxa de reposição da população, o que representou um aumento em relação a 2008, fazendo o Ceará apresentar uma taxa superior à média nordestina.<ref name="IDHM_2010" /> A taxa de [[crescimento demográfico]] caiu de uma média de 2,6% na década de 1950 para 1,73% durante os anos 1990. Com a transição demográfica em curso, a proporção de idosos no conjunto da população aumentou de 2,4% em 1950 para 6,72% em 2004, e já em 2009 10,5% dos cearenses possuíam 60 anos ou mais.<ref name="IDHM_2010" /> Em sentido contrário, os jovens de 0-14 anos passaram de 45,7% em 1950 para 28,9% em 2006.<ref name="Ceará em Números (2007)">{{citar web |url=http://www2.ipece.ce.gov.br/publicacoes/ceara_em_numeros/2007/social/desenvolvimento_humano_social_red.pdf |título=Desenvolvimento Humano e Social |data=2007 |publicado=Ipece |acessodata=23 de maio de 2009}}</ref>
[[FicheiroImagem:Ceará DensidadePopulacional.svg|esquerda|thumb|250px|Densidade populacional dos municípios do Ceará (2010).
<small>
{{Dividir em colunas|cols=2}}
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== Política ==
{{Anexo|Lista de governadores do Ceará}}
[[FicheiroImagem:Mausoleo castelo branco.jpg|thumb|Mausoléu Presidente Castelo Branco, parte integrante do complexo onde está localizado o [[Palácio da Abolição]], sede do governo do estado.]]
[[FicheiroImagem:Assembléia Legislativa - Edifício Deputado José Euclides Ferreira Gomes.JPG|thumb|Edifício Deputado José Euclides Ferreira Gomes, onde funciona a [[Assembleia Legislativa do Ceará|assembleia legislativa]].]]
 
O estado&nbsp;é governado por três poderes: o [[Poder Executivo]], representado pelo [[Lista de governadores do Ceará|governador do Ceará]]; o [[Poder Legislativo]], representado pela [[Assembleia Legislativa do Ceará]]; e o [[Poder Judiciário]], representado pelo [[Tribunal de Justiça do Estado do Ceará]].
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{{Artigo principal|Litígio de limites entre Ceará e Piauí}}
 
[[FicheiroImagem:Mapa Theberge Ceará 1861.jpg|thumb|esquerda|180px|Ceará de 1861, sem Crateús e Independência.]]
 
No governo colonial do [[Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire|Governador Sampaio]], o engenheiro [[Silva Paulet]] apresentou mapa da província em 1818 que mostrou o limite oeste do litoral até a foz do [[Rio Igaraçu]]. Desta forma, a então localidade de ''Amarração'', atual cidade de [[Luís Correia (Piauí)|Luís Correia]], faria parte do Ceará. Durante o {{séc|XIX}}, a localidade teve assistência da cidade cearense vizinha, [[Granja (Ceará)|Granja]], até que em 1874 os parlamentares estaduais decidiram elevar a localidade à categoria de vila. Essa atitude chamou a atenção dos políticos do [[Piauí]], que reivindicaram esse território. A solução ocorreu em 1880, quando foi decidindo que haveria uma troca, na qual Piauí restabeleceu a totalidade de seu litoral e o Ceará incorporou os municípios de [[Crateús]] e [[Independência (Ceará)|Independência]].<ref name="litig">{{citar web |url=http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?codmun=220570&lang=_EN |título=História de Luís Correia, Piauí |data= |publicado=IBGE |acessodata=22 de setembro de 2014}}</ref>
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Desde 2004 a economia cearense vem crescendo, moderada, mas sustentadamente, entre 3,5% e 5% ao ano.<ref>{{citar web |url=http://www.ipece.ce.gov.br/estudos_macro/PIB/PIB_trimestral/pib3tri2007.pdf |titulo=PIB cearense no 3º trimestre de 2007 |data= |publicado=Ipece |acessodata=29 de janeiro de 2009}}</ref> Em 2007 o crescimento foi de 4,4%, e em 2008 de 6,5%, sendo o primeiro inferior à média brasileira para aquele ano e o segundo bastante superior, principalmente devido à forte recuperação da agropecuária cearense (24,59%) aliada à manutenção em níveis altos do crescimento da indústria (5,51%) e do setor de serviços (5,21%).<ref name="autogenerated4"/>
 
[[FicheiroImagem:Tree Map-Exportacoes do Ceara (2012).png|thumb|upright=1.5|esquerda|Exportações do Ceará - (2012).<ref name="dataviva.info">{{citar web | titulo=Exportações do Ceará (2012)| obra=Plataforma DataViva | url=http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ce/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | acessodata= 13 de janeiro de 2014 }}</ref>]]
 
Em 2009, apesar da crise econômica internacional e de perdas no setor primário, o PIB cearense cresceu 3,1%, bastante acima do resultado do PIB brasileiro, de -0,2%, sobretudo devido ao bom desempenho do setor de serviços.<ref name="autogenerated4">{{citar web|url=http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=749776|titulo=Economia do CE cresceu 3,1%, mesmo na crise|autor=|data=03/12/2010|publicado=|acessodata=03/28/2010}}</ref> Com isso, o PIB cearense atingiu pela primeira vez um patamar de mais de 2% da produção nacional.<ref name="autogenerated4" /> Uma estimativa feita pelo IPECE mostra que o PIB do Ceará teve um crescimento nominal recorde, quando cresceu 10 bilhões, quando comparado o ano de 2010 com o ano de 2009.<ref>{{citar web|url=http://www.ipece.ce.gov.br/categoria2/pib/pib|titulo=Ceará: Resultados do Produto Interno Bruto (PIB) - 3º Trimestr/2010|autor=|data=2010|publicado=|acessodata=12/14/2010}}</ref> Em 2010 também foi registrado o recorde de participação da economia cearense na economia nacional. Tal participação que era de 1,89% em 2007, subiu para 2,04% em 2010.
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=== Setor secundário ===
[[FicheiroImagem:J Macedo-sede.jpg|thumb|[[J Macêdo]], uma das maiores indústrias de massas do Brasil.]]
[[FicheiroImagem:Fortaleza vista da Torre Deo Passeo.jpg|thumb|Quase metade da economia cearense se concentra na capital. Na foto, a [[Avenida Santos Dumont (Fortaleza)|Avenida Santos Dumont]].]]
 
Os principais setores da [[indústria]] cearense são vestuário, alimentícia, metalúrgica, têxtil, química e calçadista. A maioria das indústrias esta instalada na [[Região Metropolitana de Fortaleza]], com destaque para Fortaleza, [[Caucaia]] e [[Maracanaú]] onde se encontra o [[Distrito Industrial de Maracanaú]] sendo um importante complexo industrial, dinamizando a economia do estado do Ceará.<ref>{{Harvnb|Borzacchiello|2007|p=374}}</ref> Em Caucaia e [[São Gonçalo do Amarante (Ceará)|São Gonçalo do Amarante]] será instalada a [[ZPE]] do Ceará no [[Complexo Industrial e Portuário do Pecem]] onde serão instaladas uma [[siderúrgica]] e uma [[refinaria de petróleo]].
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=== Turismo ===
[[FicheiroImagem:Canoa Quebrada (3).png|thumb|[[Aracati]], um dos municípios cearenses com maior apelo turístico.]]
{{Anexo|Lista do patrimônio histórico no Ceará}}
 
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{{Artigo principal|Ciência e tecnologia do Ceará}}
 
[[FicheiroImagem:Museu do Eclipse-predio.jpg|thumb|esquerda|Imagem aérea de [[Sobral (Ceará)|Sobral]] com vista para a Igreja do Patrocínio e o [[Museu do Eclipse]], importante museu científico do Ceará.]]
 
O Ceará mantém a [[Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico]] como principal instituição de fomento [[ciência|científico]] e [[tecnologia|tecnológico]] do estado.<ref>{{Harvnb|Anuário do Ceará|2008|p=322}}</ref> Fazem parte ainda do sistema de C&T do Ceará a [[Fundação Cearense de Meteorologia]], a [[Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará]] e as universidades estaduais. O Governo federal tem duas unidades da [[Embrapa]] no estado: [[Embrapa Agroindústria Tropical]] em Fortaleza e [[Embrapa Caprinos]] em Sobral. Instituições privadas de destaque são o [[Instituto Atlântico]] e o [[Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação]].
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A primeira instituição de [[ensino]] do Ceará foi o [[Liceu do Ceará]], fundado em 1845, em [[Fortaleza]].<ref>{{Harvnb|Castelo|1970|p=115}}</ref> Dentre as escolas de ensino fundamental e médio, as mais antigas e tradicionais do estado são, além do Liceu, o Colégio da Imaculada Conceição&nbsp;(1865), Colégio Justiniano de Serpa (1881), Colégio Santa Cecília (1912) e Colégio Clóvis Bevilaqua (1913).<ref>{{citar web|URL = http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/colegios-centenarios-enfrentam-desafios-para-se-manter-na-capital-1.113004|título = Colégios centenários enfrentam desafios para se manter na Capital|data = 03.02.2013|acessadoem = 15 de setembro de 2014|autor = |publicado = Diário do Nordeste}}</ref> Além desses, também se destacam o Colégio Colégio Militar do Corpo de Bombeiros do Ceará e os colégios privados da capital, principais responsáveis pelos desempenhos de destaque nacionais. Por exemplo, os três principais colégios privados cearenses, Colégio Farias Brito, Colégio Ari de Sá e Colégio 7 de Setembro, foram responsáveis, em 2014, juntos, pela aprovação de 71 alunos, o que corresponde a 42% das vagas, no [[Instituto Tecnológico de Aeronáutica|Instituto Tecnológico da Aeronáltica]] (ITA), cujo vestibular é mais difícil do país. O Ceará possui, ainda, um dos maiores índices de aprovação do país no vestibular do [[Instituto Militar de Engenharia]] (IME). O ensino privado na capital possui, além disso, um forte espírito de concorrência e busca pelos melhores índices, já que sempre existe uma forte disputa, sobretudo entre essas três principais escolas, pelos primeiros lugares nos principais exames do país. O Colégio Ari de Sá, em 2013, obteve a quinta colocação nacional entre as escolas com a melhor nota geral no [[ENEM]].<ref>{{citar web|URL = http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/as-500-melhores-escolas-do-pais-no-enem|título = As 300 melhores escolas do Brasil no Enem|data = 26.11.2013|acessadoem = 15 de setembro de 2014|autor = Marco Prates|publicado = EXAME.com}}</ref>
[[FicheiroImagem:Fachada principal do Colégio Militar de Fortaleza.jpg|thumb|esquerda|Fachada do [[Colégio Militar de Fortaleza]], principal instituição pública de [[ensino fundamental]] e [[ensino médio|médio]] do estado.]]
 
O Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará, transformado em [[Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará]], que comanda mais de 20 unidades de ensino técnico em várias cidades do interior do estado e o [[Colégio Militar de Fortaleza]], fundado em 1919, são importantes unidades de ensino federal no estado.<ref>{{Harvnb|Castelo|1970|p=205}}</ref> A [[Universidade Federal do Ceará]] é uma mais mais importantes [[IES]] do país e a melhor universidade federal do [[Região Norte do Brasil|Norte]] e [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]].<ref>{{citar web |url=http://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2016/09/ufc-e-a-melhor-universidade-do-norte-e-nordeste-e-a-10-do-pais.html |titulo=UFC é a melhor universidade do Norte e Nordeste e a 10ª do País |publicado=O Povo |data=19 de setembro de 2016 |acessodata=1 de janeiro de 2017}}</ref>
 
[[FicheiroImagem:Biblioteca de Sobral.jpg|thumb|esquerda|Biblioteca pública de Sobral.]]
Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, (IPECE), a taxa de [[analfabetismo]] das pessoas de 15 anos ou mais no estado, em 2012, foi de 16,3%, valor pouco acima da média nacional. A taxa de analfabetismo no Ceará decresceu 34,4% entre 2001 e 2012. Esse desempenho é 4,4% superior à redução de analfabetismo no Brasil e 6,1% superior à redução da taxa dos que não sabem ler nem escrever no Nordeste.<ref>{{citar web|URL = http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/ipece-informe/Ipece_Informe_65_23_outubro_2013.pdf|título = Perfil do Analfabetismo no Ceará|data = 2012|acessadoem = 15 de setembro de 2014|autor = |publicado = IPECE}}</ref>
 
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Atualmente, parte da demanda de energia elétrica pode ser suprida pela [[Companhia Hidro Elétrica do São Francisco]] <ref name="energia1" /> por meio da geração nas [[usina hidrelétrica|usinas hidrelétricas]] de [[Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso|Paulo Afonso]], [[Usina Hidrelétrica de Xingó|Xingó]], [[Usina Hidrelétrica de Sobradinho|Sobradinho]], [[Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga|Itaparica]] e [[Usina Hidrelétrica de Moxotó|Moxotó]]. O Ceará também é servido pela energia gerada na [[Usina Hidrelétrica de Tucuruí]], no [[Pará]]. As [[Usina Termelétrica do Pecém|Usinas Termelétricas Porto do Pecém I]] (720 MW) e [[Usina Termelétrica do Pecém|Porto do Pecém II]] (320 MW), movidas a [[carvão mineral]], colocam o Ceará como um dos maiores produtores de [[Energia termelétrica no Brasil|energia termelétrica do Brasil]]. As duas usinas representam 16% da energia consumida no Nordeste, e podem produzir até 80 % da energia consumida no estado, conferindo maior segurança energética ao Ceará e tornando-o exportador de energia.<ref>{{Citar periódico|data=2016-05-23|titulo=Ceará exporta energia com a produção de termelétricas - O Estado CE|url=http://www.oestadoce.com.br/economia/ceara-exporta-energia-com-a-producao-de-termeletricas|jornal=O Estado CE|lingua=pt-BR}}</ref>
[[FicheiroImagem:Eolienne sur les dunes d'Icarai.JPG|thumb|[[Parque eólico]] em [[Caucaia]]]]
 
A [[Companhia Energética do Ceará|Enel Distribuição Ceará]] é a empresa responsável pela distribuição da energia no estado. O consumo médio do estado gira em torno de 650 gigawatts por mês.<ref>{{citar web |url=http://www.opovo.com.br/opovo/economia/838530.html |título=Consumo de energia é o maior da história do Estado |data= 20 de novembro de 2008 |publicado=O Povo |acessodata=19 de maio de 2009}}</ref> Em 2007, 99,3% dos domicílios urbanos e 90,4% dos domicílios rurais eram servidos pela rede de distribuição elétrica, contabilizando 2.688.746 clientes.<ref name="energia2007">{{Harvnb|Anuário do Ceará|2008|p=302}}</ref>
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=== Saúde ===
{{Artigo principal|Saúde no Ceará}}
[[FicheiroImagem:Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza.png|thumb|[[Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza]], primeiro hospital público construído na capital cearense, em 1861.]]
Durante o século XIX somente oitenta cearenses foram diplomados pelas duas faculdades de [[medicina]] existentes no Brasil.<ref name="medce">{{Harvnb|Ponte|1993|p=78}}</ref> Desses, somente trinta voltaram para o Ceará. Em 1861 ficou pronto o primeiro hospital do estado, [[Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza]], que foi o foco de combate a várias pestes que assolaram o estado: [[varíola]], [[febre amarela]] e [[cólera]] na década anterior.<ref name="medce" /> Nos primeiros anos do {{séc|XX}} foi fundada a primeira entidade médica do Ceará, [[Associação Médica Cearense]], em 1913. Em 1925 iniciou-se as atividades da [[Santa Casa de Misericórdia de Sobral]], sendo até hoje o maior hospital do interior cearense. Durante toda a década de 1930 houve um surto de [[malária]] no estado.
 
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{{Artigo principal|Transportes do Ceará|Lista de rodovias do Ceará}}
 
[[FicheiroImagem:Map of Ceará showing major transportation routes.jpg|thumb|Mapa dos transportes do Ceará.]]
 
No Ceará apenas um [[aeroporto]] é administrados pela [[Infraero]]. O [[Aeroporto Internacional de Fortaleza]], maior do estado movimentando anualmente mais de 5 milhões de passageiros <ref>{{citar web|url=http://www.infraero.gov.br/index.php/aeroportos/ceara.html|titulo=Estado CE|publicado=Infraero|acessodata=10 de setembro de 2011}}</ref>, passou para a iniciativa privada, sendo administrado pela empresa alemã [[Fraport]]. O [[Aeroporto Regional do Cariri]], em Juazeiro do Norte, é administrado pela [[Infraero]], sendo o maior do interior do estado e um dos mais movimentados do interior do Nordeste.<ref>{{citar web |url=http://www.infraero.gov.br/images/stories/Estatistica/2009/mov_operac._1209_revisado.pdf|titulo=Movimento Operacional Acumulado da REDE INFRAERO (janeiro até dezembro de 2009)|publicado=Infraero|acessodata=10 de setembro de 2011}}</ref> O Governo do Ceará tem cadastrado 68 aeroportos e pista de pousos. O [[Aeroporto de Aracati]] no litoral leste, o [[Aeroporto de Camocim]] no litoral oeste, o [[Aeroporto de São Benedito]] na [[Serra da Ibiapaba]] e o [[Aeroporto de Quixadá]] no sertão cearense destacam-se por dar acesso a regiões turísticas. Outros aeroportos regionais de destaque são o [[Aeroporto de Sobral]] e o [[Aeroporto de Iguatu]]. Foi inaugurado recentemente o [[Aeroporto de Jericoacoara]], no município de [[Cruz]], dando acesso à área turística de Jericoacoara.
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=== Literatura ===
[[FicheiroImagem:Jose de Alencar.png|thumb|[[José de Alencar]], o mais famoso escritor cearense e principal nome do [[Romantismo no Brasil|Romantismo Brasileiro]].]]
[[FicheiroImagem:José de Alencar Theatre.jpg|thumb|[[Teatro José de Alencar]], patrimônio nacional.]]
O Ceará é terra de muitos escritores e poetas importantes. Pode-se citar, dentre muitos outros: [[José de Alencar]], [[Domingos Olímpio]], [[Rachel de Queiroz]], [[Adolfo Caminha]], [[Antônio Sales]], [[Jáder Moreira de Carvalho|Jáder Carvalho]], [[Juvenal Galeno]], [[Gustavo Barroso]], [[Patativa do Assaré]], [[Xico Sá]] e os contemporâneos [[Socorro Acioli]], [[Tércia Montenegro]], [[Ítalo Anderson]] e Raymundo Netto. <ref>https://www.opovo.com.br/jornal/vidaearte/2018/02/socorro-acioli-coordena-especializacao-em-escrita-literaria.html</ref><ref>http://blogs.opovo.com.br/leiturasdabel/2017/10/16/o-vendedor-de-judas-de-tercia-montenegro-e-tema-clube-escritoras-cearenses/</ref><ref>http://tribunadoceara.uol.com.br/diversao/cultura/livro-de-cearense-e-traduzido-para-o-frances-e-tera-lancamento-na-franca-e-no-canada/</ref><ref name="lite inc">{{Harvnb|Anuário do Ceará|2007|p=582}}</ref>
 
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=== Música ===
[[FicheiroImagem:Maracatu Blackface Queen.jpg|thumb|esquerda|Rainha do [[Maracatu (ritmo)|Maracatu]] cearense em desfile carnavalesco na cidade de [[Caucaia]].]]
O gênero musical mais identificado com o Ceará é o [[forró]], em suas variadas formas, notadamente o tradicional forró pé-de-serra. Nos anos 1940, o cearense [[Humberto Teixeira]] formou uma famosa parceria com o pernambucano [[Luiz Gonzaga]], criando o [[Baião (música)|baião]], que se tornou muito apreciado.<ref name="music ce">{{Harvnb|Anuário do Ceará|2007|p=599}}</ref> Uma das principais tradições da música cearense - e, principalmente, do [[Cariris|Cariri]] - são também as bandas cabaçais, que utilizam pífanos, zabumbas e pratos e frequentemente fazem acompanhar sua música com movimentos e acrobacias com facões, com destaque para a [[Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto]]. Outros representantes tradicionais da música cearense são os [[seresta|seresteiros]] e [[repente|repentistas]].
 
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=== Religião ===
{{Artigo principal|Religiões no Ceará}}
[[FicheiroImagem:Estátua do Padre Cícero no Horto.png|thumb|esquerda|[[Estátua do Padre Cícero na colina do Horto]] em [[Juazeiro do Norte]].]]
A religião é muito importante na cultura da maior parte dos cearenses, sendo um fator de extrema importância na construção da identidade do povo do estado. O Cristianismo é a [[religião]] de hegemonia no Ceará e a [[Igreja Católica]] é a confissão cristã que mais deixou marcas na cultura cearense. Foi a única reconhecida pelo governo até 1883, quando, na capital do Estado, foi fundada a [[Igreja Presbiteriana de Fortaleza]].<ref>{{Harvnb|Anuário do Ceará|2007|p=387}}</ref> A confissão católica cearense adota vários elementos de origem popular e apresenta influências de crenças indígenas. Uma grande parcela das manifestações cristãs tradicionais no Ceará sofre forte influência do [[sincretismo religioso]].
 
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O catolicismo tem uma extensa rede de [[igrejas]] e organizações religiosas em todo o Ceará. A Província Eclesiástica de Fortaleza, encabeçada pela [[Arquidiocese de Fortaleza]], lidera oito [[diocese]]s: [[Diocese de Quixadá|Quixadá]], [[Diocese de Iguatu|Iguatu]], [[Diocese de Tianguá|Tianguá]], [[Diocese do Crato|Crato]], [[Diocese de Crateús|Crateús]], [[Diocese de Limoeiro do Norte|Limoeiro do Norte]], [[Diocese de Sobral|Sobral]] e [[Diocese de Itapipoca|Itapipoca]]. A Igreja Católica foi uma grande força política no passado, sobretudo até a primeira metade do {{séc|XX}}, época em que organizações católicas influenciaram decisivamente os rumos da política estadual.<ref>{{Harvnb|Anuário do Ceará|2007|p=388}}</ref>
 
[[FicheiroImagem:Romeiros em Canindé.jpg|thumb|A romaria em honra a [[São Francisco das Chagas]], em [[Canindé (Ceará)|Canindé]], é considerada a segunda maior romaria do mundo. Cerca de 2,5 milhões de romeiros franciscanos de todo o país peregrinam até a Basílica de São Francisco das Chagas e [[Estátua de São Francisco]]. ]]
Cada um dos 184 municípios cearenses possui seu [[orago|padroeiro]]. O padroeiro do Ceará é [[São José]]. O seu dia no calendário religioso, 19 de março, é feriado estadual. Segundo a tradição popular cearense e a tradição dos [[profetas da chuva]], essa data tem grande significado, pois, se nesse dia houver chuva, o "inverno" (estação chuvosa) estará garantido. Do contrário, a seca estará inegavelmente caracterizada.<ref>{{citar web |url=http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=231322 |título=Devotos rendem homenagens ao santo padroeiro |data=8 de março de 2005 |publicado=Diário do Nordeste |acessodata=29 de janeiro de 2009}}</ref> Essa data, curiosamente, coincide com o [[equinócio]].
 
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{{Artigo principal|Esporte no Ceará}}
[[Ficheiro:Castelão Arena (6).jpg|left|thumb|[[Estádio Castelão]], o quarto maior estádio do Brasil, sede da Copa das Confederações FIFA 2013, Copa do Mundo FIFA 2014 e palco de vários ''shows'' nacionais e internacionais.<ref>{{citar web|URL = http://www.ceara.gov.br/pagina-inicial/9716/9716|título = Arena Castelão: um ano de sucesso|data = |acessadoem = 16 de setembro de 2014|autor = |publicado = Governo do Estado do Ceará}}</ref>]]
[[FicheiroImagem:Presidente Vargas Stadium.jpg|thumb|esquerda|[[Estádio Presidente Vargas (Fortaleza)|Estádio Presidente Vargas]], em [[Fortaleza]]. Local de grandes disputas e tradicionais clássicos entre os times locais.]]
No Ceará, a [[vaquejada]] é muito popular e faz parte da raiz cultural cearense. São realizadas anualmente mais de cem vaquejadas, além do [[hipismo]], que também é bastante popular, notadamente em Fortaleza e Sobral, cidades com grande tradição em corridas de [[cavalo]]. Sobral tem um dos clubes de hipismo mais antigos do Brasil, o [[Derby Clube Sobralense]] fundado em 1871.<ref name="derb_antigo">{{citar web |url=http://www.opovo.com.br/opovo/colunas/sobral/391415.html |título=Conhecendo Sobral Derby Clube Sobralense |data= 14 de agosto de 2004 |publicado=[[O Povo (jornal de Fortaleza)|O Povo]] |acessodata=2 de fevereiro de 2009}}</ref> O [[Jockey Club Cearense]], em Fortaleza, é outro centro tradicional de [[turfe]] no Ceará.<ref>{{citar web|URL=http://www.opovo.com.br/app/opovo/esportes/2013/01/14/noticiaesportesjornal,2987650/jcc-comemora-65-anos-de-historia.shtml|título=Jockey Club Cearense comemora 65 anos de história
|autor=|data=14 de janeiro de 2013|publicado=O Povo|acessodata=7 de maio de 2014}}</ref>
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=== Festas e eventos ===
 
[[FicheiroImagem:Estátua Gigante de São Francisco, Canindé, Ceará, Brasil.JPG|thumb|[[Canindé (Ceará)|Canindé]], município com renomado turismo religioso.]]
O [[Miss Ceará]] é um dos eventos de maior tradição do estado. Sua primeira edição ocorreu em 1955, e logo com a eleição de [[Emília Barreto Correia Lima]] como [[Miss Brasil]], segunda eleita na história do concurso.<ref>{{Harvnb|Anuário do Ceará|2007|p=595}}</ref> Outra Miss Brasil do Ceará foi [[Flávia Cavalcanti Rebelo]], apesar de ser natural de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], representava o Ceará na competição nacional. [[Vanessa Vidal]], Miss Ceará de 2008, ficou em segundo lugar e foi a primeira concorrente a Miss Brasil com deficiência auditiva.<ref>{{citar web|URL = http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL366298-5598,00-DEFICIENTE+AUDITIVA+REPRESENTARA+CEARA+NO+MISS+BRASIL.html|título = Deficiente auditiva representará Ceará no Miss Brasil 2008|data = 30.03.08|acessadoem = 16 de setembro de 2014|autor = |publicado = G1}}</ref>